sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Nosso “pobre” índice de desenvolvimento humano

Continuamos desiguais porque não criamos ainda, em mais de 500 anos de história, uma cultura sólida que seja capaz de subordinar a economia aos objetivos sociais”.


O mais recente relatório do Desenvolvimento Humano (base 2011), corrigido pela nova metodologia, divulgado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), classifica o Brasil na 84ª posição entre 187 países. Numa escala que vai de 0 a 1, alcançamos índice de 0,718, portanto, na categoria de “Desenvolvimento Humano Elevado”. A título de comparação, os dois melhores IDHs são: Noruega (0,943) e Austrália (0,929).

Dentre os países da América Latina, estamos na 20ª posição, atrás de Chile (o melhor classificado com 0,805 e, Argentina, o segundo melhor, com índice de 0,797). Fora esses países, encontram-se à nossa frente: Barbados, Uruguai, Cuba, Bahamas, México, Panamá, Antígua e Barbuda e Trinidad e Tobago.

Os indicadores analisados pelo Pnud são: expectativa de vida, anos médios de escolaridade, anos esperados de escolaridade e renda nacional bruta. Nossos “números” a esses critérios são: US$ 10.162 de rendimento anual per capita; 73,5 anos para a expectativa de vida e, 7,2 anos de escolaridade.

Pelo exposto, a desigualdade, ainda muito persistente, é, de longe, a pedra no sapato do desenvolvimento humano dos brasileiros.

Pois bem. Diante desses dados, uma questão se impõe então como pertinente: o crescimento econômico em si, buscado em tese pelos programas econômicos, não resolve a questão da desigualdade social de imediato como se imagina. Crescer economicamente não significa (e nunca significou) que a vida das pessoas mais necessitadas irá melhorar, embora seja, e não tenhamos dúvidas disso, fator benéfico no conjunto das opções a favor da busca de bem-estar social.

A esse respeito, buscando comprovação nos fatos/dados históricos, cabe lembrar que de 1870 a 1980, o PIB brasileiro cresceu mais de 150 vezes; houve, assim, crescimento econômico; no entanto, nesse mesmo período de tempo, excluídos os contratempos e sobressaltos políticos e econômicos – e verdade seja dita, não foram poucos -, a vida dos brasileiros, em termos de melhoria substancial na qualidade de vida, não acompanhou esse elevado crescimento do produto.

Ademais, ainda que a renda per capita dos brasileiros mais pobres nos últimos dez anos tenha crescido mais de 70%, continuamos na incômoda posição de sermos um país muito desigual. Isso apenas ressalta a relação conflituosa existente entre os campos econômico e social, contribuindo para a latente desigualdade. E somos desiguais basicamente pela deficiência em ajustar o crescimento da economia em termos de distribuição equitativa da renda, e de nos negarmos a enfrentar o maior de todos os desafios em termos de política econômica: conjugar mercado e virtudes civis, visando construir uma economia com mais eficiência, de característica tipicamente solidária e acolhedora.

Continuamos desiguais, pois não aproveitamos a potencialidade econômica de um país que é “dono” da quinta maior extensão territorial do mundo em favor de um programa de produção de alimentos para o consumo doméstico; ao contrário: ainda preferimos adoçar a boca dos estrangeiros com a exportação de alimentos e vitaminas.

Continuamos desiguais visto que não criamos ainda, em mais de 500 anos de história, uma cultura sólida que seja capaz de subordinar a economia (atividade produtiva) aos objetivos sociais. Somos e assim permaneceremos desiguais enquanto as políticas econômicas desenhadas priorizarem o crescimento da riqueza e não a atenuação da indecente taxa de pobreza. É por isso que ainda somos um país paradoxal: um país rico com uma triste e dramática pobreza vinculada a um elevado grau de desigualdade.

Definitivamente, só vamos diminuir essa desigualdade e eliminar os vexatórios focos de pobreza quando a economia for direcionada para produzir tudo aquilo que elimina o estado de pobreza absoluta, ou seja, escola pública de qualidade, saúde pública confiável, saneamento básico, água potável, cultivar a terra e eliminar o latifúndio, e permitir que cada brasileiro carente tenha possibilidade de se alimentar três vezes ao dia. Condições para isso temos de sobra. Falta-nos ação e determinação!


*Economista e professor de economia da FAC-FITO e do UNIFIEO. Especialista em Política Internacional pela (FESP) e mestre pela (USP)

Fonte: http://congressoemfoco.uol.com.br/opiniao/forum/nosso-%E2%80%9Cpobre%E2%80%9D-indice-de-desenvolvimento-humano/

Santayana denuncia um golpe contra a Petrobrás


O Conversa Afiada reproduz texto de Mauro Santayana:

Mudanças na Petrobrás e a soberania do país

por Mauro Santayana

Certos jornais e alguns de seus analistas políticos estão, de maneira dissimulada e com as artimanhas conhecidas, insinuando e apoiando a saída do geólogo Guilherme Estrella da mais importante das diretorias da Petrobras, a que cuida, exatamente, da pesquisa e produção. Do ponto de vista técnico, parece improvável que o Brasil disponha de outro quadro como Estrella. Ele entrou para a empresa mediante concurso público, há 48 anos, logo depois de formado – e se destacou, em seguida, como um dos mais competentes profissionais da instituição.

Sua trajetória, a partir de então, se insere na construção da história da  empresa. Participou das primeiras pesquisas e exploração do óleo no mar brasileiro. A partir de suas investigações teóricas sobre a geologia marítima, conduziu os estudos pioneiros que levaram à descoberta das jazidas do pré-sal. Como geólogo de campo, e trabalhando para a Petrobrás no Iraque, descobriu, em 1976,  o gigantesco campo de Majnoon, com reservas superiores a 10 bilhões de barris. Como se sabe, o Brasil renunciou à exploração desse campo, por iniciativa do então Ministro de Minas e Energia, Shigeaki Ueki.

Estrella foi o coordenador da instigante investigação científica, que atribui a origem do petróleo brasileiro a depósitos lacustres, anteriores à separação dos continentes africano e sulamericano. Assim se formou o pré-sal, com o Atlântico ocupando o  espaço lentamente aberto, durante séculos geológicos. O diretor de Pesquisa e Produção da Petrobrás é, assim, um dos mais importantes geólogos do mundo. Sem dúvida, é o mais competente profissional da área em nosso país, ao associar o saber teórico à prática, como pesquisador de campo – que foi durante décadas – e ao êxito no cumprimento da responsabilidade pela descoberta e produção de nossas jazidas.

Mas o geólogo Guilherme Estrella tem dois defeitos gravíssimos, e, por isso, todos os interesses antinacionais – internos e externos – se unem para derrubá-lo, neste momento de mudanças na empresa. O primeiro deles é o seu confessado nacionalismo. O diretor de pesquisas e exploração foi nomeado pelo governo Lula, em sua política de recuperar a empresa, minada pela administração entreguista e irresponsável do governo Fernando Henrique Cardoso.

Seu antecessor no cargo, José Coutinho Barbosa,  protelava as perfurações exploratórias, a fim de que, ao vencer o prazo para as prospecções, em agosto de 2003, as áreas novas fossem devolvidas à ANP. Com isso, seriam outra  vez levadas a leilão, a fim de serem arrematadas pelas empresas  estrangeiras. Em poucos meses – de janeiro a agosto – Guilherme acionou a equipe de geólogos, conduziu-a com seu entusiasmo e capacidade de trabalho, e conseguiu descobrir mais seis bilhões de barris, dos 14 bilhões das reservas brasileiras antes do pré-sal.  Assim, impediu a grande trapaça que estava em andamento.

A outra razão é a transparente visão humanística de Guilherme Estrela. O geólogo não separa a ciência de sua responsabilidade pela busca da justiça e da igualdade social para todos os homens. Em dezembro último, ao falar em Doha, no Qatar, durante o 20º Congresso Mundial do Petróleo, ele, depois de seu excurso técnico sobre o óleo no mundo, suas reservas e perspectivas, aproveitou sua palestra para denunciar o sofrimento de grande parte da humanidade, sobretudo da parcela africana, em conseqüência da desigualdade e da injustiça. “Todos nós devemos ter vergonha disso” – resumiu.

Os maiores interessados na substituição de Guilherme Estrella são, em primeiro lugar, as empresas multinacionais, que têm, no profissional, o principal guardião dos interesses brasileiros. Não só as petrolíferas, mas, também, as fornecedoras de equipamentos. Desde 2003, o diretor de Pesquisa e Exploração da Petrobrás vem revertendo, na medida do possível, a danosa situação imposta pelo governo neoliberal, que, ao nivelar, nos mesmos direitos legais, as empresas estrangeiras com as brasileiras, promoveu a falência de indústrias nacionais, entre elas algumas  fornecedoras de equipamentos para a Petrobras.

Guilherme Estrella tem procurado encaminhar as encomendas para as empresas genuinamente brasileiras, sem prejudicar o desempenho da Petrobrás como um todo. Graças a essa política, ditada pelo interesse nacional, e recomendada pelo governo, reativou-se a indústria naval, e as plataformas, antes encomendadas no Exterior, estão sendo produzidas no Brasil, com a redução da participação estrangeira ao absolutamente necessário.

Outros interessados pela substituição do diretor são os notórios fisiólogos do PMDB. Como é de incumbência dessa diretoria as compras de equipamentos caros e pesados, ela vem sendo disputada pelo partido. Está claro que o ministro Edison Lobão deseja a substituição de Guilherme Estrella. Mas é improvável que o padrinho político do Ministro, o senador José Sarney – reconhecidamente um nacionalista – aceite, e nesse momento internacional difícil, a co-responsabilidade pela saída do atual diretor de Pesquisa e Produção da Petrobrás. Recorde-se que em seu governo o presidente Sarney resistiu e não privatizou nenhuma empresa. E quando Fernando Henrique decidiu privatizar a Vale do Rio Doce, Sarney escreveu-lhe uma carta vigorosa condenando a iniciativa.

O conhecimento é o principal instrumento da soberania. Homens como Guilherme Estrella não se escolhem com critérios políticos menores, mas, sim, em decisões maiores de política de Estado. E cabe um esclarecimento: quando Lobão diz que o diretor está pretendendo deixar o cargo, emite um palpite, ou expressa desejo pessoal – que não lhe cabe manifestar. Ao ministro cabe executar uma política de governo.

É certo que os inimigos do geólogo o têm submetido a  solerte guerra de desgaste, com o propósito, deliberado, de provocar uma reação emocional de sua parte. Mas Estrella é bastante arguto para perceber quem está por detrás da campanha para  afastá-lo. Aos 69 anos, está ainda jovem para abandonar a missão de que se encarregou, no dia em que começou a trabalhar na empresa – a primeira e única ocupação de sua vida. Ele sabe, que, no fundo, isso constituiria quase um ato de traição ao Brasil e ao seu povo.


Não lhe cabe, por isso mesmo, demitir-se do cargo que ocupa.

CRISE. Espanhóis pioram currículo para concorrer a empregos de baixa qualificação

Crise e falta de emprego leva profissionais a omitir qualificação para aumentar chances de conseguir trabalho.

De Madri para a BBC Brasil - Para aumentar suas chances de conseguir emprego, profissionais na Espanha estão escondendo qualificações em seus currículos, segundo uma pesquisa de consultorias e sindicatos.  

Pesquisas anteriores diziam que um em cada dez espanhóis mentem nos seus currículos, no sentido de melhorar suas qualificações. 

Mas a grave crise econômica que atinge o país com a maior taxa de desemprego da União Europeia (22,9%), está levando engenheiros, administradores de empresa, técnicos de informática e até ex-diretores a 'piorar' currículos em busca de empregos de baixa qualificação. 

É o caso de José Ángel Silvano, economista. Em 2010 fechou sua própria empresa de logística e desde então não tem trabalho. Atualmente, no seu currículo consta pouco mais de "responsável, com iniciativa e experiência". 

"Tirei os cargos de direção, a graduação universitária e deixei só os idiomas e conhecimentos variados para ver se assim encaixo em outros perfis. Para mim não é mentir, mas ocultar informação que possa dar imagens prejudiciais: que sou qualificado demais ou incapaz de cumprir postos considerados menores", contou ele à BBC Brasil. 

O caso dele não é uma exceção. "Você se surpreenderia com a quantidade de universitários que estão procurando trabalhos em supermercados" afirmou à BBC Brasil, Martín Sanchez, estudante de Filosofia. 

"Uma degradação absoluta", disse ele, membro do grupo Juventude Sem Futuro, que organiza protestos em Madri por causa da falta de perspectivas. 

A cada dia, 10% dos desempregados lançam no mercado currículos profissionais ocultando dados, segundo a pesquisa das consultoras Adecco, Manpower e sindicatos Comissões Operárias e União Geral dos Trabalhadores (UGT) apresentada em janeiro. 

A estratégia de mentir nas referências tem nome: Currículo B. Mas o fato de dar uma imagem pior é um fenômeno novo e que está aumentando, de acordo com os especialistas em Recursos Humanos. 

"Mentir não costuma ser boa saída, nem para os que inflam, nem para os que ocultam", explicou à BBC Brasil a diretora de análise de mercado da UGT, Adela Carrión. 

"Embora neste caso possa ser visto com uma opção de não dar mais detalhes do que o necessário. Uma adaptação do currículo aos requisitos específicos da oferta". 

A pesquisa indica que a maioria dos que escondem dados é de profissionais experientes do setor de serviços que estão mais de um ano sem emprego e de universitários recém-formados com alto nível de qualificação. 

A situação dos mais jovens traz à tona um contraste inusitado à realidade do mercado de trabalho espanhol. Essa mesma geração, dos nascidos a partir de 1980, é considerada a que teve menos oportunidades nos últimos 40 anos, é tida como a com o mais elevado grau de educação da história do país, segundo a Pesquisa Nacional de População Ativa. 

Pelos dados oficiais, 39% dos espanhóis entre 25 e 35 anos tem diploma universitário, enquanto a média da U.E. é de 34%. Ao mesmo tempo a taxa de desemprego para este grupo na Espanha é de 48.7%. 

Entre os qualificados que trabalham, 44% tem empregos abaixo do seu nível de formação. 

Repercussões psicológicas
Para o catedrático em Economia Aplicada da Universidade Pompeu Fabra, José Montalvo, esta situação pode ter repercussões psicológicas nos trabalhadores. 

"O perigo de que estes jovens tão qualificados permaneçam em empregos abaixo de seus padrões é que acabem aceitando isso como realidade. Psicologicamente se verão afetados, deixando de desenvolver estímulos e metas". 

Os autores da pesquisa concordam. Desvalorizar os currículos "gera frustração a longo prazo" e se a empresa descobre o engano "se romperá a relação de confiança, porque fica claro que assim que o profissional encontrar uma oportunidade de acordo com sua formação, abandonará a empresa", diz o documento. 

Uma solução pode ser emigrar. Além da alta taxa de desemprego, 37,7% dos jovens espanhóis têm contratos de trabalho temporários, média salarial de 800 euros (R$ 1.900) e 62% se dizem tão desmotivados que não veem futuro profissional no país. 

Para o sociólogo Eusébio Megías, a questão é mais complexa porque "a crise modificou muitos conceitos". 

"Um deles é que já não se procura o trabalho maravilhoso. Agora simplesmente o fim é encontrar um trabalho. E o horizonte do mercado já não é a sua própria cidade. Mas qualquer parte do mundo. Tudo está globalizado", concluiu. 

 Fonte: http://economia.estadao.com.br/noticias/economia,espanhois-pioram-curriculo-para-concorrer-a-empregos-de-baixa-qualificacao,101522,0.htm


Julgamento do CNJ. O que o STF decidiu.

O que o STF decidiu:
03 Fev 2012

INVESTIGAÇÃO — Por seis votos a cinco, os ministros devolveram ao CNJ o direito de iniciar investigações disciplinares contra juízes. Em dezembro, uma liminar restringira esse poder às corregedorias dos tribunais. O conselho só poderia agir em caso de omissão desses órgãos. A liminar foi derrubada.
PUBLICIDADE — Os ministros concordaram em manter o artigo que garante sessões públicas para o julgamento de processos disciplinares contra juízes. Dois ministros ponderaram que, em casos de processos por negligência, uma infração cuja pena prevista é advertência, os julgamentos deveriam ser restritos, por serem casos de menor gravidade. No entanto, foram vencidos.
AUTONOMIA — Por unanimidade, os ministros suspenderam artigos da resolução do CNJ que determinavam de quem era a competência — presidentes ou corregedores de tribunais — para apurar infrações administrativas de juízes e desembargadores.
Os ministros trocaram as palavras "presidente" e "corregedor" por "autoridade competente".
Argumentaram que o CNJ não tem o direito de definir essas tarefas, pois os tribunais têm autonomia de atuação.
RECURSO — Um dos artigos dá prazo de 15 dias para o autor da representação contra o juiz recorrer ao próprio tribunal da decisão tomada em processo disciplinar. Por unanimidade, os ministros do STF incluíram a possibilidade de recurso no mesmo prazo também ao juiz acusado.
PENALIDADES — Os ministros derrubaram o artigo que definia punições para juízes condenados em processos disciplinares por abuso de autoridade. Argumentaram que o conselho não tem poderes para legislar. Nesses casos, devem ser aplicadas penas previstas na Lei Orgânica da Magistratura.
 

A Verdade. Defensoria Pública de São Paulo desmonta toda a história oficial sobre o Pinheirinho

por Conceição Lemes

Os deputados estaduais Adriano Diogo (PT) e Carlos Giannazi (Psol) promoveram nessa quarta-feira audiência pública na Assembleia Legislativa de São Paulo  para discutir a situação dos despejados do Pinheirinho.

Participaram ex- moradores do acampamento, entidades e movimentos sociais, representantes do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (Condepe), da Defensoria Pública e do Ministério Público do Estado.

O depoimento do defensor público Jairo Salvador desmonta toda a história oficial sobre Pinheirinho.

“Finalmente, alguém explica de forma clara, nua e crua, todo o imbróglio jurídico envolvendo o Pinheirinho”, afirma Adriano Diogo, presidente da Comissão de Direitos Humanos da Alesp.

“Um depoimento corajoso, que põe por terra  desde as justificativas legais para a reintegração de posse até a da derrubada das casas. ”

Assista-o:

Fonte:  http://www.viomundo.com.br/denuncias/defensoria-publica-desmonta-toda-a-historia-oficial-sobre-o-pinheirinho.html

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

São Paulo. (Polícia) Lá vem eles de novo II. Sem-teto despejados de prédio em São Paulo montam acampamento em calçada.


Sem-teto despejados de prédio em São Paulo montam acampamento em calçada

São Paulo – Logo após serem despejados de um prédio que ocupavam há quatro meses, na esquina das avenidas Ipiranga e São João, no centro da cidade de São Paulo, cerca de 400 pessoas se espalharam pelas vias próximas. Parte dos sem-teto fez acampamento na Avenida São João.

A retirada das famílias começou a ser feita no início da manhã e ocorreu de forma pacífica e negociada entre os líderes da ocupação, a Polícia Militar e o oficial de Justiça que compareceu ao local para o cumprimento da ordem de reintegração de posse expedida pela juíza Raquel Machado Cardeal de Andrade, da 20ª Vara Cível da Justiça estadual de São Paulo.

No final da manhã, surgiu um clima de tensão quando agentes da Guarda Civil Metropolitana (GCM) tentaram desmontar os barracos erguidos por uma parte dos desalojados no acampamento que o grupo improvisou na calçada da Avenida São João, próximo à Galeria Olido, a 100 metros do prédio desocupado. Mas não chegou a ocorrer conflito já que os agentes municipais foram convencidos pela própria PM a acompanhar a movimentação a distância, permitindo que os acampados permanecessem no local.

Durante toda a manhã, fogões, geladeiras, colchões, móveis e outros objetos iam sendo retirados do prédio que vinha sendo ocupado pelos sem-teto desde o dia 7 de novembro do ano passado. A maioria desses objetos estava sendo transportada por caminhões alugados pelos proprietários do imóvel para um depósito autorizado pela Justiça para que os bens fiquem guardados sob proteção, à espera de seus donos, por pelo menos 30 dias. Algumas pessoas, no entanto, preferiram carregar os seus pertences para outros locais.

O prédio ocupado pelos sem-teto pertence à empresa Afim Brasil Eventos e Promoções Ltda. De acordo com um dos advogados da companhia Cleber M. Perrone, na época em que o imóvel foi invadido, os proprietários, que atuam na área de confecções, preparavam-se para reformá-lo. O edifício de quatro andares está bastante deteriorado e com a fachada toda pichada.

O coordenador da Frente de Luta por Moradia (FLM), Osmar Borges, disse que a maioria dos despejados não tem para onde ir e que eles não poderiam aceitar ir para os abrigos municipais já que não têm o perfil de morador de rua. “Eles têm o núcleo familiar e, no albergue, iria desestruturar esse núcleo familiar”, argumentou. Borges defendeu o direito a um espaço mais adequado até que as famílias sejam atendidas pelos planos habitacionais.

Segundo ele, a prefeitura deixou de cumprir essa obrigação. Por isso, os líderes da FLM procuraram o Ministério Público para denunciar o fato e pedir providências. Por meio de nota, a Secretaria Municipal de Habitação disse que ofereceu abrigo municipal e fez uma lista com os nomes dos sem-teto para posterior cadastramento nos programas habitacionais.

No comunicado, a prefeitura confirmou que a Justiça a obrigou a conceder abrigo e a incluir os desalojados nos programas habitacionais. No entanto, advertiu que a Justiça entendeu também que atender à reivindicação de moradia na região central, como querem os líderes do movimento, “seria injusto com os [demais] munícipes cadastrados na Cohab [Companhia Metropolitana de Habitação de São Paulo], que somam cerca de 1 milhão de famílias, que também aguardam moradia, mas, nem por isso, ocuparam imóveis particulares”.

Marli Moreira - Repórter da Agência Brasil.
 
Edição: Lana Cristina

Fonte: http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2012-02-02/sem-teto-despejados-de-predio-em-sao-paulo-montam-acampamento-em-calcada

"Prostitutas entendidas: Um estudo sobre profissionais do sexo lésbicas".

Danieli Machado de Songa para o mundo...

Por Marcos Imperial - http://marcosimperial.blogspot.com
O lançado no sudeste do país o livro "Prostitutas entendidas: Um estudo sobre profissionais do sexo lésbicas" da historiadora, com mestrado em ciências sociais/UFRN e também com formação em psicanálise, Danieli Machado.
 
A obra é resultado de uma tese de mestrado aonde a autora conduz os leitores/as a um universo de prostitutas, putas ou, como base do pensamento feminista que ergueu merecidamente uma bandeira: trabalhadoras do sexo; Sem fechar-se em categorias históricas ou antropológicas.
 
A pesquisa foi feita em dois cabarés na cidade do Natal. A pesquisa foi feita em dois cabarés na cidade do Natal/RN. A escritora é Potiguar, natural de São Gonçalo do Amarante, filha da produtora cultural Ivani Machado. 
 
Danieli Machado, contista e doutoranda do Programa de História Comparada da UFRJ, têm formação em psicanálise pelo Instituto de Clínica Psicanalítica ICP da Escola Brasileira de Psicanálise/RJ. O livro é um lançamento da editora multifoco e encontra-se disponível no site editoramultifoco ao preço de R$ 32,00.
 
Autora do livro Prostitutas entendidas: um estudo sobre profissionais do sexo lésbicas, para compra no site: editoramultifoco. Não deixe de comprar o seu!