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| Jornal questiona capacidade de Dilma aprovar reformas. | 
A presidente Dilma Rousseff deve enfrentar neste ano o
 desafio de superar "sérias dificuldades" para manter a imagem do Brasil
 como "um país emergente de crescimento acelerado" e não correr o risco 
de perder a confiança dos investidores, na avaliação de reportagem 
publicada nesta terça-feira pelo diário econômico britânico Financial Times. 
O jornal, que em sua chamada de capa chama Dilma
 de "Dama de Ferro dos Trópicos", observa que o otimismo demonstrado 
pela presidente brasileira em seu pronunciamento de fim de ano "mascara 
sérias dificuldades que Rousseff e seu Partido dos Trabalhadores 
precisarão superar neste ano".
A reportagem, que ocupa uma página inteira do diário, relata que, 
após crescer 7,5% em 2010, a economia brasileira encerrou o ano passado 
com um crescimento estimado de menos da metade disso, acompanhado de um 
aumento da inflação, chamada de "inimigo histórico do país". Além disso, comenta o diário, na área política a
 presidente "enfrentou uma série de escândalos de corrupção que 
ameaçaram desestabilizar sua incômoda coalizão".
Popularidade com escândalos
O Financial Times relata que a popularidade de Dilma cresceu
 apesar dos escândalos, por conta da percepção pública sobre sua reação 
às denúncias, mas afirma que "os céticos advertem que ela terá que 
colocar um fim nos escândalos de corrupção neste ano, em meio às 
preocupações de que eles são prejudiciais a um governo cuja agenda 
legislativa já está repleta de projetos polêmicos e de tramitação 
lenta". 
O jornal afirma, porém, que "talvez o maior 
desafio seja devolver a economia aos altos níveis de crescimento". "Os 
economistas argumentam que a rápida desaceleração vem expondo as 
limitações estruturais da economia brasileira", diz o texto, observando 
que a maioria dos brasileiros ainda não sente a desaceleração, graças a 
uma taxa de desemprego de 5,2% em novembro, mantida em seus menores 
níveis históricos, e um aumento recente de 14% no salário mínimo 
determinado pelo governo.
"A questão é se o país pode alcançar taxas de 
crescimento maiores do que a média de 4% que conseguiu na década 
passada", diz o texto. "Para fazer isso, os economistas dizem que o 
Brasil tem que fazer os 'consertos difíceis' necessários para melhorar 
sua competitividade de longo prazo. Seu sistema tributário é 
notoriamente pesado, e mais gastos são necessários em educação, 
treinamento, pesquisa e desenvolvimento e em infraestrutura. Os 
investimentos, 19% do PIB, estão muito aquém das necessidades do país e 
dos níveis da China e da Índia", comenta o jornal.
O diário comenta que Dilma já se mostrou 
pragmática, mas diz que "em um mundo no qual os modelos econômicos 
tradicionais americano ou europeu estão desacreditados, enquanto o 
Brasil se mostra resistente, será difícil para seu governo pressionar 
por reformas dolorosas". "Mais fácil é manter o excesso de confiança", 
afirma.
Fonte:http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2012/01/120111_dilma_financial_times _rw.shtml 

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