Enviado por luisnassif, qui, 12/04/2012
No UOL
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Todos querem falar com Dilma, menos Obama, diz jornal britânico
Reprodução de texto sobre a visita de Dilma aos EUA do site do "Guardian"
Sob o título “Todos querem falar com a presidente Rousseff, menos Obama”, o jornal britânico “The Guardian”
publicou um artigo que defende mais atenção para o Brasil por parte da
principal potência do mundo, dias depois da visita de Dilma a Washington
e a Boston.
Um texto de sua versão online, o diário, um dos mais
importantes da Europa, diz que os norte-americanos parecem “presos em
outra era” para não admitirem que o vizinho ao sul é um exemplo.
No texto assinado pelo jornalista Jason Farago, baseado em Nova York,
Dilma é chamada de “a segunda pessoa mais poderosa no Ocidente”.
Enquanto ela chegava aos EUA no início da semana, Obama, o mais
poderoso, “passava a maior parte do seu dia embrulhando ovos de Páscoa”
na Casa Branca.
Os dois presidentes tiveram uma breve reunião e uma entrevista
coletiva conjunta “durante a qual eles nem se olharam no olho”, diz o
texto.
“Não apenas o presidente dos EUA desdenhou das arapucas de uma visita de Estado; ele mal deu a Dilma duas horas”, diz o artigo.
A visita de Obama ao Brasil no ano passado tampouco foi de Estado
--para isso é necessário visitar as sedes dos três poderes e o
cumprimento de uma série de protocolos. Diplomatas norte-americanos
afirmaram que isso aconteceu com Dilma porque é ano eleitoral e o
presidente é candidato à reeleição.
“Ela chegou acompanhada de meia dúzia de formadores de opinião, de professores a chefes de thinktanks [instituições
que difundem conhecimentos e estratégias sobre assuntos importante],
todos exaltando seu comando econômico e implorando a Washington que a
levasse a sério. As diretoras de Harvard e do MIT (ambas mulheres) a
convidaram para ir a Boston. Até a Câmara do Comércio se esforçou ---certamente a primeira vez que o grupo de grandes e malvadas empresas
se empolgou tanto ao conhecer uma ex-guerrilheira”, diz o texto. “Só
Obama deu de ombros.”
Sem respeito
Nos bastidores, diplomatas brasileiros admitem há semanas que os EUA
não se dedicaram à visita de Dilma como deveriam. Em sua visita ao
Brasil, a presidente o convidou ao Palácio do Planalto, participou de um
almoço com ele no Itamaraty, recebeu Obama e sua família no Palácio da
Alvorada, antes de ele seguir para o Rio de Janeiro. "Pelo menos um
jantar teria sido mais adequado", diz um deles em Brasília.
De acordo com o texto do “Guardian”, “o Brasil é o país dos Bric que
não é respeitado, mesmo em 2012”. Ao visitarem aos EUA, os líderes da
Índia e da China são recebidos com grandes honrarias. A Rússia, por seus
laços com a antiga União Soviética, sempre esteve sob o radar dos
norte-americanos.
“O Brasil é o país que impõe a menor ameaça geopolítica significativa
e oferece mais vantagens, como os CEOs [diretores-executivos]
salivantes já sabem”, afirma a publicação.
“É assim que Washington funciona. Nas aulas de história, a primeira
lição que os estudantes aprendem sobre a política externa
norte-americana é a Doutrina Monroe – o princípio de 200 anos de que a
América Latina é o nosso quintal. Fazemos isso e gostamos de dizer a
todos que fiquem fora. A ideia de que um país latino-americano na
verdade serve como modelo vai além da compreensão”, conclui o texto.
FONTE: http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/guardian-todos-querem-falar-com-dilma-menos-obama#more
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