Seguindo manifestação do Ministério Público Federal (MPF), o Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF2) manteve, por unanimidade, nesta quarta-feira (5), a prisão preventiva de Carlos Augusto de Almeida Ramos (Carlinhos Cachoeira), investigado na Operação Saqueador.
A Força-tarefa da Lava Jato/RJ acusa Cachoeira de operar um esquema de lavagem de dinheiro que movimentou mais de R$ 370 milhões provenientes de recursos públicos desviados. Atualmente, ele cumpre prisão domiciliar concedida pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Em parecer contra o habeas corpus de Cachoeira, a Procuradoria Regional da República da 2ª Região (PRR2) afirma que a conexão entre as apurações da Operação Saqueador e da Operação Calicute, que investiga o esquema criminoso liderado pelo ex-governador do Rio Sérgio Cabral, reforçam a necessidade de se manter a prisão preventiva do réu, ao contrário do que argumenta sua defesa. “São inúmeros os vínculos da organização criminosa investigada pela Saqueador com outros procedimentos criminais conexos investigados neste Juízo, como a Calicute”, sustenta a procuradora regional da República Mônica de Ré. “A prisão cautelar deve ser mantida, pois o contexto de sua decretação não se alterou”, defende.
Ainda na tarde desta quarta-feira (5), a 1ª Turma do TRF2 julgou improcedente, também por unanimidade, os pedidos feitos por Pedro Ramos de Miranda, ex-assessor considerado o “faz tudo” de Cabral, de transferir da 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro a competência para julgá-lo e anular a denúncia recebida contra ele. Segundo a PRR2, as apurações feitas pela Calicute, desdobramento da Saqueador, deixaram clara participação de Pedro Ramos no esquema. “O réu fazia transporte de grande quantidade de dinheiro em espécie para realizar o pagamento de joias, buscando ocultar a origem dos recursos”, frisa o parecer.
“Testa de ferro” de Hudson Braga – Luiz Paulo Reis, preso preventivamente por sua atuação como “testa de ferro” do ex-secretário estadual de obras Hudson Braga, também teve habeas corpus negado pelo TRF2 e seguirá preso. Em sua argumentação, a PRR2 destaca que a evolução patrimonial excepcional das empresas pertencentes a Reis desde a entrada de Braga nesses negócios é uma das evidências de sua participação no esquema de ocultação de valores.
Assessoria de Comunicação - Procuradoria Regional da República na 2ª Região (RJ/ES) - Tel.: (21) 3554-9003/9199.
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