terça-feira, 8 de julho de 2014

Morreu Plínio de Arruda Sampaio.

PLÍNIO, PRESENTE!

A vida de Plínio foi plena. Nosso Plínio de Arruda Sampaio partiu no exato momento em que havia um Brasil inteiro reunido em torno de uma mesma expectativa. 
Ele queria ainda mais: um povo que pudesse transitar de seus desejos individuais, pequenos, para um sonho coletivo, de justiça e igualdade, realmente duradouro. 
Temos o dever de continuá-lo.
Plínio e a luta por um Brasil solidário e fraterno vivem!

Governo de Pernambuco sanciona nova Lei do Audiovisual.Legislação estabelece princípios para o fomento ao setor e cria um conselho consultivo.

O Governo de Pernambuco publicou na quinta-feira (05/06) no Diário Oficial a Lei Nº 15.307, de 04 de junho de 2014, que disciplina a promoção, o fomento e o incentivo ao audiovisual no âmbito do Estado de Pernambuco e cria o Conselho Consultivo do Audiovisual de Pernambuco. 

A legislação representa mais um avanço na política do audiovisual implantada pelo Governo de Pernambuco desde 2007 a partir do diálogo com a sociedade civil.  A lei foi aprovada pela Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) e sancionada pelo governador João Lyra Neto.

“A lei é uma grande conquista do setor do audiovisual de Pernambuco, que mostra como a sociedade pode estar junto com o governo, propondo políticas públicas. Representa também o reconhecimento do governo deste grande potencial que há anos vem sendo desenvolvido no estado. Será um instrumento que irá fortalecer ainda mais a política para o setor nos próximos anos”, diz o secretário de Cultura Marcelo Canuto.

A nova lei foi fruto da reivindicação da classe, que reconheceu os benefícios do edital do Funcultura específico para o setor audiovisual e se preocupou em consolidar o fomento como uma política de estado, que ultrapasse gestões. “Este é um grande passo, porque a lei sedimenta uma política que vem sendo desenvolvida há sete anos, e agora não ficará à mercê de vontades políticas, além de estabelecer princípios para a gestão do setor”, afirma a coordenadora de audiovisual da Secretaria de Cultura, Carla Francine.

A legislação foi construída e proposta por diversos cineastas, cineclubistas e técnicos do audiovisual, com representação de entidades como a Associação Brasileira de Documentaristas e Associação de Produtores e Cineastas de Pernambuco (ABD/APECI), Federação Pernambucana de Cineclubes (Fepec), Associação de Produtores e Cineastas do Norte e Nordeste (APCNN) e as seções de Pernambuco do Sindicato Interestadual dos Trabalhadores na Indústria Cinematográfica e do Audiovisual (STIC – PE) e da Associação Brasileira de Cinema de Animação (ABCA -PE).  

A partir do anseio da sociedade civil, a Secretaria da Casa Civil, a Secretaria de Cultura e a Fundarpe e a abriram um processo de diálogo, possibilitando a formulação do projeto de lei, enviado pelo poder executivo à Assembléia Legislativa de Pernambuco (Alepe), onde obteve aprovação, e sem seguida foi sancionada pelo governador João Lyra Neto.

Uma das novidades da lei é a criação do Conselho Consultivo do Audiovisual de Pernambuco, que deverá ser instalado em até 60 dias, com 18 membros efetivos e formato paritário, sendo 9 membros escolhidos pela sociedade civil e 9 designados por ato do Governador do Estado. 

Já o regimento interno do Conselho deverá ser objeto de decreto em até 180 dias. “Este conselho aumenta a participação da sociedade civil na formulação de políticas públicas para o setor, seja no incentivo por meio de editais ou na difusão feita nos festivais, nas TVs públicas e nos cinemas. A organização da classe audiovisual deve ser um exemplo para outros segmentos artísticos”, avalia o diretor de gestão do Funcultura, Thiago Rocha Leandro.

A coordenadora de audiovisual, Carla Francine, destaca ainda que o conselho agregará outras Secretarias importantes, e lembra um exemplo bem sucedido de parceria que a Secretaria de Cultura fez ano passado com o Delta Zero e a Secretaria de Desenvolvimento Econômico para a realização do 1º Market.Mov, um encontro entre os produtores de conteúdo audiovisual locais com canais, programadoras e representantes de empresas do setor de transmissão ou distribuição desses conteúdos no país. 

De acordo com Carla, agora quando o 7º Edital do Audiovisual está em fase final de julgamento, dos 25 produtores que fizeram a defesa oral na categoria Produtos para Televisão, pelo menos vinte citaram o encontro como fundamental nas suas articulações para exibições nacionais e internacionais. “Isso mostra como essas parcerias com outras Secretarias são importantes para o desenvolvimento do setor no estado e a propagação da produção”, conclui.

FUNCULTURA – Em dezembro de 2013, o Governo de Pernambuco garantiu um piso mínimo de R$ 33,5 milhões para destinação ao Fundo Pernambucano de Incentivo à Cultura (Funcultura PE), sendo R$ 11,5 milhões para o setor audiovisual, por meio de Emenda Modificativa ao Projeto de Lei nº 1750/2013.

O Funcultura beneficia toda a cadeia produtiva do audiovisual incentivando projetos de diretores consagrados e iniciantes. Além da produção de filmes e produtos para TV, o edital público incentiva a difusão, pesquisa e a formação. 

Está em curso a seleção do 7º Edital do Programa de Fomento à Produção Audiovisual de Pernambuco – Funcultura Independente 2013/2014. 

Do total de 370 propostas inscritas, 148 projetos foram selecionados para a última fase da seleção, que corresponde à defesa oral: 6 projetos de Pesquisa, 20 de Formação, 22 de Difusão, 38 de Curta-metragem (sendo 8 na categoria Ary Severo), 25 Produtos para televisão e 37 de Longa-metragem. 

As propostas das categorias Desenvolvimento de Cineclubismo e Revelando os Pernambucos não são submetidas à fase de defesa oral.

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Assessoria de Comunicação
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Roberto Azoubel,
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Copa do Mundo 2014 - A corrupção padrão Fifa.

Por Luciano Martins Costa em 08/07/2014 na edição 806.

Os jornais brasileiros fazem de conta que não é com eles. O noticiário sobre a venda ilegal de ingressos para a Copa do Mundo corre nos telejornais, percorre os programas de rádio e ancora nas páginas dos diários como se fosse um caso comum, desses que frequentam a crônica policial.
Mas a mídia brasileira não havia determinado que o Brasil era incapaz de sediar uma Copa do Mundo “padrão Fifa”? E não era o “padrão Fifa” um modelo a ser seguido até mesmo nas obras do governo?
Pois a imprensa de todo o planeta informa que o chefe da máfia dos ingressos que tem atuado nesta Copa é intimamente ligado à direção da Federação Internacional de Associações de Futebol, a Fifa. 
Mais grave: é homem próximo da família do presidente da entidade, Joseph Blatter.
A detenção do britânico Raymond Whelan, diretor-executivo da empresa Match, que ganhou da entidade esportiva o direito de negociar os camarotes e ingressos de hospitalidade durante a Copa do Mundo no Brasil, foi preso pela polícia do Rio. A Match é controlada pela Infront, empresa que tem como acionista Phillipe Blatter, sobrinho do presidente da Fifa.
Whelan foi apanhado quando tomava um cafezinho no saguão do hotel Copacabana Palace, sede da Fifa durante o Mundial, ao lado de personalidades internacionais. 
Segundo as autoridades, ele é o ponto central do esquema de venda ilegal de ingressos que já levou à cadeia uma dúzia de outros protagonistas. O inquérito diz que Whelan chefiava uma espécie de máfia semioficial de cambistas ilegais.
As reportagens da imprensa brasileira e internacional deixam claro que o grupo não apenas faturava com a venda paralela de ingressos destinados a empresas e instituições, mas também é acusado de superfaturar preços de diárias de hotéis e outras despesas.
E o que tem isso a ver com a imprensa brasileira?
Tem tudo a ver, na medida em que o desmascaramento da quadrilha revela o que é, afinal, o “padrão Fifa”, tão incensado pelos jornais quando se dizia que o Brasil não tinha condições de realizar uma Copa de alta qualidade.
Um esquema criminoso
Antes de mais nada, convém fazer um reparo: desde que se iniciou, na arena do Corinthians, a grande festa do futebol mundial, um e outro, entre os mais veteranos comentaristas do esporte, se deslocaram do discurso hegemônico que havia dominado a imprensa – o vozerio do elogio solene ao “padrão Fifa”.
No mais, as manchetes estão nos arquivos para serem garimpadas – o discurso central da imprensa apresentava a Fifa como a entidade privada eficiente e correta, enquanto a parte brasileira – governos e empresas – era sempre mostrada como o lado sujo e desqualificado.
Pois bem: a realidade mostra que a entidade máxima do futebol mundial, uma organização privada sem fins lucrativos, é um antro de corrupção, compadrio e malversações de todos os tipos.
Por mais elaborados que sejam os discursos apresentados nas edições de terça-feira (8/7), tentando deslocar as responsabilidades para empresas terceirizadas encarregadas da negociação de bilhetes patrocinados, não há como ocultar o fato de que, se todas elas estão envolvidas em falcatruas, o esquema é oficial, comandado de dentro da própria Fifa.
Não é por outra razão que algumas federações de futebol, principalmente da Europa, tentaram impedir a reeleição de Joseph Blatter. Mas as suspeitas que vêm há muito tempo pesando sobre seu grupo não foram suficientes para alertar a imprensa brasileira. Durante semanas, meses, antes do início da Copa, o discurso hegemônico era o de louvação à Fifa e críticas a tudo que fosse nacional.
Ressalte-se que a crítica, como as denúncias de superfaturamento de obras, são parte do dever da imprensa, mas tudo foi colocado num contexto em que todo mérito era da Fifa.
O que se tem visto e reconhecido pela imprensa de todo o mundo é que, com a bola rolando, no que depende dos brasileiros as coisas correm bem, da segurança nas ruas à alegria com que os turistas e torcedores estrangeiros têm sido recebidos por aqui.
As más notícias – todas elas, das falhas na fiscalização até o escândalo da venda paralela de ingressos – caem no colo da entidade que controla o futebol profissional em todo o mundo.
Por essa razão, é de justiça repetir a frase de Juca Kfouri, que repercute na imprensa internacional: “Desmascarar a Fifa é o maior legado da Copa no Brasil”.

BRICS chegam a consenso e formam banco de investimentos alternativo ao FMI.


Apesar de a economia dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) ter cambaleado durante 2013, ignorar ou recusar esse bloco
Os Brics  se fortalecem com a formação de um banco de investimentos.

Por Redação, com agências internacionais - de Brasília e Fortaleza, CE.
Os cinco países que formam os Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) chegaram a um amplo consenso, nesta segunda-feira, sobre a criação do banco de desenvolvimento de US$ 100 bilhões, embora algumas diferenças permaneçam, afirmou um diplomata chinês nesta segunda-feira antes da reunião de cúpula no Brasil na próxima semana. Os chefes de Estado de cada um dos cinco países que compõem o Brics virão à conferência. Paralelamente ao encontro dos chefes de estado, acontecerão eventos paralelos com autoridades do setor público e privados dos países envolvidos.
O novo banco vai simbolizar a crescente influência das economias emergentes na arquitetura financeira global, há muito dominada pelos Estados Unidos e pela Europa através do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial. Os líderes de Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul devem assinar um tratado para lançar oficialmente o banco quando se reunirem em Fortaleza (CE), no dia 15 de julho. As negociações para criar o banco se arrastam por dois anos, com alguns membros se opondo ao desejo da China de ter uma participação maior no banco, por meio de mais capital.
Um funcionário sênior do governo brasileiro havia dito em maio que as cinco nações do Brics estavam abertas a concordar em financiar o banco da mesma forma, dando-lhes os mesmos direitos. Falando a repórteres antes da cúpula, o vice-ministro chinês das Relações Exteriores, Li Baodong, disse que estava otimista.
– No banco de desenvolvimento dos Brics, todas as partes têm amplo consenso sobre esta questão. Claro que existem algumas diferenças e diferentes pontos de vista sobre questões técnicas. Estamos plenamente confiantes de que podemos chegar a um consenso e criar o banco de desenvolvimento dos Brics nesta reunião. “Neste tipo de problema técnico, os membros devem estabelecer um consenso através de consultas amigáveis​​ – disse Li, referindo-se à emissão de ações do banco.
O banco terá de ser ratificado pelos Parlamentos dos países e poderia começar a emprestar em dois anos, segundo informações dadas por um funcionário brasileiro aos jornalistas
Detalhes operacionais
A reunião, em Fortaleza, terá a coordenação do Gabinete do governador Cid Gomes. Ele acertou, em recente encontro com os ministros da Defesa, Celso Amorim, e da Justiça, Eduardo Cardozo, os detalhes operacionais e a integração das forças armadas e de inteligência estaduais e federais para a realização da VI Conferência de Cúpula do BRICS. O encontro ocorrerá no Centro de Eventos do Ceará (CEC). Paralelamente à realização da cúpula, acontecerão eventos com autoridades do setor público e privado dos países envolvidos.
Os cinco países que integram o BRICS consolidam-se como atores internacionais de crescente relevo, tanto no plano político como na área econômico-financeira. Além de definirem mais de 30 áreas de cooperação entre si, os Brics coordenam atualmente suas posições nas Nações Unidas, no G-20, no Banco Mundial e no FMI, aumentando, em função disso, a sua importância nesses foros. Todos os países do BRICS sediaram pelo menos uma Cúpula. Os encontros precedentes foram realizados em Ecaterimburgo, Rússia (2009); Brasília (2010); Sanya, China (2011); Nova Délhi, Índia (2012) e Durban, África do Sul (2013). E, em 2014, será em Fortaleza.
A ideia do Brics foi formulada pelo economista-chefe da Goldman Sachs, Jim O´Neil, em estudo de 2001, intitulado “Building Better Global Economic Brics”. Fixou-se como categoria da análise nos meios econômico-financeiros, empresariais, acadêmicos e de comunicação. Em 2006, o conceito deu origem a um agrupamento, propriamente dito, incorporado à política externa de Brasil, Rússia, Índia e China. Em 2011, por ocasião da III Cúpula, a África do Sul passou a fazer parte do agrupamento, que adotou a sigla Brics.
O peso econômico dos Brics é certamente considerável. Entre 2003 e 2007, o crescimento dos quatro países representou 65% da expansão do PIB mundial. Em paridade de poder de compra, o PIB dos Brics já supera hoje o dos EUA ou o da União Europeia. Para dar uma ideia do ritmo de crescimento desses países, em 2003 os Brics respondiam por 9% do PIB mundial, e, em 2009, esse valor aumentou para 14%. Em 2010, o PIB conjunto dos cinco países (incluindo a África do Sul), totalizou US$ 11 trilhões, ou 18% da economia mundial. Considerando o PIB pela paridade de poder de compra, esse índice é ainda maior: US$ 19 trilhões, ou 25%.
Até 2006, os Brics não estavam reunidos em mecanismo que permitisse a articulação entre eles. O conceito expressava a existência de quatro países que individualmente tinham características que lhes permitiam ser considerados em conjunto, mas não como um mecanismo. Isso mudou a partir da Reunião de Chanceleres dos quatro países organizada à margem da 61ª. Assembleia Geral das Nações Unidas, em 23 de setembro de 2006. Este constituiu o primeiro passo para que Brasil, Rússia, Índia e China começassem a trabalhar coletivamente. Pode-se dizer que, então, em paralelo ao conceito “Brics” passou a existir um grupo que passava a atuar no cenário internacional, o Bric. Em 2011, após o ingresso da África do Sul, o mecanismo tornou-se o Brics (com “s” ao final).
Como agrupamento, os Brics têm um caráter informal. Não tem um documento constitutivo, não funciona com um secretariado fixo nem tem fundos destinados a financiar qualquer de suas atividades. Em última análise, o que sustenta o mecanismo é a vontade política de seus membros. Ainda assim, os Brics têm um grau de institucionalização que se vai definindo, à medida que os cinco países intensificam sua interação.

Segunda Guerra Mundial - Por que a 148ª Divisão Alemã se entregou somente aos brasileiros na Itália? Notícias de ontem.

É obrigação dessa geração lutar pelo reconhecimento histórico da honra dos nossos soldados que lutaram na Itália:
Esse pequeno exemplo representa muito bem a índole dos nossos combatentes, muito diferente daquele que tentam nos imputar: a de torturadores e facínoras.
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Por que a 148ª Divisão Alemã se entregou somente aos brasileiros na Itália?
Blog - Francisco Miranda
“Foi em abril de 1945. Os alemães tinham retraído da Linha Gótica depois da nossa vitória em Montese, e provavelmente pretendiam nos esperar no vale do rio Pó, mais ao Norte. Nosso Esquadrão de Reconhecimento, comandado pelo Pitaluga, os avistou na Vila de Collechio, um pouco antes do rio. A pedido  do General fui ver pessoalmente e lá, por ser o mais antigo, coordenei a  noite um pequeno ataque com o esquadrão e um pelotão de infantaria, sem intenção maior do que avaliar, pela reação, a força do inimigo. Sem defender  efetivamente o local, os alemães passaram para o outro lado do rio e explodiram a ponte. Então observamos que se tratava de uma tropa muito maior  do que poderíamos ter imaginado. Eram milhares deles e nós tínhamos atacado  com uma dezena de tanques e pouco mais de cinquenta soldados”.
Blog Francisco Miranda
“Informamos ao comando superior que o inimigo teria lá pelo menos um regimento. O comando, numa decisão ousada, pegou todos os caminhões da  artilharia, encheu-os de soldados e os mandou em reforço à pequena tropa que  fazia frente a tantos milhares.” – ” Considerei cumprida a minha parte e fui  jantar com o Coronel Brayner, que comandava a tropa que chegara” prosseguiu  Dionísio. “Durante a frugal refeição de campanha, apresentaram-se três  oficiais alemães com uma bandeira branca, dizendo que vieram tratar da  rendição. Fiquei de interprete, mas estava confuso; no início nem sabia bem  se eles queriam se entregar ou se estavam pensando que nós nos  entregaríamos, face ao vulto das tropas deles, que por sinal mantinham um violento fogo para mostrar seu poderio”.
Blog Francisco Miranda
“Esclarecida a situação, pediram três condições: que conservassem suas  medalhas; que os italianos das tropas deles fossem tratados como prisioneiros de guerra (normalmente os italianos que acompanhavam os alemães  eram fuzilados pelos comunistas italianos das tropas aliadas) e que não  fossem entregues à guarda dos negros norte-americanos”.
“Esta última exigência merece uma explicação: a primeira vista parece racismo. Que os alemães são racistas é óbvio, mas porque então eles se  entregaram aos nossos soldados, muitos deles negros? Bem, os negros americanos naquela época constituíam uma tropa só de soldados negros, mas  comandada por oficiais brancos. 
Discriminados em sua pátria, descontavam sua raiva dos brancos nos prisioneiros alemães, aos quais submetiam a torturas e  vinganças brutais. É claro que contra eles os alemães lutariam até a morte.  Não era só uma questão de racismo”.
Blog Francisco Miranda
“Eu perguntei ao interprete do lado alemão (nos entendíamos em uma mistura  de inglês, italiano e alemão), por que queriam se render, com tropa muito  superior aos nossos efetivos e ocupando uma boa posição do outro lado do  rio. Ele me respondeu que a guerra estava perdida, que tinham quatrocentos  feridos sem atendimento, que estavam gastando os últimos cartuchos para sustentar o fogo naquele momento e que estavam morrendo de fome. Que queriam  aproveitar a oportunidade de se render aos brasileiros porque sabiam que  teriam bom tratamento”.
“Combinada a rendição, cessou o fogo dos dois lados. Na manhã seguinte  vieram as formações marchando garbosamente, cantando a canção ‘velhos  camaradas’, também conhecida no nosso Exército”.
Blog Francisco Miranda
“A cerimônia era tocante” – prosseguiu Dionísio. “Era até mais cordial do  que o final de uma partida de futebol. Podíamos ser inimigos, mas nos  respeitávamos e parecia até haver alguma afeição. Eles vinham marchando e  cada companhia colocava suas armas numa pilha, continuando em forma, e seu  comandante apresentava a tropa ao oficial brasileiro que lhe destinava um  local de estacionamento. Só então os comandantes alemães se desarmavam. A primeira Unidade combatente a chegar foi o 36º Regimento de Infantaria da 9°  Divisão Panzer Grenadier. Seguiram-se mais de 14 mil homens, na maioria  alemães, da 148° Divisão de Infantaria e da Divisão Bessaglieri Itália que  os acompanhava”.
Blog Francisco Miranda
“Entretanto houve um trágico incidente: Um nosso soldado, num impulso de  momento, não se conteve e arrancou a Cruz de Ferro do peito de um sargento  alemão. O sargento, sem olhar para o soldado, pediu licença a seu comandante  para sair de forma, pegou uma metralhadora em uma pilha de armas a seu lado  e atirou no peito do brasileiro, largou a arma na pilha e entrou novamente  em forma antes que todos se refizessem da surpresa. 
Por um momento ninguém sabia o que fazer. Já vários dos nossos empunhavam suas armas quando o  oficial alemão sacou da sua e atirou na cabeça do seu sargento, que esperou  o tiro em forma, olhando firme para frente. Um frio percorreu a espinha de todos, mas foi a melhor solução” - Concluiu Dionísio.
Ao ouvir esta história, eu já tinha mais de dez anos de serviço, mas não  pude deixar de me emocionar. Não foram as tragédias nem as atitudes altivas  o que mais me impressionaram. O que mais me marcou foi o bom coração de  nossa gente, a magnanimidade e a bondade de sentimentos, coisas capazes de  serem reconhecidas até pelo inimigo. 

Capazes não só de poupar vidas como  também de facilitar a vitória. É claro que isto só foi possível porque os alemães estavam em situação crítica; noutro caso, ninguém se entregará só  porque o inimigo é bonzinho, mas que a crueldade pode fazer o  inimigo resistir até a morte, isto também é real. Na História Pátria podemos ver como Caxias, agindo com bondade, só pacificou, e como Moreira César, com sua crueldade, só incentivou a resistência até a morte em Canudos.
O General Dionísio e o interprete alemão – Major Kludge, se tornaram amigos e se corresponderam até a morte do primeiro, no início dos anos 90. O General Mark Clark, comandante do 5° Exército norte- americano, ao qual a FEB estava incorporada, disse que foi um magnífico final de uma ação  magnífica. Dionísio disse apenas que a história real é ainda mais bonita do que se fosse somente um grande feito militar.”
Cel.Hiram Reis e Silva.

segunda-feira, 7 de julho de 2014

Presidente da Rússia agenda visitas a Brasil, Argentina e Cuba.


No Brasil, Vladimir Putin participará na cerimônia de encerramento da Copa do Mundo, onde a presidente Dilma Rousseff lhe passará a responsabilidade pelo próximo torneio (Reuters).
O presidente russo Vladimir Putin visitará na próxima semana Cuba, Argentina e Brasil, informou o Kremlin nesta sexta-feira (4), em meio ao crescente isolamento internacional de Moscou devido a crise ucraniana.

Putin iniciará seu giro de seis dias visitando em 11 de julho Cuba, onde se reunirá com o presidente Raúl Castro e Fidel. A visita de Putin à ilha acontece no momento em que a Rússia se vê envolvida na crise ucraniana, o mais grave confronto com o Ocidente desde a Guerra Fria. Havana já se manifestou a favor da Rússia neste conflito.

De Cuba, o chefe do Kremlin viajará à Argentina, onde discutirá a cooperação comercial e energética com a presidenta Cristina Kirchner. E de Buenos Aires, Putin voará para o Brasil, onde participará de uma cúpula dos Brics.

A Rússia organizará a próxima Copa em 2018 e já se comprometeu em investir bilhões de dólares para construir estádios e infraestruturas.

Fonte: Correio Braziliense.

domingo, 6 de julho de 2014

Pará - Líder quilombola é decaptado e esquartejado no Município de Acará.


Por , 05/07/2014.
Enviada para: 
Luto-300x225
Morte no Campo.

Combate Racismo Ambiental por Tiago Fernando Martins com o seguinte comentário: 
Em nome da assessoria jurídica da Coordenação das Associações das Comunidades Quilombolas de Estado Pará (Malungu PA), informo através desta rede social que os desumanos e acirrados conflitos agrários no Estado do Pará fizeram mais uma vítima na Região do Acará.

Ontem o quilombola conhecido como Sr. Alair foi brutalmente assassinado. Pouco se sabe sobre o fato ocorrido, mas a informação que temos é que após ser capturado em uma emboscada por um grupo armado, o Sr. Alair foi brutalmente decapitado e não teve qualquer chance de reação e defesa. 
O caso já está sendo apurado pela Polícia Civil e terá o acompanhamento da Malungu e do Ministério Público. O sentimento de perda e revolta nos consome, porém não nos enfraquece, pois a luta por uma sociedade mais justa em que todos possam gozar de um desenvolvimento balizado pela igualdade material e pela sustentabilidade ambiental continuará forte em nosso movimento! 
Confira a matéria do Diário Online abaixo:
O líder quilombola Artêmio Gusmão, conhecido pelo apelido de Alaor, foi assassinado na última sexta-feira (04), por volta de 19h. O crime foi praticado quando Alaor voltava para a comunidade, após assistir à partida entre Brasil x Colômbia, na Vila Camarial.
Parentes da vítima viram a moto em que Alaor estava caída em uma estrada e com muitas manchas de sangue. Após horas de busca pela mata, o corpo do quilombola foi encontrado na manhã deste sábado (05), degolado e esquartejado. No ano passado, dois irmãos de seu Alaor também foram assassinados em virtude de conflitos fundiários. Outras pessoas da mesma família também estão sob ameaça de morte.
A ouvidora do Sistema de Segurança Pública, Eliana Fonseca, foi acionada ainda durante as buscas pelo corpo, no meio da madrugada. A ouvidora comunicou o delegado geral José Firmino esta manhã. Ainda não há pista das pessoas que cometeram o crime.
Artêmio Gusmão era coordenador da comunidade Mancaraduba, localizada em uma área de terras de competência do governo federal com pretensão quilombola. O processo de reconhecimento está na Justiça Estadual e é contestada pela empresa Biopalma. 
Em novembro do ano passado, esta comunidade denunciou uma operação policial abusiva e o caso está sendo acompanhado pela Ouvidoria da Segup, Sociedade Paraense de Defesa dos Direitos Humanos (SDDH) e pelo movimento quilombola Malungu. As terras estão no município do Acará, mas fazem fronteira com Tailândia e Tomé Acu.
A Associação de Moradores dos Quilombos do Alto Acará (Amarqualta) possui um dossiê que informa que Artêmio estava sendo ameaçado por um madeireiro e informou isso na última semana a algumas autoridades federais. A associação também já denunciou vários crimes ambientais e de grilagem de terras, sem que a situação tenha sido solucionada.
A SDDH considera que a situação está fora de controle, pois o Estado é omisso e a pistolagem, grilagem de terras, uso de documentos de terras falsificados e crimes ambientais têm ocorrido indiscriminadamente na área. Apesar de denunciados, os órgãos de fiscalização e controle ainda não se fizeram presentes na defesa da vida e do território quilombola em questão.