segunda-feira, 16 de abril de 2018

MPF/MA: pré-candidata ao governo do estado sofre representação por propaganda eleitoral antecipada.

Maura Jorge de Alves Ribeiro teve sua imagem divulgada em outdoor, o que é proibido pela legislação eleitoral.
A Procuradoria Regional Eleitoral no Maranhão (PRE/MA), por meio do procurador regional eleitoral substituto, Juraci Guimarães Júnior, encaminhou ao Tribunal Regional Eleitoral no Estado (TRE-MA) representação contra Maura Jorge de Alves Ribeiro, pré-candidata à eleição para o Governo do Maranhão, em 2018. Ela é acusada de  realizar propaganda eleitoral antes do prazo, violando o artigo 2º da Resolução TSE nº 23.551/2017, que diz que “a propaganda eleitoral só é permitida após o dia 16 de agosto do ano da eleição”.
Para o Ministério Público Eleitoral, Maura Jorge fez propaganda eleitoral antecipada por meio de outdoor localizado em São Luís (MA), na Avenida dos Holandeses, local de grande circulação na cidade, o que é vedado pela legislação eleitoral. Foi constatado, desde 9 de abril de 2018, que o outdoor apresenta a imagem da pré-candidata ao governo do estado ao lado do pré-candidato à presidência da República Jair Bolsonaro, com os seguintes dizeres “Unidos somos mais fortes”.
Segundo o procurador Juraci Guimarães Júnior, “é importante contextualizar essa propaganda eleitoral antecipada por meio de outdoor no conjunto de outras ações, como vídeos veiculados na internet, que demonstram a intenção de Maura Jorge de Alves Ribeiro de levar ao conhecimento geral sua candidatura e o apoio do pré-candidato à presidência, Jair Bolsonaro”, disse.
O Ministério Público Eleitoral requer que o outdoor seja imediatamente retirado, bem como qualquer outro presente no estado do Maranhão, e o pagamento de multa prevista no artigo 4º da Resolução TSE nº 23.551/2017, entre R$ 5.000,00 e R$ 20.000,00.

Líder quilombola da comunidade Turé III é assassinado no nordeste do Pará.

Nazildo dos Santos Brito (Arquivo da família)

Nazildo dos Santos Brito estava ameaçado de morte e não recebia proteção da Secretaria Estadual de Segurança Pública.
Belém (PA) – A Polícia Civil do Pará investiga a suspeita de crime de execução para o assassinato do líder quilombola Nazildo dos Santos Brito, 33 anos, da Comunidade de Remanescentes de Quilombo Turê III, na divisa dos municípios de Tomé-Açu e Acará, no nordeste do Pará. Seu corpo foi encontrado em um ramal da comunidade neste domingo (15) com marca de tiros nas costelas e na cabeça. Segundo a polícia, a motocicleta e objetos pessoais da liderança não foram levados pelo autor dos disparos, daí a suspeita de execução.
Conforme informações da Delegacia do Distrito de Quatro Bocas, o crime aconteceu por volta das 19h30 de sábado (14) no ramal da Roda D’Água, a caminho do quilombo Turê III, na zona rural de Tomé-Açu. De acordo com a investigação, apesar das característica de execução ainda não há informações sobre a motivação e nem pistas sobre o responsável pelo crime. 
Nazildo dos Santos Brito, ex-presidente da Associação de Moradores e Agricultores Remanescentes Quilombolas do Alto Acará, era ameaçado de morte por denunciar crimes ambientais na região. De acordo com o Ministério Público Federal (MPF) do Pará, ele estava no programa de proteção, no entanto, não recebia a segurança solicitada à Secretaria de Segurança Pública (Segup).
Desde 2015, Nazildo respondia à oito processos, sendo acusado de crimes de turbação (perturbação), invasão, ameaças, furto e roubo impetrados pela empresa Biopalma da Amazônia S/A, subsidiária da Vale, na Comarca de Acará.
A liderança quilombola, junto com indígenas Tembé, comandou a ocupação da empresa Biopalma, em 2015, para denunciar desmatamento ilegal, poluição de agrotóxicos nos mananciais de Tomé-Açu. Durante o protesto foram incendiados veículos e tratores da empresa. A Biopalma produz óleo de palmiste para as indústrias farmacêuticos, cosméticos, óleos-químicos e produtos de higiene pessoal em Aracá.
Nazildo Brito é a terceira liderança assassinada nos últimos quatro meses na região nordeste do estado. Em Barcarena foram mortos, em crimes de autoria desconhecida, no dia 12 de março, Paulo Sérgio Almeida Nascimento, segundo-tesoureiro da Associação dos Caboclos Indígenas e Quilombolas da Amazônia (Cainquiama). Em 22 de dezembro do ano passado foi assassinado Fernando Pereira, também liderança da Cainquiama. Eles denunciavam crimes ambientais das mineradoras e conflitos fundiários na região. Até o momento, nenhuma pessoa foi presa pelos crimes.

Um telefonema

O território quilombola Turê III fica na divisa entre os municípios de Acará e Tomé-Açu, ambos no nordeste do estado. Em entrevista à agência Amazônia Real, Railson da Silva, disse que seu cunhado, Nazildo dos Santos Brito, recebeu um telefonema por volta das 19h15 do sábado (14) e disse que iria para casa. “Eu pedi pra ele não ir embora, porque estava à noite, mas ele foi mesmo assim”, lembrou Silva.
Para a liderança indígena Paratê Tembé, que também protestou contra os danos ambientais da empresa Biopalma e responde a processos na Comarca de Acará, todos que denunciam a indústria sofrem muitas ameaças. “Aqui nós vivemos sob constante ameaça e criamos sistema de proteção entre a gente, porque sabemos que há ofertas de dinheiro pelas nossas cabeças. Queremos que as autoridades investiguem o caso, que os culpados sejam presos. O Nazildo era um guerreiro, ele lutava com a gente na região do Vale do Acará”, lamenta.
Desde 2012, os índios Tembé da Turé-Mariquita tentam obter compensações e ações de mitigação para os impactos que sofrem com as atividades da Biopalma, mas pouco foi conquistado desde então. “Nós até fizemos um acordo que envolvia a questão do saneamento, mas tudo foi meio vago. Eles [a Biopalma] não cumprem o acordo feito junto com a Funai, organizações quilombola e MPF e isso acaba gerando novamente a expectativa de um novo conflito. A nossa situação com a Biopalma é muito complicada”, afirma Paratê Tembé.
Neste domingo, Paratê utilizou sua página no Facebook para se despedir do amigo Nazildo Brito: “nosso povo indígena e quilombola amanheceu de luto, perdemos um dos nossos guerreiros, um símbolo, um pai, um esposo, um ser humano. Nazildo Quilombola, líder do quilombo Turê lll em Tomé-Açu, que foi brutalmente assassinado ontem (14). Você partiu cedo demais contudo suas ações entre nós vai ecoar pela eternidade.”

Hildo Rocha e servidores debatem lei que melhora vida dos agentes de saúde.


O que muda a partir da entrada em vigor da Lei 13.595/18, que define as atribuições dos Agentes de Saúde (ACS) e Agentes de Combate a Endemias (ACE)?  Com o objetivo de responder a essa e outras questões o deputado federal Hildo Rocha se reuniu, neste fim de semana, com servidores públicos do município de São João do Paraíso que atuam no setor. 
Rocha esteve no município a convite do ex-prefeito Zé Aldo e vereadores. 
Segurança jurídica
O parlamentar enfatizou que agora os profissionais que atuam nessa área tem a garantia de que nenhum ministro de Estado poderá, por meio de portarias, promover mudanças prejudiciais às duas categorias.
“Hoje, as atribuições desses profissionais estão definidas e asseguradas por lei. Nenhum ministro da saúde poderá promover alterações prejudiciais à categoria, como já aconteceu. Considero que a segurança jurídica foi a conquista mais significativa que a categoria passa a ter”, destacou Hildo Rocha.
A Lei 13.595/18, tem origem no Projeto de Lei 6437/16, aprovado no Senado em setembro e na Câmara em dezembro do ano passado. O texto altera pontos da Lei 11.350/06, que regulamenta a profissão. Rocha lembrou que o poder executivo havia vetado alguns itens da nova lei, mas a presidente da Confederação dos Agentes Comunitários de Saúde, Hilda Angélica Correia, liderou uma grande mobilização que contou com o apoio de deputados e senadores sensíveis à causa e os vetos foram derrubados.
“Tive a honra de participar desse e de tantos outros momentos importantes dessa luta que felizmente terminou de forma satisfatória para a categoria”,destacou Hildo Rocha.
Gratidão
O vereador Vonis Aguiar, que também é agente de saúde, agradeceu a presença de Hildo Rocha, lembrou que o parlamentar foi membro destacado da comissão especial que aprovou o PL 6437/2016 e destacou a importância da atuação do deputado na aprovação da lei e na derrubada dos vetos presidenciais.
Hildo Rocha participou ainda de reunião na casa do ex-prefeito José Aldo onde vereadores, lideranças comunitárias e servidores municipais prestigiaram o encontro que contou com a presença do deputado estadual Léo Cunha.

quarta-feira, 11 de abril de 2018

Maranhão. Peixes aparecem mortos no Rio Itapecuru em Codó.

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Centenas de peixes apareceram mortos em córrego do Rio Itapecuru na zona urbana de Codó, a 290 km de São Luís. De acordo com a Secretaria de Meio Ambiente do município, a principal causa da morte seria a poluição no rio.
O córrego onde os peixes apareceram mortos leva na maior parte do ano o esgoto da cidade para o Rio Itapecuru. Com as chuvas, ele ficou represado e com a grande quantidade de lixo no local eles começaram a aparecer mortos. A mortandade dos peixes chamou a atenção de quem passa pelo local.
De acordo com Ivaldo José da Silva, Secretário de Meio Ambiente de Codó, as mortes estão sendo causadas por falta de oxigenação na água, somados ao acúmulo de lixo e esgoto. A estação elevatória da Companhia de Esgoto e Saneamento de (SAAE) não teve capacidade sufi ciente de enviar tanto esgoto para a estação de tratamento.
“Nesse momento a bomba que está aqui está com um pequeno problema e você não consegue bombear esse material. Vem o advento do rio, o subir o volume normal do que se imaginava e ele adentrou essa área onde fica o esgoto então houve essa mistura de produtos in natura e ai teve essa perda de peixes”, explicou o secretário.

terça-feira, 10 de abril de 2018

Pará. Belém fuga em massa de presídio deixa 20 mortos e vários feridos.

Complexo Penitenciário de Santa Izabel do Pará. (Reprodução/TV Liberal)
Vinte pessoas foram mortas nessa terça-feira (10) durante uma tentativa de fuga em massa do Centro de Recuperação Penitenciário do Pará III (CRPP III), no Complexo Prisional de Santa Izabel, na região metropolitana de Belém.

A Secretaria Estadual de Segurança Pública e Defesa Social (Segup) afirmou ao G1 que um dos falecidos é agente penitenciário e os outros 19 mortos são presos ou pessoas que deram cobertura aos fugitivos. As mortes aconteceram em uma troca de tiros.

Ainda de acordo com a Segup, um grupo armado tentou invadir a prisão no início da tarde e somou forças com detentos que tinham armas dentro do próprio do sistema penitenciário. 

Foram utilizados explosivos. Foram apreendidos 2 fuzis, 3 pistolas e 2 revólveres.

Além do agente penitenciário morto, existem outros quatro feridos e um deles está em estado grave.

Ainda não há informações se houve fuga de detentos. Uma revista e recontagem está em andamento no momento.

O incidente acontece após no dia seguinte a uma chacina que deixou 12 mortos em Belém. Todas as mortes aconteceram durante a noite em um intervalo de 5 horas em 7 bairros diferentes. 
Na manhã da segunda-feira da chacina, o policial militar Ivaldo Joaquim Nunes da Silva, de 49 anos, foi morto com cinco tiros.

Abril Indígena começa em Brasília na sexta-feira (13).



O Memorial dos Povos Indígenas, no Eixo Monumental, concentrará a maioria das atividades. A oficina A arte da cerâmica abre a agenda, na sexta-feira (13) e no sábado (14). Nela, integrantes dos povos Terena, Kadiwéu e Kinikinau ensinam como transformar argila e barro em peças como vasos e utensílios variados.

No fim de semana seguinte (20 e 21 de abril), será ministrada a oficina A arte da pintura corporal, com mulheres do povo Kayapó. Elas mostrarão o processo completo, desde a obtenção da tinta, com a extração do jenipapo, até a aplicação na pele.

Em 27 e 28 de abril, ocorre a oficina A arte da cestaria, com representantes do povo Canela. Os participantes das três oficinas devem preencher formulário de inscrição, uma vez que as vagas são limitadas. A entrada é gratuita.
Também faz parte da programação o cine-debate gratuito com filmes que retratam tradições e origens indígenas. De 24 a 27 de abril, os interessados podem discutir a representação dos índios no imaginário popular e as demandas sociais deles.
O memorial recebe ainda a exposição Ocupação Culturas Vivas, de 13 de abril a 30 de junho, com entrada gratuita.
A única atividade fora do Memorial dos Povos Indígenas é a exposição de fotografias Yawalapiti – Entre Tempos, em que o fotógrafo Olivier Boels retrata a arte do povo Yawalapiti, comunidade do Alto do Xingu, em Mato Grosso. A abertura será em 19 de abril, a partir das 19 horas, no Museu Nacional, ao lado da Catedral Metropolitana de Brasília.
Parceria para tornar Memorial dos Povos Indígenas mais conhecido pela população.
O Abril Indígena é organizado pelo Centro de Trabalho Indigenista (CTI), em parceria com a Secretaria de Cultura. A organização sem fins lucrativos venceu o chamamento público, aberto pela pasta em outubro de 2017, para recuperar e dinamizar o espaço cultural.
“Queremos que ele seja um ponto de referência para toda a articulação do movimento indígena e para que a população conheça o que são as vivências dos povos”, explica a coordenadora do projeto pelo CTI, Guta Assirati.
Pelos próximos dois anos, o memorial sediará eventos e ações no âmbito de valorização do patrimônio cultural indígena.
O Termo de Colaboração nº 13, assinado em 23 de dezembro do ano passado, estabelece o repasse de R$ 1,2 milhão, dividido em duas etapas.
O valor referente a 2017, com aplicação em 2018, é de R$ 800 mil. Já para o período seguinte, a destinação será de R$ 400 mil, com aplicação em 2019, a depender da previsão da Lei Orçamentária Anual.

segunda-feira, 9 de abril de 2018

Brasil - Acampamentos indígenas em Caarapó/MS devem ser desalojados na manhã desta segunda.



Manifestação contra despejo no Tekoha Jeroky Guasu, em 2017. Foto: Rafael de Abreu
Manifestação contra despejo no Tekoha Jeroky Guasu, em 2017. Foto: Rafael de Abreu.
Letycia Bond - Repórter da Agência Brasil.

Dois acampamentos dos povos Guarani Kaiowá, com cerca de 6 mil indígenas, em Caarapó (MS) deverão ser desalojadas nas primeiras horas desta segunda-feira (9), segundo o Conselho Indigenista Missionário (Cimi). Na ação de desocupação da área, prevista para ser iniciada às 6h, agentes policiais federais deverão acionar uma equipe da Polícia Militar.
Segundo o missionário Matias Rempel, que acompanha as comunidades desde 2014, a Fundação Nacional do Índio (Funai) já reconhece o território, composto pelos antigos tekoha - territórios originários dos Guarani Kaiowá transformados em fazendas no século 20 -, como propriedade dos indígenas, tendo, inclusive, oficializado a certificação por meio de publicações da imprensa oficial. Uma comitiva do Cimi deve partir na noite de hoje (8), com destino à cidade, a fim de mediar negociações e evitar confrontos diretos oriundos da ação de reintegração de posse.
Matias Rempel disse que a decisão da Justiça acirra um quadro já carregado de desacerto, considerando-se o desequilíbrio de um pacto firmado entre indígenas e o grupo que se assume como dono das terras, em 2016 e 2017. Na época, os indígenas anunciaram que não haveria mais retomadas de áreas, isto é, que eles cessariam as tentativas de recuperação, buscando, assim, pacificar os confrontos. Com a provável desocupação, além de o processo de demarcação de terras indígenas, que levou, segundo o missionário, 10 anos para ser concluído, foi também em vão a trégua proposta entre as partes.
De acordo com o Cimi, a Terra Indígena Dourados-Amambaipegua I, uma porção da área abarcada pelos acampamentos, é foco de um processo de demarcação com tramitação interrompida pelo governo. A área, vizinha à reserva Tey’i kue, teve seu relatório de identificação e delimitação publicado já em 2016.
"Os Kaiowá honraram sua parte do acordo, mesmo com muita dor gerada pela morte de sua liderança, não avançando mais em nem 1 centímetro de terra. Quem não honrou foram os proprietários de terra, que mantiveram o processo na Justiça, que se transformou em sentenças à luz da condenação do juiz da 1ª instancia", disse Rempel.
Também segundo informações do Cimi, 18 ações de reintegração de posse e interditos proibitórios estão em curso na Justiça Federal de Dourados (MS) contra a comunidade indígena de Caarapó.
Acampamentos
Um dos acampamentos cujos indígenas deverão ser submetidos ao despejo amanhã (9) é o tekoha Jeroky Guasu, localizado no interior da terra indógena. A intervenção policial foi determinada pela 1ª Vara da Justiça Federal de Dourados, depois de uma liminar ter sido suspensa pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no início de 2017.
Já o tekoha Guapo’y, teve o despejo determinado por uma liminar do Tribunal Regional Federal da Terceira Região (TRF-3).
Os indígenas aguardam que o Supremo Tribunal Federal (STF) acate os recursos da Fundação Nacional do Índio (Funai), em que pedem a suspensão da reintegração de posse das áreas.
As corporações policiais foram procuradas pela Agência Brasil, mas não deram retorno até a publicação desta matéria.
Edição: Fernando Fraga.
Abaixo publicamos a nota do CIMI - Nota do Cimi sobre despejos anunciados contra aldeias Guarani e Kaiowá. https://goo.gl/XQonHE
O Conselho Indigenista Missionário – Cimi manifesta extrema preocupação com os potenciais desdobramentos dos despejos anunciados para a manhã desta segunda-feira, 9 de abril, contra comunidades do povo Guarani e Kaiowá, em Caarapó, Mato Grosso do Sul, mesma região do “Massacre de Caarapó”, ocorrido em 2016. Os Guarani e Kaiowá entendem que a terra em questão lhes pertence e anunciaram disposição de morrer na luta pela sua reconquista e proteção contra as agressões de fazendeiros da região.
O entendimento dos Guarani e Kaiowá é corroborado pelo processo administrativo de demarcação da terra que está em curso há anos e que, com base em laudos técnico-científicos, culminou, em 2016, na identificação e delimitação da terra em questão como tradicionalmente ocupada pelos Guarani e Kaiowá, em perfeito acordo com o artigo 231 da Constituição Brasileira.
Lamentavelmente, o governo Temer paralisou o procedimento de demarcação em conluio com entidades de classe locais do agronegócio e seus representantes da bancada ruralista. Adicionalmente, o Juiz federal Moisés Anderson Costa Rodrigues da Silva, da 1ª. Vara Federal de Dourados, MS, mesmo tendo conhecimento da presença histórica Guarani e Kaiowá na região, e também de que a área está devidamente identificada e delimitada como Terra Indígena, determinou que os Guarani e Kaiowá sejam retirados à força do local. Recursos judiciais contrários a esta decisão estão aptos para serem julgados no Supremo Tribunal Federal (STF).
Por isso, o Cimi responsabiliza o Governo Temer e a Justiça Federal, de modo especial o Juiz citado, como responsáveis pelas violências e violações contra os Guarani e Kaiowá que possam ocorrer em decorrência da operação policial agendada para a manhã desta segunda-feira.
Brasília, DF, 08 de abril de 2018
Conselho Indigenista Missionário-Cimi.
Link: http://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2018-04/acampamentos-indigenas-em-caarapo-devem-ser-desalojados-na-manha-desta-segunda

Atualização: STF suspende ação de reintegração de posse de área ocupada indígena no MS.  O Supremo Tribunal Federal (STF) suspendeu a reintegração de posse da área ocupada por dois acampamentos indígenas Guarani e Kaiowá, em Caarapó (MS). A ordem de reintegração deveria  ser cumprida na manhã de hoje.

http://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2018-04/stf-suspende-acao-de-reintegracao-de-posse-de-area-ocupada-indigenas-no-ms