Representantes de entidades ligadas às
guardas municipais vieram à Câmara dos Deputados nesta quarta-feira (2) para
reivindicar medidas como o porte de armas para os profissionais, inclusive fora
do horário de serviço. Hoje, os guardas municipais das cidades com mais de 50
mil habitantes podem portar arma, mas apenas quando estão trabalhando.
Os guardas municipais realizam nesta semana
a 11ª Marcha a Brasília. Nesta quarta, eles lotaram o plenário da Comissão de Legislação
Participativa da Câmara
durante audiência pública que debateu o tema.
O vice-presidente da organização não
governamental SOS Segurança da Vida, Maurício da Silva, mais conhecido como
Inspetor Naval, lembrou que os guardas municipais são responsáveis pelo
policiamento de várias cidades, onde defendem a vida das pessoas e fazem
prisões.
"Se não estiverem armados, não dá para
executar esse serviço. E se não continuarem armados após esse serviço, correm o
risco de serem executados, como tem sido no dia a dia, com vários policiais
militares que já são armados. Imagina um agente de segurança pública, que tem o
papel de defender a população, estar desarmado. Mais de 53 guardas municipais
foram assassinados de 2013 para cá", afirmou.
Risco ao profissional - O advogado da Associação dos Guardas Civis de Cotia (SP), Michel da Silva
Alves, disse que o Estatuto do Desarmamento, como está hoje, é uma
"aberração" em relação à guarda municipal. Segundo ele, muitos
profissionais que trabalham em cidades pequenas escolhem morar em municípios
vizinhos por conta do risco. Ele defendeu o porte de arma para a categoria, sem
restrições.
A reivindicação recebeu apoio do deputado
Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP), que é autor da lei do Estatuto das Guardas
Municipais (Lei 13.022/14). "O guarda tem que estar armado porque ele sai
do trabalho, vai para casa, vai encontrar vagabundo porque ele vive na mesma
cidade e, se não estiver armado, não tem como se defender. Então, logicamente,
eu luto pela garantia da arma plena para o guarda municipal."
O deputado Lincoln Portela (PR-MG), que
solicitou a audiência pública na comissão, também disse concordar com a
liberação do porte de arma para os guardas municipais. “É preciso que deixemos
uma palavra que já saiu do meu dicionário, vontade política, e possamos partir
para a ação política", disse o parlamentar, ao defender a alteração no
Estatuto do Desarmamento.
O deputado Subtenente Gonzaga (PDT-MG) foi o
único participante da discussão com opinião divergente. "Eu sou policial
militar e sou testemunha de inúmeras situações em que nosso companheiro, ao
utilizar a arma, pelo simples fato de estar com ela na cintura, não era em
serviço, e foi condenado por isso. Portanto, sou daqueles que entendem que mais
armas e mais armas descontroladas significam mais violência e menos paz",
afirmou.
Subtenente Gonzaga disse que vai apresentar
projeto de lei com previsão de restrição às armas e maior controle.
Reportagem –
Idhelene Macedo
Edição – Pierre Triboli
A reprodução das notícias é autorizada desde que contenha a assinatura 'Agência Câmara Notícias'. http://www2.camara.leg.br /camaranoticias/noticias/SEGURANCA/501146-GUARDAS-MUNICIPAIS-REIVINDICAM-AMPLIACAO-DO-DIREITO-AO-PORTE-DE-ARMA-DE-FOGO.html
Nenhum comentário:
Postar um comentário