Agência O Globo. Carlinhos Cachoeira está Solto. |
Após julgamento, Cachoeira deixa o presídio da Papuda, em Brasília.
Decisão do TJ-DF condena bicheiro a cinco anos de prisão, mas pena deverá ser cumprida em regime semiaberto. Bicheiro foi liberado na madrugada desta quarta-feira.
O bicheiro Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, deixou, no início da madrugada desta quarta-feira, 21, o presídio da Papuda, em Brasília.
Ele foi condenado nesta terça-feira a cinco anos de prisão mais multa, pelos crimes de formação de quadrilha, exploração de jogos e tráfico de influência. Cachoeira estava preso havia nove meses.
A decisão, tomada pelo Tribunal de Justiça do Distrito
Federal (TJ-DF), é resultado das investigações da Operação Saint-Michel,
que apurou irregularidades no sistema de transporte público. Como a
pena imposta ao bicheiro é inferior a oito anos, o regime inicial da
prisão deve ser semiaberto com 50 dias multa (cerca de R$ 3 mil).
A decisão foi tomada pela juíza Ana Cláudia Barreto e ocorre um dia antes da leitura do relatório final da CPI
criada para investigar a relação entre políticos e o esquema operado pelo bicheiro.
A mulher de Cachoeira, Andressa Mendonça, chegou por
volta das 23h à Papuda e disse que reiterava "seu amor" pelo bicheiro.
Da prisão, ele deveria voltar para Goiânia.
Pai de Cachoeira, Sebastião de Almeida Ramos comemorou a
decisão: "Graças a Deus! Essa prisão estava acabando com todos nós. Ele
não merecia isso", afirmou. "Como não estou bem de saúde, vou hoje cedo
para Goiânia encontrá-lo. A Justiça está sendo feita", completou o pai.
"Nenhuma prova se produziu. A montanha pariu um rato. Ele tem direito a recorrer em liberdade e essa pena será extinta", resumiu seu advogado Nabor Bulhões.
"Nenhuma prova se produziu. A montanha pariu um rato. Ele tem direito a recorrer em liberdade e essa pena será extinta", resumiu seu advogado Nabor Bulhões.
Cachoeira foi preso no dia 29 de fevereiro como resultado
da Operação Monte Carlo, que apurou corrupção e exploração ilegal de
jogos na esfera federal. Desde então, o empresário ficou preso
preventivamente no Distrito Federal e em Goiás. Vários pedidos de
liberdade foram formulados nos dois processos, mas sempre esbarravam em
decisões que alegavam o alto poder de influência de Cachoeira para
mantê-lo preso.
Na Justiça Federal, a última decisão liminar do caso, do dia 15 de outubro
, garantia a liberdade do empresário em relação à Operação Monte Carlo.
No entanto, ele não pôde ser solto devido aos desdobramentos da Operação
Saint-Michel.
De acordo com o advogado do empresário, Nabor Bulhões, a
decisão da juíza Ana Cláudia Barreto veio no momento em que o TJ estava
próximo de conceder liberdade a Cachoeira. “A juíza que decretou a
prisão, duríssima, ao receber as razões da defesa e os documentos
provando que não tinha motivo para manutenção da prisão porque os crimes
imputados de tráfico de influência não ocorreram, permitiu a liberdade.
Pode ter havido, eventualmente, formação de quadrilha, mas isso não
justificava a manutenção da prisão”. De acordo com Bulhões, seu cliente pode ser solto porque
os impeditivos relativos à operação Monte Carlo “não prevalecem mais,
não tem nada a ver com a situação”.
*Com Agência Brasil e Agência Estado
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