POR: Daiane Souza.
A taxa de mortalidade de negros por homicídio no Brasil
registrou aumento de 23,4% em 2010 em relação a 2002. A informação faz parte do
Mapa da Violência 2012: os novos padrões da violência no Brasil
realizado pelo Instituto Sangari e divulgado esta semana pelo Ministério da
Justiça. Em um recorte feito por raça e cor, o estudo mostra que enquanto
pessoas brancas são cada vez menos vítimas de homicídios, as ocorrências
registram cada vez mais o crescimento dos assassinatos contra negros.
Segundo o Mapa, em 2002, o número de vítimas
negras era de 26.952. Em 2006, o índice foi de 29.925 e de 33.264, em 2010.
Destas, 15.008 mortes foram registras na Região Nordeste somente no
último ano, onde 1.846 aconteceram em Alagoas e 1.699 Paraíba, os estados com
os maiores índices do país.
Os quantitativos dessa população entre os anos
estudados foram obtidos a partir de projeções realizadas pela Pesquisa Nacional
por Amostra de Domicílios (Pnad) e pelo Instituto Brasileiro de Geografia
(IBGE).
Em relação aos brancos, as taxas representaram
queda na última década, de 18.852 para 13.668. O número de vítimas que era de
20,6 em cada 100 brancos, em 2002, passou a ser de 15,0 o que representa uma
queda da ordem de 27,5%.
Intencionalidade – Nos últimos
30 anos, 1.091.125 pessoas foram vítimas de morte por agressão propositada no
país. De acordo com Julio Waiselfisz, diretor de pesquisas do Instituto
Sangari, o estudo comparou os dados aos maiores conflitos internacionais do
último século. “Comprovamos que no Brasil, sem conflitos de qualquer ordem,
mata-se mais gente que muitos conflitos armados no mundo. É como se, só por
homicídios, tivéssemos matado a mesma população vítima da Bomba Atômica”,
explica.
Para Eloi Ferreira de Araujo, presidente da
Fundação Cultural Palmares, a situação é grave, pois os dados tratam de uma
situação específica de mortalidade onde as principais vítimas são negras e
jovens. “Os dados mostram a necessidade de ações emergenciais por parte do
Estado. Não podemos deixar que esses números continuem crescendo”, afirma. “A
juventude negra precisa de igualdade de direitos e oportunidades para mudar,
sair desta condição de vulnerabilidade”, ressaltou.
Lógica homicida – Em entrevista
coletiva na terça-feira, 14 de dezembro, Waiselfisz apresentou uma nova
realidade em relação a lógica da violência homicida no Brasil. Segundo ele, os
padrões de mortes violentas mudaram radicalmente nos últimos dez anos “A
violência era previsível. Hoje os homicídios surpreendem aos pesquisadores com
fatos inesperados”, ressaltou o especialista.
Waiselfisz comenta que há poucos anos era
possível saber o que aconteceria no ano seguinte, em que estados e em que
locais seriam registrados acréscimos de violência. Com as mudanças detectadas
por meio do Mapa atual, será necessário que o Estado pense novas políticas para
o combate à violência e a redução do índice de mortes propositadas. Uma das
mudanças na lógica homicida foi que este tipo de violência, que era centrado
nos grandes pólos urbanos, passou a migrar para o interior dos estados.
Em números absolutos, os homicídios documentados
pelo Sistema de Informações sobre Mortalidade do Ministério da Saúde (SIM/MS)
passou de 45.360 para 49.932 entre os anos de 2000 a 2010. Enquanto as capitais
registraram queda no número de assassinatos – 32339 para 28797 – as regiões de
interior apontaram o crescimento de 8.114 homicídios no número de casos. O dado
que em 2000 era de 3.021 mortes passou para 21.135 registradas em 2010.
Enviada por Ricardo Álvares. http://www.palmares.gov.br/?p=16788
http://racismoambiental.net.br/2011/12/morte-de-negros-por-homicidio-subiu-234-em-oito-anos/
ENQUANTO ISTO NA USP - RODAS começa a derrubar o barracão do Núcleo de Consciência Negra.
Ontem, começou a ser derrubado o barracão do Núcleo de Consciência Negra,
localizado atrás da FEA.
Trata-se de mais um ataque durante as férias, momento
em que a universidade está esvaziada.
Está sendo convocada uma reunião hoje,
21/12, às 18h30 no Núcleo para discutir e implementar ações que evitem que a
demolição aconteça e para discutir meios de atuação conjunta contra toda a
repressão atual na USP.
http://uspemgreve.blogspot.com/2011/12/rodas-comeca-derrubar-o-barracao-do.html
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