Renata Giraldi e Danilo Macedo - Repórteres da Agência Brasil.
Brasília
- A presidenta Dilma Rousseff criticou hoje (28) os que têm preconceito
contra a presença dos médicos cubanos no Brasil.
Em entrevista a rádios
de Minas Gerais, ela ressaltou que há também médicos de outros países,
além de Cuba.
A presidenta reiterou que os estrangeiros estão no Brasil
para desempenhar o trabalho que os médicos brasileiros não querem
fazer.
"É um imenso preconceito sendo externado contra os cubanos. É
importante dizer que os médicos estrangeiros, não só cubanos, vêm ao
Brasil para trabalhar onde médicos brasileiros formados aqui não querem
trabalhar”, disse ela.
Ontem (27), a Federação Nacional dos Médicos (Fenam) solicitou à
Procuradoria-Geral do Trabalho investigação da relação de trabalho dos
profissionais que atuarão pelo Mais Médicos.
A entidade alega que o fato
de os médicos não revalidarem os diplomas vai causar restrição de
locomoção, o que, segundo a entidade, é uma das características do
trabalho escravo.
Pelas regras do governo, todos os profissionais do Mais Médicos
receberão uma “bolsa formação” pelo serviço nas regiões carentes. Não
haverá contrato de trabalho.
O Ministério da Saúde é favorável à
concessão de pagamento por intermédio de bolsa porque os médicos farão
uma especialização na atenção básica ao longo dos três anos de atuação
no programa.
No caso dos médicos cubanos, eles atuarão no Brasil em regime
diferente dos que se inscreveram individualmente no Mais Médicos. O
Ministério da Saúde brasileiro firmou acordo com a Organização
Pan-Americana da Saúde (Opas) para que a entidade internacional buscasse
parcerias para a vinda de médicos para o país.
Pelo acordo, a Opas fez
acordo com Cuba, prevendo inicialmente a vinda de 4 mil médicos cubanos.
Os primeiros 400 profissionais desse acordo a chegarem no país vão
atuar em parte das 701 cidades que não receberam inscrições individuais
de médicos.
No acordo, os repasses financeiros serão feitos do Ministério da
Saúde para a Opas. A entidade repassará as quantias ao governo cubano,
que pagará os médicos.
Inicialmente nem a Opas nem o Ministério da Saúde
souberam especificar quanto dos R$ 10 mil pagos por médico será
repassado para os profissionais, porém, o secretário adjunto de Gestão
do Trabalho e da Educação na Saúde do Ministério da Saúde, Fernando
Menezes, disse depois que a remuneração ficaria entre R$ 2,5 mil e R$ 4
mil.
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