terça-feira, 16 de maio de 2017

Crimes de policiais devem ser apurados pelo MP, afirma corte internacional.

Foto - Ponte.org



Corte Interamericana de Direitos Humanos condena impunidade no massacre de 26 pessoas ocorrido no Rio em 1994 e 1995.

 A Corte Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) condenou o governo brasileiro por não punir os responsáveis por dois massacres realizados por policiais na Favela Nova Brasília, na cidade do Rio de Janeiro, em 1994 e 1995, que terminaram com 26 mortos e três mulheres estupradas.
sentença, assinada em 16 de fevereiro de 2017, mas divulgada somente nesta semana, exige que os crimes de homicídio, tortura ou violência sexual praticados por policiais não sejam investigados pela polícia, mas por “um órgão independente e diferente da força pública envolvida no incidente, como uma autoridade judicial ou o Ministério Público, assistido por pessoal policial, técnico criminalístico e administrativo alheio ao órgão de segurança a que pertença o possível acusado, ou acusados”.
“Com essa sentença, a Corte reconhece a necessidade de haver um efetivo controle da atividade policial, que não pode ser feito pela própria polícia”, aponta o tenente-coronel aposentado da PM Adilson Paes de Souza, mestre em Direitos Humanos e autor do livro O Guardião da Cidade – Reflexões sobre Casos de Violência Praticados por Policiais Militares (Escrituras, 2013). “A Corte exige que a apuração dos crimes contra a vida praticados por policiais seja feita pelo Ministério Público, que não tem ligação institucional e hierárquica com a polícia.”
Paes lembra, contudo, que nenhum país tem a obrigação legal de aplicar as recomendações da CIDH. “É uma sanção moral e pode gerar um mal estar diplomático, mas efetivamente o Brasil não tem uma obrigação de adotar as providências sugeridas”, diz. Ele afirma que a jurisprudência internacional gerada por essa sentença, contudo, pode ser usada nos tribunais, o que significa que advogados poderão lutar para exigir, por exemplo, que promotores, e não policiais, investiguem determinado crime.
Os massacres em Nova Brasília ocorreram durante duas operações policiais praticadas na favela. Na primeira, em 18 de outubro de 1994, a polícia matou 13 pessoas, entre elas quatro crianças, e estuprou três mulheres. No ano seguinte, em 8 de maio, nova investida da polícia terminou com mais 13 mortos.
A sentença da CIDH considerou que, ao deixar impunes os crimes de Nova Brasília, o Brasil praticou uma violação “do direito às garantias judiciais de independência e imparcialidade da investigação, devida diligência e prazo razoável, do direito à proteção individual, e do direito à integridade pessoal”.
Além de exigir a apuração independente dos crimes de policiais, a decisão da Corte determina o fim dos “autos de resistência”, em que os policiais suspeitos de homicídio são qualificados como vítimas ou averiguados. Em vez disso, as mortes devem ser registrados como “lesão corporal ou homicídio decorrente de intervenção policial” e o policial que matou deve ser, desde o ínicio, mencionado como possível suspeito.
O texto também prevê  que sobreviventes da violência de Estado ou seus parentes possam participar das investigações. Assim, o governo deve “adotar as medidas legislativas ou de outra natureza necessárias para permitir às vítimas de delitos ou a seus familiares participar de maneira formal e efetiva da investigação de delitos conduzida pela polícia ou pelo Ministério Público”

Link original: http://ponte.cartacapital.com.br/crimes-de-policiais-devem-ser-apurados-pelo-mp-afirma-corte-internacional/

Servidores do Ministério da Agricultura são investigados em Operação da Polícia Federal acusados de corrupção.


Aécio Amado - Repórter da Agência Brasil

A Polícia Federal (PF) deflagrou hoje (16) a Operação Lucas, que investiga crimes de corrupção envolvendo servidores do Ministério da Agricultura e empresas fiscalizadas.
Segundo a PF, a investigação começou após denúncia de que frigoríficos e empresas de laticínios teriam sido favorecidas em processos administrativos, por meio do retardamento na tramitação e anulação de multas.
As investigações constataram, por meio de quebras de sigilos fiscal e bancário, que a chefe de Fiscalização do ministério à época dos fatos, recebia de empresas fiscalizadas valores mensais para custear despesas próprias.

“Apenas em sua conta pessoal a investigação identificou a diferença de mais de 200% do declarado em seu imposto de renda. Também foi detectado que o esquema criminoso movimentou cerca de R$ 3 milhões, entre os anos de 2010 a 2016”, diz a nota.
Cerca de 120 policiais federais cumprem 62 mandados judiciais, sendo 10 prisões temporárias, 16 de condução coercitiva e 36 de busca e apreensão. Os mandados estão nos estados de Tocantins, do Pará, de São Paulo e Pernambuco. A Justiça determinou também o bloqueio de contas bancárias e indisponibilidade de bens móveis e imóveis nos valores de R$ 2,2 milhões.
De acordo com a PF, o nome da operação é uma passagem bíblica do evangelho de Lucas, em que o evangelista diz que não se deve pedir mais do que é ordenado. “Não peçais mais do que o que vos está ordenado” e “A ninguém trateis mal nem defraudeis, e contentai-vos com o vosso soldo”.
O Ministério da Agricultura informou, por meio da assessoria de imprensa,  que, por enquanto, não se pronunciará.

Atualizada às 9h47 para acréscimo de informação. 

Edição: Kleber Sampaio.

LEIA MAIS:
2 - PF investiga corrupção de servidores do MAPA em Itajaí/SC -  http://www. pf. gov.br/agencia/noticias/2017/05/pf-investiga-corrupcao-de-servidores-do-mapa-em-itajai-sc

segunda-feira, 15 de maio de 2017

Após homenagens, corpo do vereador Edmilson Jansen foi enterrado sob forte comoção.


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Após um velório cheio de homenagens e muitas lágrimas, o corpo do vereador Edmilson Jansen (PTC), 66 anos, que morreu, na noite de sábado (13/05), por complicações em uma cirurgia de hérnia umbilical, no hospital São Domingos, foi enterrado, às 17h15 deste domingo (14/05), em São Luís. 

O cortejo fúnebre do parlamentar, percorreu cerca de 3 km entre o local onde ocorreu a cerimônia e o Cemitério do Gavião, no Belira, região central da cidade.    
Muito emocionados, os familiares de Jansen não seguraram as lágrimas quando o caixão desceu ao túmulo, sob forte comoção. Todos os presentes cravaram o adeus ao vereador com uma calorosa salva de palmas.  O corpo de Edmilson Jansen deixou o Palácio Pedro Neiva de Santana, prédio sede da Câmara Municipal de São Luís (CMSL), por volta das 16h. 

Caminhão do Corpo de Bombeiros conduz corpo do ver. Edimilson Jansen ao Cemitério.
Os vereadores Osmar Filho (PDT), vice-presidente da Casa; Estevão Aragão (PSB), Aldir Júnior (PR) e Sá Marques (PHS) e os ex-vereadores Rose Sales (PMB) e Armando Costa (PSDC) estiveram no enterro junto com a família. Um dos mais abalados era o vereador Sá Marques, que chorou muito na hora que o corpo deixou o plenário Simão Estácio da Silveira. "Está saindo um pedaço do Parlamento, um pedaço de São Luís", comentou o parlamentar.

Homens do Corpo de Bombeiros no cemitério conduzem corpo de Edimilson Jansen até ao jazigo.
ÚLTIMO ADEUS REÚNE LIDERANÇAS   
Várias autoridades estiveram presentes, no plenário da Câmara de São Luís ao longo do dia, para dar o último adeus ao vereador Edmilson Jansen (PTC). Políticos, empresários, lideranças comunitárias e familiares lotaram o Plenário Simão Estácio da Silveira para a cerimônia fúnebre.

Amigos compareceram ao cemitério para prestar últimas homenagens de adeus a Edimilson Jansen.
Dentre as autoridades presentes, estava o prefeito de São Luís, Edivaldo de Holanda Júnior, que lamentou a perda do parlamentar e declarou que recebeu, a notícia do falecimento com muita tristeza. O chefe do executivo ludovicense disse ainda que, independente da política, os dois eram amigos de muitos anos e fundaram juntos o Partido Trabalhista Cristão no Estado.  

"Com tristeza que recebi, há pouco, a notícia do falecimento do vereador Edmilson Jansen. Eram grandes amigos e fundamos juntos o PTC no Maranhão. Neste momento de profunda dor, me solidarizo com os familiares, amigos e admiradores do seu trabalho. Peço a Deus em oração que conforte o coração de todos. Decreto luto oficial de três dias”, disse Edivaldo.       


À tarde, foi a vez do deputado estadual Eduardo Braide (PMN), se despedir do vereador. Em entrevista à imprensa, na cerimônia fúnebre, o deputado afirmou que São Luís perdeu um grande parlamentar.   
"São Luís hoje perde um grande parlamentar. Edmilson Jansen, grande liderança da área Itaqui-Bacanga deixa, sem sombras de dúvidas, o seu legado", declarou Braide.

O deputado federal Pedro Fernandes destacou ter sido amigo de infância e de adolescência de Edmilson Jansen, assinalando que ele sempre foi um homem de posicionamento, que estabeleceu uma forma de fazer política pela sinceridade e pela coragem.

Texto: Isaías Rocha e Davi Max. 

A política mineral do governo Temer.

"O governo Temer não se diferencia da lógica de outros governos em relação à política mineral de gestões anteriores, nas quais também prevaleceu uma lógica produtivista da exploração mineral, com aparelhamento dos órgãos responsáveis por representantes das empresas, com insuficiente fiscalização e controle das atividades, e pouca governança do Estado. Mas o governo golpista demonstra um viés ainda mais acelerado e subordinado ao capital mineral. E com ainda menor abertura ao diálogo com o setor organizado da sociedade brasileira, seja movimentos ou sindicatos", escreve Maria Júlia Gomes Andrade, antropóloga e componente da coordenação do Movimento pela Soberania Popular na Mineração (MAM), em artigo publicado por Brasil De Fato, 02-05-2017.
Eis o artigo.
No dia 17 de abril de 2017 completou-se um ano que a Câmara dos Deputados aprovou a abertura do pedido de impeachment contra a presidenta Dilma Rousseff, processo que consolidou o golpe parlamentar, jurídico e midiático no Brasil. Desde as primeiras movimentações do novo governo, sinalizava-se que o golpe de Temer aceleraria o saque mineral, com projeção de maior abertura do território nacional para a exploração desenfreada dos nossos bens minerais. Mas, apenas no início deste ano é que começam a se desenhar de forma mais explícita os eixos sobre os quais o governo decidiu investir os esforços neste momento: novo código da mineração, mineração em faixa de fronteira e aberturas de reservas do Estado.


Código da mineração

As mais recentes declarações do Ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Bezerra Filho, indicam que a proposta de um novo código da mineração não será considerada na sua integralidade, mas será fatiada por temas específicos. Existe ainda a forte possibilidade de que não serão projetos de lei com tramitação regular no Congresso Nacional, mas sim Medidas Provisórias. Dois assuntos têm sido fundamentais na discussão do governo: o primeiro trata da transformação do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) em Agência Nacional de Mineração, com a justificativa de que traria maior regulação, tecnicidade e transparência ao órgão público. Não estão sendo considerados neste debate questões fundamentais que afetam negativamente o cumprimento das funções do órgão, como a defasagem de funcionários para cumprir as funções de fiscalização e controle dos pedidos, e o sucateamento da estrutura das regionais em todo o Brasil. O DNPM tem funcionado como um grande cartório, em que os requerimentos de pesquisa ou lavra são protocolados. O departamento, no entanto, não tem qualquer controle sobre as áreas concedidas. A estrutura disponibilizada para o insuficiente número de funcionários parece ser propositalmente pensada para estes fins: garantir a falta de fiscalização e controle, com um ambiente mais livre para a atividade mineral.

O segundo assunto em discussão é a nova alíquota da Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais, a CFEM. Este é o principal tópico de interesse de todos os prefeitos das cidades mineradas, que buscam aumentar a arrecadação dos municípios. A atual CFEM é distribuída da seguinte maneira: 65% para os municípios que possuem as cavas (minas), 23% para os estados e 12% para a União. Desde que o código começou a tramitar na Câmara dos Deputados, prefeituras de municípios que não possuem minas, mas são impactados pela infraestrutura (plantas de beneficiamento, barragens de rejeitos) ou pelos modais de escoamento da produção (rodovias, minerodutos e ferrovias), passaram a pressionar para que fosse incluída uma participação da CFEM para estas cidades também. Outra questão nevrálgica da discussão é a proposta que a CFEM passe a ser incidida no faturamento bruto e não líquido, como é hoje. Nesse caso, o valor variaria de acordo com o tipo de minério. E a discussão sobre a CFEM parece encerrar o principal do código, como se tudo se tratasse de uma arrecadação fiscal que precisa ser corrigida e melhorada em prol dos municípios. Não há uma linha de reflexão, da parte do governo, sobre os royalties da mineração no Brasil (mesmo que se incluam essas mudanças) serem um dos mais baixos do mundo. Ou, ainda, sobre que tipo de controle a população tem sobre o uso efetivo deste recurso. Por que há em Minas Gerais índices tão baixos do índice de desenvolvimento humano, com alta desigualdade social na população em quase todas as cidades com maior arrecadação de CFEM? E por que a população das cidades que recebem a CFEM sofre com problemas estruturais nos serviços de saúde e educação? Por que os maiores bolsões de pobreza do sudeste do Pará se encontram na região de Parauapebas, cidade onde se localiza o maior complexo de minas de ferro do mundo, o Projeto Grande Carajás? São reflexões importantes para sairmos do automatismo de imaginar que a arrecadação da CFEM resolve, em si, todos os problemas causados pelo atual modelo mineral.


Mineração em faixa de fronteira


Durante a ditadura militar, em 1979, estabeleceu-se uma lei que impunha uma série de proibições de atividades nas zonas de fronteiras, que são faixas de 150 km de largura. A justificativa era que essas áreas eram de segurança nacional, e deveriam ser reguladas mais rigidamente pelo Estado Brasileiro. São proibidas pesquisas e exploração dos bens minerais nestas áreas, entre outras atividades, salvo exceções que precisam passar previamente pelo Conselho de Segurança Nacional. Sobre as atividades de mineração recaem hoje restrições adicionais: empresas mineradoras que eventualmente consigam autorização para atuar nesses territórios precisariam ter, no mínimo, 51% do capital nacional e pelo menos dois terços de mão de obra composta por trabalhadores brasileiros. A proposta do governo Temer é abrir as faixas de fronteira para qualquer projeto de mineração, de forma irrestrita.

As faixas de fronteira atravessam 11 estados brasileiros, mas a concentração principal para a exploração mineral está na Amazônia. Algumas das áreas de maior interesse minerário são explicitamente citadas, como é o caso da região chamada de Cabeça de Cachorro, no estado do Amazonas, divisa com Colômbia e Venezuela. A região é marcada pela existência de diversos povos indígenas, de distintas famílias linguísticas, com centenas de aldeias e comunidades tradicionais. Mas esta não é a única região com declarado interesse mineral; todos os estados da região Amazônica possuem terras indígenas em conflito latente com possíveis projetos de mineração. Para além do debate necessário sobre a segurança nacional, a possível permissão irrestrita da mineração em zonas de fronteiras impactará, sobretudo, os povos indígenas e populações tradicionais da Amazônia.


CPRM e RENCA

O atual presidente do CPRM (Serviço Geológico do Brasil, na antiga sigla), Eduardo Ledsham, foi funcionário de carreira da empresa Vale S.A. por 29 anos, e há nove meses assumiu a presidência de um dos órgãos fundamentais da estrutura da política mineral do Estado brasileiro, responsável pelo mapeamento de pesquisas geológicas do subsolo brasileiro. O CPRM é vinculado ao Ministério de Minas e Energia e possui as mais vastas e detalhadas informações sobre a riqueza mineral do Brasil. Um conhecimento estratégico que deveria estar a serviço do Estado brasileiro, mas que tem sido usado como atrativo para investimentos. Em entrevista no dia 16 de fevereiro de 2017, Ledsham se preocupa em dialogar com as mineradoras, afirmando “que já encarregou de iniciar pesquisas para municiar as empresas interessadas em investir nas áreas”. O órgão estatal, historicamente dirigido pelo setor mineral, está se esmerando no governo Temer em ser ainda mais eficiente no serviço às empresas mineradoras.

Um primeiro anúncio foi de que algumas reservas minerais do Estado, que são hoje fechadas para a exploração, seriam então disponibilizadas para a iniciativa privada. A primeira a ser anunciada foi a Reserva Nacional do Cobre e Associados (RENCA), criada em 1984, que possui uma enorme diversidade de minerais já mapeados: cobre, nióbio, ferro, platina, fosfato, tântalo, bauxita, paládio e grandes jazidas de ouro. Uma portaria de 30 de março de 2017, publicada em seguida no Diário Oficial da União, foi o primeiro passo administrativo para garantir que a área – cujo tamanho se aproxima de todo o território da Bélgica - seja então colocada à disponibilização do mercado do setor mineral. A reserva se localiza entre os estados do Pará e Amapá, possui cerca de 46.000 quilômetros quadrados, em uma região que possui baixa densidade populacional, grandes áreas de floresta amazônica e aldeias indígenas no entorno. A alegação para a extinção da RENCA foi a tradicional justificativa de que “é necessário atrair investimentos para a região”. É uma área muito visada porque tem potencial de exploração de diferentes tipos de minerais, e em altas quantidades.

mineração funciona historicamente em ciclos de altas e baixas, de valorização e desvalorização dos minerais, sempre existe uma melhor ou pior época para colocar as reservas à disposição, nos termos do próprio setor. Pensando através desta ótica, este é o pior momento para se colocar as gigantescas reservas da RENCA à disposição. O pretexto de “incentivar a indústria mineral” é colocado como se ela estivesse em crise; mas o ponto fundamental é que a indústria mineral que atua no Brasil só quer continuar lucrando nos patamares que tem lucrado.

Não está em discussão o melhor ou pior momento para o desenvolvimento do país, não são estes os termos. O processo de reabertura da RENCA é uma confirmação do ritmo mais agressivo de exploração que pode vir neste novo governo, aprofundando a subordinação da soberania mineral brasileira às grandes empresas mineradoras.

Mas a RENCA não é a única área sob o controle de pesquisa do CPRM. Além dela, outros territórios hoje fechados para o processo de concessão minerário já são nomeados para serem abertos e licitados a partir deste ano. Já estão na lista áreas em Pernambuco (fosfato), Tocantins (cobre, zinco, chumbo, cádmio e prata), Rio Grande do Sul (carvão) e Goiás (cobre). Estas áreas foram anunciadas no final de 2016 dentro do pacote do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) do governo federal. Com o início da abertura da RENCA, a mais cobiçada, a tendência é que haja mais áreas abertas ao longo de 2017. Mais reservas estratégicas do Estado Brasileiro sendo colocadas para licitação do setor privado.

governo Temer não se diferencia da lógica de outros governos em relação à política mineral de gestões anteriores, nas quais também prevaleceu uma lógica produtivista da exploração mineral, com aparelhamento dos órgãos responsáveis por representantes das empresas, com insuficiente fiscalização e controle das atividades, e pouca governança do Estado. Mas o governo golpista demonstra um viés ainda mais acelerado e subordinado ao capital mineral. E com ainda menor abertura ao diálogo com o setor organizado da sociedade brasileira, seja movimentos ou sindicatos.

Se o código for levado adiante de maneira fatiada, focado em questões fiscais e sem pensar o todo, o Brasil vai perder uma oportunidade de pensar as novas regulações necessárias da política mineral. O desastre causado pelo rompimento da barragem de Fundão, em Mariana (MG), já ensinou o quão necessário é repensar o modelo mineral brasileiro. E mais além: se as medidas de abertura para a exploração mineral nas faixas de fronteira e nas reservas estratégicas do Estado se concretizam, viveremos no próximo período uma aceleração sem freios deste mesmo modelo destrutivo, passando por cima do meio ambiente, das populações e da nossa soberania.

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MPF/MA reúne-se com representantes da etnia Gamela para ouvir sobre o ataque ocorrido no dia 30 de abril.

MPF/MA reúne-se com representantes da etnia Gamela para ouvir sobre o ataque ocorrido no dia 30 de abril
Procurador Hilton Araújo de Melo em reunião
com índios Gamela.  Foto: MPF/MA
Também foram ouvidas as reivindicações territoriais, de segurança e de acesso a políticas públicas para o povo indígena.
O Ministério Público Federal no Maranhão (MPF/MA) reuniu-se com representantes da etnia Gamela e de outras instituições e entidades para obter mais detalhes sobre o ataque contra os indígenas ocorrido no dia 30 de abril, em Viana (MA). O encontro aconteceu na ultima quinta-feira (11), na sede da Procuradoria da República do estado, e também teve como objetivo ouvir as reivindicações territoriais, de segurança e de acesso a políticas públicas para os gamelas.
Na ocasião, o MPF esclareceu sobre todas as medidas adotadas pela instituição, tanto as providências no âmbito criminal, cuja investigação será conduzida pela Polícia Federal, quanto com relação à ação civil proposta em 2016 para identificação, delimitação e demarcação do território indígena.
Conforme relatado pelos representantes da etnia, a comunidade se reuniu em 2014 para, em assembleia, definir e externar a sua condição de indígena e decidiram iniciar ações de retomada dos territórios que, historicamente, lhes pertenciam, mas sempre eram reprimidos com violência pelos fazendeiros, inclusive com uso de armas de fogo. A exemplo do conflito que aconteceu em 30 de abril, no qual os fazendeiros estavam articulados para resistir ao processo de retomada dos indígenas. De acordo com um dos índios, durante o ocorrido, eles pediram paz e recuaram, mas o que aconteceu não teria sido um confronto, e sim, uma tentativa de extermínio de seu povo.
Providências - Ao final da reunião, o procurador da república estabeleceu que o MPF vai adotar as seguintes providências: com relação à questão fundiária, objeto da ação civil pública proposta no ano passado, discutirá com a Funai e a União formas de acelerar o procedimento administrativo que visa a identificação e delimitação do território reclamado pela etnia Gamela, oportunizando a todos a chance de se fazerem presentes e acompanharem o ato judicial designado; quanto à educação indígena, o MPF continuará exigindo a inclusão de políticas públicas, escolas e adequado projeto pedagógico, nos autos da execução judicial do Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) já firmado com o governo do estado; no aspecto criminal dos fatos ocorridos, será cobrada celeridade no andamento do inquérito policial já requisitado.
O MPF pedirá à Funai nacional que acompanhe a situação no local do conflito, designando equipe para monitorar e prevenir novos ataques à etnia Gamela, e apresente solução administrativa imediata visando à conclusão dos estudos de identificação e delimitação. Solicitará ainda ao Núcleo de Direitos Humanos da Defensoria Pública do Estado o encaminhamento de cópia do procedimento administrativo que tramita na Vara Cível da Comarca de Viana (MA) e trata do registro civil de crianças Gamela.
Representantes - Além dos indígenas, estiveram presentes o promotor de Justiça da comarca de Penalva (MA) Alexandre Sabino Meira; o defensor público federal Yuri Michael Pereira Costa; o defensor público estadual Jean Carlos Nunes Pereira; a coordenadora do Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco Babaçu (MIQCB/MA) Rosenilde Gregoria dos Santos Costa, acompanhada pela assessora jurídica Sandra Regina Monteiro; a coordenadora do Conselho Indigenista Missionário Regional Maranhão (CIMI/MA) Rosimeire de Jesus Diniz Santos, acompanhada pela assessora Lucineth Cordeiro Machado e pelo assessor Ricarte Almeida Santos; o presidente da Sociedade Maranhense de Direitos Humanos (SMDH) Wagner Cabral da Costa; o representante da Comissão de Direitos Humanos da OAB Rafael Silva e a representante da Funai São Luís Daianne Veras, acompanhada da colaboradora Edilena Torino e do servidor Raimon Raimere.

Reunião com a Funai - Na manhã desta sexta-feira (12) o procurador da República Hilton Araújo de Melo se reuniu com o assessor técnico da presidência da Funai Artur Nobre Mendes e o coordenador da Frente de Proteção Etnoambiental da Funai Bruno de Lima e Silva para discutir as reivindicações dos gamelas.

Os representantes da fundação informaram que, em reunião da qual participaram no dia anterior (11), o governo do estado se colocou a disposição com recursos financeiros para que seja realizada a contratação dos profissionais que realizarão os estudos de identificação e delimitação do povo Gamela. A Funai sugeriu a assinatura de termo de cooperação para que os recursos fossem aplicados pela Secretaria de Direitos Humanos do Estado, ficando a Fundação responsável pela seleção dos profissionais e apoio técnico e logístico necessários. A proposta está sendo analisada pelo governo. Deverão ser contratados três profissionais: um antropólogo, um cartógrafo e um técnico ambiental. Os demais integrantes da equipe seriam técnicos da Funai, do estado do Maranhão e do Incra.

A Funai se comprometeu, no prazo de dez dias, encaminhar ao MPF uma cópia do termo a ser enviado ao governo do estado. O Ministério Público acompanhará o fechamento do acordo e vai exigir que um seja firmado até a data de audiência de conciliação marcada para acontecer no dia 13 de junho de 2017, às 14h, na sede da Justiça Federal.
Assessoria de Comunicação - Procuradoria da República no Maranhão.
Tel.: (98) 3213-7161 - E-mail: prma-ascom@mpf.mp.br - Twitter:@MPF_MA.

domingo, 14 de maio de 2017

Cabo da PM salva 22 pessoas em incêndio no DF e foi promovido por ato de bravura.

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Mariana Branco.
O cabo da Polícia Militar dos Distrito Federal Heitor Teodoro da Silva ganhará a patente de terceiro sargento, por ato de bravura.

A promoção foi determinada pelo governador Rodrigo Rollemberg. Na madrugada da última quarta-feira (10), o cabo Teodoro e sua equipe patrulhavam as ruas de Samambaia – região administrativa do DF – quando viram um prédio em chamas.


O grupamento chegou a pensar que o prédio era desabitado, mas avistaram uma criança em uma das janelas.O cabo resgatou 22 pessoas, entre as quais uma criança de 3 anos e a mãe.

vereador Estevão Aragão conseguiu aprovar requerimento solicitando da Prefeitura/SECULT a relação de SHOWS E EVENTOS pagos, valores, no período de 2013 a 2017.

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Foto - Vereador Estevão Aragão - PSB.

Conforme publicado na Ordem do dia de 03 de maio de 2017, consta de autoria do Vereador Estevão Aragão – PSB, o Requerimento N° 355/17: "SEJA ENCAMINHADO OFÍCIO AO SR. PREFEITO DE SÃO LUÍS, SOLICITANDO PROVIDÊNCIAS JUNTO A SECULT, PARA QUE SEJAM ENVIADAS A ESTA CASA, INFORMAÇÕES, VALORES E CONDIÇÕES DE PAGAMENTO DOS CONTRATOS DE SHOWS E EVENTOS CONTRATADOS PELA PREFEITURA DE SÃO LUÍS, NO PERÍODO DE 2013-2017." (APROVADO). 

Segundo o parlamentar, a solicitação visa traçar uma radiografia para entender porque a gestão atual que comanda a cidade de São Luís tanta humilha a cultura popular: “Somente gostaria, por ser representante da nossa população, o motivo dessa crise seletiva. 

Nossa Cultura está agonizando e somente não morre pelo amor das pessoas que as fazem. Gostaria de entender porque para um setor é uma humilhação para receber e para outros se paga adiantado e a peso de ouro”, finalizou Estevão Aragão.

Texto: Rachid Sauaia

Câmara Municipal de São Luís - Diretoria de Comunicação - 12.Maio.2017.