domingo, 13 de janeiro de 2013

Acadêmico do Curso de Ciências Sociais da UFMA apresentará trabalho na 8ª Bienal da UNE em Pernambuco.


Daniel teve um trabalho aceito na 8ª bienal
Chegando a sua oitava edição em 14 anos de existência, a Bienal da UNE se firma hoje como um dos principais encontros da juventude na América Latina. A 8ª Bienal terá como sede a cidade de Recife e Olinda, em Pernambuco, e suas atividades serão realizadas entre os dias 22 a 26 de janeiro. 

“A volta da Asa Branca” é o tema da atividade desse ano, e tem como homenageado especial o rei do baião, Luiz Gonzaga, cujo centenário é comemorado em 2012. 

O evento traz mostras artísticas selecionadas entre estudantes de várias universidades do país, shows, oficinas e debates sempre com um qualificado rol de convidados entre ativistas, intelectuais, artistas e figuras públicas.

Para mais informações, acesse: www.bienaldaune.org.br   ou facebook.com/bienaldauneoficial.


O Daniel aluno do curso de Ciencias Sociais da UFMA, vai estar apresentando no referido evento o trabalho abaixo transcrito, desejo-lhe boa sorte na sua perfomance, nobre colega.

Te apruma!

Catirina:
Chico! Chico!
Venha logo!
Não te chamo mais não
Arrume logo tuas coisas
Vamos voltar pro Maranhão.

Chico:
Mulher, não seja besta
Eu não já te avisei!?
Nós estamos nos stations
O lugar que eu sempre sonhei.

Catirina:
Piqueno, tu te apruma
Aqui não vou mais ficar
Tô com saudade das minhas toadas
Que só se escuta por lá
Aqui o povo só geme
Nem sabe cantar
É um tal de uhuuuuu...
Já não posso aguentar.

Chico:
Catirina, minha filha
Tu deixa de besteira
Tamo no centro do mundo
Uma terra de primeira
O tal do capitalismo
Aqui não encontra barreira.

Catirina:
Nunca mais repita isso
Não diga insanidades
Lugar nenhum no mundo é bom
Se não tem identidade
Quem não valoriza seu chão
Não merece caridade.
Lembra bem, velho Chico
Do teu povo nordestino
Aquilo sim é povo forte
Batalhador e sofrido
Passa o dia na labuta
Mas não perde o sorriso.
Camaroeiro, lavadeira
E quebradeira de coco
Gente honesta e de fibra
Nunca foge do sufoco
Não é que nem uns e outros
Que fica rico a custa do povo.
Capitalismo é uma ova
Não me venha com bobagem
Já explorou muito nosso povo
Não conhece piedade
Não fale mais desse maldito
Se não mando já teu espírito
Pra se explicar com Marx.

Chico:
Oh minha flor de caju
Não fique assim tão braba
Meu coquinho babaçu
Meus olhinhos de juçara
É só teu meu coração
Minha mulher arretada.
Tu falou foi bonito
Bato palmas e dou pulinho
Pra sua esperteza rara
Pensando bem no que tu disse
Fico até envergonhado
Tava trocando meu Maranhão
Por uns míseros trocados
E defendendo o maldito
Que tira dos nossos amigos
A comida do prato
Vou voltar pro Maranhão
Agora já decide
E assumir uma missão
pra tentar me redimir.
Vou fazer que nem João do Vale
E cantar o meu sertão
E em todos os lugares
Ouvirão minha canção.

Porque esse sertanejo
Era imenso trovador
E em matéria de sertão
Tinha título de doutor
Cantava nossa gente
Com domínio e amor.
Arruma logo tuas coisas
Pro nordeste nós vai voltar
E pro povo nordestino
Um exemplo nós vai dá.
Não sai de sua terra
Pra fazer revolução
Fique nela e lute
Com determinação!
Raspemos todos os bigodes
Mostremos a eles quem pode
Que haverá redenção.

Catirina:
Ai meu Chico querido
Eu até me emocionei
Este sim é o cabra macho
Com quem eu me casei
Bastou só um incentivo
Pra mudar de tino
E entender o que falei
Rumemos, Chico querido
Pro nordeste nós vai voltar
E nós vai de aza branca
Que é pra não se atrasar.
Vamos na Bienal da UNE
Que essa eu não posso faltar
Porque é lá que tua missão
Tu há de começar.

Chico:
Catirina, tu não tem jeito
Tu que é te aparecer
Mas vou acatar teu pedido
Eu vou me compadecer
So te faço outro pedido
Pare logo este bendito
Oh menino difícil pra nascer
Depois a língua felina
Que do povo é afiada
Vai ficar te mal dizendo
Falando que tu não é de nada
Que é que nem promessa de político
Que só aparece em um período
E depois some do mapa.

Catirina:
Desconjuro, Chico doido
Vá pra lá com palhaçada
Chama logo todo mundo
Pra resolver essa parada
Chama índia, chama boi
Vamo começar a zuada
Porque é no São João
Que esse menino sai de casa.
......................................................................

Complemento esta matéria citando um desabafo lido hoje no facebook de nosso Mestre Rafael Gaspar.




Pô, os caras (para não falar em "doutores") se esquecem que vivemos no pior dos mundos. 

Existe desigualdade entre os alunos que chegam na universidade, falta de incentivos à nossa área de Ciências Sociais e o desconhecimento da sociedade sobre a atuação e posição do pesquisador social no mundo. 

Em vez de assumir responsabilidades e tomadas de decisão, ficamos à mercê de individualidades orientadas pela busca da satisfação unicamente pessoal e que, também, esquecem que são um dos poucos grupos privilegiados (tem acesso a bens materiais e simbólicos que pouquissimas pessoas têm). 

Esquece-se que nossos alunos buscam inspiração, orientações e definições na trajetória de suas carreiras frente às inúmeras pressões de seus pais, dos familiares e dos amigos.

Encorajá-los a superar as adversidades iniciais de um curso seria, no minímo, a primeira tarefa. 

Não defendo um mundo "cor de rosa", como se todos nós pudessemos nos desvecilhar de nossas próprias trajetórias. 

E nem que todos que estão no poder sejam reflexoes de individualidades. 

Existem, sim, pessoas que contribuem para o avanço de nossa profissão.

Como se diz aqui, fica o desabafo.

... Parabéns professor.... 

Obs. usamos parcialmente texto postado neste endereço eletrônico:

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