Por Osvaldo Ferreira - PF avisou governo de SP sobre ações do PCC
Da Folha de S.Paulo - Enviado por luisnassif, sab, 10/11/2012.
A Polícia Federal avisou, em junho deste ano, o governo de São Paulo
que a facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital) aumentaria os
ataques a policiais.
As informações foram repassadas pela PF com base em interceptações
telefônicas feitas, com autorização judicial, durante o monitoramento de
criminosos.
Conforme a Folha revelou ontem, a PF flagrou alguns chefes do PCC
coordenando o tráfico de drogas e de armas a partir da Penitenciária 2
de Presidente Venceslau, um presídio de segurança máxima do governo
paulista.
Gravações foram feitas pelo menos desde fevereiro de 2011 e atingiram
criminosos como Roberto Soriano, o Betinho Tiriça, e Abel Pacheco de
Andrade, o Vida Loka, apontados pela Promotoria como cabeças do PCC.
A Justiça determinou o envio de ambos para um presídio de segurança
máxima. O pedido foi feito pelo Ministério Público utilizando material
repassado pela PF.
A Promotoria, agora, quer a transferência de toda a cúpula da facção
para presídios federais em outros Estados por acreditar que o governo
paulista não consegue isolar os chefes do bando, como afirmava
conseguir.
DESDE 2007
As gravações com as informações sobre os planos do PCC de
intensificar ataques contra policiais paulistas são dos primeiros dias
de junho. A PF monitora, porém, a facção criminosa desde 2007.
Esse acompanhamento era feito por uma equipe de Brasília, comandada
pelo delegado Roberto Troncon Filho. Hoje, ele é o superintendente da PF
de São Paulo.
As informações, segundo os policias ouvidos pela reportagem, foram
repassadas diretamente pelo ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo,
ao secretário da Segurança Pública de São Paulo, Antonio Ferreira Pinto.
O secretário, no entanto, nega ter recebido essa informação. Neste ano, 92 policiais militares foram mortos (incluindo PMs da
ativa e os aposentados), a maior parte em ataques de criminosos.
Até o
começo de junho, quando foi feito o alerta da PF, 41 policiais haviam
sido mortos. Além da PF, a Folha apurou que a Polícia Civil também tinha informações, com base em grampos, de ordens de criminosos para matar PMs.
Nessas conversas, a ordem era para que os policiais fossem atacados
perto de suas casas ou na saída de seu segundo emprego, o "bico".
Apenas
três dos policiais mortos por criminosos neste ano estavam de serviço.
Colaborou AFONSO BENITES
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