
No
domingo (17), a greve dos professores das universidades federais
completará um mês.
A paralisação, que conta com a adesão de 51
instituições, afeta a rotina dos estudantes
que aguardam as negociações entre a categoria e o governo federal para
que o semestre letivo possa ser retomado e concluído.
Na Universidade
de Brasília (UnB), além dos professores, os técnicos administrativos
também cruzaram os braços, inviabilizando a maior parte das atividades
acadêmicas.
Aluna do primeiro semestre de economia,
Hayanne Ferreira acha que a greve é legítima, mas que a decisão dos
docentes foi precipitada. Das cinco disciplinas que cursa neste
semestre, apenas uma não foi interrompida. Com isso, ela prevê que vai
ficar sem férias quando a greve terminar porque os professores que
aderiram ao movimento terão que repor as aulas perdidas. “Vai ter prova
fora de hora, suspenderam o calendário e vai ser preciso repor aula. Tem
professor que não vai repor”, acredita.
A principal
reivindicação dos docentes é a revisão do plano de carreira. Em acordo
firmado no ano passado, o governo prometeu um reajuste de 4%, a
incorporação de parte das gratificações e a revisão do plano para 2013.
Os dois primeiros pontos já foram atendidos, mas não houve avanço na
revisão da carreira.
Na UnB, a decisão de paralisar as atividades
é de cada professor, por isso os alunos se sentem “perdidos” em relação
à greve. “Tanto as férias do meio do ano quanto as do fim do ano,
ninguém sabe como vão ficar porque não sabemos quando começará o próximo
semestre”, disse Raphaella Pinheiro, 19 anos, aluna de relações
internacionais. Cinco dos seis professores com quem ela tem aula neste
semestre aderiram à greve. “A maioria das matérias parou completamente.
Tem professor que está passando exercício pela internet para a gente
resolver, tem outros que vão encurtar o semestre na volta e a gente vai
fazer a prova mais rápido. Outros vão considerar a matéria como dada,
porque quando a greve começou 75% das aulas já tinham ocorrido. Outros
vão repor tudo. Cada um vai fazer do jeito que quiser”, reclama.
Apesar
das críticas, parte dos alunos apoia a paralisação. Em assembleia no
dia 24 de maio, que contou com a presença de cerca de 600 pessoas, foi
aprovada a greve estudantil, em apoio ao movimento inciado pelos
professores. Uma sessão que reuniu os 46 centros acadêmicos da UnB no
dia 29 manteve a decisão em uma votação apertada: 22 votos a favor da
greve estudantil, 20 contra e duas abstenções.
Com a
paralisação dos servidores, que começou na última segunda-feira (11),
além das aulas, alguns serviços que são prestados à comunidade também
ficaram interrompidos. A biblioteca da UnB, que é frequentada também por
quem não é aluno da instituição, está de portas fechadas. “Sempre venho
aqui para estudar, o espaço é bom. Mas agora fiquei meio sem opção”,
conta Guilherme Macedo, 36 anos. Ele estuda administração em outra
instituição, mas frequenta a UnB pela proximidade de sua casa.
Não
só os alunos são afetados pela paralisação. A queda no movimento
preocupa também quem trabalha na universidade. Edilma Queiroz, dona da
banca de jornais que funciona no Instituto Central de Ciências (ICC)
conta que nesta semana o movimento já caiu 90% em relação ao fluxo
normal. “O impacto é total porque a gente tem que pagar todos os
impostos, o aluguel, todos os encargos que a UnB também não abre mão,
independentemente da greve. E a gente não sabe quando essa greve vai
acabar”, diz.
FONTE:http://www.jb.com.br/pais/noticias/2012/06/14/greve-dos-professores-das-universidade-federais-complica-calendario-de-aulas/
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