quarta-feira, 2 de maio de 2018

Após morte de Policial Militar. Belém/PA registra cerca de 30 assassinatos desde domingo.

Cabo Maria Fátima Cardoso foi morta a tiros no domingo, 29/04/2018. 

"Segundo matéria publicada pela Agencia Brasil, os assassinatos possivelmente são uma retaliação à morte da Policial Militar Maria de Fátima dos Santos."

Cerca de 30 pessoas foram assassinadas no Pará desde o último domingo (29). Segundo a Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa Social (Segup), as execuções podem estar associadas à morte da cabo Maria de Fátima dos Santos na tarde daquele dia, dentro da própria casa, na cidade de Ananindeua, região metropolitana de Belém.

Dados oficiais da secretaria confirmam a morte de 28 pessoas até a tarde desta terça-feira, a maior parte moradora da região metropolitana de Belém. Hoje, os números não foram atualizados devido à manutenção no banco de dados da Secretaria de Inteligência e Analise Criminal (Siac), mas a assessoria do órgão informou que novos casos ocorreram. A imprensa local contabiliza 34 mortes. Parte das pessoas foi morta em unidades de saúde, como postos e pronto socorros.
Em nota, a Segup informou que está tomando novas medidas para o enfrentamento da insegurança no Pará, especialmente na região metropolitana de Belém. As ações incluem ampliação do número de policiais militares em atividade.
Cerca de 800 agentes fortalecerão a rotina de policiamento, de acordo com a secretaria. Outra medida é a troca da empresa responsável pelo bloqueio de sinais de celulares em presídios, para efetivamente evitar que presos usem o equipamento para ordenar ataques. As informações são da Agência Brasil.
A Segup informou que a investigação sobre a morte da policial militar está a cargo da Divisão de Homicídios. As demais investigações estão sendo compartilhadas entre a Divisão de Homicídios e as delegacias dos bairros em que os fatos foram registrados. O Ministério Público do Pará (MP-PA) também informou que apura se houve omissão e negligência do Comando Geral da Polícia Militar na segurança da cabo.
Isto porque, a policial já havia denunciado que vinha sofrendo ameaças de morte, mas não chegou a receber proteção, segundo o MP. Se comprovada a omissão, a autoridade da PM encarregada da segurança da militar poderá ser processada por homicídio culposo.
Leia também: Região metropolitana de Belém teve cerca de 30 mortes desde domingo. http://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/ noticia/2018-05/regiao-metropolitana-de-belem-teve-cerca-de-30-mortes-desde-domingo

Deputado denuncia deficiências no campus da UFMA em Codó e cobra providências.

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As precárias condições de funcionamento do campus da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), no município de Codó, foram denunciadas, nesta quarta-feira (2), na Assembleia Legislativa, pelo deputado César Pires (PV). 

Após visitar o local atendendo à solicitação dos alunos, o parlamentar relatou que falta estrutura física e pedagógica adequada para o pleno desenvolvimento dos cursos universitários.


“Tenho uma vida de luta dedicada à educação e, por isso, sou extremamente demandado quando há algum problema no sistema educacional. Convidado a participar de uma reunião com os alunos, fiquei perplexo com o que vi. Como codoense e professor, relato, com muita tristeza, que o Campus da UFMA de Codó está agonizando e é necessário tomar medidas urgentes para não destruir os sonhos de tantos jovens”, declarou César Pires.


Ele relatou que os cursos da UFMA em Codó, inclusive o de Pedagogia, não têm professor de Libras, o que inviabiliza a inclusão de alunos surdos. Falta também outros professores, sobretudo de física, na estrutura do quadro docente daquele campus. “É lamentável que uma estrutura gigantesca como a de Codó funcione apenas em dois turnos e fique totalmente ociosa à noite”, ressaltou.

César Pires acrescentou que, embora seja de extrema relevância, as deficiências pedagógicas não são o único problema no campus de Codó. Segundo ele, dos 30 microscópios disponíveis no laboratório, que já são poucos em relação à demanda, só quatro estão funcionando de forma precária. O telhado necessita de reforma e os corredores ficam às escuras por não haver a reposição das lâmpadas.

“Há inércia, negligência e ineficácia de gestão. Em decorrência disso, um grande contingente de alunos clama, reclama e apela para a administração central da UFMA em São Luís, onde devem nascer, ser criadas e acionadas todas as ações, e não virar as costas para o campus de Codó”, enfatizou César Pires.

Ele finalizou propondo que a reitora da UFMA, Nair Portela, visite Codó para que possa ver, in loco, a fragilidade daquele campus universitário: “Enquanto alguns anunciam a implantação do curso de Medicina em nossa cidade, o que vejo ali é uma estrutura física destruída e a ausência de professores. Mas não podemos deixar morrer aquele sonho do povo codoense”.

Nota do blogueiro. Segundo relatos de discentes do curso de Letras Libras do Campus UFMA/Bacanga, emSão Luís também está faltando interpretes, situação que vem prejudicando os alunos surdos matriculados no respectivo curso.

Assecom / Dep. César Pires.

terça-feira, 1 de maio de 2018

Educação. A cada 1% a mais de jovens nas escolas, homicídios caem 2%, recordando notícia de 2016.

Apresentado numa quarta-feira, dia 11/05/2016, estudo do Ipea apontando a educação como a principal política social de redução dos assassinatos.

A educação é o passo inicial para a redução dos homicídios. Para cada 1% a mais de jovens entre 15 e 17 anos nas escolas, há uma diminuição de 2% na taxa de assassinatos nos municípios. 

Essa foi a principal conclusão da Nota Técnica Indicadores Multidimensionais de Educação e Homicídios nos Territórios Focalizados pelo Pacto Nacional pela Redução de Homicídios, apresentada na manhã desta quarta-feira, 11 de maio, no Ministério da Justiça, por Daniel Cerqueira, técnico de Planejamento e Pesquisa do Instituto. O estudo mapeou as condições educacionais nos territórios prioritários para focalização no âmbito do Pacto Nacional pela Redução de Homicídios (PNRH).

A pesquisa, que analisou a relação entre o número de homicídios e a qualidade das escolas localizadas em 81 municípios brasileiros, aponta a educação como a principal política social de redução dos assassinatos. “Esse estudo refletiu o que se produziu de melhor nos últimos 12 anos em relação à política pública. 

Um conjunto de instrumentos ajudou a repensar o uso da repressão como única forma de fazer segurança pública e a educação é uma delas”, afirmou o chefe de Gabinete do Ipea, Fábio de Sá e Silva.

A secretária nacional de Segurança Pública, Regina De Luca Miki, reforçou a necessidade de pensar políticas sociais que evitem que os crimes aconteçam. “Uma dessas políticas é a educação. Quando o Estado se ausenta, expõe os cidadãos à presença do crime.”


Concentração dos homicídios 

Para Daniel Cerqueira, a questão dos homicídios no Brasil merece, antes de qualquer coisa, ser focalizada. O pesquisador mostrou que os 81 municípios presentes no PNRH concentravam 22.776 homicídios (48,6% do total no país) em 2014, porém, com alta concentração em poucos bairros, 4.706. No Rio de Janeiro, por exemplo, 50% dos homicídios aconteceram em 10% dos bairros (17 bairros). “Um quarto dos homicídios no país estão localizados em 470 bairros. Dá pra gerenciar isso”, garantiu.


Entre outros fatores, Cerqueira ressaltou que o crime não é uma constante na vida do cidadão. “Existe um ciclo que começa por volta dos 12 ou 13 anos e vai até os 30. Se a pessoa não se envolveu até essa idade, dificilmente se envolverá”. Esse é um dos motivos da importância da escolarização. “Se o grupo de colegas dentro da escola é melhor do que aquele que o jovem tem fora, nas ruas, o comportamento dele tende a melhorar, o que acaba afastando-o das atividades criminais”, declarou o técnico do Ipea, acrescentando que as chances de homens com até sete anos de estudo sofrerem homicídio são 15,9 vezes maiores que aqueles com nível universitário.

A renda também influencia na diminuição dos homicídios. A expansão do programa Bolsa Família, associada ao aumento da escolarização de adolescentes entre 16 e 17 anos em situação de vulnerabilidade, ajudou a diminuir o número dos assassinatos. A pesquisa explica que isso acontece porque o aumento na renda da família reduz a necessidade de o adolescente envolver-se com o crime por motivações econômicas. 

Link do Estudo: http://www.ipea.gov.br/portal/index.php?option=com_content&view= article&id= 27714&Itemid=6

Link desta matéria: http://www.ipea.gov.br/portal/index.php?option=com_content&view =article&id=27724

Omissão do Estado em relação às unidades de conservação e controle judicial

quinta-feira, 26 de abril de 2018

Maranhão. MPF/MA pede a condenação da CEMAR por impactos causados na Terra Indígena Krikati.

Fonte: Secom/PGR
Acordo firmado em 2003 não repara os impactos econômicos e socioculturais sofridos pelo
 povo Krikati
O Ministério Público Federal no Maranhão (MPF/MA), por meio da Procuradoria da República em Imperatriz, propôs ação civil pública contra a Companhia Energética do Maranhão – Cemar por conta de acordo nulo e manifestamente insuficiente, firmado, em 2003, com o povo Krikati e a Fundação Nacional do Índio - Funai, em relação à passagem de linhas de transmissão de energia pela terra indígena Krikati.
Segundo a ação, o acordo de 2003 foi insuficiente, tanto do ponto de vista econômico quanto em termos socioculturais, a reparar e a mitigar os impactos por elas causados, o que é atestado por perícias produzidas pela assessoria técnica do Ministério Público Federal.
A ação destaca, ainda, que as linhas de transmissão foram instaladas sem diálogo prévio com a comunidade. Nesse ponto, o procurador Jorge Mauricio Klanovicz, autor da ação, destaca: “Essa falta de discussão viola o hoje consagrado direito de consulta livre, prévia e informada titularizado por povos indígenas diante de medidas capazes de afetá-los. Tal direito encontra-se inscrito no art. 6o da Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho, internalizada pelo decreto 5.051/2004 e dotada de status supralegal, na linha do entendimento do Supremo Tribunal Federal na matéria”.
O MPF/MA pede que a Cemar seja condenada a adotar novas medidas de compensação dos impactos, no valor de pelo menos R$ 6.375.529,04. Requer, também, a condenação ao pagamento de indenização por danos morais coletivos, no valor de R$ 1.000.000,00.
Entenda o caso
Desde 2003, tramita na Procuradoria da República no Município de Imperatriz o inquérito que tem por objetivo apurar os impactos decorrentes da passagem de duas linhas de transmissão da Cemar sobre a Terra Indígena Krikati. Após negociações, a Cemar, a Funai e o povo Krikati firmaram, em 07/08/2003, instrumento particular de transação extrajudicial relativamente à passagem de duas linhas de transmissão pelo território.
Nesse instrumento, a Cemar comprometeu-se a realizar algumas obras nas aldeias, a disponibilizar R$ 150.000,00, em cheque nominal, à associação Krikati,  a emitir documento de quitação de dívidas vencidas e a assegurar à comunidade direito de preferência em contratação de serviços de limpeza de faixa.
O Ministério Público Federal, porém, em função de não dispor de elementos técnicos sobre o valor da indenização devida, bem como sobre as medidas compensatórios a serem exigidas da Cemar, não concordou com o acordo. Destacou que ele, inclusive, estava implicando alienação de terra indígena, o que é vedado. A sentença que homologou o acordo acabou sendo anulada pelo Tribunal Regional Federal da 1a Região.
A ação agora proposta pelo MPF, então, a partir de perícias que demonstram a insuficiência do acordo, busca condenar a Cemar a adotar novas medidas de reparação e compensação dos impactos causados pelas linhas de transmissão.
Assessoria de Comunicação - Procuradoria da República no Maranhão - Tel: (98) 3213 -7161 - E-mail: prma-ascom@mpf.mp.br - Twitter: @MPF_MA.

Tecnologia de mísseis russos tornou obsoleta a Marinha de trilhão de dólares dos EUA.

Os tempos mudaram e os EUA não podem mais projetar seu poder militar como no Iraque. Esses dias acabaram.
Dmitry Orlov Дмитрий Орлов.

Traduzido por  Coletivo de tradutores Vila Vudu.

Os tempos mudaram e os EUA não podem mais projetar seu poder militar como no Iraque. Esses dias acabaram.
Pelos últimos 500 anos, as nações europeias – Portugal, os Países Baixos, Espanha, Grã-Bretanha, França e, por menos tempo, a Alemanha – conseguiram saquear todo o planeta, projetando o próprio poder naval sobre os mares e oceanos. Dado que grande parte da população mundial vive ao longo dos litorais, e muita gente comercia por água, navios armados que chegavam de repente, vindo ninguém sabia de onde, conseguiam pôr populações locais à mercê das próprias armas.

As armadas podiam saquear, impor tributos, punir o desobediente, e na sequência usavam os saques e os tributos para construir mais navios para aumentar o alcance dos respectivos impérios navais. Assim foi possível que um país pequeno, com poucos recursos naturais e poucas vantagens locais nativas, além de intolerância extrema e grande quantidade de doenças contagiosas, dominasse o planeta por meio milênio.

O herdeiro derradeiro desse projeto imperial naval são os EUA, que, com a nova adição de poder aéreo, e com sua enorme frota de porta-aviões e vastíssima rede de bases militares pelo mundo, parecem perfeitamente capazes de impor a Pax Americana ao mundo. De fato, pareceram capazes, isso sim – durante o curto período entre o colapso da União Soviética e a emergência de Rússia e China como novas potências globais e o subsequente desenvolvimento de novas tecnologias antinavios e antiaviões. Hoje, esse projeto imperial chegou ao fim.

Antes do colapso soviético, os militares dos EUA de modo geral não se atreviam a ameaçar diretamente aqueles países sobre os quais a União Soviética havia estendido sua proteção. Mesmo assim, ao usar o próprio poder naval para dominar rotas marítimas que transportavam petróleo, e insistindo que o óleo fosse negociado em dólares norte-americanos, os EUA conseguiam viver acima das próprias capacidades, graças à emissão de papéis de sua própria dívida denominados em dólares, e forçando países por todo o planeta a investir naqueles papéis.

Os EUA importaram o que bem quiseram, usando dinheiro emprestado, ao mesmo tempo em que exportavam inflação, pela expropriação das poupanças de todos os povos em todo o mundo. No processo, os EUA acumularam níveis absolutamente inacreditáveis de dívida nacional – além de tudo que jamais se viu, em termos tanto absolutos quanto relativos. Quando essa dívida-bomba finalmente explodir, ela espalhará devastação econômica para muito além das fronteiras dos EUA. E explodirá, sim, tão logo pare o bombeamento de riqueza em petrodólares, imposto ao mundo pela força naval e aérea dos EUA.

A nova tecnologia de mísseis da Rússia tornou fácil derrotar qualquer império naval. Antes, para combater uma batalha naval, era preciso ter navios que superassem os do inimigo em velocidade e poder de artilharia. A Armada Espanhola foi posta a pique pela Armada Britânica. Mais recentemente, passou a significar que só países cujo poder industrial equivalesse ao dos EUA poderiam sonhar, que fosse, com se opor militarmente aos norte-americanos. Hoje, isso mudou: os novos mísseis russos podem ser disparados de distâncias de milhares de quilômetros; nada consegue detê-los, e basta um daqueles mísseis para afundar um destróier, e apenas dois para afundar um porta-aviões. A Armada Norte-Americana pode hoje ser afundada, por alguém que nem precisa manter armada própria.



As dimensões relativas das economias dos EUA e Rússia, ou dos orçamentos de defesa são irrelevantes. Os russos podem fabricar mais mísseis hipersônicos muito mais rapidamente e por menor preço, que os norte-americanos conseguem fabricar mais porta-aviões.

Igualmente significativo é o desenvolvimento de novas capacidades de defesa aérea, pela Rússia: os sistemas S-300 e S-400, que podem, na essência, vedar completamente o espaço aéreo de um país. Onde quer que esses sistemas sejam usados, como na Síria, as forças dos EUA são mantidas à distância, não importa o que tentem. 

Com sua superioridade naval e aérea evaporando rapidamente, tudo que resta aos EUA é voltar ao uso de vastas forças expedicionárias – opção politicamente impalatável e que já se provou inefetiva no Iraque e no Afeganistão. Há também a opção nuclear, e se não parece provável que o arsenal nuclear seja neutralizado em futuro próximo, é também verdade que as armas nucleares só são úteis como ferramentas de contenção. O valor especial dessas armas está em impedir que as guerras escalem além de dado ponto, mas esse ponto está localizado depois do fim da dominação global naval e aérea. Armas nucleares são muito piores que apenas inúteis e porque aumentam o compromisso agressivo contra oponente armado com armas nucleares: elas implicam invariavelmente um movimento suicidário. 

O que os EUA hoje enfrentam é essencialmente um problema financeiro de uma dívida impagável, e de uma bomba que deveria bombear riqueza alheia, mas já não funciona; e deveria ser gritantemente óbvio que detonar uma bomba atômica em algum ponto do mundo jamais resolverá os problemas de um império que rachará pelo meio.

Eventos que sinalizam mudanças vastíssimas, mudanças que inauguram uma nova época frequentemente parecem menores quando vistos separadamente, fora de contexto. Júlio Cesar atravessar o Rubicão foi apenas atravessar um rio; tropas soviéticas e norte-americanas reunidas e confraternizando no rio Elba foi, em termos relativos, evento menor – nada que nem de longe se compare ao sítio de Leningrado, à batalha de Stalingrado ou à derrubada do muro de Berlin. Mesmo assim aqueles eventos 'menores' sinalizaram mudança de proporções tectônicas na paisagem histórica. 

É possível que tenhamos acabado de presenciar algo similar, na recente, pateticamente mínima Batalha de Gouta Leste na Síria, onde os EUA usaram um incidente encenado, de suposto uso de armas químicas, como pretexto para lançar ataque também encenado contra algumas pistas de pouso e alguns prédios na Síria. O establishment da política exterior dos EUA queria mostrar que ainda faria grande diferença, que ainda teria papel a desempenhar. Mas o que se viu foi que o poder naval e aéreo dos EUA já é, comprovadamente, quase totalmente imprestável.

Claro que essa é notícia terrível para os dois establishments, militar e de política exterior dos EUA, bem como para vários deputados e senadores em cujos distritos operem empresas fornecedoras para os militares ou onde se localizem bases militares dos EUA. Claro que essa notícia também é péssima notícia para os fornecedores do Departamento de Defesa, para quem trabalha nas bases militares e para muitas outras pessoas. E é notícia simplesmente abominável no campo da economia, dado que o dinheiro gasto na defesa é praticamente o único meio efetivo de estímulo econômico acessível para o governo dos EUA em termos políticos. Os empregos prontos de Obama, "só faltando o acabamento" [ing. shovel-ready jobs], se vocês recordam, nada fizeram para minorar a queda dramática da fatia correspondente ao trabalho, que não passa de eufemismo, para a queda real da taxa de emprego real. Há também o magnífico plano para enfiar montanhas de dinheiro na SpaceX de Elon Musk (ao mesmo tempo em que o país continua a comprar dos russos motores vitalmente importantes para foguetes –, bem quando a Rússia já discute bloquear a importação desses itens para os EUA, como retaliação contra mais sanções dos EUA). Em resumo, tire o estímulo que lhe dá a Defesa, e a economia dos EUA fará blup, seguido de um pffff, que diminuirá gradualmente até se extinguir.

Desnecessário dizer, todos os envolvidos farão de tudo para negar ou esconder pelo maior tempo possível o fato de que os establishments de política exterior e de defesa dos EUA já foram completamente neutralizados. 

Prevejo que o império aéreo e naval dos EUA não desabará porque seja derrotado militarmente, nem será desmantelado tão logo todos se deem conta de que se tornou imprestável. Não, em vez disso, será forçado a restringir suas operações por falta de dinheiro. Talvez ainda se ouçam alguns bangs estridentes, antes que desistam, mas o que mais se ouvirá serão choramingas. Assim se foi a URSS. Assim também se irão os EUA.

Muito obrigado a Tlaxcala

Data de publicação do artigo original: 21/04/2018


domingo, 22 de abril de 2018

Autismo. Carta aberta a Flávio Dino e Edivaldo de Holanda Júnior…

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Mãe de autista chama a atenção para o descaso do poder público e cobra do prefeito e do governador políticas públicas de inclusão e atenção aos portadores do transtorno.

Por Poliana Gatinho
Senhores,
Meu nome é Poliana Silva Gatinho, mãe de João Lucas (2 anos), que em agosto de 2017 foi diagnosticado como portador de TEA (Transtorno do Espectro Autista), um transtorno neurológico que afeta o desenvolvimento ainda na primeira infância e compromete três grandes áreas: interação social, comunicação e comportamento.
No fim dos anos 80, uma a cada quinhentas crianças era diagnosticada com autismo. Hoje, a proporção é de uma para cada 68. O significativo aumento chamou atenção até da ONU (Organização das Nações Unidas), que classificou o distúrbio como uma questão de saúde pública mundial.
Essa qualificação da ONU possibilita maiores investimentos do poder público no tratamento e acolhimento dos autistas.
 A medicina e a ciência de um modo geral sabem muito pouco sobre o autismo, descrito pela primeira vez em 1943 e somente em 1993 incluído na Classificação Internacional de Doenças (CID 10) da Organização Mundial da Saúde, como sendo um transtorno invasivo do desenvolvimento. Muitas pesquisas ao redor do mundo tentam descobrir causas, intervenções mais eficazes e a tão esperada cura.
Atualmente diversos tratamentos podem garantir qualidade de vida à pessoa com autismo.
No Brasil apenas em 2012, após 2 longos anos de luta de uma mãe de autista chamada Berenice Piana, foi sancionada  a lei Nº 12.764, finalmente reconhecendo o autismo como uma deficiência e instituindo a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista. Antes dessa lei, o autista ficava à margem das políticas públicas e nem era considerado uma pessoa com deficiência.
Nós, pais de autistas, temos lutado para que o Brasil possa caminhar rumo à inclusão dessas pessoas especiais, que precisam ser olhadas com todo o cuidado que sua condição requer. Infelizmente, ainda estamos longe de um olhar institucional. Até a escola, responsável não apenas por educar, como também socializar, está completamente despreparada para receber essas crianças.
Penso que se cada político tivesse ao menos 1 filho com alguma necessidade especial, certamente teríamos um País mais humano e plural.  Fala-se muito em empatia, mas é notório que só se consegue entender as dificuldades das pessoas com necessidades especiais, quando  se faz parte dessa comunidade, quando se sente o problema na pele.
Senhor governador, senhor prefeito,
O Governo tem trabalhado ações pontuais que sem dúvida ajuda no processo de inclusão. Em 2017 inaugurou a casa Ninar e o Centro de Reabilitação do Olho D’água. A Prefeitura também avançou. Em fevereiro de 2018 inaugurou o Centro Dia para Crianças com Deficiência. Ações boas e importantes, porém, a Ninar tem como púbico alvo crianças com microcefalia, O CER do Olho Dágua tem vaga para autistas, mas fica-se numa fila de espera sem perspectiva alguma de início do tratamento.
Assim que tive o diagnóstico do meu filho, em agosto de 2017, de pronto fui até o CER do Olho d‘Água e o cadastrei. Já se passaram oito meses de espera e nada, o que aumenta a minha angústia, porque a intervenção precoce pode dar mais chances de a criança ter uma vida razoavelmente normal.
Meu filho enfrenta problemas, que vão desde a qualidade de sono, de alimentação, de percepção e tantas outras dificuldades que só vendo pra crer. As estatísticas apontam que mais de 90 por cento de crianças nessa situação estão  nas escolas, nos lares sem diagnóstico,  quem sabe até apanhando, sendo rejeitadas, porque algumas crises podem ser comparadas a birras e famílias sem um bom nível de informação podem não saber como lidar com esses anjos.
É inadiável ter um local de acolhimento para elas. Como virei uma pesquisadora inveterada, descobri que justamente na cidade onde mora a co-autora da Lei do Autismo, Berenice Piana, Itaboraí-RJ, já existe uma clínica-escola para autistas, com o propósito de dar o diagnóstico precoce, que é um direito assegurado na lei, e preparar o autista para enfrentar as suas dificuldades.
A intenção do projeto da clínica-escola não é segregar, mas preparar aquela criança para frequentar uma escola regular, e também através dela poderão ser realizadas palestras, oficinas, seminários e todo o planejamento necessário para a efetivação na prática da Lei 12.764.
Senhor Flávio Dino,
Encheu-me de esperança a inauguração do Centro Dia, porém fui até lá e entendi que  autistas não são o público prioritário, e sim portadores de microcefalia. Além do que o foco do programa é apenas a recreação e o acolhimento, que também são importantes, mas não trabalha com terapias. 
Depois que descobri a clínica-escola de Itaboraí-RJ, já até me imaginei morando naquela cidade e pela primeira vez, nessa minha jornada de 34 anos de vida, senti a necessidade de sair do Maranhão, pra ter um lugar onde meu filho possa receber o tratamento apropriado. Mas aí pensei:  nasci no Maranhão, João nasceu no Maranhão, é aqui que temos que lutar para que nossos direitos sejam assegurados. Lutar por João é lutar também por cada autista, com direito a tratamento justo, como qualquer cidadão em necessidade.
Senhores Flávio Dino e Edivaldo Junior,
Precisamos de uma política pública de inclusão séria e peço uma atenção especial ao autismo, justamente por tudo que já relatei. Itaboraí  é referência no tratamento aos autistas, é uma cidade de pouco mais de 200 mil habitantes, sua moradora ilustre a senhora Berenice Piana não daria conta sozinha de montar e estruturar um projeto desse porte, só aconteceu porque o gestor municipal entendeu a necessidade e está tratando a política de inclusão de autistas com a urgência e cuidado que o problema requer.
Assim como Itaboraí tem a Berenice, o Maranhão tem pais lutadores que podem dar as mãos e seguir nessa caminhada, dos quais cito dois, para quem tiro o chapéu, pois saíram do luto e abraçaram a luta: William Gomes, que em 2006, devido às necessidades do seu filho, ajudou a fundar  a AMA( Associação Maranhense dos Amigos do Autista); e Luise Winkler Mattos, que em 2012, também após o diagnótico de seu filho, criou o grupo Ilha Azul, ambos têm se mobilizado e feito muito pelo acolhimento dos pais, com palestras, orientações, projetos, mas tudo de forma muito tímida, dentro de suas possibilidades.
Esses grupos, se contarem com o apoio do poder público, podem, a exemplo do que acontece em Itaboraí, colocar o Maranhão como referência para o Brasil e para o mundo, no tratamento do autismo. Fica aqui o meu apelo não só aos senhores Flávio Dino e Edivaldo Holanda, mas também aos pais de autistas, para que somem esforços conosco nesta cruzada a favor de nossas crianças. Elas precisam de todos nós e também representam o futuro.

Matéria copiada d blog do marco deca. https://www.marcoaureliodeca .com.br/2018/04/22/carta-aberta-a-flavio-dino-e-edivaldo-de-holanda-junior/