domingo, 12 de novembro de 2017

Maranhão. CCJ rejeita projeto que autoriza a servidores desconto parcelado no pagamento do IPVA.

CCJ rejeita projeto que autoriza a servidores desconto parcelado no pagamento do IPVA
Foto - Atual7.com

Proposta foi apresentada pelo deputado Wellington do Curso. Votaram contra os governistas Levi Pontes, Antônio Pereira e Marco Aurélio.

A Comissão de Constituição de Justiça (CCJ) da Assembleia Legislativa do Maranhão decidiu rejeitar, na terça-feira 7, por maioria, o projeto de lei ordinária n.º 152/2017, de autoria do deputado Wellington do Curso (PP), que autoriza o Poder Executivo a instituir o Programa de Desconto Parcelado dos valores relativos ao IPVA (Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores) na folha de pagamento dos servidores públicos estaduais.

O relator foi o deputado Levi Pontes (PCdoB), que classificou a matéria como inconstitucional.

Pela proposta, os servidores poderiam optar pelo parcelamento do pagamento do imposto, com desconto em folha, em até doze parcelas.

Segundo Pontes, porém, “o parlamentar só possui competência para iniciar o processo legislativo estadual em matéria tributária, quando não implicar em renúncia fiscal, ou for indicada a fonte de recursos para suportar a desoneração tributária”, escreveu.

Votaram com o relator os deputados Antônio Pereira (DEM) e Marco Aurélio (PCdoB), presidente da CCJ. Ambos também são governistas. Apenas o deputado Eduardo Braide (PMN), atualmente em oposição ao Palácio dos Leões, votou pela constitucionalidade do projeto de lei.

Um outro projeto de lei de Wellington, também relacionado ao IPVA, aguarda pelo parecer da Comissão de Constituição e Justiça há quase seis meses. O texto prevê o impedimento da retenção, apreensão e recolhimento do veículo com o IPVA atrasado, uma das maiores fontes de arrecadação do governo Flávio Dino.

Cortes no orçamento para a agricultura familiar.

A atual situação das políticas para a agricultura familiar coloca em risco uma trajetória e um pacto social que remonta ao principio dos anos 1990. Foto: Guilherme Santos/Sul21.
Paulo Niederle, para a Coluna do GEPAD
A divulgação da proposta de lei orçamentária para o próximo ano ratificou o que muitos já sabiam: que a agricultura familiar não tem mais o mesmo espaço no atual pacto político nacional. Embora esta já fosse uma evidência decorrente da extinção do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), em 2016, ainda havia quem acreditasse que as políticas públicas de desenvolvimento rural poderiam ser reorganizadas e mantidas por outros órgãos, como o Ministério do Desenvolvimento Social ou a Secretaria Especial de Agricultura Familiar e do Desenvolvimento Agrário da Casa Civil, esta criada menos com a função de substituir o antigo ministério do que satisfazer a base aliada. Pois bem, os cortes no orçamento para 2018 não deixam dúvidas. A agricultura familiar foi um dos setores mais afetados.
A atual situação das políticas para a agricultura familiar coloca em risco uma trajetória e um pacto social que remonta ao principio dos anos 1990. Naquele momento, a agricultura familiar conquistou reconhecimento e legitimidade perante a sociedade. A capacidade deste segmento em produzir alimentos e absorver mão de obra, em um contexto de crise inflacionária e êxodo rural, tornou-se uma justificativa importante para a construção do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (PRONAF). Hoje, por mais desigual que seja sua distribuição entre os próprios agricultores familiares e entre as regiões brasileiras (o sul ficando com mais da metade dos recursos, embora o nordeste detenha metade do total de estabelecimentos familiares), e apesar do fato de favorecer um modelo de especialização em commodities agrícolas, o crédito diferenciado cumpre uma função importante para a manutenção da agricultura familiar.
No entanto, como mobiliza principalmente recursos do sistema financeiro, o impacto do PRONAF nas contas públicas é menor do que geralmente se supõe (e que o governo divulga nos Planos Safra). O gasto do Estado para o próximo ano com a equalização da taxa de juros (diferença entre aquilo que o agricultor paga e a taxa que o banco ganha) deverá situar-se em torno de R$ 3 bilhões (se alcançar este valor). Em tese, este montante atenderia um público potencial de 4,3 milhões de agricultores familiares. Na prática, acompanhando a trajetória histórica, o número de estabelecimentos que acessam o crédito deve ficar em algo próximo a 700 mil. A grande maioria não acessa por razões diversas: burocracia, desconhecimento, risco de endividamento, ou mesmo porque não necessita.
Nos anos 2000, a sociedade começou a demandar mais da agricultura familiar, em particular uma resposta à pobreza, à fome e à desigualdade. À medida que se legitimava enquanto categoria social, a agricultura familiar também passou a revelar que sua conformação era muito heterogênea, abarcando um significativo contingente de agricultores pobres. E mesmo com as políticas diferenciadas de crédito, muitos destes agricultores continuavam com dificuldades para encontrar um lugar ao sol. Assim, diferentes grupos sociais desencadearam lutas específicas por reconhecimento e novas políticas de inclusão social e produtiva. Os casos mais conhecidos são aqueles dos assentados de reforma agrária e das comunidades quilombolas.
Neste momento ganharam expressão, por exemplo, as políticas de aquisição de alimentos da agricultura familiar, as quais visam assegurar segurança alimentar e nutricional para grupos sociais em situação de vulnerabilidade e/ou são direcionadas à alimentação escolar. Estas políticas se tornaram particularmente relevantes porque conseguiram conciliar o estimulo à produção agrícola com a inclusão produtiva (algo para o que as políticas de transferência de renda se mostraram mais limitadas). Além disso, elas revelaram uma capacidade inaudita para promover hábitos alimentares saudáveis e sustentáveis dentre os consumidores beneficiários. Assim, ao mesmo tempo em que os agricultores diversificaram a produção, criaram cooperativas e associações, e ampliaram a produção de alimentos orgânicos, os estudantes da rede pública, por exemplo, passaram a ter acesso à “comida de verdade”.
O fato é que, em um balanço destes vinte anos de políticas para a agricultura familiar, a primeira coisa que se destaca é o importante saldo em termos de fortalecimento deste segmento social, o que é fruto da ação do Estado, dos movimentos sociais, da academia e, sobretudo, dos próprios agricultores. Nenhum agricultor ou agricultora presente no primeiro Grito da Terra, em 1995, reivindicando atenção do governo, imaginava que o Brasil produziria neste período uma cesta com duas dezenas de programas de desenvolvimento rural.
Foram três décadas investindo recursos financeiros, trabalho, tempo e conhecimento de diferentes atores sociais para criar este arranjo. Hoje, contudo, nem o mais pessimista dos analistas que acompanharam a construção e os impactos destas políticas parece acreditar no ritmo de desconstrução das mesmas.
Além da extinção do MDA, recursos direcionados para agricultura familiar foram reduzidos sob a justificativa do ajuste fiscal. Diversas políticas foram paralisadas, reformuladas ou colocadas em revisão. O caso do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) tem sido um dos mais debatidos e publicizados. Em janeiro de 2017 estimava-se uma redução de cerca de 30% nos recursos deste programa em relação à execução do ano anterior (quando foram aplicados R$ 340 milhões). No entanto, em julho já se apontava que a redução atingiria 67%. Por sua vez, uma primeira versão do projeto de lei orçamentária apresentada pelo governo reduzia o orçamento para menos de R$ 4 milhões. As reações foram imediatas. Agricultores, associações, cooperativas, sindicatos e o próprio Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (CONSEA) exigiram a reconstituição do orçamento.
Inicialmente, o Ministério do Desenvolvimento Social, que historicamente sempre aportou a maior fatia dos recursos, destinava apenas 750 mil reais (para uma programa de âmbito nacional!). Para muitos, o valor soou como chacota. Na última versão do orçamento, contudo, o Ministério alocou 173 milhões, fazendo com que o orçamento geral do Programa subisse para 178 milhões. Há sindicados e cooperativas comemorando a vitória. A verdade, entretanto, é que o valor ainda é muito inferior àquele investido em 2016, o qual já era considerado muito aquém do necessário. Apenas à título comparativo, nos anos de maior operação, o PAA chegou a executar (o que é diferente de orçar) quase R$ 1 bilhão. Ademais, tendo em vista a demanda ainda não suprida pelo programa, antes do impeachment o CONSEA já demandava o aumento do orçamento para 2,5 bilhões.
Criado em 2003, no primeiro ano do Governo Lula, o PAA é internacionalmente reconhecido como uma das principais inovações em termos de políticas públicas para a agricultura familiar. Agências e organizações de cooperação para o desenvolvimento rural difundiram o modelo brasileiro alhures. O programa já foi adotado e adaptado por inúmeros países. Em suma, em virtude de programas como o PAA, o Brasil se tornou uma referência global na construção de políticas públicas de segurança alimentar e nutricional. É importante que, daqui para frente, não se torne exemplo para processos de desconstrução das mesmas, ainda mais em um contexto em que o espectro da fome volta a rondar o mundo (com um aumento de 80 milhões para 180 milhões de pessoas de 2015 para 2016).
Mas não é apenas uma questão de fome. Agora unimos a fome com a vontade de comer. Na última década obesidade aumentou 60% no Brasil. Junto com isso aumentaram os índices de hipertensão, diabetes, câncer. Também aumento o consumo de alimentos industrializados. O que reduziu foi o consumo de feijão. Além disso, um fato interessante é que o Brasil passou a importar feijão da China e de outros países. Este é o tipo de problema para o qual o PAA pode ser uma das respostas mais efetivas, estimulando a produção deste gênero básico da dieta alimentar brasileira. Mas isto também demanda mudanças na lógica de outras políticas. É mais difícil o PAA estimular os agricultores familiares a plantar feijão (ou frutas, verduras e legumes) quando a taxa de juros, as garantias de comercialização e o sistema de assistência técnica para o plantio de soja ou milho são mais atraentes.
O fato é que, mesmo em tempos de ajuste fiscal, seria possível ter crédito público a juro zero para a produção de determinados gêneros alimentícios básicos – assim como para a produção orgânica e agroecológica. O efeito desta medida para as contas públicas seguramente geraria menos prejuízos do que financiar soja e milho de maneira altamente subsidiada, ainda mais considerando os efeitos que os alimentos industrializados derivados destas commodities possuem em termos de insegurança alimentar e nutricional (incluídos os custos de saúde pública para combater as doenças diretamente associadas à dieta alimentar). 
Não há dúvidas de que investir no PAA e em programas similares, como a aquisição de alimentos da agricultura familiar para a alimentação escolar, é uma decisão política e administrativa muito mais lógica, do que as alternativas espúrias como a famigerada “ração” recentemente idealizada pelo prefeito de São Paulo. Basta saber quando o governo vai conceder a devida atenção a este tipo de programa e, efetivamente, recompor seu orçamento.
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GEPAD é um grupo de pesquisa sobre agricultura familiar e desenvolvimento rural da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

sábado, 11 de novembro de 2017

Porque é preciso ter a “Lei Cancellier”.

sexta-feira, 10 de novembro de 2017

Mato Grosso. Explosão e fuga no presídio da mata grande em Rondonópolis.

EXPLOSÃO E FUGA NO PRESÍDIO DA MATA GRANDE EM RONDONÓPOLIS MT
foto - marretaurgente.com
Um grupo de 32 presos da fugiram da Penitenciária Major Eldo de Sá Corrêa, conhecida como Mata Grande por volta da 1h desta sexta-feira (10). Um muro da unidade prisional foi explodido no raio 3. Os fugitivos contaram com a ajuda de outros comparsas de fora do presidio.
Os explosivos foram colocados junto ao muro e detonados. Em meio à fumaça, o grupo de detentos escapou da prisão.
De acordo com as primeiras informações houve troca de tiros entre comparsas e agentes prisionais.
A quadrilha que dava cobertura na fuga estava fortemente armado, usando inclusive fuzis, na troca de tiros, os detentos conseguiram escapar.
Até o momento apenas 5, dos 32 detentos que fugiram, foram recapturados.

As remessas de armas ilícitas aos terroristas sírios enviado pelos EUA e aliados incluindo Israel e Arábia Saudita.


As recentes revelações de Edward Snowden, ex-apontador da agência de segurança nacional sobre o papel da Arábia Saudita na guerra em curso na Síria, levantaram novas questões sobre o papel dos sauditas e outros no armar as várias facções terroristas na Síria.
De acordo com os documentos divulgados por Snowden, os sauditas estavam armando  terroristas na Síria no início de março de 2013. Os documentos também revelam que a Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos estava plenamente consciente das ações dos sauditas e dos terroristas e aceitou sem objeções porque os Estados Unidos e a Arábia Saudita tinham um objetivo comum de mudança de regime na Síria. 
A Arábia Saudita e outros apoiantes dos terroristas continuaram a fornecer uma grande ajuda financeira e militar aos grupos terroristas. Esta informação precisa ser colocada ao lado de outras revelações recentes sobre o fornecimento de armamentos aos grupos terroristas.
Uma série de relatórios de investigação da Búlgaro Investigating Reporting Network (BIRN) revelou toda uma rede de embarques ilícitos de armas para os terroristas sírios, pelos Estados Unidos e seus aliados. Isso continuou apesar de o presidente Trump ter ordenado a cessação do fornecimento de armas em julho de 2017. Por exemplo, a ilha croata de Krk já foi usada em setembro de 2017 para o transporte de armas dos Estados Unidos para o Oriente Médio.
O aumento da oferta de armas por rotas alternativas, como a Croácia e o Azerbaijão, segue a preocupação do governo alemão de que os americanos usaram suas bases militares alemãs para fornecer armas aos terroristas.
A preocupação alemã parece ter sido fundada em duas bases fundamentais. O primeiro deles é que a Alemanha está vinculada pela posição comum de 2008 sobre as exportações de armas que fazem parte do direito da União Europeia. Os Estados-Membros da União Europeia são obrigados a ter em conta oito critérios distintos antes da aprovação das transferências de armas do seu território para terceiros. Esses critérios incluem se o país receptor respeita os direitos humanos e também a preservação da paz, segurança e estabilidade regionais.
Não se pode dizer que o envio de armas para a Síria e, em particular, o fornecimento dessas armas a grupos terroristas diversos que apoiem os objetivos geopolíticos dos EUA, atende aos requisitos de respeito dos direitos humanos, e muito menos contribuem para a paz, a segurança e a estabilidade regionais.
A hipocrisia, que é inerente à posição da União Européia, pode ser vista pelo fato de que o embargo de armas da União Européia à Síria foi levantado em maio de 2013. O embargo foi levantado devido à pressão da França e do Reino Unido para permitir o fornecimento de armas de seus países para chegar aos grupos de oposição sírios.
O segundo fator, que é relevante neste contexto, é o Tratado de Comércio de Armas das Nações Unidas de 2014, que entrou em vigor em 24 de dezembro de 2014. O artigo 6 do Tratado sobre o Comércio de Armas proíbe o fornecimento de armas por um país onde eles estavam cientes ou normalmente deveria ter consciência de que essas armas seriam usadas em ataques contra civis ou na prática de crimes de guerra.
O artigo 11 do tratado cobre a situação em que as armas são enviadas para um local e desviadas para um terceiro. Os países membros do tratado são obrigados a tomar medidas para evitar que isso aconteça. Isso claramente não está sendo feito.
Entre os países que ratificaram o Tratado de Comércio de Armas estão a Austrália, a Bulgária, a Croácia, a República Checa, a França e o Reino Unido. Todos esses países foram cúmplices no fornecimento de armas e munições para, entre outros, a Arábia Saudita e Israel. Isto é especialmente problemático porque os Estados Unidos, a Arábia Saudita e Israel não são partes no tratado. Todos os três países têm sido importantes fornecedores de argumentos para grupos terroristas que operam na Síria e em outros lugares. As últimas revelações do Sr. Snowden confirmam o que havia sido amplamente conhecido ou suspeitado por um período considerável de tempo.
O grupo terrorista saudita Jaysh Al-Islam realizou execuções sumárias de civis, destruiu armas químicas por ataques a civis e também usou civis como escudos humanos. Mais uma vez isso está bem documentado, mas não impediu os Estados Unidos e a Arábia Saudita de fornecerem armas a esses e grupos similares.
O fato é que essas remessas de armas continuam sem prejuízo da ordem do presidente Trump de julho de 2017. O fornecimento de tais armamentos sob o nome de código da Operação Sycamore suscita sérias dúvidas sobre a extensão em que Trump está realmente no controle de seus militares e da CIA.
Os principais organizadores deste comércio de armas parecem ser tanto a CIA quanto o Comando de Operações Especiais. Ambos os grupos são conhecidos por operar independentemente do controle efetivo. Antes das últimas revelações do BIRN, havia relatórios anteriores das mesmas organizações do uso da Silk Airways, uma empresa com sede no Azerbaijão, por distribuir armas a grupos terroristas usando esta companhia aérea civil. Isso também é contrário aos acordos internacionais de aviação, que proíbem o uso de companhias aéreas civis para o embarque de equipamentos militares.
A Austrália, que é signatária do Tratado sobre Comércio de Armas, parece não ter sido perturbada pelo destino das exportações de armas, nem pelos usos para os quais essas armas podem ser colocadas. Em julho deste ano, o ministro da indústria de defesa, Christopher Pyne, expressou seu desejo de que a Austrália se tornasse um exportador de armamentos muito maior. Ele foi citado dizendo que as exportações seriam utilizadas para consolidar relações com países em regiões voláteis como o Oriente Médio. Ele também disse que essas exportações poderiam ser usadas para reforçar os laços militares com os principais Estados, como os Emirados Árabes Unidos com os quais a Austrália compartilhava interesse na luta contra o Estado islâmico e “equilibrando o poder crescente do Irã na região”.
A declaração do deputado Pyne parece ser uma falta do artigo 6 e do artigo 11 do Tratado sobre Comércio de Armas, na medida em que sabe ou deve saber que o utilizador final dessas exportações de armas são grupos terroristas. Longe de lutar contra o Estado islâmico, os Emirados Árabes Unidos tem sido nomeado como um dos principais apoiantes.
Também é difícil entender por que  Pyne deveria desejar “equilibrar o poder crescente do Irã na região” quando é óbvio que a intervenção do Irã no Iraque e na Síria, a convite dos governos soberanos legítimos de ambos os países, foi um fator importante na batalha cada vez mais bem sucedida contra IS e grupos terroristas similares. Os grupos cujos aliados de Mr Pyne estão armando não só procuraram minar os governos desses dois países, mas também foram a fonte de morte, destruição e miséria humana incalculáveis.
As revelações dos documentos divulgados pelo senhor Snowden e os vários relatórios relativos ao envio ilegal de armas a grupos terroristas receberam pouca ou nenhuma cobertura nos meios de comunicação tradicionais australianos. Isso reflete uma relutância geral pela mídia dominante para descrever com precisão o que está acontecendo no Iraque e na Síria e, em particular, o papel desempenhado pelos vários grupos terroristas e o apoio que recebem por países aliados à Austrália, em particular a Arábia Saudita e os Estados Unidos .
O tratamento de mídia desigual concedido às várias partes na Síria pode ser ilustrado pela análise diferencial aplicada à libertação de Aleppo e Raqqa. No primeiro caso, os terroristas foram removidos de Aleppo pelas operações combinadas do Exército sírio e seus aliados russo, iraniano e Hezbollah. As baixas civis foram invariavelmente descritas em termos de um desprezo despreocupado quanto à vida humana pelas forças sírias e russas.
A batalha contra as forças de Isis em Raqqa foi conduzida em grande parte pelos EUA e são os chamados aliados da “coalizão”, incluindo a Austrália, assim como a operação destrutiva anterior e muito similar em Mosul. Raqqa foi quase totalmente destruído. Comparações precisas foram desenhadas com o destino de Dresden e Berlim na conclusão da Segunda Guerra Mundial. O número de mortos por civis foi em milhares. Os números precisos não podem ser determinados até o escombros ter sido limpo. A escala da destruição e o número de mortos mal foram relatados na mídia convencional.
A explicação mais provável para isso é dizer a verdade sobre o padrão de fornecimento de armas aos terroristas e a intervenção ilegal dos EUA e seus aliados da “coalizão” na Síria, como a Austrália, cai fora da narrativa preferida que é constantemente demonizar a Síria, a Rússia eo Irã, independentemente da evidência real.
No caso da Austrália, porque, ao contrário dos Estados Unidos, Israel e Arábia Saudita, é signatário do Tratado de Armas das Nações Unidas, portanto, tem uma responsabilidade adicional em relação aos usos aos quais as armas fornecidas aos terroristas são colocadas. Isso exigiria, inter alia, a crítica dos Estados Unidos. A história dos últimos 70 anos mostra que a adoção de uma posição independente e baseada em princípios em tais assuntos é mais do que se pode razoavelmente esperar do governo australiano sucessivo.
James O’Neill é um advogado australiano Barrister Law, exclusivamente para a revista on-line  “New Eastern Outlook” .
A imagem em destaque é do autor.