segunda-feira, 1 de maio de 2017

Massacre dos Gamela. MPF/MA pede à PF que dê segurança aos indígenas atacados por fazendeiros em Viana (MA).

O MPF quer também que a Fundação Nacional do índio (Funai) se manifeste sobre as providências adotadas ante a iminência de possível novo ataque aos indígenas.
Assim que tomou conhecimento dos ataques de fazendeiros aos indígenas do povo Gamela, em Viana (MA), O Ministério Público Federal no Maranhão (MPF/MA) comunicou o fato à Policia Federal (PF) e à Secretaria de Segurança Pública do Estado, solicitando deslocamento imediato de força policial para a região do conflito, mas precisamente nas aldeias Piraí e Cajueiro. O MPF quer também que a Fundação Nacional do índio (Funai) se manifeste sobre as providências adotadas ante a iminência de possível novo ataque aos indígenas.
Segundo comunicado da 6ª Câmara de Coordenação e Revisão (CCR do MPF) ao MPF/MA, a situação na região é de extrema gravidade, Cinco indígenas estão internados no hospital Socorrão 2, em São Luís (MA). Um deles, levou dois tiros, sendo que uma bala está alojada na coluna e a outra na costela. Além disso ele teve as mãos decepadas e ligamentos do joelho cortados. O irmão dele, levou um tiro no peito. Outro indígena também teve as mãos decepadas. Mais outro levou um tiro na cabeça e outro no rosto e no ombro. Este está aguardando o resultado da tomografia. dois indígenas foram operados. Vários outros indígenas estão feridos e muitos internados em hospitais próximos ao município de Viana.
O MPF requisitou ainda à PF, Secretaria de Segurança e à Funai informações sobre a apuração dos fatos ocorridos no último final de semana com os indígenas do povo Gamela. O que se sabe é que os ataques aconteceram após incitação de ódio contra os indígenas convocada por intermédio de emissoras de radio da região. Os fazendeiros estão se reunindo no povoado de Santeiro, no município de Viana, os Gamela estão nas aldeias Piraí e Cajueiro, que fica na estrada que liga Viana a Matinha.
Assessoria de Comunicação - Procuradoria da República no Maranhão - Tel.: (98) 3213-7161 - E-mail: prma-ascom@mpf.mp.br - Twitter:@MPF_MA.

Viana/MA. Atacados por pistoleiros numa emboscada, vários índios gamelas foram baleados e golpeados com arma branca, tiveram braços e mãos decepados a fação.

Segundo informações de terceiros, desde as primeiras horas desta segunda-feira, cinco índios gamelas estão recebendo atendimento médico no Socorrão 2 na Cidade Operária, em São Luís.

Dos cinco indígenas feridos em estado grave. 

Um deles levou dois tiros, uma bala está alojada na coluna e a outra na costela, ele teve também as mãos decepadas e joelhos cortados. 

Um segundo indígena, irmão do primeiro, levou um tiro no peito.  

Um terceiro índio também teve os dois braços separados do corpo a golpes de fação. 

Um quarto índio recebeu um tiro na cabeça, e 
o quinto índio recebeu tiros no rosto e no ombro. 

Este ultimo está aguardando o resultado da tomografia; dois indígenas já  foram operados e continuam internados. 

Importante destacarmos, mas esta barbárie é mais uma daquelas tragédias anunciadas. O processo de retomada das terras pelos Gamelas iniciou de forma mais enfática há pelo menos dois anos. E o Estado em todas as suas esferas se manteve OMISSO. Se não houver uma reação contundente, haverá um genocídio naquela região.

Neste momento as entidades e pessoas mais estreitamente ligadas aos movimentos indígenas e as demais lutas por terra, estão trabalhando no sentido de prestar apoio in loco para os que estão em VIANA e aos que estão hospitalizados. A situação é gravíssima!!!

Segundo informações que chegam o aldeamento Itaquaritiuaiua é um aldeamento que fica às margens da Rodovia MA 014 e neste momento é o lugar mais vulnerável.

A Funai está na fase de identificação do território. A morosidade dela em fazer o seu trabalho tem  a ver com toda essa pressão da bancada do boi, dá bala, da Bíblia e dos Bancos. Responsabilizar o Estado pela morosidade. De toda forma, isso não justifica incitar numa rádio, uma população inteira contra os indígenas. Eles estão aprendendo com os ruralistas do Mato Grosso do Sul.

Ante, esta grave situação o Cimi Maranhão e entidades de apoio convocam representantes de entidades, organizações e movimentos sociais para uma Audiência Pública sobre o ataque ao Povo Gamela ocorrido ontem em Viana. A audiência será amanhã, terça-feira, 02 de maio, na sede da OAB, às 9h da manhã.

Matéria construída com dados repassados pelo whats app.

Observação: Fica aberto o espaço para o contraditório de todos os citados nesta matéria.

ATUALIZAÇÃO:   

Nota oficial - O Ministério da Justiça e Segurança Pública está averiguando o conflito agrário no povoado de Bahias, no Maranhão.

Brasília, 1/5/17 - O Ministério da Justiça e Segurança Pública está averiguando o conflito agrário no povoado de Bahias, no Maranhão.  Por determinação do ministro Osmar Serraglio, a Polícia Federal já enviou uma equipe para o local para evitar mais conflitos e ofereceu apoio à Secretaria de Segurança Pública que, por sua vez, já instaurou inquérito para investigar o caso. http://www.justica.gov.br/ noticias/nota-oficial.2/view


Leia mais: Maranhão. Índios Gamelas são atacados por pistoleiros a tiros e facãozadas em Viana. https://maranauta.blogspot.com.br/2017/05/maranhao-indios-gamelas-sao-atacados.html

Maranhão. Dois Policiais Militares foram presos após participarem de um tiroteio numa vaquejada que ocasionou duas mortes em Buritirana.

Dois policiais militares foram presos, na tarde deste domingo, após um tiroteio que resultou em duas pessoas mortas, no município de Buritirana, no Sul do Maranhão. 

As duas mortes foram confirmadas pelo Instituto Médico Legal (IML) de Imperatriz, para onde os corpos foram levados e deram entrada no início da noite.

O tiroteio, que envolveu quatro policiais militares /2014, do 14º Batalhão de Imperatriz, aconteceu durante uma festa de Cavalgada, realizada, ontem, o dia todo. 

De folga, os PMs acabaram se envolvendo numa confusão generalizada. Um participante da Cavalgada, atingido com dois tiros – um na cabeça-, teve morte imediata, enquanto uma segunda vítima, socorrida e levada para o hospital, faleceu horas depois. Dois dos PMs foram presos e estão sendo autuados em flagrante, enquanto os outros dois estão foragidos.

O Comando da PMMA  informou que os dois soldados detidos estão sendo ouvidos nesse momento. A princípio, disseram que não atiraram nas vítimas, crime que teria sido praticado pelos outros dois.

As buscas aos dois militares foragidos, com ordem de prisão do Comando Geral da PMMA, estão sendo feitas sob a coordenação do Coronel Marcos, chefe do Comando de Policiamento de Área do Interior 3 (CPAI 3).

Os corpos das duas vítimas estão no Instituto Médico Legal de Imperatriz, Não há informações sobre feridos.

Maranhão. Índios Gamelas são atacados por pistoleiros a tiros e facãozadas em Viana.

Indígenas baleados e cortados a facão! No Maranhão das barbáries! 

Indígenas Gamelas foram covardemente atacados por pistoleiros no município de Viana. 

O fato ocorreu na tarde de ontem, dia 30 de abril de 2017.  

Fala-se em quatro ou cinco atingidos por arma de fogo. 

Vários outros indígenas foram agredidos com facões e pauladas. 

Entre os feridos está o indígena Kum`Tum Gamela (Inaldo Vieira Serejo), ex-padre e ex-coordenador da Comissão Pastoral da Terra (CPT) no Maranhão.
  
Ele vem sendo ameaçado de morte já há algum tempo e ontem custou a ser levado para um hospital por conta da insegurança na área, só sendo conduzido para atendimento médico por volta das 22 horas, acompanhado de uma freira argentina, a irmã Cristina.

O indígena Kum’ Tum Gamela é uma referência na luta social do Maranhão e do Brasil, exemplo de dignidade dos oprimidos, que encarna o que tem de melhor na história da Teologia da Libertação. 

Segundo nota lançada ontem pelo Conselho Indigenista Missionário (CIMI), do lado dos covardes fazendeiros (os homens das cercas), está o deputado federal Aluísio Mendes, ex-secretário de segurança do Governo Roseana e ex-assessor de José Sarney no Senado. 

Segundo essa mesma nota do CIMI, a Policia Militar do Estado, comandada pelo governo Flávio Dino, estava no local e não impediu a covardia dos pistoleiros.  Diante da gravidade do caso e da denúncia envolvendo a Polícia Militar, o atual governador tem a obrigação moral de chamar a responsabilidade do problema para ele e garantir a segurança e integridade dos indígenas.

A questão dos Gamelas é mais uma tragédia anunciada. Os desdobramentos do que está ocorrendo em Viana pode, mais uma vez, colocar o Maranhão como exemplo de barbárie para o Brasil e para o mundo.  

Os indígenas não vão recuar! 

A terra é dos Gamela! Uma terra que lhes foi tomada a partir de históricas grilagens.

(Fonte Jornal Vias de Fato).

Por Equipe de Comunicação - Cimi
Um grupo Gamela acabou brutalmente atacado na tarde deste domingo, 30, no Povoado de Bahias, município de Viana (MA).
Os indígenas decidiram se retirar de uma área tradicional retomada, antevendo a violência iminente, e enquanto saíam sofreram uma investida de dezenas de homens armados de facões, paus e armas de fogo.
Pouco puderam fazer em defesa própria a não ser correr para a mata.
Na foto ao lado, estrada que leva à retomada atacada.
Ao fundo, um carro de polícia junto ao grupo de fazendeiros e capangas antes da ação violenta.

Às 22h30, apurações parciais com quatro fontes distintas - policial e indígena - confirmavam três indígenas feridos por armas de fogo, sendo dois em estado grave e transferidos de Viana para a capital São Luís. Ao menos uma dezena de Gamela foram feridos a golpes de facão e pauladas: em alguns casos, com ferimentos mais severos. Hospitais de Viana, Matinha, Olinda Nova do Maranhão e Penalva os receberam. Não há confirmação de óbitos.  

"Estavam bêbados. Já tínhamos nos retirado da casa, estávamos tomando o caminho de volta. Chegaram atirando e dando com pau e facão. Foi muito rápido, muito rápido", diz um indígena ouvido pela equipe de comunicação do Cimi - os nomes serão omitidos porque se tratam de testemunhas oculares da agressão. Com dedos fraturados e a cabeça atingida possivelmente por um facão, o Gamela estava ao lado de um outro indígena também com ferimentos de arma de fogo no rosto e no braço.

Ambos ainda não tinham conseguido chegar ao hospital porque a estrada estava tomada de pistoleiros. "Tentaram tocaiar quem da gente tentou passar", afirma o indígena. Dispersos pelas matas da região da contenda, os Gamela estão tendo dificuldades de acessar os hospitais e sob risco de novos ataques também nas aldeias que estão nas proximidades.  

No momento do ataque, de acordo com os Gamela, a Polícia Militar já estava no local e não interveio. Por volta das 20h30, o delegado de plantão da Delegacia Regional da Polícia Civil de Viana, Mário, que atendeu a ocorrência, afirmou por telefone à equipe do Cimi não saber ao certo o número de feridos Gamela por entender que na região eles não são vistos como indígenas.

"Tem uma questão aqui, que eles (Gamela) não são aceitos pela população local como sendo indígenas. Tem uma grande questão aqui sobre isso, eu mesmo não sei se eles são indígenas ou não são, até agora a gente não sabe, entendeu?", disse o delegado Mário. O Governo do Estado foi informado do ataque contra Gamela por intermédio da Secretaria Estadual de Direitos Humanos.

Não é o primeiro ataque sofrido pelo povo. Em 2015, um ataque a tiros foi realizado contra uma área retomada. Em 26 de agosto de 2016, três homens armados e trajando coletes à prova de bala invadiram outra área e foram expulsos pelos Gamela que mesmo sob a mira de armas de fogo os afastaram da comunidade.

Ação premeditada

De acordo com farto material público divulgado em redes sociais e mídia, apoiadores do povo Gamela e as lideranças indígenas afirmam que o ataque foi premeditado. "Fazendeiros e gente até de fora aqui da região passaram o dia reunidos, fazendo churrasco e bebendo. O encontro foi convocado dias antes, logo após a nossa última retomada", diz uma liderança Gamela.  
Foto - Cimi.
Na última sexta-feira, 28, os Gamela retomaram uma área (na foto acima) contígua à aldeia Cajueiro Piraí localizada no interior do território tradicional reivindicado pelo povo. Logo cedo os Gamela trancaram a rodovia MA-014, em apoio à Greve Geral e em sincronia com o 14o Acampamento Terra Livre (ATL), que ocorria em Brasília. Em seguida, retomaram a área incidente na terra indígena, localizada ao fundo da aldeia Nova Vila, usada para a criação de búfalos e gado.
"Nossos pés em dança reafirmaram o Direito à Terra dos Encantados à qual pertencemos. À tarde seguimos em RETOMADA para libertar mais um pedaço do nosso Território aprisionado por fazendeiros. A resposta dos nossos Encantados veio em forma de chuva generosa e abundante. Nossos rios e igarapés transbordaram; açudes construídos sobre Lugares Sagrados foram rompidos. Águas se encontraram. Teremos peixe e pássaros em abundância", diz trecho da nota divulgada pelos Gamela.
A reação foi imediata. Pelo WhatsApp, um texto passou a circular em diversos grupos de Viana, Matinha, Santero: "Comunicado, venho através deste comunicar a sociedade de Matinha que ainda pouco tivemos uma reunião no Santero, que foi tratado a questões dos que se intitulam (indios) que na verdade são bando de ladrões, invasores de propriedades alheias, eles estão metendo terror na comunidade de são Miguel próximo ao santeiro, são Pedro ,estrada de Penalva e chulanga estão cortando arame, ameaçando os moradores matando porco, galinha e gado e comendo, estão querendo realmente se apropriar de todas as propriedades entre itaquaritiua a Matinha, Santero são Miguel e outras. e agora não só as grandes, as menores também, dizendo que vão invadir meter o panico. Diante isso tamos também nus organizando, unindo forças pra enfrentar esses ladrões, no dia 30 deste mês 14:00 horas terá outra reunião pra tratarmos desse assunto, quem tiver interesse compareça lá, vamos nus unirmos pra defender o que eh de direito seu, hoje somos nois ,amanhã poderá se vc, não estamos livres desses bando de ladrões que se intitulam (índios) compareça e divulgue a reunião acontecerá dia 30 deste mês no Santero as 14:00 horas (SIC)".
 
Parlamentar envolvido
O deputado federal Aluisio Guimarães Mendes Filho (PTN/MA), que foi assessor presidencial de José Sarney e secretário de Segurança Pública na última gestão do governo de Roseana Sarney, concedeu entrevista a uma rádio local, após a retomada de sexta-feira, 28, e se referiu aos Gamela de forma racista, os chamando de arruaceiros e em diversos momentos o conteúdo de sua opinião era de incitação à violência. Num trecho o parlamentar percebe os excessos e tentar baixar o tom (ouça o programa abaixo).

"Botou gasolina na fogueira que acenderam pra queimar o nosso povo. Não teve responsabilidade com as nossas vidas. As notícias que chegavam era de uma concentração cada vez maior de fazendeiros pra nos atacar. Mobilizaram por celular e pelas rádios. Pegaram gente de outras regiões. Pensávamos que seria na (aldeia) Cajueiro, mas quando percebemos que seria no Povoado das Bahias, não tinha como ficar lá com tão pouca gente. Olha, foi um massacre", destaca um outro Gamela presente na hora do ataque e que sofreu apenas escoriações.

A equipe de comunicação do Cimi teve acesso a áudios de ligações telefônicas, que serão encaminhadas às autoridades públicas, onde policiais afirmam que os indígenas "estavam invadindo fazendas e a polícia tava largando o pau mesmo e parece que balearam dois, viu (...) os índio tá botando bem curtinho. Vai dar morte ali. Já foi hoje já".

Em outro, o policial afirma "que não sabe se dá pra mandar gente lá (local do conflito) porque é a população contra os índios mesmo".

Os fazendeiros também têm se revoltado com o movimento de "corta de arame" empreendido pelos Gamela por todo o território tradicional. A cada cerca levantada, os indígenas vão e cortam seus arames.

Link: http://www.cimi.org.br/site/pt-br/?system=news&conteudo_id=9249& action = read 

Fica aberto o Espaço para o Deputado Aluisio Mendes apresentar sua versão dos fatos.

LEIA MAIS:
1 - Mais um indígena foi assassinado no Maranhão, assassinato foi no ultimo dia 27/04. https://maranauta.blogspot.com.br/2017/05/mais-um-indigena-foi-assassinado-no.html
2 - Viana/MA. Atacados por pistoleiros numa emboscada, vários índios gamelas foram baleados e golpeados com arma branca, tiveram braços e mãos decepados a fação. https://maranauta.blogspot.com.br/2017/05/massacre-de-vianama-atacados-por.html

domingo, 30 de abril de 2017

A privatização dos portos.

SÃO PAULO – Mesmo com a atual crise econômico-financeira agravada pela desmoralização da classe política brasileira, o porto de Santos não tem deixado de crescer nos últimos tempos, mantendo-se como responsável por mais de ¼ das movimentações portuárias no País, com a marca de 26,6% das trocas comerciais brasileiras, que somaram US$ 53,5 bilhões no primeiro bimestre de 2017. Basta ver que, no período, o porto santista comercializou US$ 14,3 bilhões, resultado 2,7% superior ao obtido no mesmo período de 2016, quando a marca foi de US$ 13,9 bilhões, segundo dados da Companhia Docas do Estado (Codesp) e do Minist&eac ute;rio da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC).

Milton Lourenço (*)            
No total de exportações pelo porto de Santos, o registro é de US$ 7,8 bilhões, representando 25,8% do total nacional (US$ 30,4 bilhões). Em valores comerciais, a principal carga exportada pelo porto de Santos nesse período é o açúcar, com US$ 548,6 milhões, correspondente a 7% do total exportado pelo porto. O principal comprador foi Bangladesh, seguido de Argélia e Marrocos. Outros 23 países também receberam o produto saído de Santos. 
Se o porto vai suportar esse crescimento é dúvida que atormenta há vários anos a maioria das autoridades e empresários ligados às atividades portuárias. Para enfrentar esse desafio, o governo federal agora estuda a possibilidade de privatizar as companhias docas, atualmente sob administração do Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil. A companhia do Espírito Santo seria a primeira da lista, mas ainda não se sabe de que forma se daria o processo de privatização, se nos moldes dos aeroportos ou em outro modelo.
É de se lembrar que, em 2002, discutiu-se bastante não a privatização, mas a regionalização da Codesp, que passaria a ser administrada pelo governo do Estado com a participação dos municípios de Santos, Guarujá e Cubatão. Com a ascensão do Partido dos Trabalhadores (PT) no cenário político, a ideia acabou descartada e a direção dos portos brasileiros continuou funcionando como moeda de troca no jogo político-partidário. Agora, anuncia-se esse novo caminho para as companhias docas como se privatização fosse sinônimo de eficiência. Não é, mas constitui o caminho mais viável, sem dúvida.
Seja como for, o que se espera é que essa solução privatista, se for viabilizada, seja acompanhada por grandes investimentos em novas áreas retroportuárias em Santos e região, ainda que as áreas disponíveis não sejam muitas, o que significa que haverá a necessidade de aplicação maciça de recursos no aterramento de terrenos alagados ou mesmo de avanços no mar, como já ocorreu em outros portos do mundo, além do aumento da extensão do cais e a construção de melhores acessos às ferrovias e rodovias.
Os resultados desses investimentos só aparecerão a longo prazo, mas é claro que deverão representar redução de custos, atração de novos serviços, maior produtividade e novos recordes de movimentação de cargas. Estima-se que, se houver uma diminuição de 10% nos custos portuários e nos fretes marítimos, a movimentação de cargas pode crescer cerca de 40% em um ano. 
_________________________
(*) Milton Lourenço é presidente da Fiorde Logística Internacional e diretor do Sindicato dos Comissários de Despachos, Agentes de Cargas e Logística do Estado de São Paulo (Sindicomis) e da Associação Nacional dos Comissários de Despachos, Agentes de Cargas e Logística (ACTC). E-mail: fiorde@fiorde.com.br. Site: www.fiorde.com.br .

Maranhão. Vamos a XIII Romaria do Trabalhador neste 1° de maio, e continuamos falando sobre a greve geral de 28 de abril.


Convidamos a todos os moradores de São Luís a se fazerem presentes a XIII Romaria do Trabalhador "Trabalhadores em marcha contra a negação dos seus direitos". Será neste 01 de maio de 2017 - concentração às 13 horas, no Amarelinho entrada do quebra pote,  Rodovia BR 135, KM 11. "Todo trabalhador tem direito ao seu sustento." (Mt 10 10). Realização Setor 1. Forania São Cristóvão/ Arquidiocese de São Luís.  


Foto - Greve Geral de 28/04 em Serrano do Maranhão.
Inegável o apoio dado ao movimento grevista do dia 28 de abril, pelo Sindicato dos Rodoviários do Maranhão, juntamente com as Centrais Sindicais, como a CUT e CTB, além de demais entidades, que integram a Paralisação Nacional, marcada desta sexta-feira (28).

O movimento teve como objetivo dar um basta nos abusos da Reforma Trabalhista e da Reforma da Previdência, exijindo que sejam arquivadas ou rejeitadas pelo Congresso Nacional. 

Foto - Greve Geral de 28/04 em Açailândia/MA.

As entidades que participam dos atos, também são contra a Terceirização. Todas essas propostas, se aprovadas, acabarão com direitos fundamentais, dos trabalhadores brasileiros. 

Foto - Greve Geral de 28/04 em Imperatriz/MA.
Logo no amanhecer da ultima sexta-feira podemos observar o exito do protesto, conforme o Balanço da Greve Geral em São Luís.


1- Todas as garagens de ônibus ocupadas. Não havendo circulação de nenhum transporte coletivo na cidade; 2- Pela manhã, ninguém saiu ou entrou na cidade. Rodovia BR-135 ocupada. 3- Pela manhã, Porto do Itaqui ocupado. 4- Desde a madrugada à Área Itaqui-Bacanga bloqueada, ninguém saia ou entrava. 5- Bancos paralisadosos. E 6- Comércio parcialmente fechado.


Foto - Greve Geral de 28/04 em Açailândia/MA.

Importante destacarmos exemplos de luta, como do companheiro Saulo Carneiro de Oliveira, servidor público do TJMA cujo relato apresentamos abaixo: " Acabei de almoçar. Saí às 20:30 de cururupu, para participar da GREVE GERAL aqui em São Luís. Cheguei às 10:00 nas proximidades do km 2 da BR 135. Juntei-me aos manifestantes e a BR ficou fechada das 4:30 até as 12:00. Foi bonito ver a comunidade local, integrantes das paróquias, padres, freiras, professores do IFMA Maracanã, além de representantes sindicais. Eu estava usando uma camisa Fora Temer e andei muito do ônibus que cheguei de viagem até o ponto onde iniciava o bloqueio. Conversei com inúmeros motoristas que estavam parados  (um lembro que estava desde 6:40 e já era mais de 11:00), expostos ao sol e vendo minha camisa nenhum foi agressivo ou me fez críticas, ao contrário, admitiam o transtorno mas entendiam que devemos, sim, protestar. Sei que muitos não terão lido este texto até o fim, mas gostaria de dar meu relato neste dia histórico. Ainda vou decidir que rumo tomar neste meado de tarde. Como estava sem bateria no celular não registrei fotos, mas está registrada na minha memória essa experiência que ora compartilho."
Foto - Greve Geral de 28/04 em Santa Inês/MA.
Companheir@s a luta continua....
"Aviso Importante a todos e todas, neste 1° de maio, Rodovia na BR-135, ocorrerá a Procissão do trabalhador, local dá concentração no Amarelinho. Entrada do quebra Pote, a partir das 13:00h saída, às 14:00h rumo a Paróquia São José do Martírio, na Vila Itamar.

Foto - Greve Geral de 28/04, paralisação na Rodovia BR 135 em São Luís/MA.

Russia X EUA. “Se tomarem o leste da Síria, eu tomo aquele porto no Iêmen”.


Resultado de imagem para Porto aden

29/4/2017, Moon of Alabama.
Traduzido por Vila Vudu.

Será que os EUA deixarão a Síria, se for esse o preço para impedir que haja uma frota russa atracada no Iêmen?


A questão talvez pareçae estranha, mas se a Rússia tiver sucesso nas negociações que conduz no Iêmen, em pouco tempo será questão inescapável.

Um veículo neoconservador norte-americano publicou recentemente pequena notícia interessante, sem porém indicar qualquer fonte, sobre o Iêmen:

“Rússia está mediando negociações para uma solução política do conflito no Iêmen fora dos canais da ONU, como meio para assegurar bases navais no Iêmen. Rússia conduz negociações políticas com os Emirados Árabes Unidos e o ex-presidente do Iêmen Ali Abdullah Saleh, começando a discutir o futuro governo de consenso para o Iêmen. O apoio de Saleh aos Houthis é crítico para que o bloco Houthi-Saleh preserve a própria influência em todo Iêmen norte e central. Os Emirados Árabes Unidos podem encontrar nesse acordo um podo de conter a expansão da influência do Irã no Iêmen e de limitar custos futuros associados à guerra no Iêmen. Saleh já manifestara disposição de garantir à Rússia o direito de implantar base militar no Iêmen. Esse arranjo que lhe assegure bases nessa área permitiria à Rússia projetar poder sobre uma das rotas marítimas mais movimentadas do mundo, no Mar Vermelho e pelo Estreito Bab al Mandab – gargalo marítimo global.”

Ano passado, em agosto, o ex-presidente Saleh do Iêmen já havia realmente feito uma oferta à Rússia:

“Na luta contra o terrorismo, nos adiantamos e oferecemos todas as facilidades. Nossos portos, nossos aeroportos (…) Estamos prontos a garantir tudo isso à Federação Russa” – disse Saleh numa entrevista em Sanaa.

Naquele momento ninguém (além da Rússia?) levou a sério as palavras de Saleh. Ele não estava, e não está, em posição que lhe dê controle sobre Áden no sul do Iêmen nem sobre qualquer outro porto iemenita relevante.


Também duvidei daquela matéria recente. Sim, até o início dos anos 1990s a União Soviética manteve bases no sul do Iêmen e milhares de conselheiros e instrutores militares trabalhavam no país. Mas atualmente a Rússia não tem recursos navais nem interesse imediato que a leve a abrir uma nova base naquela área. Isso é o que eu pensava.

Mas fonte bem informada no Iêmen fez sumir as minhas dúvidas. Confirmou o que eu lera naquela matéria. A Rússia está, sim, em negociações com os Emirados Árabes Unidos, a aliança Houthi/Saleh e os vários grupos do sul do Iêmen buscando um acordo de paz; e, isso, já dura seis meses. E o acordo incluiria o direito de estabelecer uma base naval em Áden.

Todos os sinais de alarme devem ter disparado no CENTCOM, no Pentágono e no Conselho de Segurança Nacional dos EUA. Há 25 anos o Mar da Arábia, o Golfo de Áden e o Mar Vermelho foram águas amplamente controladas pelos EUA. Já a China, que recentemente inaugurou uma base naval “antipirataria” em Djibouti, gerou muita preocupação. Agora…os russos estão chegando!!!


A guerra dos sauditas contra o Iêmen, que os EUA apoiam muito ativamente, não está levando a nada. Todos os dias os sauditas perdem soldados em incursões dos iemenitas(vídeo) em território saudita. Não há qualquer chance de forças sauditas apoiadas virem a tomar o norte do Iêmen que Houthi/Saleh controlam e a capital Sanaa. 

Os Emirados Árabes Unidos apoiaram a guerra saudita com forças consideráveis. Mas os EAU só querem o porto de Áden e as instalações que há ali para carregar navios petroleiros, que muito interessam à empresa DP World, de propriedade dos EAU, de gestão de portos. Os sauditas querem os portos como pontos de escoamento para o petróleo que exportam, longe dos portos do Golfo Perda, que o Irã poderia facilmente fechar. Mas também querem controlar todo o território do Iêmen.

Os sauditas contrataram a Al-Qaeda no Iêmen para combater como ‘exército saudita por procuração’. Mas nem os EUA nem os Emirados Árabes Unidos concordaram com esse arranjo. Al-Qaeda atacou forças dos EAU no Iêmen. E os EUA temem a AQ no Iêmen como fonte potencial de atentados internacionais. Desde o início do ano forças especiais de EUA e EAU têm atacado por terra ou bombardeado várias concentrações da Al-Qaeda no Iêmen. Os sauditas foram apanhados de surpresa, mas não tiveram como protestar. Al-Qaeda até ali sempre fora o ás com que contavam naquele jogo. E o perderam.

Os sauditas estão retrocedendo da planejada invasão pela costa iemenita do Mar Vermelho em Hodeidah. O porto é atualmente o único pelo qual é possível embarcar cargas de alimento para as áreas sitiadas no norte. A ONU protestou contra qualquer ataque àquele porto, e os EUA retiraram o apoio que davam à operação. Muito provavelmente os Houthis e Saleh aceitarão algum tipo de controle pela ONU, sobre o porto em Hodeidah. Por mais que os sauditas aleguem que o porto serviria para receber armas contrabandeadas do Irã, os Houthi sabem que não é bem assim.

medo que os sauditas têm de que se implante uma fortaleza iraniana no Iêmen não tem qualquer fundamento. O suposto apoio que os iranianos dariam aos Houthis jamais se materializou. Em mais de dois anos de guerra, nenhum iraniano foi morto, capturado, sequer avistado no Iêmen. Os mísseis balísticos que os Houthis estão usando contra a Arábia Saudita são velhos modelos soviéticos, incluindo mísseis de defesa aérea SA-2/S-75 modificados localmente. O exército iemenita comprou e escondeu muitos desses mísseis, e o Irã jamais teve esse tipo de míssil. Os suprimentos militares que os Houthis usam não vêm do Irã: foram capturados de remessas que os sauditas enviaram aos soldados que alugaram no Iêmen. Os Houthis simplesmente capturam as armas ou as compram sempre que precisam.

Houve recentes protestos em Áden contra Hadi, o presidente iemenita fantoche dos EUA/Sauditas. Hadi residiu ali por algumas semanas, mas teve de correr de volta para sua luxuosa suíte de hotel em Riad, Arábia Saudita. Enquanto Hadi esteve oficialmente no controle e responsável por Áden, nenhum salário foi pago a funcionários do governo, lojas e serviços públicos permanecem fechados e a cidade permaneceu entregue a várias gangues que combatem entre elas em várias partes da cidade. A sede da Fraternidade Muçulmana aliada do partido Islah, que apoia Hadi, foi invadida e queimada.

Para os Emirados Árabes Unidos, já basta:
Os Emirados estão começando a cansar do eterno desentendimento entre aliados. Oficiais que esperavam que Áden viesse a ser um modelo para o resto do Iêmen hoje já temem que deixar o sul no piloto automático será condenar o país a mais instabilidade, – que pode alastrar-se por toda a península arábica. Milhares de combatentes treinados pelos Emirados simplesmente somem (depois de receber o pagamento). Motivar recrutas a avançar para o norte é missão quase impossível, mesmo que se paguem bônus e recompensas. Homens que lutariam dedicadamente para defender a própria casa não são facilmente motiváveis a lutar pela casa de outros.

Se a aliança Saleh/Houthi conseguir fazer a paz com os movimentos do sul que até aqui apoiavam Hadi, a guerra pode chegar ao fim em poucos meses. A Rússia pode operar como moderadora das negociações e, até certo ponto, oferecer garantias. Diferente dos EUA, a Rússia é considerada neutra e sóbria por todos os lados em conflito naquela região. Os Emirados Árabes Unidos e os sauditas terão de pagar pela carnificina que causaram. Os Emirados Árabes Unidos provavelmente conseguirão os direitos de porto comercial para sua empresa DP World. Os sauditas terão de se contentar com alguma paz nas fronteiras. Mas por enquanto os sauditas provavelmente aceitarão acordo desse tipo – se por mais não for, porque saem com alguma honra e põem fim àquela aventura calamitosa no Iêmen.


Quanto ao porto naval e direitos de erguer uma base russa – são excelentes itens com os quais barganhar nas negociações com os EUA sobre a Síria. Se os EUA insistirem em controlar o leste da Síria, os russos podem enviar alguns submarinos, um destroier e outros combatentes para Áden e instalar ali defesas aéreas e marítimas muito respeitáveis, com a missão de manter a segurança de seus navios e do próprio porto. Se os EUA aceitarem deixar a Síria em paz, nesse caso provavelmente bastará manter em Áden alguma velha corveta russa enferrujada, sem defesas aéreas.

O Pentágono e a Casa Branca têm agora de se decidir: manter a primazia sobre os mares daquela área e viver sob a constante ameaça de uma frota russa que expandirá a própria influência na área pelo simples fato de ali estar [ing. “fleet in being“]. Será que uma sempre problemática ocupação do leste da Síria realmente vale todo esse aborrecimento?