Gostaria que publicassem com destaque o que não se diz:
O que se gasta com juros da dívida no país é 47,19% da Lei orçamentária de 2012.
Depois, funcionários públicos não tem aumento, aposentados também não.
O que que é isso?
Qual a diferença com os ajustes neoliberais?
Acho que o Viomundo não pode omitir-se de discutir sériamente o que a
imagem abaixo mostra. Esta deve ser escancarada na blogsfera.
Não dá para achar que está tudo bem.
O propalado “buraco” da Previdência é menos da metade do juro da dívida.
E vem o governo acabar com as aposentadorias dos funcionários públicos.
Isso é o fim do bem estar social. Tente se “aposentar” vc foi roubado, literalmente roubado!
Infelizmente isso é neoliberalismo.
A imagem é forte e didática:
A Folha Online mostra a aprovação do Orçamento para 2012, pelo
Congresso Nacional. A proposta prevê a destinação de R$ 1,014 trilhão
para o pagamento de juros e amortizações da dívida pública no ano que
vem, o que representa 47,19% de todo o orçamento.
Enquanto isso, serão
destinados apenas 18,22% para a Previdência Social, 3,98% para a saúde,
3,18% para a Educação, e 0,25% para a Reforma Agrária, conforme se vê no
gráfico a seguir.
Apesar de grande mobilização dos aposentados (reivindicando aumento
real para as aposentadorias maiores que um salário mínimo) e dos
servidores públicos do Judiciário (pela recomposição de perdas
inflacionárias), o governo não acatou nenhum destes pleitos, alegando
“falta de recursos” e a crise internacional. Desta forma, o governo
“combate” a crise da mesma forma que os países do Norte: cortando gastos
sociais para salvar o setor financeiro.
A extrema intransigência da Presidente Dilma gerou revolta entre os
parlamentares da própria base do governo. O deputado Paulo Pereira da
Silva (PDT/SP) chegou a executar uma manobra de “obstrução”, por meio do
pedido de verificação de quorum, o que faria a sessão se encerrar, e a
votação do orçamento ser adiada para o ano que vem.
Porém, diante da
pressão da base do governo, Paulo Pereira aceitou retirar o pedido de
verificação, aceitando em troca apenas a promessa do governo de que irá
negociar tais pleitos, além da mera troca do negociador do governo
(Duvanier Ferreira seria substituído pela Secretária da Ministra do
Planejamento, ou pelo Ministro Gilberto Carvalho). Ou seja: na prática,
nada garante que haja um aumento nos recursos para os aposentados ou
servidores públicos.
As aposentadorias no valor de um salário mínimo receberão um aumento
real, equivalente aos 7,53% aplicados ao salário mínimo. Apesar do
governo festejar este aumento, cabe ressaltar que, desta forma, o
governo Dilma acumulará, em seus dois primeiros anos, um aumento real
médio anual de 3,4%, inferior até mesmo à média de FHC.
Continuando-se
nesta média anual, serão necessários 37 anos para se chegar aos R$
2.349,26 exigidos pelo art. 7º, IV da Constituição, que garante um
salário que garanta “moradia, alimentação, educação, saúde, lazer,
vestuário, higiene, transporte e previdência social”.
Outras notícias importantes de hoje – dos jornais Estado de São Paulo
e Correio Braziliense – mostram o crescimento brutal do endividamento
devido às altas taxas de juros, e também à emissão de mais títulos da
dívida para a obtenção de recursos – aos maiores juros do mundo – para o
BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) emprestar a
empresas privadas cobrando taxas bem menores.
Finalmente, no plano externo, é interessante destacar também duas
notícias – dos jornais Valor Econômico e O Globo – que mostram os
privilégios dos bancos, que são salvos pelo estado com dinheiro público.
Enquanto o primeiro traz artigo de um ex-economista chefe do FMI,
reconhecendo que os bancos privados foram salvos às custas do Estado, o
segundo mostra a ajuda de meio trilhão de euros do Banco Central Europeu
aos bancos privados, a juros de 1% ao ano, para que estes bancos
emprestem aos países, ganhando taxas de juros 5 vezes maiores, ou seja,
ganhando às custas do povo.
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