A PASSEATA PODE
SER CONTRA VOCÊ, SABIA?
Carlos Alberto Nascimento de
Andrade (carlos.potiguar@uol.com.br):
Este
texto não é meu, foi copiado do Facebook, mas concordo em gênero, número e grau
com o texto:
O brasileiro se levantou contra
toda essa corrupção e violência. Um senso de indignação generalizado, de já ter
tolerado demais, apanhado demais.
Mas se você foi à manifestação
e
usa carteirinha de estudante para ter meia-entrada, mas não é estudante, você é parte
do problema.
Você não tem moral para reclamar da corrupção deste
país. O nome disso é
hipocrisia. (Reclame
mesmo assim, por favor, porque são dois problemas diferentes.)
Se você joga bituca de cigarro no
chão, você trata a cidade como o seu lixo particular. Mas a cidade é de todo
mundo. As ruas estão nojentas e a culpa é sua.
A manifestação
é contra você. Se
você fura fila de banco, de carro etc. A manifestação é contra
você.
Ah, você é
ciclista, todo orgulhoso de ser sustentável, um carro a menos, menos trânsito e
CO2. Você reclama da opressão do carro, mais forte, contra a bicicleta, o mais
fraco. Mas você não para no sinal. Não respeita a faixa de pedestres. Você até
anda na calçada, tornando-se o opressor do pedestre. Não se iluda: a manifestação
é contra você.
Você
leva o cachorro para passear e não recolhe o cocô. Ninguém admite, mas o
resultado está aí: nossas calçadas são um mar de merda. Calçada não é a privada
do seu totó. A manifestação
é contra você.
Você
joga papel no chão, e não faltam desculpas para não fazer o que é certo. Essa
merda de prefeitura que não instala lixeiras, né? Ou, saída de estádio, você
toma uma cerveja e joga a lata por aí. Ah, todo mundo estava jogando. Depois vem
o cara limpar. A responsabilidade não é do estado. É sua. E você, manifestante,
não pode se esquivar a ela nos outros 364 dias da sua vida. A manifestação
é contra você.
Se
você copia textos da internet, não indica a fonte e entrega ao professor dizendo
que é de sua autoria... A manifestação
é contra você.
Você
não cumprimenta o porteiro. Você exagera horrivelmente no perfume e invade o
nariz do outro.
Você dirige bêbado. Você põe um escapamento superbarulhento na
sua moto, que dá para ouvir a quarteirões de distância, incomoda todo mundo e
compra um capacete que ajuda a isolar o som. Você obriga todo mundo do ônibus a
ouvir a sua música.
Você suborna o guarda ou qualquer outro serviço público. Ou
ainda, você escreve textos como este, apontando o dedo contra delitos que já
cometeu ou ainda comete, achando que dedo em riste exime você da
responsabilidade.A manifestação
é contra você.
Você
é parte da violência. Você é parte da corrupção. Se você não mudar, o país não
vai mudar.
Mas não adianta todo mundo apenas demandar que “o poder” conserte as
coisas.
Quer mudar o país? Não esqueça de mudar a si mesmo, e pagar o preço da
mudança, como um adulto.
Então, vai pra rua, que estava na
hora. Mas não esquece: A manifestação
é contra você.
*Inspirado em um texto lindo e
corajoso da Duda Buarque.
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