Renata Giraldi - Repórter da Agência Brasil.
Brasília – Os 50 brigadistas do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente
e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) que seguiram hoje (7) para o
Chile, montaram um organograma para cooperar com as ações de combate ao
incêndio que atinge o país andino. A ideia é atuar nas áreas nativas das
florestas de Concepción, na região central chilena, por cerca de 20
dias. Mas esse período pode ser ampliado.
O chefe do Centro Especializado do Sistema Nacional de Prevenção e
Combate de Incêndios Florestais do Ibama, José Carlos Mendes, disse à
Agência Brasil que os 49 homens e a única mulher do grupo são
experientes e já enfrentaram incêndios de grandes dimensões. Mas,
segundo ele, a preocupação é que os focos de incêndio se agravem pelas
más condições de clima nas regiões afetadas.
“Tudo fica mais difícil porque as temperaturas são elevadas, há baixa
umidade e ainda existem ventos fortes que ajudam a propagar o fogo. A
situação preocupa bastante”, disse Mendes. “No caso da região de
Concepción há áreas nativas e plantadas afetadas. Devemos ajudar na área
nativa que é a que estamos acostumados.”
O apoio do Brasil ao Chile conta ainda com a Força Aérea Brasileira
(FAB), por meio da aeronave que transportará os 50 brigadistas, a Defesa
Civil que arcará com os custos de diárias para os profissionais e o
Ministério das Relações Exteriores que coordena as ações. O governo
brasileiro se dispôs ainda a enviar homens do Corpo de Bombeiros do
Distrito Federal e da Força Nacional, caso as autoridades chilenas
solicitem. O país andino pediu auxílio também à Argentina, Austrália e
aos Estados Unidos.
Única mulher do grupo, Fabíola Siqueira de Lacerda, será a
responsável pela área de planejamento das operações dos brigadistas. No
dia a dia, Fabíola coordena os cursos de capacitação de brigadistas do
Ibama, o que segundo ela, faz com que esteja acostuma a ser “única entre
muitos homens”. “Para mim, é absolutamente normal e não influencia em
nada”, disse.
Ao ser perguntada se a preocupa o fato de sete bombeiros chilenos
terem morrido esta semana ao tentar apagar focos de incêndio, a
brigadista disse que não teme o trabalho que vai desempenhar. “Não há
por que ter medo, pois somos treinados para enfrentar esse tipo de
situação. O importante é seguir o planejamento e manter sempre uma rota
de fuga”, disse.
No Chile, os focos de incêndio se espalharam nos últimos dias. Apenas
ontem (6), um incêndio na Região Sul do país causou sete mortes – todas
as vítimas eram bombeiros. Em dez dias, mais de 50 incêndios queimaram
50 mil hectares de florestas. As áreas mais afetadas são Bío-Bío, Maule e
Araucanie, localizadas a 500 e 700 quilômetros de Santiago, a capital
chilena. As labaredas alcançaram também a região da Patagônia argentina.
Edição: Talita Cavalcante
Fonte: http://minutonoticias.com.br/brigadistas-brasileiros-que-atuarao-no-chile-se-organizam-para-enfrentar-ventos-fortes-e-temperaturas-elevadas
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