terça-feira, 19 de julho de 2016

Direito ao esquecimento não pode limitar liberdade de expressão, diz PGR.

Para Janot, ainda não há reconhecimento por nenhum ordenamento jurídico brasileiro do chamado direito ao esquecimento.
Direito ao esquecimento não pode limitar liberdade de expressão, diz PGR
Foto: Antônio Augusto SECOM/PGR/MPF
“Não é possível, com base no denominado direito ao esquecimento, limitar o direito fundamental à liberdade de expressão por censura ou exigência de autorização prévia”. O entendimento é do procurador-geral da República, Rodrigo Janot. 

Ele explica que esse direito ainda não foi reconhecido ou demarcado no âmbito civil por norma alguma do ordenamento jurídico brasileiro. 
Para ele, também não existe direito subjetivo a indenização pela lembrança de fatos pretéritos.

A manifestação foi dada em parecer enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF) pelo desprovimento do Recurso Extraordinário com agravo (ARE) 833.248. O recurso foi interposto por Nelson Curi e três irmãos contra transmissão da emissora Globo de acontecimentos relacionados ao homicídio de Aída Curi, irmã dos autores, em 1958, no programa Linha Direta - Justiça. Com o recurso, eles buscam indenização por danos materiais e morais.

Para os recorrentes, ao transmitir imagens não autorizadas das circunstâncias da morte da irmã, a emissora ofendeu o chamado direito ao esquecimento. Segundo eles, a observância desse direito, que deriva dos direitos constitucionais à dignidade, à honra, à imagem e à vida privada, impediria a emissora de publicar acontecimentos ocorridos há décadas, sem autorização prévia e em prejuízo deles.

Janot destaca que a Constituição da República proíbe toda espécie de censura ou licença prévia nos meios de comunicação, inclusive no rádio e na televisão. Segundo ele, a própria Constituição estabelece limites ao exercício das liberdades fundamentais, cabendo às emissoras de rádio e televisão a observância dos princípios que norteiam o direito à intimidade, à vida privada, à honra e à imagem dos cidadãos. Em caso de descumprimento, há a previsão de condenação dos responsáveis e reparação de danos materiais e morais, além do direito de resposta proporcional ao dano.

“Não há respaldo constitucional para impedir ou restringir previamente a veiculação de programas de rádio e de televisão”, afirma, argumentando que a atuação de órgãos no sentido de impedir ou de limitar programas radiofônicos ou televisivos antes da publicação caracterizaria censura prévia, expressamente vedada pela Constituição. Ele assinala que “somente a posteriori, ou seja, após divulgação do conteúdo produzido pela emissora, cabe verificar se, excedidos os limites das liberdades comunicativas, houve violação a direito fundamental e averiguar dano apto a ensejar indenização ou a direito de resposta, proporcional ao agravo”.

Direito ao esquecimento – O PGR destaca que o reconhecimento de um direito subjetivo a esquecimento poderia ser utilizado como pretexto para determinadas pessoas pedirem indenização por danos materiais e morais de forma indevida, bastando afirmar que as obras nas quais foram retratadas lhes causaram lembranças penosas.

Janot afirma que, em alguns casos, direito a esquecimento significa impedir o direito à memória e à verdade por vítimas de crime, inclusive de graves violações de direitos humanos perpetradas por agentes estatais. “É arriscado para a sociedade aplicar de forma excessivamente ampla a noção de direito a esquecimento”, pontua. Para ele, equivaleria à verdadeira supressão de registros históricos, informáticos e jornalísticos, e beneficiaria aquelas pessoas, mas prejudicaria os demais cidadãos, que se veriam privados do acesso à informação, igualmente um direito constitucional, e deparariam com forma de censura, constitucionalmente proibida.

“Com essas considerações, não se pretende negar a existência do direito a esquecimento nem apontar sua incompatibilidade com a Constituição. Pretende-se apenas apontar que o reconhecimento de um suposto direito a esquecimento, tanto no âmbito penal como no civil, não encontra na jurisprudência nem na doutrina parâmetros seguros de definição, sem atuação do legislador”, conclui. 

Íntegra do parecer


Secretaria de Comunicação Social - Procuradoria-Geral da República - (61) 3105-6404/6408 - Twitter: MPF_PGR - facebook.com/MPFederal

sábado, 16 de julho de 2016

STF mantêm decisão do CNJ que determinou afastamento de Juiz Maranhense.

O ministro Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), indeferiu liminar por meio da qual o juiz Marcelo Testa Baldochi buscava suspender decisão do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) que determinou a abertura do processo administrativo disciplinar (PAD) contra ele e determinou seu afastamento do exercício das funções junto à 4ª Vara Cível da Comarca de Imperatriz (MA). A decisão foi tomada no Mandado de Segurança (MS) 34245.
No Supremo, o juiz questiona a validade do PAD aberto contra ele, sob o argumento de que o CNJ teria cometido ilegalidade ao avocar sindicância instaurada no Tribunal de Justiça do Maranhão (TJ-MA) na qual se apurava acusação de que ele teria cometido abuso de poder em benefício próprio. Sustenta que o órgão só poderia chamar para si processos disciplinares em curso, e não sindicâncias. Alega que o procedimento avocado não teria sido objeto de qualquer providência administrativa no TJ-MA e aponta ilegalidade em seu afastamento das funções de magistrado, pois as questões suscitadas não teriam correlação com a atividade judicante.
Em sua decisão, o ministro Barroso entendeu não existir, pelo menos em análise inicial, qualquer plausibilidade jurídica nas alegações apresentadas no MS, pois, como a avocação ocorreu em 2015, já ocorreu a decadência do direito de impetrar mandado de segurança. Independentemente de ter ocorrido a decadência, o relator considera que o CNJ poderia avocar o procedimento e citou, nesse sentido, precedente do Tribunal (MS 29925). Salientou ainda inexistir motivo para impor restrição à avocação, uma vez que o Conselho detém competência para instaurar originariamente o processo.
Quanto ao pedido de retorno às funções, Barroso destacou que a decisão que determinou o afastamento se encontra devidamente fundamentada em fatos que apontam o uso reiterado e arbitrário dos poderes de juiz para fazer valer interesses pessoais. “Isso reforça a necessidade de afastamento do impetrante da atividade judicante, além de se preservar a boa reputação e a dignidade do Poder Judiciário, já que tais condutas têm sido amplamente divulgadas na internet”, concluiu.
Processos relacionados
MS 34245

Ministério da Justiça deporta sumariamente o Professor franco-argelino Adlène Hicheur, que era pesquisador visitante do Instituto de Física da UFRJ.


Isabela Vieira – Repórter da Agência Brasil

Foto - prof. franco-argelino, Adlène Hicheur, 
O professor franco-argelino, Adlène Hicheur, que era pesquisador visitante do Instituto de Física da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) foi deportado sumariamente do Brasil, na noite de ontem (15).

Segundo informações preliminares, ele foi deportado para a França, do aeroporto internacional do Galeão, na zona norte da cidade do Rio de Janeiro.

A ordem de deportar o pesquisador partiu do Ministério da Justiça, que aproveitou uma brecha entre a renovação do contrato da UFRJ com o professo.

Hicheur foi condenado na França, em 2009, acusado de trocar mensagens com pessoas envolvidas em atos terroristas.

Apesar de negar as acusações que, segundo ele, "não apresentou nenhuma prova material para sustentar seus argumentos" e ter sido condenado"com base em hipóteses", o professor cumpriu pena na França, antes de vir ao Brasil, onde está desde 2013, na UFRJ.

Em nota no site, a UFRJ disse que ficou surpresa e preocupada com a ação da Polícia Federal "anunciada sem apresentação de justificativas claras e atenção a princípios democráticos básico", em referência ao direito à defesa.

A UFRJ havia aprovado pedido de renovação de contrato com o professor, após análises de órgãos internos. Hicheur, na Instituto de Física, desenvolveu importantes pesquisa, com destaque para descobertas para a Física de Partículas e contava com apoio do Centro Brasileiro de Pesquisas Fisicas.


Edição: Denise Griesinger

Turquia. Fracassou a tentativa de golpe militar, mais de 1500 militares estão detidos.

Foto -  Bravura incrível na noite passada. Muitos turcos arriscaram suas vidas e alguns se sacrificaram´pela Democracia.
São já 1.563 os militares detidos na Turquia, comunica a agência Reuters citando um oficial turco. De acordo com a fonte, a maioria dos detidos são oficiais subalternos.  

Foto - População nas Ruas contra o Golpe.
Cerca de 200 militares desarmados abandonaram os quartéis-generais em Ancara e se entregaram à policia, comunica a mídia local.


Foto - Tentativa de golpé em andamento.

O Ministério Interior da Turquia tinha comunicado que o exército conseguiu deter 754 militares que estiveram envolvidos no fracassado golpe militar no país, incluindo 5 generais e 29 coronéis. 
             Foto -  Heróis anônimos. Bravura incrível na noite passada.        
Muitos turcos arriscaram suas vidas e alguns se sacrificaram´pela Democracia.
Além disso, segundo fontes locais, o número de mortos aumentou para 90 pessoas, cerca de 1.100 pessoas ficaram feridas.
Segundo a Organização Nacional de Inteligência, a tentativa de golpe na Turquia foi empreendida pelo comando da Aeronáutica e da polícia militar.
O golpe do Estado foi encabeçado pelo coronel Muharrem Kose, oficial turco afastado das suas funções em maio de 2016 devido à sua ligação o com o clérigo oposicionista Fethulalh Gulen.

Foto - coronel Muharrem Kose
​Durante a noite, os envolvidos no golpe atacaram uma série de instalações em Ancara, inclusive o prédio do Estado Maior, sedes da polícia, do ministério do Interior e do parlamento. O parlamento também sofreu ataques aéreos, deixando um número ainda desconhecido de feridos.

Depois do apelo do presidente do país, Recep Tayyip Erdogan, as ruas das principais cidades da Turquia foram tomadas por milhares de pessoas contrárias ao golpe militar. Na praça Taksim, em Istambul, os militares disparam contra os manifestantes, que protestavam contra a intervenção do exército. Os dados sobre mortos e feridos ainda não foram compilados, segundo informa a emissora NTV, mas pelos menos 6 pessoas morreram durante os tumultos em Istambul. Segundo a agência Anadolu, 17 policiais morreram em Ancara.
Após algumas horas, desde o início da tentativa de golpe, a Organização Nacional de Inteligência da Turquia informou que a situação no país "voltou ao normal".

sexta-feira, 15 de julho de 2016

Turquia. Através de um Golpe de Estado, Exército toma o poder no País.


Foto - -Sputinknews.com

ATUALIZAÇÃO:


Da Agência Ansa

O Estado-Maior do Exército da Turquia anunciou nesta sexta-feira (15) que tomou o controle do país em um golpe contra o primeiro-ministro Binali Yildirim e o presidente Recep Tayyip Erdogan.

"Para recuperar nossos direitos humanos, constitucionais e democráticos, estamos oficialmente assumindo o controle do país", diz uma declaração da ala das Forças Armadas responsável pela revolta.

Por volta das 22h, tiros foram ouvidos em Ancara, capital do país, onde caças faziam voos rasantes e helicópteros militares tomavam os céus. Em seguida, foram fechadas as duas pontes sobre o estreito de Bósforo, em Istambul, no sentido Ásia-Europa - no caminho inverso, o tráfego seguiu fluindo.

Logo depois foi bloqueado o acesso às redes sociais e militares invadiram a sede da TV estatal. Além disso, tanques se dirigiram ao Aeroporto Internacional de Ataturk, em Istambul, o mais movimentado do país.

"Os autores [do golpe] pagarão o preço mais alto", garantiu Binali Yildirim, que ainda prometeu usar "força contra a força". Nos últimos meses, o presidente Erdogan vinha sendo acusado de promover um governo autoritário no país, atingindo até alguns de seus antigos aliados.

Além disso, o país convive com a ameaça do terrorismo do Estado Islâmico e de grupos separatistas curdos. O partido AKP, fundado por Erdogan, é acusado de interferir na Justiça para abafar casos de corrupção e de censurar a imprensa. Para isso, fechou jornais opositores e afastou juízes tidos como "adversários".

Erdogan foi primeiro-ministro até 2014, mas no fim de seu mandato foi eleito presidente, mantendo o poder em suas mãos, apesar de a Turquia ser parlamentarista. Nos últimos meses, vinha tentando emplacar uma mudança para o regime presidencialista, o que lhe deria ainda mais força. Segundo a emissora "CNN", apesar do golpe, ele se encontra a salvo.

Iraque. Isis confirma morte de "ministro da guerra" imensamente popular Omar al-Shishani.

Foto - Abu Omar al-Shishani, era um dos comandantes do Isis

O líder militante era muito popular dentro do grupo e sua perda causou um golpe significativo, Abu Omar al-Shishani, foi um comandante do Isis do mais alto escalão, sendo confirmado como morto pelos meios de propaganda pró-Isis.

O "ministro da guerra" era nascido na Chechenia, imensamente popular, foi morto em combate perto da cidade iraquiana de Mosul, que se encontra sitiada.

Sua morte - supostamente nas mãos de tropas dos EUA - foi falsamente relatada no passado, mas a confirmação está sendo apoiado por uma série de analistas e contas pró-Isis mídia social. No entanto, The Independent não foi capaz de ratificar as informações.

O Isis, atraves de seus meios de comunicação,  relatou a Amaq a notícia na quarta-feira à noite, dizendo al-Shishani foi morto em combate na cidade iraquiana de Shirqat, ao sul de Mosul.

Shishani, também conhecido como Omar checheno, classificado entre militantes mais procurados da América no âmbito de um programa de US que oferecia até US $ 5 milhões por informações para ajudar a tirá-lo do campo de batalha.

O Shishani de barba ruiva tinha uma reputação de ser o conselheiro militar mais próximo do líder do Estado islâmico Abu Bakr al-Baghdadi, que foi dito pelos seguidores ter dependencia forte de Shishani.

Em março, o Pentágono disse Shishani tinha sido provavelmente morto em um ataque aéreo EUA na Síria.


Negociações secretas sobre a Síria estão em curso.

Fonte de informações: 

Pravda.ru

 
Urgente: Negociações secretas sobre a Síria. 24715.jpeg

Vários estados membros da Coalizão Internacional contra a República Árabe Síria iniciaram ao longo da semana em curso negociações secretas com o país atacado, para preparar a retirada da guerra.

Entre esses estados estão os membros da União Europeia e do Commonwealth.

Três das viagens para essas negociações foram já reveladas pelos jornaisGulf News e Al-Mayadeen:


• viagem do general Ali Mamelouk - coordenador dos serviços secretos sírios, para Berlin;

• viagem do general Mohammed Dib Zaitoun - diretor geral da segurança da Síria, para Roma;

• viagem do general Alberto Manenti - diretor da Agenzia Informazioni e Sicurezza Esterna - em avião especial, de Roma a Damasco.

Todas essas viagens acontecem logo depois do Brexit. E são a face oculta de um iceberg.

Todos os negociadores interpretam o Comunicado de Genebra no sentido de que deve resultar não em alguma espécie de 'mudança de regime', mas na criação de um governo de união nacional, sob a presidência de Bachar el-Assad. Há um oficial sírio já a postos, numa capital europeia, para coordenar a luta contra os jihadistas.

Todos esses contatos desconsideram as sanções oficialmente decretadas contra Damasco.*****
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LEIA MAIS Urgent : Négociations secrètes autour de la Syrie.  - 13/7/2016,  Réseau Voltaire http://www.voltairenet.org/article192829.html

Link Original:http://port.pravda.ru/news/science/15-07-2016/41357-negociacoes_secretas-0/#sthash.WvWTJXyx.dpuf