domingo, 11 de outubro de 2015

O delator da Lava Jato Nestor Cerveró denunciou que o Senador Delcídio Amaral (PT) recebeu R$ 5 milhões em propina na compra da Refinaria de Pasadena.

A polêmica em torno da compra, pela Petrobras, de uma refinaria obsoleta no Texas, Estados Unidos, que resultou num prejuízo de mais de US$ 1 bilhão para a estatal brasileira, acaba por acertar um tiro fatal no senador Delcídio do Amaral (PT), líder do governo Dilma.
Matéria de Fabiano Inove.
A polêmica em torno da compra, pela Petrobras, de uma refinaria obsoleta no Texas, Estados Unidos, que resultou num prejuízo de mais de US$ 1 bilhão para a estatal brasileira, acaba por acertar um tiro fatal no senador Delcídio do Amaral (PT), líder do governo Dilma.
Entenda o caso
A compra de Pasadena começou em fevereiro de 2006, quando a Petrobras pagou US$ 360 milhões para comprar da belga Astra Oil uma fatia de 50% de uma refinaria sucateada no Texas. O valor é 17 vezes superior ao que fora pago pela Astra para assumir o comando de Pasadena no ano anterior. 
Não bastasse essa anomalia financeira, foram incluídas duas cláusulas venenosas no contrato de aquisição da refinaria. A primeira dizia respeito a uma garantia de retorno mínimo de 6,9% para a Astra Oil, mesmo que operasse no prejuízo. A segunda estava ligada à obrigação da Petrobras de comprar as ações da sua sócia em caso de desentendimento. 
E foi o que ocorreu. Com a queda do preço do petróleo, os investimentos foram reduzidos. Em pouco tempo, Petrobras e Astra racharam. Para oficializar o divórcio, a Petrobras deveria desembolsar R$ 788 milhões para assumir o controle da combalida Pasadena. O caso foi parar nos tribunais – e a Petrobras foi condenada, em 2012, a pagar US$ 821 milhões a sua ex-sócia. 
Ao todo, a refinaria americana custou, em valores e câmbio da época, R$ 1,25 bilhão para a Petrobras, segundo estimativa do Tribunal de Contas da União. Trata-se de um prejuízo e tanto, avalizado pelo Conselho de Administração da companhia comandado, à época dos fatos, por Dilma Rousseff.
Delação
Num almoço na Praia do Flamengo, portanto, a segunda etapa dos negócios com Pasadena. Em 2006, logo após aquele almoço, Cerveró relata que se reuniu com Duque, o empresário Ricardo Pessôa, dono da construtora UTC, e o senador petista Delcídio Amaral, então candidato a governador de Mato Grosso do Sul, em sua sala na sede da Petrobras, no Rio de Janeiro. 
Nesse encontro, segundo Cerveró, ficou acertado que a UTC, por influência também de Delcídio, se juntaria à Odebrecht nas obras de modernização de Pasadena. Pessôa já era o líder do cartel de empreiteiras do petrolão. Nas eleições de 2006, a empreiteira de Ricardo Pessôa doou R$ 800 mil para a campanha de Delcídio a governador, na qual o petista saiu derrotado.
Na reunião no Rio e o acerto dos R$ 4 milhões foram revelados oficialmente à força-tarefa da Lava Jato pelo protagonista dessa operação: Nestor Cerveró. As informações estão registradas na mais recente proposta de delação premiada de Cerveró, em posse dos procuradores da Lava Jato. 
Trata-se de relatos pormenorizados de Cerveró sobre os negócios corruptos que tocaram primeiro na Diretoria Internacional da Petrobras, sob ordens do PT e do PMDB, e, a partir de 2008, na Diretoria Financeira da BR Distribuidora, sob ordens do PT e do senador Fernando Collor, do PTB. 
Neles, Cerveró afirma que a compra de Pasadena rendeu US$ 15 milhões em propina. E envolve no esquema a área internacional, os senadores como Delcídio Amaral, do PT, líder do governo no Senado, o presidente da Casa, Renan Calheiros, e Jader Barbalho, ambos do PMDB, cada um recebeu R$ 5 milhões nesta transação.
De fato Nestor Cerveró foi diretor indicado por Delcídio e coordenardor/elaborador de contratos de uma operação com termoelétricas que causou prejuízo à Petrobrás em 2 bilhões na época de FHC (mais um dos escândalos esquecidos pela mídia na época de FHC). PF investiga rombo de R$ 2 bi a Petrobras causado por Delcídio e Cerveró.

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