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Os Gamelas
decidiram retomar o território diante da enrolação do governo federal via FUNAI
de não iniciar o processo de demarcação da terra.
A situação
esta se agravando com ameaças de morte, tiros em direção ao acampamento, ronda
de carros com placas frias etc. Reunidos CIMI, CPT, MIQCB e
NERA, decidimos e encaminhamos:
1- Elaboração desta
nota anexa convocando as entidades, comunidades, igrejas, movimentos sociais,
que manifestem apoio ao povo Indígena Gamela assinando a mesma;
2- Depois
da reunião de ontem 03-12 com o governo do estado e Funai , ficou marcado uma ida
dos movimentos sociais e órgãos públicos ao local do acampamento da retomada
para sábado - 05-12, às 9hs da manha. Todos nos encontraremos em frente a
catedral de Viana de lá sairmos juntos para acampamento.
3- Fazermos
uma campanha de arrecadação de alimentos para manutenção do acampamento.
Ajude
espalhar esta nota às entidades que conhece para aumentar o numero de
solidários.
Forte
abraço à todos.
Clemir Mineiro (CPT)
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Nota em solidariedade ao povo indígena Gamela
Nós, entidades,
associações, movimentos sociais e comunidades declaramos apoio e solidariedade ao povo indígena Gamela, que iniciou no dia
30/11, a retomada de parte do seu território tradicional, que se encontrava
aprisionado e grilado por latifundiários, no município de Viana/MA, fato há
muito denunciado sem que as autoridades tenham tomado providências.
Somos testemunhas que
desde 2013 esse povo vem num processo de insurgência, lutando pela recuperação
de sua identidade e do seu território. Essa luta, legítima, não vem sendo
respeitada pelo governo federal, por meio da Funai, que tem obrigação legal de
fazer a regularização fundiária dos territórios indígenas, uma obrigação
prevista na Constituição Federal. Dessa forma, os indígenas empreendem ações
próprias, colocando em risco até mesmo suas vidas.
A retomada de parte do
território tradicional é um ato insurgente, que mexe com grupos que historicamente
dominaram e dominam o poder político e econômico naquela região.
Repudiamos as ações que
estão sendo praticadas pelos fazendeiros depois da retomada como:
1. Ameaças de morte, com
possível lista de nomes das principais lideranças do povo;
2. Contratação de
milícias;
3. Disparo com arma de
fogo contra o acampamento;
4. Intimidação de
indígenas nas comunidades para entregar informações;
5. Aliciamento de jovens
com promessa de emprego nas cidades (Viana, Matinha e São Luís), sem a garantia
de direitos trabalhistas, jornadas de trabalho excessivas.
6. Desmatamento dos
recursos naturais e destruição de espaços sagrados e simbólicos de culto, cura,
ervas medicinais e de alimentação, fundamentais à sobrevivência física e
cultural do povo.
Diante dessa situação,
exigimos que a Funai crie imediatamente o Grupo de Trabalho para estudo da
terra indígena Gamela; que o Governo do Estado garanta a segurança do povo
nesse momento de tensão e conflito.
Fazemos o canto do povo
Gamela o nosso canto de libertação.
“Vamos minha gente jogar
flecha no ar, vamos cortar os arames e a terra libertar”
Somos todos Gamela!
São
Luís, 03 de dezembro de 2015.
Conselho
Indigenista Missionário – Cimi/MA
Comissão
Pastoral da Terra- CPT/MA
Núcleo
de Estudos e Pesquisas em Questões Agrárias – NERA/UFM
Movimento Iterestadual das Quebradeiras de
Coco Babaçu- MIQCB
Movimento
Quilombola do Maranhão - MOQUIBOM
TEIA
de Povos e Comunidades Tradicionais do Maranhão
Matéria publicada por Francisco Barros.