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A
afiliada da Rede Globo de Televisão em Minas Gerais, é suspeita de
participar de um esquema de arrecadação ilícita de recursos, através da
venda subfaturada de Nióbio, metal raro cuja incidência de 98% das
jazidas estão no Brasil, único país que o fornece ao mundo.
O minério é
usado para a fabricação de turbinas, naves espaciais, aviões, mísseis,
centrais elétricas e super aços. As informações são do NovoJornal e do
grupo de “hacktivistas” Anonymous Brasil.
O
esquema teria sido montado para financiar a expansão da Rede Globo em
Minas e a principal suspeita de irregularidade encontrada foi o fato do
dirigente da Rede Integração, Antônio Leonardo Lemos Oliveira ter
assumido a vice presidência da Companhia de Desenvolvimento Econômico de
Minas Gerais (CODEMIG), empresa pertencente ao governo de Minas
encarregada de administrar o patrimônio minerário do Estado, inclusive o
Nióbio.
Tudo
isso teria sido feito sem se afastar da emissora e para executar um
projeto político, usando a emissora como carro chefe em um movimento
para que o grupo Moreira Salles esteja à frente de todas as emissoras
afiliadas da Globo no estado. Vale lembrar que emissoras de TV e rádio
são concessões públicas.
Investigações - A
venda e exploração do Nióbio no município mineiro de Araxá é objeto de
investigação pelo Ministério Público em MG e um relatório da Receita
Federal, que investigou a evasão de divisas existente na venda
subfaturada do mineral traz a suspeita de uma possível transferência de
recursos obtidos pela Companhia Mineradora de Piroclaro de Araxá
(Comipa) e pela Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM),
empresa do Grupo Moreira Sales, para a Rede Globo de Televisão. A
transação teria sido feita com a interveniência da CODEMIG e sem
autorização legislativa ou licitação.
Segundo
relatório da Receita Federal, após 2002 a Rede Integração é propagada
como de propriedade exclusiva do empresário Tubal de Siqueira Silva, sem
que nenhum documento comprovasse nenhum tipo de negociação de compra e
venda.
O relatório aponta que os investimentos posteriores à transação
já ultrapassaram R$ 1 Bilhão, sem que qualquer faturamento significativo
de publicidade tenha ocorrido no período.
Todo
capital teria sido obtido através de empréstimos tomados de Bancos
ligados ao Grupo Moreira Sales.
Em 2007, a Rede Integração adquiriu
parte da TV Panorama, afiliada da Globo de Juiz de Fora, expandindo a
empresa também para a Zona da Mata, controlando assim 4 das 8
retransmissoras da TV Globo em Minas Gerais e se tornando a maior
empresa de comunicação do interior mineiro.
Cinco anos mais tarde, a
Rede Integração assumiu a totalidade da TV Panorama que com isso, passou
a se chamar TV Integração Juiz de Fora.
Segundo
o superintendente da emissora, Rogério Nery, a compra da participação é
um marco importante. “Vamos levar efetivamente a marca da TV Integração
para a Zona da Mata, com respeito aos costumes e à cultura da região,
que é muito importante para o Estado e para o país”, disse.
Alcance das emissoras - Trocando
em miúdos, a TV Integração, que atua no Triângulo Mineiro, Alto
Paranaíba, Noroeste, Pontal e Centro-Oeste, passa a abranger a Zona da
Mata, totalizando 233 municípios, ou mais de 5,5 milhões de
telespectadores, sob o escopo da emissora.
Com isso, ao todo são 259
cidades e 5.376,579 milhões de habitantes atingidas pelo sinal da Rede
Integração.
Além
de quatro emissoras de TV aberta, a rede opera três emissoras de rádio –
a 95,1 FM, a Globo Cultura Am 1020 e a Regional FM –; o portal de
Internet Megaminas.com; uma operadora de TV a Cabo, a Net Patos de
Minas; a empresa de soluções para web Webroom, com filiais em
Uberlândia, Brasília e Goiânia; e a produtora de vídeo Imaginare Filmes.
Nióbio - A
CBMM tem controle absoluto da comercialização do minério mais raro do
planeta, cuja a jazida encontra-se em Minas Gerais na cidade de Araxá.
A
empresa integra o Grupo Moreira Salles e conta com subsidiárias na
Europa, a CBMM Europe BV-Amsterdam; na Ásia, a CBMM Asia Pte em
Cingapura; e na América do Norte, a Reference Metals Company
Inc.-Pittsburgh.
Segundo
informações do “Hoje em Dia”, promotores de Justiça preparam de
documentos para abrir a caixa-preta da exploração de nióbio em Araxá e o
Ministério Público de Minas pretende usar esses documentos para
entender como a CBMM tem o privilégio de extrair o mineral, considerado
um dos mais estratégicos do mundo, sem licitação, há mais de 40 anos.
O
governo de Minas Gerais detém a concessão federal para explorar a
jazida, mas arrendou à CBMM sem nenhum critério.
Segundo
o documentário “Jogo Final”, que provocou parte das investigações, em
1972, o Estado de Minas constituiu a Comipa para gerir e explorar o
nióbio em Araxá e esta, por sua vez, arrendou 49% da produção do nióbio
para a CBMM, sem licitação. O MP pretende obrigar o governo de Minas a
abrir licitação para a exploração deste que é o maior complexo
mínero-industrial de nióbio do mundo.
Consultado,
Antônio Leonardo Lemos Oliveira, não quis comentar o assunto e de igual
forma, ninguém da Rede Integração, da Rede Globo ou da CODEMIG quis se
pronunciar.
Notas da redação – Vale
dizer que os Estados Unidos, Europa e Japão são 100% dependentes do
nióbio brasileiro, mas o Brasil detém apenas 55% dessa produção.
Os 45%
restantes estariam saindo extra-oficialmente do país. Durante a Comissão
Parlamentar De Inquérito (CPI) dos Correios, um pequeno germe da
investigação sobre o Mensalão, o publicitário Marcos Valério revelou na
TV: “O dinheiro do mensalão não é nada, o grosso do dinheiro vem do
contrabando do nióbio” e que “José Dirceu estava negociando com bancos,
uma mina de nióbio na Amazônia”.
Estranhamente
veículos pertencentes à Rede Globo de Televisão nunca tocaram no
assunto, nem mesmo quando tornou Dirceu sua Geni preferida.
Contou com a
ajuda – e o silêncio – dos veículos da grande mídia, de grupos como
Abril e Folha.
Outro
comentário, ao qual não podemos nos furtar é que o “Triângulo” de Minas
Gerais se assemelha ao das Bermudas: tudo que se passa por lá
misteriosamente desaparece.