sábado, 25 de março de 2017

Seminário discute os riscos da política econômica de Trump para o Brasil e América Latina.

Donald Trump
O presidente dos EUA, Donald Trump. Sua política econômica pode exigir adequação da agenda comercial e de desenvolvimento da América Latina.

Qual o risco da agenda neoconservadora de Donald Trump interromper ou perverter políticas públicas voltadas para o desenvolvimento sustentável com inovação e democratização de oportunidades? Como os mercados e instituições financeiras nacionais e multilaterais reagirão ao novo cenário político que prega o unilateralismo? O que significa o novo populismo em escala global?

por Fernanda Rezende.
Para responder a estas e outras perguntas, o economista Gilson Schwartz, professor da Escola de Comunicação e Artes (ECA) da USP e em ano sabático no IEA em 2017, organiza o seminário Novas Fronteiras da Geopolítica Econômica: Trump, Brasil e América Latina

Realizada no dia 28 de março, das 14h30 às 18h, na Sala de Eventos do IEA, a atividade é uma parceria entre o IEA, o Núcleo de Pesquisa em Relações Internacionais (Nupri) da USP e o Grupo de Pesquisa Cidade do Conhecimento, coordenado por Schwartz na ECA-USP.

A participação presencial exige inscrição prévia. Também é possível acompanhar ao vivo pelo site do IEA. "O foco do debate é a identificação dos novos desafios de longo prazo para a economia e a sociedade na América Latina após a surpreendente vitória de Trump. É urgente rediscutir o modelo de desenvolvimento, não apenas as armadilhas macroeconômicas de curto prazo", indica Schwartz.

O formato em mesa-redonda reunirá Otaviano Canuto, diretor executivo do Fundo Monetário Internacional (FMI) para um grupo de países que inclui o Brasil; Demétrio Magnoli, colunista da Folha de S. Paulo e GloboNews; Gesner de Oliveira, professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e diretor da GO Associados; Octavio de Barros, ex-economista-chefe do Bradesco e criador do Instituto República; Marcelo Carvalho, economista-chefe para América Latina do BNP Paribas; Marcelo P. Cypriano, pesquisador do Brazil Investment Link, no Nupri-USP, e estrategista da Mont Capital; Guilherme Ary Plonski, vice-diretor do IEA; Rafael Duarte Villa, coordenador-científico do Nupri, e Alberto Pfeifer, professor do Instituto de Relações Internacionais (IRI) da USP.

Segundo Schwartz, a discussão será norteada pelo tema da inovação, considerando suas dimensões financeiras, tecnológicas e culturais. O grupo debaterá as políticas públicas da nova emergência digital e as questões econômicas nacionais que se recolocam frente à crise internacional desatada pela crise financeira mundial iniciada em 2008. A pergunta central será: está a América Latina, e especialmente o Brasil, preparada para a nova agenda global?

O seminário inaugura uma série de atividades voltadas para a formulação de uma nova agenda e de cenários globais voltados para políticas de desenvolvimento econômico centradas na digitalização da produção, do consumo e das finanças. 

É também o marco de lançamento do portal "Brazilian Investment Link", que dará continuidade a essa agenda de debates e pesquisas.

Foto: Gage Skidmore.


Maranhão. MPF aciona a Justiça para garantir tratamento de paciente portador de necessidades especiais no Hospital Universitário, governo estadual alega não possuir dinheiro para arcar com os custos do tratamento.

MPF defende transferência de paciente para Hospital Universitário no Maranhão
Monitor de sinais vitais em primeiro plano.
Ao fundo, cama de paciente em hospital.

Nicholas Coelho Pinheiro é portador de necessidades especiais e necessita realizar procedimento cirúrgico.

O Ministério Público Federal (MPF) opinou pelo não provimento de recursos de apelação e do reexame necessário da União e do estado do Maranhão no caso de Nicholas Coelho Pinheiro, paciente que aguarda transferência para o Hospital Universitário da Universidade Federal do Maranhão (HUUFMA) para realizar procedimento cirúrgico (prostatectomia transvesical).
O Juízo da 13ª Vara da Seção Judiciária do Maranhão acolheu o pedido formulado para determinar que a União e o estado adotem todas as providências necessárias para assegurar a transferência e fornecer o tratamento cirúrgico apaciente, que é portador de necessidades especiais, apresenta quadro de retenção urinária e usa sonda vesical.
O Estado do Maranhão, no entanto, alega não possuir recursos financeiros suficientes para arcar com os custos do tratamento. Já a União, alegando violação do princípio da igualdade, defende que uma pessoa específica não pode receber tratamento diferenciado sem que isso se estenda a todos os outros cidadãos.
O Supremo Tribunal Federal (STF), ao examinar a matéria, assenta que o direito à saúde é de todos, e que cabe sim ao estado provê-lo à população por meio de políticas públicas e econômicas, conforme expresso no artigo 5º, 6º e 196 da Constituição de 1988. Diante de uma conduta estatal que despreze os direitos constitucionais assegurados pela Constituição, como é o caso de Nicholas, o poder Judiciário deve intervir para garantir o mínimo existencial. O poder público, por sua vez, não pode criar obstáculos para garantir condições materiais mínimas de existência.
O documento explica, baseado nas palavras do ministro Celso de Mello, que “ao apurar os elementos fundamentais dessa dignidade (o mínimo existencial), estar-se-ão estabelecendo exatamente os alvos prioritários dos gastos públicos. Apenas depois de atingi-los é que se poderá discutir, relativamente aos recursos remanescentes, em que outros projetos se deverá investir”.
Assim, o Ministério Público Federal manifesta-se pelo conhecimento e não provimento dos recursos de apelação e do reexame necessário.
0035970-34.2012.4.01.3700/MA
Assessoria de Comunicação Social - Ministério Público Federal - Procuradoria Regional da República - 1ª Região - Tel.: (61) 3317-4583 - No twitter: mpf_prr1.

sexta-feira, 24 de março de 2017

Dirigentes do PT maranhense participam de debate promovido em São Paulo pelo Diretório Nacional do Partido.

Ver. Honorato, ex-presidente Lula e Francimar.
Diversas lideranças maranhenses encontram-se em São Paulo para participarem do seminário “O que a Lava Jato tem feito pelo Brasil”, com a presença do ex-presidente Lula e Rui Falcão, presidente do PT, além de juristas, economistas, sindicalistas, especialistas em comunicação, cientistas e dirigentes do PT. Dentre as lideranças presentes destacamos a presença do Vereador de São Luís, candidato a presidência do Diretório Municipal, Honorato Fernandes.


Além das presenças do Deputado Estadual Zé Inácio, candidato a presidente do diretório estadual do PT, da militante social e professora universitária Berenice atual representante do diretório estadual junto a diretoria nacional do PT, e de Francimar atual secretário do diretório estadual e também candidato a presidente do diretório estadual do PT.

Foto - Vereador Honorato Fernandes e Lula.
Importante reproduzirmos abaixo a publicação feita pela Redação da Agência PT de Notícias, com a síntese do que foi o referido evento.

Foto - Vereador Honorato Fernandes, Lula e Berenice.
Lula: Lava Jato é moeda que tem a cara da Globo.

Durante debate promovido pelo PT, ex-presidente voltou a condenar a conduta dos responsáveis pela operação. Para ele, Lava Jato tem apenas um lado.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a criticar a conduta dos responsáveis pela Operação Lava Jato e seus desdobramentos. Para ele, a “Lava Jato é uma moeda que tem a cara da Globo, de outros jornais, da Polícia Federal, do Sérgio Moro e não tem a cara do povo que tá sendo prejudicado”.

“A Lava Jato ela não precisa do crime. Primeiro acham os criminosos e depois ela (a operação) tenta colocar o crime em cima do criminoso”, condenou o ex-presidente, durante o seminário “O que a Lava-Jato tem feito pelo Brasil”, organizado pelo Diretório Nacional do PT, nesta sexta-feira (24).

“Me incomoda muito primeiro criminalizarem a pessoa e depois ficam procurando um crime para essa pessoa”, explicou.

Na avaliação do ex-presidente, não apenas os condenados de forma antecipada pela operação têm receios sobre os desdobramentos da Lava Jato e o futuro do País. “Quando se trata de denuncia de corrupção, a primeira reação das pessoas é ficarem com medo. A sociedade está com medo. Ninguém sabe o que pode acontecer amanhã”, afirmou.

O ex-presidente Lula lembrou a coletiva de imprensa convocada pelo procurador da República Deltan Dallagnol, coordenador da Lava Jato. “Eles fizeram a coisa mais sem vergonha que aconteceu nesse país. Um juiz que precisa da imprensa para execrar as pessoas junto a opinião pública, para depois facilitar o julgamento”, lembrou.

Mais de um ano após ser conduzido coercitivamente e ter sido alvo de busca e apreensão, Lula lembrou que a Polícia Federal ainda não devolveu os tablets dos netos. Ele ainda disse que a polícia “não tem critério”.

“Na certa eles vão tentar encontrar um jeito de dizer que meus netos estavam trabalhando em alguma coisa na Lava Jato”, ironizou.

Lula voltou a defender que não tem nada a temer em relação às investigações. “Eles deram azar porque foram mexer com quem não deveriam ter mexido. Nem moro, nem Dallagnol têm a lisura e a ética que eu tenho nesses 70 anos de vida”.

“Quero ver qual vai ser o crime imputado a mim. Eu tenho dito todo santo dia: eu duvido que tenha um empresário que diga um dia que o lula pediu 10 centavos. Não é porque sou santo não, é porque tenho critério político”.

Ao final de sua fala, Lula garantiu que irá até o fim para defender sua honra e informou sobre o depoimento que prestará à Justiça Federal em maio. “Eu vou nessa briga até o fim. Eu não tenho negociata”.

“Pode ter certeza que eu vou brigar até as últimas consequências. Dia 3 eu tenho depoimento em Curitiba e estarei lá. Nunca achei que eu merecia algum privilégio”.

Debate importante

Sobre o debate promovido pelo Partido dos Trabalhadores, que contou com falas de pessoas como Rui Falcão, Fernando Morais, Mino Carta, Lula disse ser importante “mostrar o outro lado da Lava Jato”.

“Esse seminário é importante porque vai fazer com que nós petistas aprendamos de uma coisa: quando alguém dizer que um amigo nosso é corrupto, na falta de prova a gente tem que estar do lado do amigo da gente”, falou, ao criticar, mais uma vez, a operação.
O ex-presidente ainda lembrou a dificuldade para concessões de habeas corpus aos investigados e presos pela Lava Jato. “Eu não me lembro em momento algum na história do regime militar que a gente teve tanta dificuldade com habeas corpus como agora”, disse. Ele citou o caso do ex-secretário de Finanças do PT, João Vaccari Neto, preso há dois anos.
A conduta da imprensa tradicional brasileira também foi alvo de críticas do ex-presidente. Ele lembrou que, durante seu governo, toda semana era um “terrorismo”. “Toda quinta passava o Gilberto Carvalho, André Singer, falando sobre a capa da Veja e ficava um terrorismo. Isso foi anos e anos, era um ritual: quinta a fofoca, sexta a matéria, sábado na televisão, domingo nos jornais”, recordou.
Da Redação da Agência PT de Notícias.

Desvendando as mentiras da Reforma da Previdência para impedi-la. por Roberto Requião.

Resultado de imagem para foto roberto requiao
Foto - Senador Roberto Requião.

Roberto Requião[1].
Depois de ler e reler as propostas de reforma da Previdência do Governo, depois de ouvir desde os meus conterrâneos lá nos fundões do Paraná até qualificados especialistas no assunto, concluo: estamos diante de um dos maiores embustes da história brasileira. 
Mais que isso, estamos diante de uma das maiores crueldades que se ousou perpetrar contra o nosso povo.

Talvez ela seja comparável com a monstruosa emenda constitucional que pretendeu congelar por 20 anos os gastos públicos no país.

Com uma diferença: como suponho que o país não enlouqueceu completamente, o congelamento dos gastos será revogado no devido tempo.

Mas a pretendida reforma previdenciária preocupa. Ela, caso aprovada, será mais difícil de ser cancelada.

É que a PEC da Morte, como ficou conhecida, fere não apenas os interesses gerais da sociedade, mas também grupos de interesse que giram em torno do Estado. Já a Previdência é uma instituição do povo e para o povo, embora dela se beneficiem também alguns grupos corporativos.

O grande capital, os grupos financeiros, os especuladores jamais lutarão por uma Previdência Social decente e justa no Brasil.

Ao contrário, eles estão por trás das grandes pressões em favor da reforma apresentada por Henrique Meireles e Michel Temer.

Não vou me ater a todos os aspectos particulares da reforma proposta. Já são suficientemente conhecidos deste plenário e da própria população.

Aliás, várias entidades da sociedade civil apresentaram estudos examinando-a em profundidade, mostrando de forma definitiva, cabal a sua impropriedade.

Destaco, no entanto, entre os itens mais malignos, facinorosos, a mudança nas regras de aposentadoria.

Querem agora exigir um mínimo de 65 anos de idade e contribuição de 25 anos para aquisição desse direito, que sequer é uma aposentadoria integral, mas apenas 50% de uma média.

Não, não vou me ater a detalhes. Vou procurar mostrar a natureza das forças fundamentais que estão por trás do projeto.

Em uma palavra, o que se pretende, com a iniciativa Meirelles/Temer, é abastardar a Previdência contributiva pública – a Previdência financiada pelos trabalhadores e pelos patrões -  a fim de piorá-la, degenerá-la para abrir espaço para a previdência privada, financiada apenas pelos trabalhadores.

Com isso, milhões de brasileiros serão expelidos de qualquer forma de proteção, pois perderão a Previdência pública e não terão como pagar a privada.

O mais grave é que toda a reforma está concebida, funda-se em uma falácia.

A Previdência contributiva pública não tem déficit. Na verdade, ela faz parte do Sistema de Seguridade Social instituído pela Constituição de 88. As fontes de financiamento do sistema cobrem suas despesas, e a pequena parte que não é coberta o Governo Federal, por mandato constitucional, tem que cobrir.

Contudo, em lugar de cumprir esse mandato constitucional, o Governo, desde 1989, sequestra recursos da seguridade para pagar juros da dívida pública e cobrir os rombos do orçamento fiscal.

Comete-se, portanto um crime social em larga escala!

Até aqui, os programas de privatização dos sucessivos governos visavam a setores produtivos, com apenas algumas exceções.

Mas, agora se trata de privatizar um serviço social vital para o povo, abrindo espaço para áreas ainda mais sensíveis como o abastecimento de água.

Outras áreas de serviços, como aeroportos, também em processo de privatização, não afetam o consumidor em larga escala, exceto pelo alto custo das tarifas que lhes são impostas.

Evidencio um ponto adicional: a chamada transição etária. A justificação do Governo para a emenda é que a população brasileira está envelhecendo e a acumulação futura de aposentadorias pode comprometer o equilíbrio do fundo previdenciário.

Isso é, de novo, um grande embuste, uma fraude!

A expectativa de vida dos brasileiros é extremamente diferenciada por região – pode variar entre 53 e 78 anos -, e não faz sentido ter uma única referência de idade para todos.

O mais grave, contudo, é que o sistema atuarial no qual se baseou o Governo para fazer suas projeções previdenciárias de longo prazo – até 2060! – está fundado em estimativas absolutamente equivocadas!

Por que equivocadas?

Porque tais estimativas, essenciais para determinar o equilíbrio futuro do sistema, ancora-se em dados de 2002, de maneira determinista, mecânica. Ou seja, os resultados são tidos como certos, fatais.  Entretanto, todas as estimativas feitas para a Lei de Diretrizes Orçamentárias, a LDO, para cumprir determinação legal, desde 2002, revelaram-se erradas, de acordo com estudo coordenado pelos economistas Denise Gentil e Cláudio Puty. 

Portanto, estamos diante de um projeto de emenda fundado em bases falseadas, mal formuladas, mal concebidas e profundamente prejudiciais para a sociedade brasileira.

Apenas a absoluta insensibilidade do Congresso e, particularmente deste Senado, resultaria em aprovação do monstrengo.

Como disse, só se compara a essa iniciativa a delituosa emenda 55, aqui desgraçadamente aprovada, embora a pretendida reforma da Previdência tenha um conteúdo de impiedade ainda maior, pois se abate sobre a parte mais vulnerável da população brasileira.

Conclamo às senhoras e senhores senadores a examinar essa questão não apenas com as mentes, mas também com o coração.

Afinal, é manter um mínimo de justiça social através do sistema de seguridade social brasileira.

Não basta que sejamos um dos países líderes da desigualdade social, o que mais cava fundo e intransponível o fosso entre os que mais têm e os que nada têm?

Não basta que tenhamos sido o último país a, pelo menos formalmente, acabar com a escravidão, o que, até hoje, produz sequelas gravíssimas?

Não basta? Querem mais ainda? Querem agora eliminar uma das poucas possiblidades de os brasileiros terem um mínimo de dignidade e de proteção na velhice?

Por favor, não me venham com o discurso falacioso do déficit ou aquela indecência de que é preciso reformar hoje para garantir o amanhã.

Por fim, insisto e reforço quatro pontos:

- Em 2015, 79% das pessoas que se aposentavam por idade não conseguiram contribuir por 25 anos. Sua média de contribuição era de sete meses em um ano.   

Portanto, no regime proposto pelo Governo, para se aposentar teriam que continuar contribuindo muito além dos 65 anos. Não é apenas um equívoco. É uma crueldade.

2º- Chamo de novo a atenção das senhoras e dos senhores para esta informação:  o sistema atuarial no qual o Governo se baseou para estimar a situação a longo prazo da Previdência (até 2060) é totalmente equivocado, para não dizer desonesto. 

As projeções são distorcidas, conforme demonstraram de forma irrespondível os pesquisadores Denise Gentil e Cláudio Puty, no documento “Plataforma Política Social”, publicado pela Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal e outras instituições, leia [http://plataformapoliticasocial.com. br/ wp-content/uploads/2017/03/Doc-3_final-redes.pdf].

Notem que na elaboração da Lei de Diretrizes Orçamentárias – LDO deve-se, todo o ano, fazer projeções sobre as perspectivas da Previdência. Isso deveria considerar no mínimo três cenários possíveis, associado cada um a probabilidades, mas o Governo leva em consideração apenas um, como se fosse uma tendência única, e não apenas probabilística. Com isso, erros de estimativa comprovado de receita em determinados anos chegam a 35%, mesmo quando se usam apenas os próprios dados oficiais.

3º-  Uma das principais razões pelas quais o Governo subestima exageradamente o déficit a longo pazo da Previdência é que ele usa, como base de suas projeções, a PNAD – Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios de 2009.

Ora, sabemos que em 2008, como consequência da crise internacional, a economia e o emprego, base da Previdência, afundaram. A partir daí as estatísticas do IBGE superestimam a despesa e subestimam a receita. A única justificativa para isso é o propósito deliberado de dizer que a Previdência pública vai falir, a fim de preparar logo o espaço para a entrada no vácuo da previdência privada.

- Para justificar a reforma, o Governo estabeleceu comparações de expectativa de vida com outros países, notadamente com a OCDE.

Eis outra fonte de distorção e manipulação. Temos um país imenso, com grande diversidade de situações. A expectativa de vida difere de lugar para lugar, não só entre regiões, mas até mesmo dentro de uma mesma cidade.

Em São Paulo, por exemplo, no Alto Pinheiros, a expectativa de vida é de 79,5 anos; no Grajaú, de 56. Não faz nenhum sentido basear a Previdência numa expectativa de vida média, pois isso seria uma tremenda discriminação contra os pobres, muitos dos quais não chegariam a aposentar-se porque morreriam antes da aposentadoria.

À guisa de conclusão, como se dizia antigamente, refiro-me à uma antiquíssima, cinco vezes centenária prática nacional de nossas classes mais abastadas e também das nem tanto endinheiradas: a sonegação.

Segundo estimativas consideradas bastante conservadoras, apenas meia centena de grandes empresas brasileiras devem cerca de 500 bilhões de reais à Previdência.

Quinhentos bilhões!

Mas, como é tradição neste país que rico não paga imposto, pretendem escorchar, esfolar, esbulhar, saquear, roubar os trabalhadores e os idosos para suprir um fantasioso, mentiroso, fraudulento déficit da Previdência.

Não vamos permitir que aprovem esse aburdo!
      

[1] Roberto Requião é senador da República em seu segundo mandato. Foi governador do Paraná por 3 mandatos, prefeito de Curitiba e deputado estadual. É graduado em direito e jornalismo com pós-graduação em urbanismo e comunicação. É capitão reformado do Exército Brasileiro.

Sugestão de leitura. [https://ufrj.br/docs/jornal/2007-marco-jornalUFRJ24.pdf] nota do blogueiro.

“Um bem de todos não pode virar lucro de alguns”, afirma Zé Inácio, sobre privatização da Caema.



Aconteceu na tarde da última quarta-feira (23) a audiência pública “A defesa da água como direito humano e não como mercadoria”, uma iniciativa da Central única dos trabalhadores (CUT), do Sindicato dos Urbanitários do Maranhão e do deputado Zé Inácio, que coordenou a mesa.

Durante a audiência foi discutida a política pública de saneamento e esgotamento sanitário desenvolvido pelo Governo do Maranhão e a privatização da Caema.

Os urbanitários presentes pediram esclarecimentos sobre a adesão do Maranhão ao programa de concessões do BNDES e sobre o projeto do Governo do Estado para o saneamento e a Caema.

Davi Teles, presidente da Caema, afirmou que o governador Flávio Dino, dia 25 de janeiro último, manifestou-se, no twitter, claramente contra a privatização da CAEMA e que o problema do saneamento no Brasil é a falta de dinheiro.

O deputado Zé Inácio reafirmou seu comprometimento com a defesa da Caema pública e disse estar à disposição para dar continuidade aos debates, que ele considerou muito representativo e rico.

Integrou a mesa de debates o presidente da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Assembleia, Rafael Leitoa, o diretor do Sindicato dos Urbanitários do Maranhão, José do Carmo Vieira de Castro; o secretário Geral da CUT do Maranhão, Nivaldo Araújo; o assessor jurídico do STIU, Guilherme Zagalo; o sociólogo e assessor de saneamento da FNU, Edson Aparecido da Silva; o presidente da CAEMA, Davi Teles e o deputado Bira do Pindaré (PSB).


Ainda pela manhã o deputado Zé Inácio usou a tribuna da assembleia para tratar do tema e destacar a importância da água para a população mundial e que esta não deve ser tratada como mercadoria.

O deputado lembrou ainda que as ações de privatização do setor de saneamento tem ganhado força no governo Michel Temer. “Após o golpe no Brasil, a situação se agrava e as ameaças de privatização do setor de saneamento vão se tornando realidade, com mudança no seu marco legal e outras medidas que incentivam e facilitam a participação do setor privado.”, disse.

Zé Inácio reafirmou ainda sua aversão à privatização da Caema, já que tal ação é sinônima de vantagens para empresas e prejuízos aos trabalhadores e para a população em geral.

“Um bem de todos não pode virar lucro de alguns, e esta é a luta dos urbanitários, por uma Caema pública e melhor.”, declarou.

O parlamentar finalizou dizendo, “A água, cada vez mais, se torna um bem precioso e os empresários passam a ter um olhar visando não atender a população, mas o lucro.”

Brasília. Ministério da Educação quer rediscutir proposta de lei de responsabilidade educacional.

Resultado de imagem para lei de responsabilidade educacional

O deputado Izalci Lucas (PSDB-DF) pediu nesta quarta-feira (22) a retirada de pauta do projeto sobre a lei de responsabilidade educacional (PL 7420/06), apesar de haver quórum para votação do texto na comissão especial que analisa o assunto.
A proposta estende punições previstas na Lei de Improbidade Administrativa (8.429/92) ao gestor público que permitir, injustificadamente, o retrocesso da qualidade da educação básica nos estados, municípios e Distrito Federal.
Representando a liderança do governo no colegiado, Izalci se comprometeu a agendar uma reunião com o ministro da Educação, Mendonça Filho, para discutir a proposta. “O governo solicitou um prazo maior, para debater um pouco mais”, disse. “É preciso buscar a responsabilização dos atores, mas temos que ver de que forma.”
Crítica e apelo
O relator na comissão especial, deputado Bacelar (PTN-BA), lamentou o adiamento na votação. Ele leu complementação de voto apresentada em dezembro – incluindo sugestões de parlamentares, entidades sociais e do Executivo – e criticou a posição do governo.

“Ninguém é responsável pelos desastres da educação brasileira, e o governo Michel Temer continua nesse mesmo caminho”, afirmou. “Pelo Plano Nacional de Educação [PNE - Lei 13.005/14], a lei de responsabilidade educacional já deveria estar aprovada desde 2015”, continuou.
Bacelar fez um apelo para que entidades ligadas à educação se mobilizem a favor do projeto. Para ele, só assim a lei de responsabilidade educacional será aprovada. Se aprovado na comissão especial, o texto precisa passar também pelo Plenário.