sábado, 19 de abril de 2014

Novo sistema de guerra eletrônico russo causou a inoperância dos sistemas do destróier americano USS Donald Cook.

BOMBA!!! Eu pesquisei, pesquisei, pesquisei... 
E achei o motivo do histerismo americano sobre as passagens de um Su-24 "Fencer" russo sobre o destroier americano USS Donald Cook no Mar Negro. 

Ao contrário do que os americanos falaram, o caça russo estava armado até os dentes e ele contava com um equipamento novíssimo, sem análogos no mundo, um sistema de guerra eletrônica que ativado, causou a inoperância dos sistemas do destróier americano. Quando eu tiver maiores informações, eu posto.

Foto - do blog_o_informante.

Matéria Relacionada: 
21.04.2014 -  Caça SU-24 Russo usando o Khibiny, um sistema de neutralização radioeletrônica, paralisou o destróier Donald Cook Norte-americano, levando 27 tripulantes a pedirem demissão.
http://maranauta.blogspot.com.br/2014/04/como-o-caca-su-24-russo-paralisou.html


Link original: http://www.codinomeinformante.blogspot.com.br/2014/04/novo-sistema-de-guerra-eletronico-russo.html

LUCIANO DO VALLE, CRAQUE DA LOCUÇÃO ESPORTIVA, MORRE AOS 70 ANOS.

Vereador Prisco - Advogados de líder da greve da Polícia Militar baiana entram com pedido de habeas corpus.

Marcelo Brandão – Repórter da Agência Brasil Edição: Juliana Andrade.
Advogados do líder do movimento grevista da Polícia Militar (PM) da Bahia, Marco Prisco, preso na tarde de ontem (18), protocolaram na manhã de hoje (19) um pedido de soltura na Justiça Federal. Prisco é presidente da Associação de Policiais e Bombeiros e seus Familiares do Estado da Bahia (Aspra) e vereador em Salvador. 
Foto - Vereador Marco Prisco do PSDB.
Ele foi preso na Bahia e, posteriormente, transferido para o Complexo da Papuda, no Distrito Federal.
     Saiba Mais.
O pedido de habeas corpus foi feito ao Tribunal Regional Federal (TRF) e os advogados vão aguardar uma resposta até o fim do dia. “Não tem um porquê essa prisão. No pedido, alegamos a perda do objeto, que seria a garantia da ordem pública. O estado já está pacificado, os policiais estão trabalhando. Não há justificativa para essa medida. Para esse caso, existem outras medidas, como prisão domiciliar, por exemplo”, explicou um dos advogados de Prisco, Dinoermeson Tiago.

Prisco liderou um movimento grevista dos policiais militares da Bahia, que foi encerrado na última quinta-feira (17). A prisão dele, no entanto, foi motivada por outra greve, também encabeçada pelo vereador, em 2012. 

No ano passado, o Ministério Público Federal na Bahia (MPF/BA) denunciou Prisco e mais seis pessoas por crimes praticados contra a segurança nacional durante essa paralisação.

Policiais militares na Bahia chegaram a considerar um aquartelamento, em repúdio à prisão de Prisco. O comando da Polícia Militar da Bahia e a própria Aspra, no entanto, recomendaram que os policiais trabalhassem normalmente. 

“A Aspra entende que um processo de aquartelamento neste momento poderá trazer mais desconforto e insegurança para todos, policiais e sociedade civil”, disse a associação, em nota.

De acordo com a assessoria da PM, “o policiamento está sendo empregado gradativamente com a normalidade estabelecida”. Além disso, a Força Nacional e as Forças Armadas estão atuando em conjunto com os policiais militares.

Matérias Relacionadas:
1Bahia - Polícia Federal prende líder do movimento grevista da Policia Militar. http://maranauta.blogspot.com.br/2014/04/bahia-policia-federal-prende-lider-do.html.

Alcoa/ALUMAR vai demitir 500 Funcionários, alerta o Sindmetal.




O Sindicato dos Metalúrgicos de São Luís (Sindmetal) está recorrendo ao Ministério Público do Trabalho (MPT) para negociar com o grupo Alcoa/Alumar as 500 demissões anunciadas, em razão de corte na linha de produção. 

Já houve duas reuniões mas, segundo a entidade, as propostas apresentadas pela empresa foram irrisórias e não contemplam os direitos dos trabalhadores vítimas da demissão em massa.

O Sindicato também está negociando o reajuste salarial da categoria, cuja data-base venceu dia 1º de março, mas até o momento não teria por parte da empresa indicação de acatar a proposta da entidade, de 15% no piso e 13% de reajuste geral, mais abono de $400,00 para as empresa com até 300 funcionários e de $800,00 para as empresas acima de 300 funcionários. 
“A empresa não sinaliza o reajuste e ainda propõe valores insignificantes às indenizações, totalmente desproporcionais aos impactos da demissão em massa anunciada pela Alcoa”, avalia o presidente do Sindmetal, José Maria Araújo.
Araújo ressalta os acordos firmados entre o grupo Alcoa/Alumar o Governo Federal, em troca de benefícios fiscais como redução no custo da energia, que deveria garantir a manutenção da produção e dos empregos, porém a empresa continua obtendo lucros e anunciando ser um dos melhores lugares do mundo para se trabalhar, enquanto 500 pais de família perderão a perspectiva de emprego. “São os mais idosos e os doentes os principais alvos das demissões, que praticamente não têm chance de outra vaga no mercado de trabalho”, avalia.
Para o sindicalista, essa medida representa um crime contra a organização do trabalho que, se concretizada, derrubará todas as certificações, títulos e reconhecimentos de responsabilidade social conquistados pela empresa. “Existem opções à demissão, como realocação para outras áreas ou mesmo para contratadas”, sugere.

Maranhão - Um cenário político onde vale tudo.

berenicePor Berenice Gomes da Silva *
Um dia, o tema vai se exaurir pela repetição e cansaço que causa aos leitores. É sempre o discurso anti-Sarney e fora Sarney.  O ex Presidente sairá da cena política, pois chegará aos 84 anos. E o que restará à esquerda do Maranhão? Sintomaticamente, os ataques se acentuaram a partir do instante em que o senador fez a opção em apoiar o presidente Lula, esse operário e líder sindical que ousou chegar à Presidência da República e a Presidente Dilma Rousseff, sua sucessora.
É muito evidente o horror que causa à grande mídia a pessoa da Presidenta Dilma. Até mesmo a Copa, que foi motivo de comemoração o Brasil sediá-la, passou a ser um evento negativo para muita gente. Decidisse o senador José Sarney declarar seu apoio ao presidenciável Aécio Neves e todos os seus pecados estariam perdoados.  Relegar Lula ao ostracismo e tentar impor uma derrota ao PT é o grande objetivo de setores da mídia. Comprovadamente, não basta o famoso atestado de bons antecedentes e vida pregressa aos políticos, de atuação mais duvidosa e até mesmo escabrosa. Rompeu com Sarney, corre o risco de ser canonizado.Até os mais duvidosos ou os que dantes foram alvo de ataques de setores progressistas, agora a onda é ser contra o Sarney para parecer bem na fita.
Análise semelhante se encontra na entrevista do escritor Joaquim Haickel ao traçar características de políticos do Maranhão que apóiam o candidato Flávio Dino e Edson Lobão Filho. Quem são os que mudam de lado? Onde estavam? A que grupo pertenciam?  Qual o seu passado?
Agora, o candidato a governador Flávio Dino vem apenas legitimar uma relação que já vinha sendo construída com os tucanos. Após deixar a Magistratura, Dino buscou conversar com o PT, seu antigo partido. Sua opção pelo PC do B, onde teria um espaço sem ter que enfrentar disputas internas, não o impediu de ser acolhido e muito bem acolhido pelos antigos companheiros do PT. Seu nome para disputar a Prefeitura de São Luís havia deixado seqüelas em alguns petistas, como o ex filiado, Bira do Pindaré.
A indicação de Flávio Dino para a presidência da Embratur não se deu apenas pela sua referência no PC do B ou pela sua competência, mas certamente, deu-se, também, pela boa relação com a cúpula do PT nacional, pela sua atuação como parlamentar e jurista.  Mas os sonhos políticos não medem consequências para voos mais altos. E mais uma vez, o PC do B igorou a dialética como método, fazendo uso da forma pragmática ao considerar o projeto local acima do nacional.
 Pela análise da história, não foi a primeira vez. Em 1995, o PC do B apoiou e compôs o Governo Roseana quando a governadora era do PFL, portanto, da base do governo Fernando Henrique. Quando o grupo Sarney rompe com o PSDB, coincide com o momento em que o PC do B faz a ruptura com o grupo Sarney, tornando-se oposição.
A candidatura do PC do B consolida uma aliança com setores mais conservadores com as chamadas “oligarquias” regionais, herdeiros da política patrimonialista em âmbito regional ou local, muitos dos quais que se utilizam do poder para perseguir lideranças progressistas em seus municípios, com o mesmo método de poder de mando com que criticam o grupo Sarney.
Tentam “justificar” e até comparar a adesão do candidato do PC do B ao PSDB, com a aliança que houve no Acre entre o PT e o PSDB. Só esquecem de citar que, no Acre, foi uma aliança contra o tráfico e o crime organizado e aprovada pela direção dos dois partidos. Na realidade, a aproximação entre os neocomunistas e os tucanos têm raízes locais. Querer culpar o PT talvez seja a “desculpa” que interessa ao candidato do PC do B, pois o mesmo nunca explicitou o desejo de querer aliança com o PT. Aliás, quando o grupo do PT bancou a aliança e apresentou Flávio Dino como candidato à prefeitura de São Luís, em 2008, foi com a intenção conjunta de dar prosseguimento à aliança para 2010. Após as eleições, o candidato, talvez, não tenha aceitado a derrota ou talvez tenha tido receio de “compartilhar” com os companheiros que o apoiaram. Mas os companheiros petistas históricos nunca se pautaram em mandatos e muito menos por cargos.
Ao deixar de lado o projeto nacional do qual fez parte até recentemente, o candidato do PC do B joga em todas as frentes, de Aécio Neves a Eduardo Campos, no afã de eleger-se governador do Maranhão. Mais ainda,  dando sustentação ao projeto político de Partidos contrários aos interesses nacionais, como é o caso do PSDB e dos que se mantiveram aliados dos governos Lula e Dilma,  somente no momento em que interessava aos seus projetos locais ou individuais, como é o caso do PSB, de Eduardo Campos e Bira do Pindaré, além  do Solidariedade, do Paulinho da Força Sindical, onde o Dutra foi buscar guarida.
Pelo visto, pouco se fala de programa ou propostas nestas eleições no Maranhão. No lugar de aliança programática, o ódio e o adesismo a personalidades.
Por outro lado, a aliança com o PMDB tem um custo político muito grande. E ela não se sustenta no romantismo, mas na opção daqueles que não abrem mão do projeto que está em curso no Brasil e que tem mudado a vida de milhões de pessoas. Se o PMDB pode ser aliado no plano federal, o PT pode se manter aliado em nível local. Mas as bases para uma aliança política é o programa, são as ideias e propostas.
É claro que temos várias questões de divergência programática com o PMDB. Defendemos um modelo de desenvolvimento com sustentabilidade econômica e social, distribuição de renda e justiça social. Não abrimos mão da participação e do diálogo com a sociedade civil. Esta foi a marca do PT no governo estadual. Mas é preciso ir além do simbólico e avançar em ações concretas, caso contrário não se justifica a reedição de uma aliança. É inadmissível, por exemplo, que o Maranhão, um estado com forte característica rural e agrícola, não tenha um Plano Estadual de Apoio à Agricultura Familiar que inclua a assistência técnica e Extensão rural, como temos o da Segurança Alimentar e Nutricional, resultante da forte atuação e apoio dado ao CONSEA. O PT propôs a criação da Secretaria de Desenvolvimento Rural e Agricultura Familiar, em 2010, proposta acatada pela Governadora Roseana, tão logo assumiu o governo, em 2009. A SEDAGRO foi criada nos mesmos moldes do MDA, da estrutura do Governo Federal, mas houve uma reforma unilateral, sem que o PT fosse consultado, o que descaracterizou esta área. Isto enfraqueceu a política de desenvolvimento rural e ainda complicou a área de direitos humanos, com a fusão da SEDES, quebrando, inclusive, a lógica do sistema e da política de Assistência Social. Isto afetou diretamente a relação com os movimentos sociais que vinham dialogando com o Governo, por meio da Vice-Governadoria.
O maior desafio para o PT não será nestas eleições, mas após as mesmas. Construir a unidade interna, sabendo que é na hora da guerra que sabemos quem são os aliados e os adversários. Outro desafio é desconstruirmos a imagem de desgaste que tem o PT do Maranhão, superarmos a disputa entre suas ex-lideranças que foram importantes para o PT, mas já deram a sua contribuição. Isto sim é reinventar a política, ao invés de negá-la ou desconstruí-la. Apostar em novas lideranças, na capacidade dos jovens e das mulheres e sonhar que a reforma política possa motivar as pessoas, assim como a arte, a cultura, o esporte e o lazer. Reinventar é, ao mesmo tempo, despertar nas futuras gerações a credibilidade na política e o prazer de estar nas ruas com as bandeiras nas mãos e o coração vermelho.
* Membro do Diretório Nacional do PT; Bibliotecária, mestre em Sociologia pela UnB; professora universitária.

Paraquedista desertor ucraniano conta o que o fez mudar de lado.

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Até pouco tempo ele servia na 25ª Brigada Paraquedista do Exército Ucraniano, também conhecida como 25ª Brigada Separada Paraquedista “Dnipropetrovsk” (25 okrema Dnipropetrovs’ka povitryano-desantna bryhada Sukhoputnykh viys’k Zbroynykh Syl Ukrayiny, em ucraniano transliterado) e cumpria as ordens expressas do comandante-em-chefe (o presidente) das Forças Armadas Ucranianas com a maior satisfação. 

No entanto, muita coisa mudou em um curto espaço de tempo. Hoje, ele e vários de seus companheiros renegam às Forças Armadas Ucranianas pois não querem conviver com os extremistas do Setor Direito e com mercenários estrangeiros.


No vídeo que segue, o ex-paraquedista conta que a população das regiões do Leste da Ucrânia não são hostis com os soldados ucranianos e compreendem que eles estão ali como uma espécie de bode-expiatório do governo golpistas. Ele chega a confessar que a população do Leste do país alimenta os soldados e da de beber, isso quando não dão dinheiro.

Agora em Kramatorsk, ele diz: “Eu mudei minha posição depois que percebi que as pessoas na Ucrânia têm medo de seu próprio exército”.

“Em Carcóvia, pessoas armadas do Setor Direito dispararam contra civis. Eu mesmo não estava com eles, mas amigos de outras unidades aerotransportadas presenciaram isso. Eu não quero estar com eles. Eu não quero que a UNA-UNSO decida por mim que língua eu devo falar.”

Ele também aproveita a entrevista e diz que os militar não permanecerão fieis aos golpistas por muito tempo.

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19 de Abril - Dia da Resistência dos Povos Indígenas.

Foto - 19 de Abril - Dia da Resistência dos Povos Indígenas. 

Faltam interesse e vontade política de assumir a questão indígena, diz Cimi.

Bispo do Xingu, na Amazônia, desde 1981, e em seu segundo mandato como presidente do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), dom Erwin Krautler acredita que os povos indígenas não têm o que comemorar neste dia 19, Dia do Índio. Para ele, a situação desses povos tradicionais piorou nos últimos anos, tanto pela demora na demarcação de terras indígenas, o que favorece os conflitos fundiários e a violência, quanto pela falta de atenção governamental a direitos como saúde e educação.

Foto - 19 de Abril - Dia da Resistência dos Povos Indígenas. 
Crítico de megaempreendimentos na Amazônia, como a construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, no Pará, dom Erwin, que também é secretário da Comissão Episcopal para a Amazônia, foi recebido pelo papa Francisco no Vaticano, no último dia 4. Na ocasião, o bispo denunciou os problemas enfrentados pelos povos indígenas, ribeirinhos e pelas comunidades amazônidas.

Foto - 19 de Abril - Dia da Resistência dos Povos Indígenas. 
“Vivo na Amazônia há quase 50 anos. Sou uma testemunha qualificada para falar sobre esses assuntos. E, como bispo, tenho o direito e a obrigação de chamar a atenção sempre que os direitos humanos forem violados”, disse o austríaco, que tem cidadania brasileira há 23 anos, em entrevista exclusiva àAgência Brasil.

Confira abaixo os trechos mais importantes da entrevista.

Agência Brasil: Quais foram os principais assuntos que o senhor tratou com o papa Francisco?

Dom Erwin Krautler: Conversamos sobre as comunidades da prelazia do Xingu, que não recebem a eucaristia porque contamos com apenas 27 padres para atender a cerca de 800 comunidades. O papa pediu que apresentássemos propostas para solucionarmos esse problema que afeta cerca de 70% das comunidades da Amazônia onde não há celebração eucarística. Também conversamos sobre a questão ecológica.


Agência Brasil: E sobre a questão indígena em particular? O que os senhores conversaram?

Dom Erwin: Falamos da questão indígena como um todo, mas também da situação de alguns povos em particular, como os guaranis-kaiowás, de Mato Grosso do Sul, que vivem encurralados em um espaço diminuto, o que lhes causa muito sofrimento. Citei a situação dos povos do Vale do Javari, no Amazonas, onde os índios são acometidos por doenças como a hepatite, e o governo, a meu ver, pouco faz. Falei dos grupos de índios isolados que, oficialmente, não existem. Para lembrá-lo do carinho que os povos indígenas sentem por ele, lembrei o papa de sua vinda ao Rio de Janeiro, em 2013. E disse-lhe que os índios do Brasil contam com sua ajuda, que esperam que ele apele ao governo brasileiro para que demarque as terras indígenas.

Foto - 19 de Abril - Dia da Resistência dos Povos Indígenas. 
Agência Brasil: O senhor é um conhecido crítico de megaempreendimentos e costuma acusar o governo e alguns parlamentares de se unirem a grupos de interesses econômicos. Ao falar dos problemas que afetam os povos indígenas, que aspectos o senhor citou ao papa?


Dom Erwin: Logicamente, me referi à construção da Usina de Belo Monte, no Rio Xingu, no Pará. Uma obra que afeta não apenas os índios da região e que, do jeito como está sendo executada, levou à cidade de Altamira o caos em termos de saúde, de educação, de transporte, de segurança pública. A Justiça Federal acaba de determinar que a empresa responsável, a Norte Energia, cumpra as condicionantes que deveriam ter sido cumpridas antes do início das obras e que não vêm sendo observadas. Isso é positivo, mas as medidas judiciais, infelizmente, estão chegando tarde. Há comunidades indígenas que, de certa forma, já foram desmanteladas e só agora algumas autoridades parecem descobrir a anormalidade da situação. Basta ver o crescimento da população de Altamira. A cidade não se preparou para isso. Às vezes, sentimos como se Belo Monte fosse um rolo compressor passando sobre nós, mesmo que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010) tenha prometido que esse projeto não seria empurrado goela abaixo de ninguém, o que acabou acontecendo.
Foto - 19 de Abril - Dia da Resistência dos Povos Indígenas. 
Agência Brasil: O senhor criticou o governo brasileiro ao papa?


Dom Erwin: Disse a ele que o governo e o Congresso Nacional tomam iniciativas contrárias aos interesses dos povos indígenas. Medidas, a meu ver, inconstitucionais. Não houve tempo para que eu entrasse em pormenores, mas eu disse que o governo não luta pela causa indígena. E que o Congresso Nacional tem desrespeitado os direitos indígenas por meio de várias iniciativas que contrariam esses direitos, como a propostas de emenda à Constituição, a PEC 230, que quer transferir do Poder Executivo para o Legislativo a prerrogativa do governo federal de demarcar terras indígenas.


Agência Brasil: Em que medida a demora na identificação, demarcação e homologação das terras indígenas prejudica os povos indígenas e contribui para o acirramento da tensão no campo?

Dom Erwin: Ao ser promulgada, em 1989, a Constituição Federal estabeleceu um prazo de cinco anos para que todas as terras indígenas fossem demarcadas. Ou seja, até 1993 todas as terras identificadas como territórios tradicionais indígenas deveriam estar identificadas e homologadas. Passados 21 anos do fim desse prazo, pouco mais de 44% foram realmente demarcadas. Em 2013 não houve nenhuma demarcação. Dessa forma, essas terras ficam escancaradas para todo o tipo de invasor. É bom que se diga que demarcar novas reservas indígenas não significa criar enclaves, mas sim reconhecer que, no interior do território nacional, há áreas pertencentes à União destinadas ao usufruto dos povos que as habitam desde tempos imemoriais.


Agência Brasil: Como o papa reagiu ao seu relato e a suas críticas ao Estado brasileiro?

Dom Erwin: Ele não entrou em detalhes nem se pronunciou oficialmente sobre o assunto, mas me ouviu atenciosamente e manifestou seu apoio à causa indígena.
Foto - 19 de Abril - Dia da Resistência dos Povos Indígenas. 
Agência Brasil: O senhor presidiu o Cimi entre 1983 e 1991 e, agora (2007- 2015), cumpre seu segundo mandato à frente do órgão. Comparando esses dois períodos, quais as principais mudanças em relação à situação dos povos indígenas?


Dom Erwin: No final da década de 1980, a principal luta era em torno da Constituição Federal, o empenho necessário para inscrevermos no texto constitucional os direitos dos povos indígenas. Naquele momento, cantamos vitória, pois houve vários avanços, como o fato de os índios terem deixado de ser tutelados pelo Estado e se tornarem cidadãos brasileiros de fato, com direito a suas terras, suas expressões culturais. Agora, estamos lutando para impedir o avanço de iniciativas prejudiciais aos povos indígenas.


Agência Brasil: Mas a situação, hoje, está melhor ou pior?

Dom Erwin: Eu penso que a situação dos povos indígenas piorou nos últimos anos, sobretudo de 2003 para cá. Exatamente pela falta de empenho do governo em favor das demarcações e da saúde indígena. Faltam interesse e vontade política de assumir a questão indígena como uma causa importante na defesa dos direitos humanos.


Agência Brasil: Há o que se comemorar neste dia 19, Dia do Índio?

Dom Erwin: Eu preferiria falar em Dia dos Povos Indígenas. Não se trata de uma data para festejar, mas sim para sensibilizar e conscientizar a sociedade a respeito dos direitos desses povos. Em nosso atual sistema, o índio é considerado um obstáculo ao chamado progresso, entendido apenas do ponto de vista da taxa de crescimento econômico. Se entendermos desenvolvimento como melhoria da qualidade de vida para todo o povo brasileiro, os índios não só têm seu lugar, como sua sabedoria milenar é uma riqueza para o país.


Agência Brasil: A demora na demarcação das terras indígenas acirra uma disputa que, muitas vezes, envolve famílias de pequenos produtores rurais, gente assentada pelo próprio governo em terras hoje reivindicadas como territórios tradicionais. Entre essas pessoas há católicos que criticam o fato de a Igreja, por meio do Cimi, defender os interesses indígenas em detrimento dos de pequenos produtores e trabalhadores rurais. Como o senhor responde a essas críticas?

Dom Erwin: Eu não aceito dizerem que defendemos apenas os povos indígenas, sobretudo contra pequenos agricultores. Essa equação não funciona. O que dizemos é que se foi o governo que assentou famílias de colonos em áreas indígenas, é o governo que tem que resolver o impasse criado por ele mesmo. Não defendo e não aceito que se arranque de uma área indígena, com o uso de força policial e sem a devida reparação, uma família assentada pelo governo. Em casos assim, o governo tem que disponibilizar a essa família uma área equivalente à que ela ocupa e indenizá-la não só pelas benfeitorias feitas na terra, mas também por todo o suor derramado em dezenas de anos de trabalho. Agora, se alguém invadiu uma área sabendo se tratar de terra indígena, o tratamento deve ser outro.


Agência Brasil: O senhor deve deixar a prelazia ao completar 75 anos. Já está cuidando de sua sucessão?

Dom Erwin: Eu vou apresentar minha renúncia em 12 de julho deste ano, quando completo 75 anos. Isso não significa que deixarei a prelazia de um dia para o outro. Haverá o processo de escolha do meu sucessor, mas é possível que eu seja sucedido por três bispos, já que a regional da CNBB [Conferência Nacional dos Bispos do Brasil] sugere que, pelo seu tamanho, a prelazia do Xingu seja desmembrada em três dioceses. Eu mesmo apresentarei à regional um projeto nesse sentido.


Agência Brasil: O senhor teme que, com sua renúncia, a luta em prol da Amazônia e dos povos indígenas e ribeirinhos pode ser prejudicada?

Dom Erwin: Não, não acredito. Pelo contrário. Eu talvez tenha até mais liberdade e tempo para me empenhar em favor dessa causa. Não tenho o poder que às vezes me atribuem. O que eu tenho é o direito e a obrigação de chamar a atenção sempre que os direitos humanos forem violados.


Agência Brasil: O país parece atravessar um momento preocupante, com um segmento da sociedade se manifestando contra a garantia dos direitos humanos já conquistados, grupos de justiceiros agindo à revelia da lei e casos de ofensas a índios e outras minorias. O que o senhor diria a essas pessoas já que, entre elas, há muitas que se identificam com os preceitos cristãos?

Dom Erwin: Quem apela para fazer justiça com as próprias mãos, defende esse tipo de coisa ou se opõe aos direitos humanos está se distanciando da Igreja, de sua fé e de sua moral. Ainda que saibamos que não devemos olhar apenas os fatos recentes, mas também procurarmos as raízes desse comportamento e que, ao fazer isso, cheguemos à conclusão de que a Justiça é muito lenta e que há muita impunidade, sempre lutamos a favor dos direitos humanos. Precisamos de vontade política, de políticas públicas, para frear esse tipo de coisa.