Mariana Jungmann - Repórter da Agência Brasil - Política.
Brasília - Diante da negativa do Supremo Tribunal Federal em
repassar ao Conselho de Ética e à Corregedoria do Senado Federal as
informações sobre a investigação envolvendo o senador Demóstenes Torres,
tornou-se mais forte a possibilidade de instalação de uma comissão
parlamentar de inquérito (CPI) no Congresso Nacional para apurar as
denúncias contra o senador goiano.
O tema foi levantado hoje (9) pelo líder do PT no Senado, Walter
Pinheiro (BA), que acredita ser a CPI a única solução para que os
parlamentares tenham acesso às provas do envolvimento de Demóstenes com o
controlador do jogo do bicho em Goiás, Carlos Augusto de Almeida Ramos,
o Carlinhos Cachoeira.
Por meio da rede social Twitter, Pinheiro anunciou hoje que
mobilizará os colegas para tentar instalar a comissão. “Como o Conselho
de Ética não poderá ter acesso a documentos da PGR [Procuradoria-Geral
da República] sobre Demóstenes, vamos coletar assinaturas para uma CPI”,
disse o líder petista.
Outros senadores também manifestaram ser a favor da instalação de
uma CPI para investigar o senador goiano e os deputados citados nas
denúncias. O senador Pedro Taques (PDT-MT) defende a instalação de uma
comissão mista. “O ideal é que fosse uma CPI mista já que tem quatro
deputados federais envolvidos”, disse.
Para Taques, o Congresso precisa ainda ir mais longe e investigar as
relações de Cachoeira com outras autoridades. “Já foi revelado pela
imprensa que existe uma relação no mínimo estranha com dois governadores
de estado, o de Goiás [Marconi Perillo] e o do Distrito Federal [Agnelo
Queiroz]”, disse o senador.
O líder do PSDB, senador Álvaro Dias (PR), também declarou apoio à
criação de uma comissão parlamentar de inquérito mista (CPMI). Para ele,
existe muitos “figurões” sendo protegidos pela investigação que corre
em segredo de Justiça. Além disso, Dias também ressaltou que cabe ao
Congresso fazer o “julgamento político” de seus membros,
independentemente do curso da investigação judicial.
Perguntado sobre a adesão de seus colegas de partido ao requerimento
de criação da CPMI, uma vez que há denúncias também contra deputados do
PSDB, o líder tucano disse que cada um é livre para decidir se assina
ou não o documento. “Mas vale lembrar que os integrantes do PSDB sempre
assinaram pedidos de CPI”, disse.
Para a criação de uma CPMI são necessárias assinaturas de 27
senadores e 171 deputados. A coleta ainda não começou e o requerimento
está sendo preparado por Pinheiro, Taques e o senador Randolfe Rodrigues
(PSOL-AP). A expectativa é que até amanhã o documento esteja pronto
para que os três possam procurar os colegas no Senado e na Câmara em
busca de apoio.
Edição: Aécio Amado
FONTE. http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2012-04-09/senadores-prometem-criar-cpmi-para-investigar-parlamentares-envolvidos-com-carlinhos-cachoeira
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