terça-feira, 24 de julho de 2018

Leite longa vida tem um acréscimo de até 20% no preço final.

E os responsáveis por industria de laticínios e pecuaristas dizem que problema pode agravar-se.
Em tempos de desemprego em massa o aumento do leite tipo longa vida  e seus derivados pode retirar mais um produto indispensável na cesta básica das famílias principalmente nas favelas e periferias.
A  grave crise  no mercado de trabalho tem levado famílias  ao enfrentamento de dificuldades para alimentar-se e pagar as contas, e o aumento de laticínios  surge como mais um fator de preocupação.
O leite tipo longa vida, aumentou cerca de 16% por todo o país e no sul chegou a 20%. Entidades representantes de pecuarista, afirmam que a expansão do preço durante o inverno é considerada normal, no entanto a greve dos caminhoneiros ocorrida no inicio do ano foi um fator preponderante para o agravamento do cenário conjuntural.
Segundo representantes do setor o aumento de preços no inverno é costumeiro, pois neste período ocorre a diminuição das pastagens, que servem de alimento aos animais o que dificulta a produção e diminui consideravelmente os estoques do produto.
Este ano com o evento da greve dos caminhoneiros pecuarista foram obrigados a dispensar uma quantidade importante da produção e estes estoques estão mais baixos que nos anos anteriores. Estes fatores servem de insumo para os preços.  Eles ressaltaram que  a situação dos preços deve normalizar-se em outubro próximo, quando o nível da produção de estabilizar-se.
Mais um produto na mesa que ficara com um gosto bem salgado.

FAO premia mulheres maranhenses que preservam cultivo tradicional do babaçu.

Há 25 anos, a Associação de Mulheres Trabalhadoras Rurais (AMTR) do Médio Mearim, no estado do Maranhão, implementam práticas de exploração sustentável dos babaçus, um tipo de palmeira que ajuda na conservação da biodiversidade regional. A iniciativa do grupo de 102 agricultoras, espalhadas por 14 comunidades, foi a vencedora do Prêmio de Boas Práticas para Sistemas Agrícolas Tradicionais, da FAO e do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Há 25 anos, a Associação de Mulheres Trabalhadoras Rurais (AMTR) do Médio Mearim, no estado do Maranhão, implementam práticas de exploração sustentável dos babaçus, um tipo de palmeira que ajuda na conservação da biodiversidade regional. A iniciativa do grupo de 102 agricultoras, espalhadas por 14 comunidades, foi a vencedora do Prêmio de Boas Práticas para Sistemas Agrícolas Tradicionais, da FAO e do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Durante a cerimônia de premiação, na semana passada (18), em Brasília, o representante da FAO no Brasil, Alan Bojanic, ressaltou a importância do concurso para preservar e dar visibilidade a conhecimentos ancestrais. “É uma oportunidade de valorizar o que muitas vezes não é reconhecido”, afirmou o dirigente.
As mulheres dos babaçuais maranhenses conservam práticas sustentáveis de extrativismo e agroecologoia. As plantações familiares combinam o cultivo do babaçu com o de outras culturas, como arroz, feijão e milho. A estratégia tem gerado renda para as famílias, garantindo a segurança alimentar e a proteção do meio ambiente. No final dos anos 90, a associação criou uma fábrica de sabonetes de babaçu.
Para as participantes da iniciativa, as palmeiras de babaçu são a “árvore da vida”, pois, além de serem elementos fundamentais dos arranjos produtivos, contribuem para a conservação da biodiversidade e das nascentes. O cooperativa do Médio Mearim concorreu com outras 47 inscrições de diferentes regiões do Brasil.
Os cinco primeiros colocados receberam um prêmio no valor de 70 mil reais. Os outros dez mais bem classificados ganharam um prêmio de 50 mil. Os cinco projetos no topo da competição foram:
  • “Protagonismo das Mulheres de Fibra do Médio Mearim”, da Associação de Mulheres Trabalhadoras Rurais (AMTR), em Lago do Junco/MA;
  • “A Autodemarcação e Gestão do Território Tradicional dos Vazanteiros de Pau Preto”, da Associação dos Produtores Rurais de Vereda, em Matias Cardoso/MG;
  • “Feira de Troca de Sementes e Mudas das Comunidades Quilombolas do Vale do Ribeira”, da Associação dos Remanescentes de Quilombo de São Pedro, em Eldorado/SP;
  • “Feira da Mandioca de Imbituba”, da Associação Comunitária Rural de Imbituba (ACORDI), em Imbituba/SC; e
  • “Recaatingamento”, do Instituto Regional da Pequena Agropecuária Apropriada (IRPAA), em vários municípios da Bahia.
Os Sistemas Agrícolas Tradicionais (SAT) são conjuntos de elementos que incluem desde os saberes, mitos, formas de organização social, práticas, produtos, técnicas e artefatos e outras manifestações associadas. Combinados, esses aspectos criam manifestações culturais que envolvem espaços, práticas alimentares e agro-ecossistemas manejados por povos e comunidades tradicionais e por agricultores familiares.
O prêmio da FAO e do BNDES conta com o apoio do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA) e da Secretaria Especial de Agricultura Familiar e Desenvolvimento Agrário (SEAD).

Mesmo preso, deputado tem candidatura à reeleição homologada em SC.

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Mesmo cumprindo prisão em regime semiaberto, o deputado João Rodrigues (PSD-SC) teve seu nome homologado na convenção estadual do PSD, realizada neste sábado (21), para disputar novo mandato no pleito deste ano. A candidatura, no entanto, ainda depende de decisão judicial para ser registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
O parlamentar foi condenado a cinco anos e três meses de reclusão em regime semiaberto pelo Tribunal Regional Federal (TRF) da 4ª Região. Atualmente, Rodrigues tem autorização do Supremo Tribunal Federal (STF) para trabalhar durante o dia na Câmara dos Deputados.
Para registrar a candidatura, João Rodrigues aguarda o julgamento, pelo STF, de recurso contra sua condenação no qual alega que o processo está prescrito e que não houve danos ao erário. O deputado foi condenado por fraude e dispensa irregular de licitação para a compra de uma retroescavadeira, em 1999, quando era vice-prefeito de Pinhalzinho, em Santa Catarina, e assumiu a prefeitura interinamente por 30 dias.
“Eu não pratiquei o crime, o meu processo é uma coisa absurda. O meu recurso não foi aceito, e foi expedido o mandado de prisão imediatamente. Sou o único condenado em única instância, lá [no TRF4] foi por 3 votos a 2 em 2009. Quando condenado, o acórdão dizia que, mesmo não havendo danos ao erário público, os atos não foram praticados por mim", disse o deputado.

"O STF não reconheceu meu recurso, mas o relator [ministro Luiz] Fux pediu minha absolvição por não ter danos ao erário. O processo está prescrito, não há outro resultado a ser a extinção dele”, disse Rodrigues à Agência Brasil

Segundo o deputado, a expectativa é que o julgamento do recurso seja pautado no retorno das atividades da Suprema Corte, em recesso até o dia 1º de agosto. “Sou um presidiário hoje, mas vou disputar eleição. Saio direto da cadeia para disputar as eleições”, afirmou o parlamentar. 
O PSD homologou, na convenção de sábado, o nome de 12 candidatos a deputado federal e 28 a deputado estadual.
Conselho de Ética
No último dia de atividades antes do recesso parlamentar, o processo contra Rodrigues foi arquivado por unanimidade no Conselho de Ética da Câmara. No entendimento do colegiado, o deputado catarinense é inocente das acusações pelas quais foi condenado.
Além de Rodrigues, o conselho arquivou o processo contra o deputado Celso Jacob (MDB-RJ). Ele foi condenado em 2006 por falsificação de documento público e dispensa irregular de licitação quando era prefeito de Três Rios, no Rio de Janeiro. 
A pena de Jacob é de sete anos e dois meses em regime semiaberto. No início do cumprimento da pena, ele foi autorizado a exercer o mandato na Câmara durante o dia e a retornar ao presídio no período noturno. O benefício, contudo, foi revogado. Mesmo com decisão já transitada em julgado, o deputado pediu a revisão da condenação. Atualmente, Celso Jacob cumpre a pena em regime aberto.
Edição: Nádia Franco.

segunda-feira, 23 de julho de 2018

Maranhão. MP Eleitoral recomenda que igrejas não promovam propaganda antecipada.

Arte em forma retangular com fundo azul e a inscrição Eleições.
Recomendação, que objetiva manter o equilíbrio nas eleições, foi enviada a dirigentes de entidades religiosas e partidos políticos.
O Ministério Público Eleitoral (MP Eleitoral) no Maranhão enviou recomendação aos capelães religiosos do estado, aos diretórios estaduais de partidos políticos e aos principais dirigentes de entidades religiosas, orientando qualquer pessoa que represente liderança de uma religião, a não promover ou participar de atividades que possam ser entendidas como propaganda eleitoral ou emprego de recursos dos templos religiosos em prol de determinadas candidaturas, especialmente nos locais de cultos.

Segundo o MP Eleitoral, a recomendação - que se destina à orientação de padres, sacerdotes, clérigos, pastores, ministros religiosos, presbíteros, epíscopos, abades, vigários, reverendos, bispos, pontífices ou qualquer representante religioso - leva em consideração o entendimento, firmado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), de que a propaganda eleitoral em prol de candidatos feita por entidade religiosa, ainda que de modo velado, pode caracterizar abuso de poder econômico e, por isso, deve ser uma prática vedada.

Para o procurador regional eleitoral Pedro Henrique Castelo Branco, a utilização dos recursos dos templos pode causar desequilíbrio na igualdade de chances entre os candidatos, o que poderia atingir gravemente a normalidade e a legitimidade das eleições e, até mesmo, levar à cassação do registro ou do diploma dos candidatos beneficiados, se eleitos.
Assessoria de Comunicação - Procuradoria da República no Maranhão - Fone: (98) 3213-7137 - E-mail: prma-ascom@mpf.mp.br - Twitter:@MPF_MA.


domingo, 22 de julho de 2018

Acidente. Ônibus com 42 integrantes de uma equipe de futebol do Verona de Bacabal tomba próximo a Barra do Corda. Há relatos de 2 mortos e feridos.


Está circulando em grupos de whats app a informação de um grave acidente que aconteceu no inicio desta noite próximo a cidade de Barra do Corda, próximo ao Povoado Dois Irmãos. 

Segundo relatos um ônibus que conduzia jogadores de um time de futebol juvenil da cidade de Bacabal e demais integrantes da equipe tecnica, segundo relato de testemunha um corolla colidiu no pneu dianteiro fazendo o onibus sair da pista e tombar no acostamento da Rodovia BR-226.


Segundo relatos ainda não confirmados, havia 42  ocupantes no ônibus acidentado, o motorista e 41 passageiros, até o presente momento, circula a informação de duas mortes no acidente. As vítimas fatais seriam: o adolescente Diego Ruan, de 16 anos, e Ivanildo dos Santos Sousa, 48 anos, treinador e responsável pela equipe. 



Há relatos de vários feridos que estão sendo conduzidos para a Upa de Barra do Corda e demais hospitais da região.

Atualização: Um acidente envolvendo um carro de passeio e um ônibus transportando um time de futebol sub-17 do Verona deixou dois mortos e deixando três  feridos na BR-226, em Barra do Corda.

As vítimas fatais foram identificadas como Ivanildo do Santos Sousa, de 48 anos, e Diego Ruan, 16. Eles eram passageiros do ônibus.
Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), a condutora do carro de passeio teria tentado realizar uma ultrapassagem em trecho não permitido e acabou colidindo na lateral do ônibus que tombou.
O acidente aconteceu por volta das 19h. O ônibus fazia linha da cidade de Caldas Novas(GO) para cidade de Bacabal(MA) transportando time de futebol sub-17 do Verona com 50 integrantes formada por jogadores comissão técnica.
A primeira guarnição do Corpo de Bombeiros Militar deslocada da cidade de Trizidela do Vale iniciou os trabalhos de retirada de duas vitimas masculina que estavam presas as ferragens sendo posteriormente auxiliada pelas equipes de resgates do 6BBM(Bacabal) e 5BBM(Caxias).
A operação de resgate contou com o apoio de 13 bombeiros militares, quatro viaturas, sendo duas ambulâncias e duas caminhonetes. As demais vitimas foram conduzidas para Hospital Regional de Presidente Dutra.

Lula Livre * Lula Livro. Livro manifesto pedindo a liberdade de Lula sai essa semana

Livro manifesto pedindo a liberdade de Lula sai essa semana.

por Jornalistas Livres21 julho, 2018.

Organizado por Ademir Assunção e Marcelino Freire, o livro-manifesto Lula Livre * Lula Livro, será lançado essa semana e traz textos e fotos de gente como Aldir Blanc, Alice Ruiz, Augusto de Campos, Chacal, Chico Cesar, Chico Buarque, Eric Nepomuceno, Frei Betto, Ferréz, Glauco Matosso, Jotabê Medeiros, Laerte, Raduan Nassar, Sérgio Vaz e muitos outros. O fotógrafo Juvenal Pereira anunciou o lançamento em sua página do Facebook

Veja abaixo: Esta foto que fiz em 1989 (quando trabalhava na Folha de S Paulo) foi na reunião do PT em Cajamar – SP e foto da capa, são as duas fotografias que vão estar no livro LULA LIVRO – UM MANIFESTO.

Contente em participar mais uma vez das pelejas do Lula.

É mais do que um livro. É um livro-manifesto.

São 86 poetas, escritores e cartunistas, de todas as regiões do Brasil, se posicionando contra a farsa jurídica, política e midiática que resultou na prisão política do ex-Presidente Lula. 

Contra a continuidade do golpe de 2016.

Contra o retrocesso político, social, cultural e mental em curso no Brasil.

Haverá um pré-lançamento no dia 28, na Casa Paratodos, no Circuito Off-Flip, em Paraty.

Estão sendo organizados também lançamentos em São Paulo e na Vigília Lula Livre, diante do prédio da Polícia Federal, em Curitiba, na primeira semana de agosto.

Até quarta-feira será lançada uma página na internet com todas as obras do livro, informações e PDFs da capa e miolo para quem quiser fazer download e compartilhar.

Material em inglês já está sendo preparado para divulgação junto à imprensa internacional.

Ao barulhaço pela liberdade de Lula.

https://jornalistaslivres.org/lulalivre-lulalivro/
Link: https://jornalistaslivres.org/lulalivre-lulalivro/

Rolê pelo lado selvagem. Trump encontra Putin na Estação Finlândia.

Russian President Vladimir Putin, right, offers a ball from the 2018 football World Cup to US President Donald Trump during their joint press conference after a meeting at the Presidential Palace in Helsinki, on July 16, 2018. Photo: AFP/ Yuri Kadobnov

17/7/2018, Pepe Escobar, Asia Times.

“Todo mundo tinha de pagar e pagava um michê aqui, um michê ali” - Rolê pelo lado selvagem (Lou Reed).


“O outro elemento do gênio de Marx é uma intuição psicológica peculiar: ninguém jamais enxergou com olhos tão implacáveis a infinita capacidade humana de não perceber ou de encarar com indiferença a dor que infligimos aos outros, quando temos oportunidade de tirar algum lucro, da dor infligida” (WILSON, Edmund, Rumo à Estação Finlândia. Escritores e Atores da História, trad. Paulo Henrique Brito. São Paulo: Companhia das Letras, 1972).*
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“A Guerra Fria é coisa do passado”. Quando o presidente Putin disse tal coisa, nos comentários preliminares à conferência de imprensa que os dois presidentes, Trump e Putin deram em Helsinki, já era claro que não poderia durar. Não depois de tamanho investimento, dos conservadores norte-americanos, na Guerra Fria 2.0.

Russofobia é indústria que opera 24 horas/dia, 7 dias/semana, e inclui tudo e todos, também a mídia-empresa vassala, que permanece lívida de fúria ante a “amaldiçoada” conferência conjunta Trump-Putin. Trump está em “colusão” com a Rússia. Traidor. Como pode o presidente dos EUA promover a “equivalência moral” com um escroque de fama mundial”?

Não faltaram oportunidades para surto de indignação apoplética.

Trump: “Nosso relacionamento jamais foi pior do que hoje. Mas isso mudou. Agora mesmo, há cerca de quatro horas.”

Putin: “Os EUA poderiam ser mais firmes e dar jeito naquela liderança ucraniana”.

Trump: “Nunca houve colusão. Ganho de Hillary Clinton, fácil, em qualquer eleição.”

Putin: “Devemos nos guiar por fatos. Quem pode apontar um fato, um, que seja, que prove que houve colusão? A coisa toda não passa de sandices.”

E aí, o direto na orelha: o presidente da Rússia grita “é blefe” ao [Conselheiro Especial] Robert Mueller. Diz que se oferece para interrogar os russos acusados de interferir em eleições nos EUA, desde que Mueller encaminhe a Moscou um pedido oficial. OK. E, em troca, a Rússia apreciaria que os EUA consultassem o próprio povo, sobre se há algum crime de que Moscou possa ser acusada.

Trump acertou no fundo do gol, quando lhe perguntaram em quem acreditava: na inteligência dos EUA, que concluiu que a Rússia interferira na eleição, ou em Putin, que nega qualquer interferência. “Se o presidente Putin diz que não foi a Rússia, não vejo razão para supor que tivesse sido.”

E como se não bastasse, dobrou a aposta, e falou, ele, sobre o servidor do Comitê Democrata Nacional. “Queria muito ver o tal servidor. Que fim levou? Onde está? Onde está o servidor e o que diz aquele servidor?”

Era inevitável, e aconteceu, que um encontro de cúpula crucialmente importante entre os presidentes da Rússia e dos EUA acabaria sequestrado pela demência do ciclo ‘noticioso’ nos EUA.

Trump não se abalou. Ele sabe que os discos rígidos do computador do Comitê Democrata Nacional – de onde teriam sido ‘hackeados’ os tais ‘dados’ – simplesmente “sumiram” quando estavam sob custódia da inteligência dos EUA, FBI incluído. Ele sabe que seria necessária largura de banda muito maior para transferir arquivos, do que tudo que algum hacker poderia ter, naquele prazo. Foi um vazamento: os dados foram baixados para um flash-drive.

Além do mais, Putin sabe que Mueller sabe que jamais conseguirá arrastar 12 agentes da inteligência russa até um tribunal nos EUA. Assim sendo, a tal acusação – já desqualificada – anunciada apenas três dias antes da reunião de Helsinki, não foi senão uma granada de mão judicial preventiva.

Não surpreende que John Brennan, ex-diretor da CIA no governo de Obama, esteja furioso. “A conferência de imprensa de Donald Trump em Helsinki já supera os limites do que se define como ‘crime e transgressão grave’. Estamos diante de traição. Não é só que os comentários de Trump foram imbecis: ele está na gaveta de Putin.”

Como se ligam Síria e Ucrânia
Mas há razões para que se possa esperar pelo menos pequenos avanços nos três fronts em Helsinki: uma solução para a tragédia síria; um esforço para limitar as armas nucleares e salvar o Tratado das Forças Nucleares de Alcance Intermediário assinado em 1987 por Reagan e Gorbachev; e um movimento para normalizar as relações EUA-Rússia, afastando a Guerra Fria 2.0.

Trump sabia que nada tinha a oferecer a Putin para negociar alguma coisa na Síria. O Exército Árabe Sírio controla agora virtualmente 90% do território nacional. A Rússia está firmemente plantada no Mediterrâneo Oriental, especialmente depois de assinar acorde de 49 anos com Damasco.

Mesmo considerando menções cautelosas a Israel feitas pelos dois lados, Putin com certeza não aceitou forçar o Irã para fora da Síria.

Não parece que esteja em andamento alguma “grande barganha” que envolva o Irã. O principal conselheiro do Aiatolá Khamenei, Ali Akbar Velayati, esteve em Moscou na semana passada. A entente cordiale Moscou-Teerã parece inabalável. Ao mesmo tempo, como Asia Times apurou, Bashar al-Assad disse a Moscou que pode até concordar com a saída do Irã, mas em troca de Israel devolver as colunas sírias do Golan ocupadas por Israel. O status quo, portanto, não mudou.

Putin mencionou que os dois presidentes discutiram o acordo nuclear iraniano (ing. Joint Comprehensive Plan Of Action] e que, essencialmente, concordam empenhadamente em discordar. O secretário de Estado Mike Pompeo e o secretário do Tesouro Steven Mnuchin redigiram carta em que formalmente rejeitam um apelo para criar exceções nas sanções, em finanças, energia e atenção à saúde, enviado por Alemanha, França e Grã-Bretanha. Máximo bloqueio econômico continua a ser o nome do jogo. Putin pode ter convencido Trump das possíveis graves consequências de um embargo dos EUA sobre o petróleo iraniano e, mesmo, de um cenário (implausível) de Teerã bloquear o Estreito de Ormuz.

Julgando-se pelo que disseram os dois presidentes e por tudo que vazou até agora, Trump pode não ter oferecido reconhecimento explícito da Crimeia como território russo, nem qualquer alívio das sanções ligadas à Ucrânia.

O que parece razoável é visualizar um balé de palavras, extremamente delicado, em termos do que foi realmente discutido com relação à Ucrânia. Mais uma vez, a única coisa que Trump poderia oferecer no caso da Ucrânia seria algum alívio nas sanções. Mas para a Rússia as apostas são muito mais altas.

É sabido que Putin vê o Sudeste Asiático e a Europa Oriental como completamente integrados. A bacia do Mar Negro é onde se cruzam Ucrânia, Turquia, Europa Oriental e o Cáucaso. Ou, em termos históricos, aí é para onde convergiam os impérios russo, otomano e dos Habsburgo.

Um Mar Negro Expandido implica convergência geopolítica do que está acontecendo na Síria e na Ucrânia. Por isso só um pacote geral interessa ao Kremlin. Não é por acaso que Washington identifica esses dois nodos e trata-os como um – desestabilizar Damasco e virar as mesas em –, para causar problemas para Moscou.

Putin sabe que Síria estável e Ucrânia estável são essenciais para aliviar o peso, para os russos, nos negócios com os Bálcãs e os países do Báltico. Voltamos mais uma vez à encruzilhada geopolítica clássica, o Intermarium (“entre os mares”). É ultra contestado ‘cinturão’ da Estônia ao norte, até a Bulgária no sul – e até o Cáucaso no leste. Mais uma vez, sempre foi moldura onde se travavam as disputas entre Alemanha e Rússia. Agora é moldura para as disputas entre EUA e Rússia.

Num eco fascinante da reunião de cúpula em Helsinki, estrategistas ocidentais perdem o sono apostando se a Rússia será capaz ou não de “Finlandizar” toda a área periférica.

E isso nos leva, inevitavelmente, ao que se pode chamar de A Questão Alemã. Qual o principal objetivo de Putin: relacionamento comercial bem próximo e estratégico com a Alemanha (o business alemão a favor)? Ou algum tipo de entente cordiale com os EUA? Diplomatas da União Europeia em Bruxelas dizem abertamente que por baixo dos raios e trovoadas, esse é o graal santo entre os santos.

Rolê pelo lado selvagem
O excerto hoje já famoso de uma entrevista de Trump em seu campo de golfe em Turnberry, Escócia, antes de Helsinki, pode oferecer algumas pistas.

“Bem, acho que temos muitos inimigos. Acho que a União Europeia é inimiga, pelo que nos faz no comércio. Ninguém pensaria na União Europeia como inimiga, mas sim, é nossa inimiga. Em alguns aspectos, a Rússia é inimiga. A China é inimiga, economicamente, certamente é inimiga. Mas não significa que sejam más. Não significa coisa alguma. Só significa que são competitivas.”

Putin com certeza sabe disso. Mas até Trump, apesar de não ser estrategista Clausewitziano, pode ter tido uma intuição de que a ordem liberal pós-Segunda Guerra Mundial, construída por EUA hegemônicos e dependentes da permanente hegemonia militar dos EUA sobre a massa terrestre eurasiana e uma Europa vassala, está em dissolução.

Com Trump bombardeando esses Estados Unidos da Europa com acusações de que seriam “competidores “injustos” dos EUA, é essencial ter em mente que a ideia dessa reunião de cúpula em Helsinki foi da Casa Branca, não do Kremlin.

Trump trata a União Europeia com indisfarçado desdém. Ele adoraria que a UE se dissolvesse. Seus “parceiros” árabes podem ser facilmente controlados pelo medo. Já declarou guerra econômica à China, literalmente, com o vagalhão de tarifas – apesar de o FMI ter alertado que há o risco de a economia global perder cerca de $500 bilhões nesse processo. E está diante do absolutamente inafastável intratável eixo China-Rússia-Irã de integração da Eurásia, que absolutamente não se dissolverá no ar.

Assim, era absolutamente imprescindível conversar com Putin, “escroque de fama mundial” – na terminologia dos suspeitos de sempre. Um dividir para governar aqui, um acordo ali – quem sabe o que se pode arranjar com um pouco de viração? Parafraseando Lou Reed, a nova Trump City “é onde dizem ‘Hey babe, dê um rolê pelo lado selvagem.”

Durante a conferência de imprensa em Helsinki, Putin, saindo de uma espetacular Copa do Mundo na Rússia e correspondente espetacular show de Relações Públicas e soft power, deu a Trump uma bola de futebol. O presidente dos EUA disse que daria a bola ao filho, Barron, e passou o presente para a 1ª Dama Melania. Bom. Agora a bola está no campo de Melania.

Traduzido por Vila Vudu
* Epígrafe acrescentada pelos tradutores, que agradecem a Pepe Escobar pela oportunidade de recordar o maravilhoso livro de Edmund Wilson. Estação Finlândia, é estação ferroviária em São Petersburgo, onde Lênin desembarcou, de volta do exílio suíço, dia 16 de abril de 1917, depois de percorrer roteiro impossível, da Suíça à Rússia. Trotsky, que vivia em Londres, também viajava de volta à Rússia naqueles dias. O czar russo renunciara semanas antes; e dia 2 de abril de 1917, o presidente dos EUA obtivera autorização do Congresso para declarar guerra ao Império Austro-Húngaro. Cinco meses depois, os bolcheviques chegaram ao poder e criaram o primeiro governo proletário que o mundo conheceu. 101 anos depois, em julho de 2018, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, em Helsinki, Finlândia, deu uma bola de futebol, de presente ao presidente dos EUA, Donald Trump. O ‘estado profundo’ e o chamado Partido da Guerra, urraram de fúria [NTs].