Na próxima quinta-feira, dia 18 de abril, às 19:00 horas, vespera do dia do indio, haverá a realização de mais uma etapa do projeto Etnocine praia grande. Trabalho que tem inicio com a projeção de um filme e posteriormente é realizado um debate com especialistas sobre os assuntos abordados no referido documentário.
O Projeto é realizado ao ar livre, usando cadeiras na Rua para acomodar a plateia e a projeção é feita na parede do Centro de Pesquisa de História Natural e Arqueologia do Maranhão, que fica localizado na Rua do Giz, nº 59, na Praia Grande, apresentará o filme Serras da Desordem.
SINOPSE DOFILME QUE SERÁ APRESENTADO.
Karapiru,
símbolo da resistência indígena amazônica
Karapiru é um índio
Awa-Guajá da floresta amazônica oriental. É membro de um povo eminentemente
caçador e coletor, de uma cultura e de uma sociedade sustentada em valores
sólidos como a reciprocidade e colaboração mutua; que depende exclusivamente
das florestas em pé para continuar a existir.
Karapiru era parte de
mais um dos tantos grupos Awá-Guajá existentes, que outrora viviam em toda
região compreendida pelos rios Caru, Pindaré, Gurupi, Turicaçu... Amazônia Maranhense.
Seu grupo ou sua
família foi atacada por matadores de índios ou limpadores de terra, em 1978, em
Porto Franco, Maranhão.
Karapiru sobreviveu.
Eis que depois de 10 anos de solidão, em um exílio imposto como prerrogativa do
desenvolvimento chegado a região (estradas de ferro, fazendas, exploração
madeireira, grilagem...), ele ressuscita em terras da Bahia, em 1988.
Como providencia dos
Karawara, a gente sobrenatural Awa, foi seu próprio filho - que ficou para traz
preso ao arame farpado quando do ataque e depois capturado e criado longe de
sua gente – foi justamente o enviado para reconhecer aquele índio aparecido,
aquela pessoa – sua identidade – a resistência de sua gente, a gente Awa. “É
meu pai!”. Exclamou!
No cotidiano de sua
sociabilidade na aldeia Tiracambu, Terra Indígena Caru, é conhecido como o
homem do fogo. Importante função para o preparo da farinha e dos alimentos.
Com suas mais de 6
décadas de vida, Karapiru é também um exímio caçador, pescador e um mihihara –cozinhador
na língua Awa –, seja na panela ou assado no jirau de moquear.
Karapiru se casou com
uma jovem Awa, com quem vive integrado na família de seu sogro, com sua mulher
e filho. Karapiru continua a cumprir seu papel e funções que cabem a um homem
Awa.
A resistência do povo
Awa, presente na pessoa de Karapiru, é de impressionar. Com toda a violência sofrida
por seus agressores do passado e do presente impunes, impressiona a calma e o
jeito sereno de falar e de ser de Karapiru.
Características que nos
questionam: como nossa sociedade desenvolvida pode continuar a desencadear
tanta violência, mortes e caçadas a um povo com existência tão singular que
enriquece o nosso mundo?
Rosana de Jesus Diniz
Santos
Indigenista do Conselho
Indigenista Missionário – CIMI- Regional Maranhão.
Possui convivência
entre os Awa das aldeias Awa e Tiracambu (TI Caru) desde 2000.
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