sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

Matheus de Ávila Silveira, 23 anos. Assassino confesso do indiozinho kaingang Víctor, de 2 anos, explica por que cometeu o crime bárbaro.

O pequeno Vítor estava no colo da mãe quando foi degolado por Matheus em Santa Catarina (Pragmatismo Político)

Matheus de Ávila Silveira, 23 anos, confessou em interrogatório oficial ter matado o pequeno Víctor, 2 anos, no ultimo dia 30 de dezembro em Imbituba, Santa Catarina. O assassino diz que crime não teve motivações racistas, mas foi fruto da influência de uma religião.  

O principal suspeito, que já está preso há 13 dias, confessou que ‘espíritos’ o mandaram assassinar a criança, que não foi escolhida por ser indígena, segundo ele. “O suspeito disse que a matou porque criança é um ser sensível e a sociedade ficaria mais chocada e seria mais impactante”, afirmou o delegado Raphael Giordani, responsável pelo caso. Para ele, o crime está esclarecido e não teria motivação com preconceito contra índios, mas sim seria fruto da influência de uma religião.

A vítima estava sendo amamentada pela mãe no terminal rodoviário de Imbituba, no último dia 30, quando o suspeito se aproximou e cortou o pescoço da criança com um estilete, fugindo em seguida. Imagens de câmeras teriam captado Silveira deixando o local e roupas iguais às descritas pela família da criança foram encontradas com ele.

Segundo o jornal Diário Catarinense, o homem havia negado o crime em dois interrogatórios anteriores. Mas com os vídeos exibidos para ele, Silveira acabou confessando o assassinato. O delegado do caso disse que o suspeito declarou que os ‘espíritos’ lhe disseram que “anseios profissionais” seriam alcançados e ele conseguiria “se impor perante a sociedade”, caso matasse alguém.

“O suspeito disse que a matou porque criança é um ser sensível e a sociedade ficaria mais chocada e seria mais impactante”, completou o delegado, afirmando também ao G1 que o suspeito teria declarado não estar ‘lúcido’ no momento do crime – ele já teria um histórico de envolvimento com drogas. A mãe da criança e um taxista que passava pelo local reconheceram Silveira como o autor do homicídio.

A Polícia Civil deve pedir a prisão preventiva de Silveira nos próximos dias, para que ele siga atrás das grades. Na delegacia, aliás, ele teria praticado autoflagelação, tentando ingerir espuma de uma cama, o que suscitou a possibilidade de insanidade mental – um laudo poderá ser pedido após o inquérito.  

HuffPost Brasil.

LEIA MAIS SOBRE ESTE ASSUNTO:

1 - Santa Catarina. Indio Kaingang de 2 anos de idade foi degolado enquanto mamava no colo da mãe. http://maranauta.blogspot.com.br/2015/12/santa-catarina-indio-kaingang-de-2-anos.html

2 - Santa Catarina - Confirmada a prisão do assassino da criança indígena Kaingang pela Polícia. http://maranauta.blogspot.com.br/2016/01/santa-catarina-assassino-da-crianca.html

3 - Santa Catarina. Polícia Militar prende novo suspeito de assassinato de criança indígena Kaingang em Imbituba. http://maranauta.blogspot.com.br/2016/01/santa-catarina-policia-militar-prende.html


Exclusivo: Otaviano Canuto, diretor do FMI, elenca desafios da economia brasileira.

Foto - Br.Sputniknews.

O economista Otaviano Canuto, diretor para o Brasil e mais 10 países no Fundo Monetário Internacional, falou com exclusividade à Sputnik Brasil sobre os desafios do novo ministro da Fazenda, Nélson Barbosa, e sobre a nomeação de Joaquim Levy à Diretoria Financeira do Banco Mundial.

“O novo ministro da Fazenda, Nélson Barbosa, tem pelo menos 4 desafios à frente para recuperar a economia do Brasil”, comenta Otaviano Canuto. E entre esses desafios o economista destaca as dificuldades para levantar taxas de investimentos e os efeitos do fim do ciclo das commodities.
Sobre a indicação do antecessor de Nélson Barbosa, Joaquim Levy, à Diretoria Financeira do Banco Mundial, Canuto ressalta: “Levy trará experiência e conhecimento de finanças internacionais à Direção do Banco Mundial. Foi uma feliz decisão do Presidente Jim Yong Kim convidar Joaquim Levy”.
 Sputnik: O ministro da Fazenda, Nélson Barbosa, está diante de enormes desafios, e o principal deles é o de recuperar a economia brasileira. Em sua avaliação, quais são esses desafios?
Otaviano Canuto: Antes de tudo é um privilégio, para nós, termos alguém como o Ministro Nélson Barbosa, com a experiência e a competência já demonstradas em sua passagem pelo Governo anterior. É alguém que conhece profundamente nossos problemas. 
Os desafios apresentados pelo Brasil só podem ser compreendidos se levarmos em conta que há, pelo menos, 4 níveis aí. 
Um, que vem de longa data são as dificuldades para levantar a taxa de investimentos como proporção do PIB brasileiro. São problemas estruturais que dizem respeito à dificuldade de levantar os investimentos em infraestrutura, a uma proporção crescente do PIB ter que ser dedicada ao pagamento de tributos por conta de gastos públicos, e assim por diante. 
Há uma segunda ordem determinante de dificuldades de crescimento que tem a ver com o fim de um longo ciclo da economia mundial em que os preços das commodities, depois de um longo período de ascensão, passaram a enfrentar uma situação de queda ao mesmo tempo que também as condições de acesso a financiamentos estiveram muito favoráveis e hoje viraram o sinal. 
Há um terceiro nível de determinante, que vem do fato do bem sucedido esforço do Governo de manejar contraciclicamente políticas fiscais e monetárias após a grande crise financeira global de 2008-2009. A partir de certo ponto esse manejo contracíclico já não apresentou os mesmos resultados eficazes do primeiro momento, e ao mesmo tempo esse manejo estendido de instrumentos contracíclicos deixou um legado fiscal que é, talvez, o grande desafio imediato. 
E uma quarta ordem de determinante, por razões que não são estritamente macroeconômicas, diz respeito ao ajustamento das estruturas de mercado do setor privado no Brasil como decorrência das investigações de cartéis ou de arranjos de mercado não compatíveis com concorrência plena. Elas estão se revelando a partir das investigações da Lava Jato, e o resultado imediato tem sido uma paralisia de investimentos não apenas das empresas diretamente afetadas mas também de outras empresas que operam no mesmo ramo. Por uma questão de contágio, de insegurança, de dúvida por parte de credores, mesmo aqueles que potencialmente podem ocupar esse espaço no futuro estão esperando para ver até onde a coisa vai chegar. 
Essa quarta ordem de determinante de desafios pelo menos traz um potencial ganho em médio prazo, que é o de não apenas assistirmos a mais concorrência, a mais busca de eficiência no setor privado por conta da maior concorrência que estará lá presente, mas também, muito provavelmente, termos um resultado do gasto público muito melhor em relação a custos, já que vão desaparecer alguns dos pedágios que faziam parte dos arranjos de mercados anteriores. 
É um desafio múltiplo, e, como bem tem dito a Presidenta Dilma e o Ministro Nélson Barbosa afirmou claramente em suas comunicações iniciais, cada coisa a seu tempo. Cabe ao Governo equacionar a questão fiscal ao mesmo tempo em que sedimente as bases para uma retomada do crescimento tão rapidamente quanto possível.
S: O senhor acredita numa boa convivência entre o ministro da Fazenda e o Partido dos Trabalhadores?
OC: Vem com a democracia que os diversos grupos de interesse, que as diversas visões do processo econômico se manifestem politicamente. Eu entendo que, como bem disse a Presidenta Dilma, o Governo não é apenas o Governo do PT, não é o apêndice de um partido, ou do PT, ou do PMDB ou de qualquer outro partido em particular. Ele é uma coalizão de forças, ele tem uma identidade. É perfeitamente natural e compreensível que os diversos partidos que assim o queiram exerçam sua pressão, mas cabe ao Governo ser Governo, ou seja, cabe ao Governo não se deixar transformar num apêndice de qualquer visão em particular. A Presidenta Dilma Rousseff e o Ministro Nélson Barbosa certamente vão conviver com a pressão, é parte do jogo, é parte do processo, mas o Governo tem um programa que lhe é próprio.
S: Como o senhor vê a ascensão do ex-Ministro Joaquim Levy ao Banco Mundial?
OC: Falo agora como indivíduo, porque funcionalmente não tenho relação hoje com o Banco Mundial – apenas o fato de que durante 12 anos trabalhei na instituição, onde fui diretor executivo e vice-presidente, e também falo como alguém que foi colega de Joaquim no Tesouro e que o sucedeu numa Vice-Presidência do Banco Interamericano de Desenvolvimento. 
Conheço bem o Banco Mundial e conheço bem Joaquim Levy. Acho que ele vai trazer uma mistura de experiência em finanças, em mercados, uma forte perspectiva de gestão econômica de um país e um conhecimento profundo do sistema multilateral, e essa combinação é muito rara e ao mesmo tempo todos esses elementos são importantes para o sucesso na posição que ele vai exercer. Eu congratulo não apenas o próprio Joaquim, por essa missão, que é importante para nós todos, para o mundo, dada a relevância do Banco Mundial, mas também dou minhas congratulações ao Presidente Jim Kim por ter feito esse convite. Acho um grande acerto.

São Paulo - Fumaça do Incêndio no Porto de Santos Pode Causar Chuva Ácida.

Foto -  Brasil 247.
A fumaça carregada de resíduos químicos do incêndio no Porto de Santos pode até provocar chuva ácida na região da Baixada Santista, segundo o professor de química e meio ambiente da Universidade Presbiteriana Mackenzie, Rogério Machado; "Agora você tem uma mistura nessa nuvem que está vendo na Baixada com um monte de coisa. Junto com a neblina, que é a umidade normal, vai ter chuva ácida por toda a região", prevê o especialista.
15 DE JANEIRO DE 2016
Daniel Mello - Repórter da Agência Brasil
A fumaça carregada de resíduos químicos do incêndio no Porto de Santos pode até provocar chuva ácida na região da Baixada Santista, segundo o professor de química e meio ambiente da Universidade Presbiteriana Mackenzie, Rogério Machado. "Agora você tem uma mistura nessa nuvem que está vendo na Baixada com um monte de coisa. Junto com a neblina, que é a umidade normal, vai ter chuva ácida por toda a região", prevê o especialista.
De acordo com Machado, a precipitação contaminada pode causar danos materiais e à vegetação. "Vai ter corrosão generalizada. Sem contar a vegetação que vai sofrer e os peixes, se isso cair para a água", ressaltou.
O incêndio, iniciado no fim da tarde de ontem (14), atingiu 80 contêineres com diferentes tipos de produtos químicos armazenados pela empresa Localfrio. O fogo ccomeçou em contêineres de ácido dicloroisocianúrico, um produto usado como bactericida na água. A fumaça tóxica atingiu as cidades de Santos, Guarujá e São Vicente. A inalação dos resíduos levou 92 pessoas a procurar atendimento médico. Ao respirar os derivados de cloro, as pessoas estão sujeitas, segundo Machado, a sofrer queimaduras internas.
Na avaliação do professor, o combate ao incêndio, apesar de imprescindível, deve provocar o lançamento de parte dos resíduos tóxicos no mar. "Combatendo o incêndio, você solubilizou um monte disso para a água do mar. Dependendo da corrente que tiver, haverá sérios problemas ambientais", acrescentou.
As informações disponíveis até o momento indicam, de acordo com Machado, que houve imprudência no armazenamento do produto. "É um material sólido, que é solúvel em água. Porém, é um produto que libera muito cloro. Quando você o coloca na água, libera cloro, para ser bactericida. Por isso, é preciso armazená-lo completamente seco. O pessoal simplesmente acumulou um monte de contêineres e deixou suscetível a uma enchente com a água do porto". Ao entrar em contato com a água, o material se volatilizou. "Virou gás e explodiu".

São Paulo - Bombeiros colocam contêineres na água para conter fumaça tóxica em Guarujá


Fernanda Cruz – Repórter da Agência Brasil.

A Defesa Civil informou que adotou uma nova estratégia para apagar o incêndio nos contêineres que ainda pegam fogo no Terminal de Cargas do Porto de Santos, na cidade de Guarujá. O acidente libera desde ontem (14) uma fumaça tóxica, que atinge o distrito de Vicente de Carvalho, a cidade de Santos e outros bairros de Guarujá.

Para que o fogo seja apagado, cada contêiner é colocado em uma carreta com água, a chamada “técnica de afogamento”. De acordo com o coronel José Roberto, coordenador da Defesa Civil da cidade, hoje, pela manhã, foi feito um inventário a partir da planta do terminal, que lista os produtos estavam armazenados na área, pela empresa Localfrio.


Vazamento de gás interdita terminal de cargas no Guarujá (Divulgação/Corpo de Bombeiros de São Paulo)
Vazamento de gás interdita terminal de cargas no GuarujáDivulgação/Corpo de Bombeiros de São Paulo

O coronel não soube informar quais tipos de produtos vazaram, mas disse que o acidente começou em um contêiner que armazenava ácido dicloro. 
Segundo Enedir Rodrigues, engenheiro da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), é possível que uma fissura possa ter permitido a entrada de água da chuva, o que provocou a ignição e o fogo se alastrou. “Uma fissura no tanque é suficiente para essa reação exotérmica”, explicou.
Osmair Chamma, promotor de Justiça do Meio Ambiente, informou que instaurou inquérito civil para apurar as razões do acidente. “Disparamos oficios para apurar danos civil e coletivo, mas, a princípio, não há resíduos na parte pluvial e não tem risco de alteração ácida no ar”, declarou.
O coronel da Defesa Civil destacou que a fumaça diminuiu e mudou de cor, ficou mais branca, o que representa um bom sinal. De acordo com ele, a situação no momento está controlada. “Só não podemos ter pressa com os produtos químicos, pois cada um tem uma reação diferente”.
De acordo com o tenente do Corpo de Bombeiros Rafael Marques, apesar do fogo, o risco de propagação do incêndio é zero e os produtos não devem contaminar o estuário, que fica longe do local do incêndio. 
A expectativa, segundo ele, é que até o final do dia as chamas sejam apagadas e o trabalho entre em fase de rescaldo.
Segundo Maria Antonieta de Brito, prefeita de Guarujá, as cerca de 500 pessoas que moram perto do local do acidente foram orientadas a desocupar suas casas, já podem retornar. “Foi uma desocupação preventiva, elas podiam ter continuado em casa”, esclareceu.
A prefeitura emitiu aviso pedindo para os moradores a um raio de 100 metros do local do incêndio deixassem suas casas para evitar inalação da fumaça tóxica. “Tínhamos uma estratégia de evacuação, mas não foi necessária”, disse ela. Com a situação controlada, a prefeita aproveitou para despreocupar turistas que desejam aproveitar o verão nas praias da cidade. “Não afetou a praia, pedimos para que não deixem de vir nas férias. [A fumaça] está sendo dispersada pelo vento, não há motivo para que os turistas não venham”, disse.
Intoxicação
Segundo a prefeitura, foram feitos 75 atendimentos em Guarujá, e seis em Santos, em virtude de intoxicação com os gases. Não foi registrado nenhum caso mais grave, apenas uma idosa de 66 anos, moradora de Santos, continua internada. A orientação à população é que evite contato com a fumaça tóxica emitida pelo incêndio. Em caso de tontura, náusea ou ardência nos olhos e vias nasais, procurar imediatamente o serviço de saúde.
Na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) ao lado da rodoviária, Alessandra Rodrigues Cotia, auxiliar de enfermagem, de 38 anos, acompanhava o filho de 11 anos, que tem alergia respiratória. Alessandra mora próximo ao terminal, no distrito de Vicente de Carvalho, onde uma nuvem de vapores domina o ambiente e preocupa os moradores.
O garoto apresenta tosse seca, irritação na garganta, dor de cabeça e vômito. “Ele já estava mal há dois dias, mas depois do que aconteceu agravou. Hoje já resolvi trazer ele aqui, porque ele não fica com nada no estômago. Ele fez exames, inalação e recebeu medicação”, disse a mãe.
Marcos Santos Ferreira, gerente de um posto de gasolina em frente ao terminal, disse que ontem, no final da tarde, os comerciantes fecharam as portas mais cedo. Ele conta que a coluna de fumaça era levada pelo vento para a cidade de Santos e o distrito de Vicente de Carvalho. “Hoje parou a chuva, e o vento começou a trazer para cá [Guarujá]. Parece que dissipou para a cidade inteira. Ontem não estava tão denso, parece que a fumaça desceu”.

Edição: Maria Claudia

Procurador Rodrigo Janot Propõe a cassação de Deputado Vander Loubet (PT) com base em denuncias de ter cometido 110 Crimes. Sendo 11 denúncias por corrupção passiva e 99 por lavagem de dinheiro.

Rodrigo Janot aponta violação dos deveres dos denunciados
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) que decrete a cassação do mandato do deputado Vander Loubet (PT-MS). O parlamentar é alvo da Operação Lava Jato, por suposto recebimento de propinas que somaram R$ 1,028 milhão em esquema de corrupção na BR Distribuidora. São 11 denúncias por corrupção passiva e 99 por lavagem de dinheiro.
Na denúncia, Janot pede “a decretação da perda da função pública para os condenados detentores de cargo ou emprego público ou mandato eletivo, principalmente por terem agido com violação de seus deveres para com o Poder Público e a sociedade”. Além de Loubet, a denúncia atinge outras pessoas, acusadas pelos crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

“Criminoso” - Janot atribui a Loubet, no documento em que a denúncia por corrupção passiva (11 vezes) e lavagem de dinheiro (99 vezes), ligação com ‘grupo criminoso’ que repassava a ele valores ilícitos ’em função da ascendência que o Partido dos Trabalhadores exercia sobre parte da Petrobrás Distribuidora S/A’.
“O parlamentar, em conjunto com seus auxiliares, acabou aderindo à organização criminosa preordenada à prática de crimes de peculato, de corrupção ativa e passiva e de lavagem de dinheiro no âmbito da BR Distribuidora”, continua o procurador-geral na denúncia, protocolada no STF em 17 de dezembro do ano passado.
Rodrigo Janot quer ainda que seja decretada a perda, em favor da União, dos bens e valores que foram objeto de lavagem de dinheiro no caso, no valor originário total de R$ R$ 1.028 milhão. Pede também que o petista e outros denunciados, inclusive familiares do parlamentar e o empresário Pedro Paulo Leoni, sejam condenados “à reparação dos danos materiais e morais causados por suas condutas”.
Segundo Janot, as investigações do Inquérito 3990/DF “evidenciaram que, para que o grupo criminoso em questão atuasse, era necessário o repasse de valores ilícitos para o deputado federal Vander Loubet, em função da ascendência que o Partido dos Trabalhadores exercia sobre parte da Petrobras Distribuidora S/A”.

O interminável crime ambiental em Mariana (por Sandro Ari Andrade de Miranda).

Distrito de Bento Rodrigues, em Mariana (MG), atingido pelo rompimento de duas barragens de rejeitos da mineradora Samarco (Antonio Cruz/Agência Brasil)
Distrito de Bento Rodrigues, em Mariana (MG), atingido pelo rompimento de duas barragens de rejeitos da mineradora Samarco (Antonio Cruz/Agência Brasil)
Existiam diversas formas de começar este artigo, mas preferi adotar um caminho improvável. Por que temos tamanha dificuldade para aprovar uma verdadeira reforma tributária? Ao observarem esta primeira pergunta, muito questionariam qual é a relação que um crime ambiental tem com o sistema tributário. Não deveríamos começar tratando do histórico trágico de Mariana, do Rio Doce, e que agora ameaça Abrolhos?
Se o meu objetivo fosse meramente relatar fatos já conhecidos, talvez. Mas o que se pretende com este artigo é instigar a capacidade das pessoas de pensar, de olhar o mundo de forma completa, de exercer a sua consciência crítica. E, para tanto, precisamos trazer elementos que fogem do noticiário farsesco de todos os dias para expor as dificuldades de implementação completa do nosso Sistema Nacional do Meio Ambiente – SISNAMA que, para muitos, é um dos mais modernos do mundo, posição esta que eu descordo, como se verá adiante. O SISNAMA é, sim, extremamente cheio de falhas e lacunas.
Aliás, é comum afirmarmos que temos normas modernas, muitas das quais exemplares para o mundo, como o Código de Defesa do Consumidor – CDC e o Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA, dentre outros. Mas continuamos vendo um contínuo exercício de desrespeito aos consumidores pelas grandes operadoras de telefonia ou, ainda pior, pelo sistema financeiro. No mesmo sentido, é comum observarmos crianças e adolescentes sendo aprisionadas em presídios, submetidas ao consumo e tráfico de drogas, dentre outras medidas degradantes.
Logo, por mais que o academicismo incorporado por nossa elite intelectual diga o contrário, não são as apenas as Leis que mudam o mundo, mas sim as ações executivas e a implementação de políticas públicas. Não tenho dúvida de que o CDC e o ECA são Leis com uma redação de excelência, com instrumentos potencialmente eficazes para proteger o objeto que defendem, pois já estudo ambas permanentemente, mas, sozinhas, sem o apoio das ações administrativas do estado, correm o risco de virar letras mortas.
O SISNAMA, ao contrário, parte integrante da Lei da Política Nacional de Meio Ambiente (6938/1981), precisa de uma revisão urgente.
Outro ponto importante consiste na questionável postura de Tribunais, Cortes de Contas, Ministério Público, e da própria administração, que colocam os resultados fiscais primários na frente do interesse público. Assim, diversamente dos grandes meios de comunicação, entendo que a implementação do SUS, do sistema educacional e a conservação ambiental, são muito mais importantes dos que metas de superávit primário, razão pela qual já defendi, diversas vezes, mudanças urgentes na Lei de Responsabilidade Fiscal.
Mas voltando à nossa fábula tributária, a reforma do sistema fiscal no Brasil nunca aconteceu por dois motivos: o primeiro é a força de barganha dos governos estaduais para manter o ICMS, nosso pior imposto, no centro da política tributária; e o segundo motivo, este já mais conhecido, é a dificuldade que encontramos para tributar as grandes fortunas, pois continuamos a eleger parlamentares vinculados ao grande capital especulativo para o Congresso.
Já fiz um estudo detalhado sobre o nosso sistema tributário derrubando o mito de que temos uma carga tributária excessiva. Segue abaixo o link com o detalhamento da pesquisa.
Nós temos, isto sim, uma carga tributária injusta, com forte corte regressivo, centrada no consumo e no trabalho, o que prejudica a economia e a distribuição de renda.
Querem uma prova viva disso? Os gaúchos iniciaram janeiro pagando 5% a mais na conta de luz, nos serviços de telefonia, no combustível e uma série de outros serviços que afetam a vida dos cidadãos e cidadãs. Foi uma decisão exclusiva do Governo do Estado, que resolveu elevar as alíquotas do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços, o ICMS, para realizar um questionável ajuste fiscal.
Não vi nenhum representante da mídia ir para a televisão criticar a ação do Governador Sartori (PMDB), ao contrário. A imprensa local ficou em completo silêncio. Em contrapartida esta mesma imprensa criticou como injusta a elevação da alíquota da Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido – CSSLL dos Bancos feita pelo Governo Federal em 2015. Aliás, na minha opinião, esta última uma medida correta, mas ainda em patamares tímidos.
Ocorre que a alíquota do ICMS atinge todo mundo, do cidadão mais pobre ao mais rico, mas, inquestionavelmente, o impacto é maior sobre a vida dos mais pobres. Já a CSSLL atingiu apenas os Bancos e os seus acionistas, muitos dos quais patrocinadores dos veículos de mídia. Quem paga R$ 200,00 (duzentos reais) sobre a conta de luz, dos quais 30% são ICMS, e ganha um salário mensal familiar de R$ 1.000,00 (mil reais), paga o mesmo valor de ICMS, R$ 60,00 (sessenta reais), do que quem tem o mesmo consumo, e uma renda familiar de R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais). Mas o impacto dos R$ 60,00 (sessenta reais) sobre a vida da família mais pobre é muito maior do que sobre a família mais rica.
É por isso que o ICMS, o IPI, e outros tributos sobre o consumo são injustos, e que uma tributação progressiva sobre a renda, sobre o lucro dos empresários e dos acionistas (que hoje, na sua totalidade, são isentos de Imposto de Reanda) e sobre a circulação de capital no mercado financeiro poderia, e muito, mudar a realidade do país.
Contudo, os acionistas da SAMARCO (a privatizada Vale do Rio Doce e a Multinacional BHP Biliton) não pagam um centavo de imposto em relação ao seu lucro. Por mais incrível que isto pareça é verdade. O lucro, no Brasil, é sempre isento de imposto de renda, e não sofre nenhum outro tipo de tributação. Em contrapartida, quem compra uma garrafa de 5 litros de água mineral numa cidade do entorno do Rio Doce, para combater a falta de abastecimento pela contaminação do curso d’água, paga, usando como paradigma os patamares tributários gaúchos pós-Sartorianos, 18% (é óbvio que este índice pode mudar conforme a legislação mineira, mas existe tributação).
O ICMS representa mais de 40% da carga tributária total no país, e é um imposto cuja titularidade é dos Estados. Então para mudar a nossa mecânica fiscal teríamos que mudar as relações de poder que hoje estão formadas no Congresso Nacional e fazer com que os Governadores estivessem abertos ao diálogo, e que os mesmos aceitassem alternativas para suprir a falta de recursos necessária para investigar o funcionamento de milhares de barragens como a da SAMARCO instaladas em todo o país.
Mas não pensem que estas relações de poder que hoje emperram a nossa reforma tributária são algo recente. O nosso sistema tributário, no seu atual desenho, e a distribuição que o sustenta, foram montados durante a Ditadura Militar. Foi uma estratégia utilizada para garantir o apoio das oligarquias regionais, que viram sumir a ameaça de uma tributação progressiva sobre a renda e o patrimônio, uma das pautas das reformas de base do movimento que sustentava João Goulart, e surgir um sistema que se retroalimenta, onde os estados emperram as tratativas de Reforma Tributária para não perder poder na gestão do ICMS, e o grande poder do capital se ajusta no Congresso para evitar um sistema tributário. Um típico exemplo de representação do Capital é a do próprio Presidente da Câmara Eduardo Cunha, com campanha financiada por empresas petrolíferas. Esse arranjo conservador entre os Estados e congressistas é o principal inimigo da Reforma Tributária, e da implantação de um sistema fiscal mais justo. Isto que não estou falando dos bilhões de reais sonegados anualmente pelas grandes empresas.
Então, quando você perceber que um carro ou um produto eletrônico é mais barato nos Estados Unidos do que no Brasil, e se sentir lesado, não venha pedir a volta dos militares, nem passear com o novo verde-amarelismo reacionário da paulista. Pois foi exatamente durante o regime militar golpista de 1964 que foi montado um sistema tributário no Brasil onde uma garrafa d’água é tributada em 18%, enquanto milhões de lucros de empresas poluidoras, de bancos e especuladores, são isentos. Com a abertura negociada de 1985, e com o “Centrão” mandando na Constituinte, esse problema apenas se consolidou, e sem uma alteração no nosso sistema eleitoral com listas abertas, e que altere a correlação de forças no Congresso, não haverá mudança efetiva.
Aliás, diga-se de passagem, os Estados Unidos, reino central do capitalismo, praticamente não tributam o consumo, mas alíquotas sobre renda e patrimônio chegam a passar de 40%, e de forma progressiva.
Foto: Entrada da Lama do Crime Ambiental de Mariana no mar, demonstrando a falta de controle na origem do problema.
Foto: Entrada da Lama do Crime Ambiental de Mariana no mar, demonstrando a falta de controle na origem do problema.

Mas aí retorna novamente a pergunta: o que tudo isto tem a ver com o problema da tragédia de Mariana, com a destruição do Rio Doce, e com a ameaça sobre Abrolhos? A resposta é simples: tudo.
O nosso sistema de gestão ambiental foi montado durante o regime militar, e tem como principais atores, adivinhem quem… os Estados. E por que essa engenharia foi montada? Somente pessoas muito ingênuas acreditam que foi uma preocupação com o meio ambiente. Querem uma gritante prova em contrário? A Lei da Política Nacional do Meio Ambiente é de 1981, durante o regime militar. Com a abertura política em 1989, a Prefeitura de Porto Alegre, um Município, criou a SMAM, que hoje é uma das referências internacionais sobre o tema. Situação idêntica tivemos em outras cidades. Mas a Fundação Ambiental de Proteção Ambiental do Rio Grande do Sul – FEPAM, foi criada apenas em 1994, e a Secretaria Estadual de Meio Ambiente no mesmo estado, apenas em 1998, aliás, em governo da mesma pessoa que criou a SMAM, Olívio Dutra (PT-RS).
Ou seja, levaram-se 13 anos para que o Estado do Rio Grande do Sul criasse o seu órgão ambiental estadual, o que resultou num passivo interminável que vem sendo agravado pela má gestão do Governo Sartori que, por sinal, diminuiu o quadro técnico da FEPAM drasticamente e sem reposição.
Nesse meio tempo, as verdadeiras iniciativas de implantação de política ambiental surgiram nos Municípios que, curiosamente, durante o regime militar não tinham liberdade de se autogerir. Sempre foi mais simples para quem deseja poluir, degradar, destruir ou desconstruir com sistemas, a concentração de poder. O poder concentrado em torno de uma elite é a melhor forma de prejudicar as transformações, e com elas combater os problemas que afetam a sociedade. É por isso que o poder tributário está na mão dos Estados, e a gestão ambiental também, o que garante um contrapeso contra mudanças e processos eleitorais transformadores no Poder Executivo,
Hoje quem define as competências para o licenciamento ambiental de empreendimentos, por sinal, são os Estados, dentro dos Conselhos Estaduais do Meio Ambiente. Como os Estados podem delegar competências, temos um campo aberto para mecanismos patrimonialistas de compadrio político pouco elogiáveis, para os quais já citamos exemplos em outras oportunidades. (Debate Sobre Indícios de Patrimonialismo e Compradrio na Gestão Ambiental no RS)
Isso tudo acabou resultando num Sistema Nacional do Meio Ambiente frágil e ineficiente. Não se justifica, por motivo algum, a construção de uma barragem de dejetos químicos perigosos à montante de uma bacia hidrográfica. Também não se justifica que a empresa responsável, aplicando-se o princípio constitucional do Poluidor Pagador, não tenha conseguido impedir que todo o volume de material químico e particulado tenha chegado à foz do Rio Doce, depois às praias do Espirito Santo, ao Sul da Bahia, e agora ameace o santuário de Abrolhos, num crime ambiental sem precedentes no país, sem que nenhum órgão de controle tenha imposto medidas efetivas para barrar esse avanço. Já existe tecnologia para controlar a mancha poluidora da SAMARCO, e há muito tempo, e não utilizar de tais tecnologias também é um ato também injustificável.
Foto: poluição causada pela lama do Crime Ambiental no Rio Doce nas praias do Espírito Santo.
Foto: poluição causada pela lama do Crime Ambiental no Rio Doce nas praias do Espírito Santo.

Aliás, também não se justifica que os órgãos ambientais de Minas e do Espírito Santo, em conjunto com o IBAMA, não tenham adotado medidas mais agressivas sobre a empresa, e pior, nada justifica que tanto o Ministério Público Estadual como o Federal, utilizando do próprio Judiciário, tenham sido tão morosos não na exigência de um plano de controle à empresa, mas de medidas de efetivo controle ao avanço da mancha poluidora. Os planos, com base no princípio da prevenção, são exigidos na fase de licenciamento dos empreendimentos. Quando ocorre o crime ambiental, o que temos é gestão de risco e, na ausência de um plano aprovado, cabe aos órgãos de controle impor as medidas a serem observadas e custeadas pelo poluidor/degradador.
Mas para que tudo isso aconteça, precisamos de um Sistema Nacional do Meio Ambiente forte, onde os Municípios assumam o protagonismo dos processos de gestão de forma efetiva, que os Estados cumpram uma função articuladora e, inquestionavelmente, assumam a gestão das bacias hidrográficas. Além disso, o IBAMA e os demais órgãos federais precisam coordenar um diálogo efetivo entre os Estados, o que hoje não ocorre.
Pior, causa-me estranheza quando um jornal como a Folha de São Paulo se compadeça da SAMARCO ao afirmar que a empresa pode perder um financiamento de R$ 230 milhões do BNDES por causa da tragédia de Mariana. O prejuízo causado pela SAMARCO, Vale e BHP para toda a população e o ecossistema do complexo hídrico do Rio Doce, para a Foz e toda a vida que circula nas praias do Espírito Santo, sul da Bahia, e o Parque Nacional de Abrolhos é tão grande, que a perda do financiamento já deveria ser aplicada de plano, como manda a Lei, e como precaução para a proteção do patrimônio público. Aliás, o custo financeiro de todos os prejuízos causados por estas 3 empresas ao patrimônio ambiental e social das regiões afetadas é tão grande que já está na escala dos bilhões de reais. Sem contar os danos morais devidos às cidades e à população do entorno.
Mudando de cenário, e levando o debate ao Rio Grande do Sul, a gravidade do problema da má gestão estadual sobre os recursos ambientais tem outro exemplo batendo na porta. Mesmo drenando 2/3 das suas águas para a Laguna dos Patos, o órgão ambiental estadual gaúcho não tem nenhuma estratégia para enfrentar os cada vez mais constantes períodos de cheias. Ocorre que além de águas, poluídas ou não, todos os resíduos, material particulado, lama, rejeitos de erosão, dentre outros são carregados por estas águas, e que possuem um único ponto de saída: a Foz entre Rio Grande e São José do Norte. Só isto já obrigaria a criação de instrumentos, planos e redes permanentes de controle para a região, e qual é a proposta do Estado para isto? Nenhuma. O Rio Grande do Sul se orgulha do seu sistema digital de licenciamento das irrigações agrícolas, mas não sabe o que fazer numa crise hídrica, pois não tem sistema de gestão de bacias efetivo, nem estabelece diálogo com os Municípios que compõem as bacias.
Desta forma, como já tratei anteriormente, não vejo outro caminho para enfrentar estas dificuldades do que repensando o SISNAMA. Como estamos falando de políticas públicas, e não de receita pública, pelo menos ainda, podemos articular algumas propostas iniciais como:
O aumento das penas financeiras administrativas na Lei de crimes ambientais, bem como a institucionalização de penas de reclusão para este tipo de crime.
Não podemos aplicar a reclusão para quem furta um carro, por exemplo, por mais grave que seja o crime (considerando um caso de furto que provavelmente é qualificado), mandando este ao presídio, e deixar o administrador de uma empresa que destrói todo um complexo ecossistêmico livre, pois não existem possibilidades de penas de reclusão em crimes ambientais, mas apenas de detenção. É, novamente, a discussão sobre proporcionalidade de medidas antes sobre tributação de água e do lucro, onde o grande capital é beneficiado por uma legislação falha. Sempre lembrando que a Lei 9605/1998 foi aprovada durante o Governo de Fernando Henrique Cardoso, e com grande apoio da Bancada Ruralista.
Foto: visão geral da entrada da lama de poluentes no mar, na Foz, no Espírito Santo.
Foto: visão geral da entrada da lama de poluentes no mar, na Foz, no Espírito Santo.

Aliás, diferentemente do que ocorre com furtos praticados por menores, não observei nenhuma movimentação da mídia pedindo para aumentar as penas para os crimes ambientais, e não vejo os vergonhosos programas policiais chamando os administradores da Vale, da BHP e da SAMARCO de bandidos, como fazem normalmente com as pessoas que queimam pneus e trancam as ruas protestando contra a violência policial.
Privilegiar o licenciamento ambiental local, utilizando os Municípios como base do Sistema, pois todos os impactos ambientais, num primeiro momento, são locais;
Anistiar os Municípios em relação aos limites da Lei de Responsabilidade Fiscal para o investimento na ampliação do seu quadro técnico de licenciamento e fiscalização, algo fundamental para qualificar a gestão ambiental local;
Definir que a base de todas as medidas mitigatórias e compensatórias ambientais de empreendimentos devem ser aplicadas nos locais objeto dos projetos. Hoje muitos recursos são desviados para outras cidades dentro dos sistemas estaduais de licenciamento. Aliás, a Câmara de Compensações Ambientais da Secretaria Estadual do Ambiente e do Desenvolvimento Sustentável – SEADS do Rio Grande do Sul é pródiga neste tipo de prática, desviando recursos que deveriam ser aplicados nos Municípios impactados para atender outras carências próprias da SEADS. Além de desrespeitar regra expressa da Lei 8985/2000, e contar com o silêncio do Ministério Público e do Tribunal de Contas, tal medida apenas contribuir para agravar os problemas ambientais locais;
A criação de um sistema estruturado de licenciamento semelhante ao do SUS, com ampla participação social, mas com integração de dados entre os órgãos, com facilitação dos repasses dentro de um programa, inclusive com a estratégia Fundo à Fundo, para fortalecer a atuação dos órgãos estaduais;
Colocar os órgãos ambientais no centro das ações governamentais, e dar o mesmo peso às suas políticas que é dado à saúde e à educação; e
Além de outras ações que serão detalhadas futuramente. (Proposta de Mudança de Paradigma do Licenciamento Ambiental)
O certo é que não podemos deixar casos como o da SAMARCO e da destruição do Rio Doce passar em branco. Precisamos, urgentemente, de uma ação agressiva para enfrentar os passivos ambientais e a crise climática. Mas nunca, em momento algum, podemos esquecer que o princípio basilar da gestão ambiental no nosso sistema constitucional é o da precaução, motivo pelo qual situações como a identificada em Minas devem ser urgentemente investigadas. Não sabemos o tamanho dos problemas que foram deixados no país por populísticos “choques de gestão” (bonitos para agregar apoio da mídia, mas trágicos para quem depende de serviços públicos), choques estes que diminuíram quadros, diminuíram recursos e colocaram a vida de muitas pessoas em risco.
Devemos definitivamente superar o ranço de patrimonialismo e compadrio herdado da nossa colonização, e que foi agravado no regime militar pós 1964, abandonando a ideia do licenciamento de papel e carimbo, que somente serviu para aumentar casos de corrupção. A licença ambiental é, sim, um instrumento de gestão empresarial. Não basta colocar uma placa ou um quadro com tal documento na parede. Ela deve ser incorporada pela empresa, vivenciada, e permanentemente observada. Se seguirmos um caminho contrário ao que estou afirmando nesta frase, é bem possível que novas tragédias do Rio Doce surjam novamente.
.oOo.
Sandro Ari Andrade de Miranda é advogado, mestre em ciências sociais.

Minas Gerais terá programa para reintegração social de transexuais e travestis.

Da Redação*
O governo de Minas Gerais lançou na terça-feira (12) um programa de inclusão social para transexuais e travestis no estado. 
Batizado inicialmente de ”Cidadania Trans”, o projeto consiste em dar oportunidades de acesso à educação, em qualquer modalidade, e ao mercado de trabalho formal para travestis e transgêneros que estão em situação de vulnerabilidade.
A iniciativa faz parte das comemorações do Dia Nacional de Visibilidade Trans, que acontece no  dia 29/01.  A ideia é criar em Minas um projeto nos moldes do TransCidadania, da cidade de São Paulo.  “A gente tem que começar a dar visibilidade para essa população, que sempre foi invisível. Nossa intenção é a de garantir cursos de capacitação para esses homens e mulheres, buscar parcerias com o Sistema ‘S’ proporcionar educação a jovens e adultos e também um olhar dos ambulatórios e a harmonização junto ao Sistema Único de Saúde”, explica o coordenador Especial de Políticas da Diversidade Sexual da Sedpac, Douglas Miranda.
*Com informações da Agência Minas e Brasil Post.