Os povos indígenas brasileiros devem intensificar a sua luta contra os seus opressores, que desfecham um ataque sistemático aos seus direitos e às suas comunidades.
Nas palavras de Buzatto,
o motivo real do ataque aos direitos constitucionais [dos indígenas] é o modelo de desenvolvimento adotado pelo governo brasileiro, que prioriza a produção e a exportação de commodities, o que potencializa a disputa pelo território, pela terra, pelo espaço para a sua produção… Esse modelo de produção avança por ter ganhado força e por estar focalizado na produção de commodities, na monocultura, destruindo a pequena agricultura camponesa e a produção de alimentos. Neste cenário de grandes interesses econômicos, os povos indígenas também sofrem o abuso de um modelo produtivo que se impõe combinando políticas públicas e ações extremadamente violentas.
Entre os algozes dos índios, sem surpresa, Buzatto destaca os “ruralistas”, que, em sua opinião, veem os povos indígenas e quilombolas como “obstáculos para o progresso, posse e exploração de novas terras para o desenvolvimento do agronegócio”.
Ironicamente, ele responsabiliza pela situação o governo do Partido dos Trabalhadores (PT), no qual a influência dos indigenistas tem sido determinante:
O atual governo foi o criador deste projeto que tem um perfil de ultradireita. Seus representantes chegaram inclusive a dizer que quem se opusesse às mudanças no Código Florestal estaria defendendo os interesses internacionais. E esta estratégia se repete agora com os povos indígenas, acusando-os de serem manipulados por ONGs internacionais. (…)A [presidente] Dilma [Rousseff] só recebeu os indígenas em uma ocasião, no momento das enormes mobilizações urbanas, ocorridas em junho e julho do ano passado, quando ela abriu sua agenda para os movimentos sociais, sindicatos, movimentos sem-terra e líderes dos povos indígenas. Entretanto, devemos admitir que a nossa frustração é enorme. Sentimos uma insatisfação profunda, devido a uma clara percepção de que o governo optou por favorecer os setores econômicos historicamente inimigos dos povos indígenas.
Em suas diatribes, Buzatto explicita a motivação fundamental dos indigenistas quanto à segregação dos povos indígenas do restante da sociedade, no intuito de “preservá-los” em suas condições primitivas e contrários a qualquer tipo de integração com os não indígenas:
Temos forte convicção de que os povos indígenas vão intensificar esta luta. Na ditadura militar foi possível desarticular e vencer o “projeto integracionista” segundo o qual em 2000 já não haveria mais povos indígenas no Brasil. Agora os povos indígenas estão organizados e lutam. Naqueles anos da ditadura eram 250 mil índios e eles conseguiram acabar com essa política integracionista abolindo-a da Constituição de 1988, conquistando seus direitos e o reconhecimento do Estado aos usos, costumes, línguas, crenças e tradições, bem como o direito às suas terras. Apesar da demora em se aplicar as disposições constitucionais e a intensidade dos enfrentamentos com os ruralistas de todo o país, inclusive com mais intensidade que em épocas passadas, acreditamos que os povos indígenas conseguirão enfrentar os seus inimigos e mais uma vez sairão vitoriosos.
Criado em 1972, o CIMI é uma das principais ONGs que integram o aparato indigenista atuante no Brasil. Embora formalmente vinculado à Igreja Católica brasileira, sua orientação e atuação têm pouco a ver com ela e muito mais com a agenda intervencionista do Conselho Mundial de Igrejas (CMI), entidade internacional sediada em Genebra, Suíça, mas ligada aos escalões superiores do Establishment oligárquico anglo-americano, o verdadeiro controlador da agenda indigenista e ambientalista mobilizada contra o desenvolvimento de países como o Brasil.
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