quarta-feira, 3 de agosto de 2016

Mineração: quem vai tapar os buracos amanhã?


Publicado em: 22/7/2016 19:24:00 
Foto - Portal do geólogo
Matéria copiada do portal do geólogo.

Um dos fantasmas mais assustadores da mineração mundial é o day after, quando a jazida está completamente exaurida e a empresa para de produzir. É neste momento que são demitidos ou remanejados os funcionários e que a comunidade começa a perceber que o fluxo de caixa gerado pela mina vai deixar de existir, assim como os impostos destinados ao governo. 


Todos perdem. 

É, neste momento, que as autoridades percebem que a maioria das mineradoras não economizou o suficiente para completar um plano de reabilitação ambiental aceitável. 

O que era péssimo passa a ser inaceitável. 

Um simples fechamento de mina transforma-se, então, em um longo e penoso processo envolvendo a sociedade, as autoridades, os órgãos ambientais e a mineradora. 

Um processo que invariavelmente acaba mal, para a população local.

Aqui no Brasil é raro vermos uma área lavrada ser totalmente reabilitada e despoluída. 

São relativamente poucas as minas exauridas onde no lugar das horrendas cicatrizes da mineração e das áreas degradadas se veem lagos, florestas e campos. 

Por que estamos tão atrasados? 

A resposta é simples e passa por dois pontos fundamentais: legislação mineral/ambiental e a civilidade. 

De um lado a nossa legislação, que ainda aguarda aprovação, é obsoleta e ineficiente e não obriga a mineradora a recolher os fundos necessários para a reabilitação das áreas degradadas desde o início do fluxo de caixa. br>
Esse procedimento, por exemplo, já era comum às empresas de mineração sérias há várias décadas atrás. 

Quando gerenciei a pesquisa mineral no Transvaal, na África do Sul para a Billiton-Shell, na década de setenta, já era praxe destinar 2,5% do fluxo de caixa da mina para uma reabilitação futura. Desta forma a empresa nunca seria surpreendida pelos elevados custos da recuperação ambiental. 

Não basta ter uma legislação, tem que haver dinheiro e dinheiro antecipado. 

Quando vemos as duas gigantes da mineração, no desastre da Samarco, mentindo e iludindo as autoridades e a população, sem reconhecer as suas responsabilidades, percebemos que o assunto civilidade, pelo menos aqui no Brasil, é conversa para enganar a sociedade. 

O day after da mineração é um assunto polêmico e ainda deve ser melhor definido na legislação mineral e ambiental brasileira. 

Na Austrália, um país com a mineração avançada, esta herança ainda causa polêmicas e está longe de ser erradicada. 

A forma como os governos locais estão tentando acabar com a herança maldita é através da captação de recursos financeiros oriundos das mineradoras: antes do fechamento da mina

Em Queensland, um estado rico em carvão e consequentemente cheio de áreas degradadas, o governo local tem hoje no caixa, sete bilhões de dólares para fazer frente à recuperação de cavas e minas fechadas. 

A estratégia do Departamento Ambiental de Queensland é a de arrecadar os valores necessários para a reabilitação ambiental antes da mina fechar, evitando problemas decorrentes de uma inadimplência futura da mineradora. 

Mesmo assim alguns experts acreditam que Queensland precisa arrecadar mais para fazer frente às reabilitações necessárias. 

Temos que aprender com esses exemplos. 

Aqui no Brasil devemos criar um fundo para a reabilitação ambiental de áreas degradadas pela mineração. Esse fundo terá que ser obrigatória a todas as mineradoras que hoje estão extraindo seus minerais e lucrando com isso. 

O país não pode herdar a degradação.

Um bom exemplo é o fechamento da super mina de carvão Blair Athol, na Austrália pela Rio Tinto. Sabendo dos custos gigantescos para a reabilitação ambiental a Rio Tinto propôs ao governo local transferir ao comprador da mina, a junior TerraCom, o valor de 80 milhões de dólares. Este dinheiro, pago antecipadamente, irá, se aceito pelo governo, financiar o projeto de recuperação ambiental de Blair Athol. 

E aqui no Brasil? 

Quem vai reabilitar as inúmeras minas que já fecharam ou estão para fechar? Será que as mineradoras tem capacidade financeira para, realmente, enfrentar esses custos? 

Ou a população brasileira terá que conviver, pelos próximos séculos, com as cicatrizes horríveis das lavras predatórias que enriqueceram tão poucos? 

Autor:   Pedro Jacobi - O Portal do Geólogo.

UFMA. Debate pela reativação do Sindicato dos Sociólogos do Maranhão será hoje.


Está previsto para acontecer hoje uma  reunião/debate, que tem como pauta principal a reativação do Sindicato dos Sociólogos do Estado do Maranhão. 

Outros assuntos também serão abordados, como  o famigerado movimento "Escola Sem Partido". 

O debate, está previsto iniciar  às 18:00 horas,  desta quarta-feira, dia 03/08, no Prédio do CCH, na sala de Multimídia das Ciências Sociais, na UFMA. Peço que compareçam e divulguem.

Texto - Francisco Barros.

Guerra da Síria. 800 terroristas mortos em 24 horas no sul de Aleppo

Fonte: Al Manar.

Russia Airstrikes Slow Terrorists’ Offensive in Syria’s Aleppo

A chegada de reforços militares rechaçam ofensiva dos terroristas no sudoeste de Aleppo.



As principais forças envolvidas na contra-ofensiva são a Guarda Republicana e as poderosas forças do Tigre. A julgar pela enorme experiência e histórico de sucesso durante este conflito, estas unidades poderosas serão mais do que suficiente para rejeitar a ofensiva terrorista contra Aleppo desde o sul.

Dois dias atrás -no domingo-, um conglomerado de facções terroristas, sob a bandeira da Yaish para Fateh (O Exército da Conquista, ex Frente Al Nusra) lançou uma forte ofensiva ao sudoeste de Aleppo ao longo de uma frente que se estende por 20 km em uma tentativa de levantar o cerco em Aleppo oriental. Os terroristas conseguiram conquista alguns pontos, incluindo o povoado de Mushairifah.

De acordo com o jornal As Safir, este assalto foi dirigido diretamente pelo chefe religioso de Al Nusra, o saudita Abdullah al Muhaicini, que anunciou que a ofensiva buscava “a conquista de Aleppo”. Esta declaração foi ecoada pelo porta-voz  do grupo Ahrar al-Sham, um aliado fiel da Frente Al Nusra, conhecido por seu nome de guerra de Abu Yusuf al Muhajir.

As Forças Sírias recuperaram, depois de confrontos com terroristas, o Projeto Residencial 1070, um complexo de 50 edifícios de apartamentos. As Forças Sirias mataram dezenas de militantes nessas batalhas. Há também relatos de que os terroristas se retiraram da escola Hikmah e as colinas, que tinha tomado no domingo.

Intenso bombardeio russo e sírio. 

Por sua parte, as Forças Aéreas Sírias e Russas estão profundamente envolvidas na batalha bombardeando os comboios e os pontos de concentração de terroristas nas províncias de Aleppo e Idleb. Estes ataques aéreos, juntamente com os  ataques  realizados pela artilharia e infantaria das Forças Sírias já “mataram mais de 800 militantes. Além disso, 14 tanques, 10 veículos blindados e 60 veículos com armas montadas foram destruídos “, disse o tenente-general, Sergei Rudskoi, chefe do principal Diretório Operacional, na segunda-feira.


“A Aviação Russa apoia ativamente as tropas do governo para repelir ataques inimigos realizando ataques direcionados contra as posições dos militantes.”

Rudskoi destacou que os terroristas continuam enviando reforços desde outras áreas, numa tentativa de continuar a sua ofensiva e impedir o avanço militar sírio. Eles também procuram evitar que a população local escape das áreas de combate em um esforço para usá-los como escudos humanos.

“Os terroristas que executaram quatro pessoas que procuravam escapar através de corredores humanitários ontem, no leste de Aleppo”, disse o militar russo.

terça-feira, 2 de agosto de 2016

STF - Denúncia contra deputado federal Júnior Marreca (PEN-MA) é julgada improcedente.

Por unanimidade de votos, os ministros da Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal julgaram improcedente denúncia contra o deputado federal Antonio da Cruz Filgueira Júnior, mais conhecido como Júnior Marreca (PEN-MA), declarando sua absolvição sumária do delito de aplicação inadequada de recursos públicos (nos termos do artigo 1º, incisos I, III e VII, do Decreto-Lei 201/1967) ao tempo em que foi prefeito do Município de Itapecuru Mirim (MA).
Foto - Junior Marreca
A decisão ocorreu na sessão de hoje (2), durante julgamento de questão de ordem na Ação Penal (AP) 977, de relatoria do ministro Teori Zavascki. 
Ele explicou que Júnior Marreca foi diplomado deputado federal após o recebimento da denúncia pelo juízo da 2ª Vara Criminal da Seção Judiciária do Estado do Maranhão, no entanto foi apresentado aos autos “Relatório de Visita Técnica Final e Conclusiva”, da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), no qual se infirmam todos os fatos que embasaram a acusação. 
Segundo o relator, ficou evidenciada falta de justa causa para o prosseguimento da persecução penal contra Marreca, impondo-se a absolvição sumária do ex-prefeito. Destacou ainda que o Ministério Público Federal se manifestou nesse sentido.
De acordo com o ministro Teori, a diplomação do acusado subsequentemente ao recebimento da denúncia pelo juiz de primeira instância conduz à análise, pelo Supremo Tribunal Federal, da possibilidade de incidência do artigo 397 do Código de Processo Penal, nos termos da jurisprudência da Corte. O dispositivo estabelece que o juiz deverá absolver sumariamente o acusado em caso de existência manifesta de causas excludentes da ilicitude do fato e da culpabilidade do agente (salvo inimputabilidade), quando o fato narrado evidentemente não constitua crime ou quando estiver extinta a punibilidade do agente.
VP/AD

Reitoria da Unifesp rechaça jornal sobre fim das universidades públicas.

Reitoria da Unifesp afirmou importância estratégica do ensino gratuito e a inclusão de estudantes da rede pública | Foto: Unifesp
Reitoria da Unifesp afirmou importância estratégica do ensino gratuito e a inclusão de estudantes da rede pública.| Foto: Unifesp




















Da RBA
A reitoria da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) divulgou nesta segunda-feira (1º) nota pública em que rechaça os argumentos do editorial do jornal O Globo, de 24 de julho, que defendeu o fim do ensino superior público gratuito.  Entre apontamentos de erros e derrubada de mitos sobre a educação superior pública reforçados pelo editorial, a reitoria ressaltou que o jornal revelou “completo desconhecimento” sobre o papel estratégico das universidades públicas na sociedade brasileira, ao considerar que este nível de ensino gratuito é um “mecanismo de injustiça social”.
A reitoria da Unifesp argumentou que as políticas de inclusão desenvolvidas nos últimos anos foram responsáveis por um aumento significativo do número de estudantes oriundos do ensino público e de famílias de baixa renda. E que, portanto, as 63 universidades federais não são um espaço somente para pessoas de classes altas.
“O mais recente censo interno da Unifesp indica que aproximadamente 50% dos ingressantes na graduação em 2015 são oriundos de famílias com até 5 salários mínimos de renda familiar (classes C, D e E, pelos critérios do IBGE). Deste grupo, aproximadamente a metade das famílias são das Classes D e E, com pais sem escolaridade de nível superior”, diz o documento.
Em âmbito nacional, o Fórum Nacional de Pró-Reitores de Assuntos Comunitários e Estudantis (Fonaprace)informou que, desde 2011, mais de 65% dos estudantes das universidades federais pertencem às classes B2, C, D e E. “Esses e outros números não deixam dúvidas de que as universidades públicas federais têm cumprido seu papel na promoção de justiça social, estando abertas a todos os cidadãos, e derrubam o mito de que ‘a maioria dos alunos de universidades públicas são ricos’”.
Em seu editorial, o jornal afirmou ainda que “muito dinheiro circula no setor”, o que foi desmentido pela reitoria, segundo a qual os orçamentos anuais previstos na Lei de Diretrizes Orçamentárias ficam aquém do esperado. Mas isso não pode servir de justificativa para liquidar o ensino superior público e gratuito, reforça a instituição. “A atual conjuntura da crise política, com reflexos sobre a economia, penaliza todo o conjunto de serviços públicos prestados à sociedade brasileira, e não o contrário.”
Para os reitores da Unifesp, aplicar a racionalidade mercantil à educação superior “ameaça a formação de nossos jovens e os rumos do ensino superior, da extensão e da pesquisa científica desenvolvidas no país”.
A instituição criticou ainda o contínuo desrespeito às metas do Plano Nacional de Educação que, se fossem integralmente cumpridas pelas diferentes esferas de governo, poderiam garantir o equilíbrio financeiro das universidades públicas federais. “Além disso, é também certo que a redução da sonegação de impostos, entre outras ações, resultaria em maior montante disponível para investimento na educação pública”, conclui a reitoria da Unifesp.

segunda-feira, 1 de agosto de 2016

Guerra da Síria. Um helicóptero de transporte MI-8 Russo foi abatido na província de Idlib. Os cinco ocupantes permanecem desaparecidos.

Imagem ilustrativa

O ministério russo da Defesa confirmou hoje que um helicóptero MI-8 foi abatido na província de Idlib, na Síria. A informação foi confirmada ao jornal Russia Today. Apesar de confirmar o incidente, o órgão afirmou que não sabe o que ocorreu com as cinco pessoas que estavam a bordo da aeronave: três tripulantes e dois oficiais do Centro de Reconciliação da Rússia na Síria.


"No dia 1º de agosto, um helicóptero de transporte russo MI-8 foi abatido com fogo proveniente da terra, enquanto dirigia-se à base de Hmeymim após ter fornecido ajuda humanitária à cidade de Aleppo. Todos os recursos disponíveis estão sendo empregados para descobrir o que ocorreu com os militares russos", diz em nota o ministério.


A Questão Central na Campanha Presidencial nos EUA.


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27/7/2016, Eric Zuesse, The Vineyard of the Saker

Traduzido por Vila Vudu 

A questão central na campanha presidencial nos EUA não pode sequer ser discutida na mídia-empresa de ‘noticiário’ nos EUA, porque a mesma mídia-empresa é toda ela, quase uniformemente, cúmplice do crime de ocultar da opinião pública dos EUA a informação factual crucialmente decisiva para que a população possa votar de modo inteligente e confiavelmente bem-informado sobre aquela questão. Nenhum veículo da mídia-empresa de notícias quer ver noticiada a própria cumplicidade em crime algum; assim sendo, a ‘cobertura’, de fato o ‘encobrimento’, continua inalterado. Essa ‘cobertura’/encobrimento ativo tem vida própria, que empurra o mundo cada vez para mais perto de uma situação que pode fazer bilhões de mortos, porque quanto mais se mantiver o encobrimento, mais fora de controle tornam-se as coisas. E por isso persiste o ciclo de mentiras virtualmente uniformes, apesar do perigo sempre crescente.

Esse artigo terá de ser relativamente longo, porque o público-norte-americano só ouve mentiras e vive exposto a quantidade gigantesca de mentiras sobre todas as coisas importantes – todas elas associadas à questão nacional central para os EUA –, questão ainda maior que o terrorismo, que o aquecimento global, que a desigualdade econômica crescente e que a sempre crescente corrupção, mas questão que permanece virtualmente ignorada. Esse artigo foi concebido para ser como um desentupidor-desinfetante de um sistema político que está literalmente afogado nas tantas mentiras que lhe são inseridas, e que agora já estão sendo lançadas diretamente na arena política. Ou bem desinfetamos e descartamos a imundície que ameaça nos afogar, ou – e quando menos esperarmos – ela nos matará todos.

A questão central
Essa questão central é se o governo dos EUA mantém ou não o mesmo plano, que vem desde o fim do Pacto de Varsóvia em 1991, para ampliar a OTAN – o velho clube militar anti-Rússia – até junto às fronteiras russas, cercando a Rússia com mísseis nucleares da OTAN postos à distância de cinco minutos de voo de Moscou; e, simultaneamente, se o governo dos EUA constrói ou não uma “Defesa de Mísseis Balísticos” ou sistema de “Mísseis Antibalísticos” (ing. BMD ou ABM) que anule os mísseis russos de retaliação, no caso de ataque não anunciado de EUA-OTAN para dominar – se não para varrer do mapa do mundo – a Rússia e sua capacidade de resistir contra o poder dos EUA.

Essa operação é uma feia realidade, mas é a realidade ‘liderada’ pelos EUA. E o resultado das eleições presidenciais de 2016 nos EUA nos levará ao estágio final da montagem, ou porque porá um fim à ‘operação’, ou porque a levará à mais terrível culminação. São resultados drasticamente diferentes, mas um lado ou outro acabará por prevalecer naquela disputa eleitoral.

Esse artigo indica vários importantes links onde se reúnem informações de que os eleitores dos EUA precisarão ter conhecimento para poder decidir. Ao mesmo tempo, mostra não só que os eleitores só ouviram mentiras, mas, também, como e porque lhes mentiram tanto. É documentação importante, especialmente porque os fatos aqui documentados foram ocultados, com notável sucesso, por muito tempo. O que aqui se lê não é realidade que os norte-americanos desejem saber, mas, principalmente, é um mundo que os poucos norte-americanos que realmente estão no comando não querem que os cidadãos norte-americanos e a opinião pública norte-americana conheçam. É combinação tóxica – opinião pública ignorante, e ignorância que os que mandam querem perpetuar –, mas é tragicamente real (como se comprova nos documentos aqui listados).

O presidente dos EUA Barack Obama tem dito, repetidas vezes, que os EUA seriam “a única nação indispensável”, e que qualquer país que se negue a capitular ante a supremacia norte-americana global é país inimigo. Aplica-se especialmente a Rússia e China – duas nações que foram comunistas. Implica dizer que a ‘Guerra Fria’ já foi retomada, e que a indústria de armas nos EUA volta a sonhar com grandes dias, mesmo que já não haja hoje a desculpa ideológica de antes (“a ameaça vermelha”, o comunismo).


“Os EUA são e permanecem a única nação indispensável. Foi verdade no século passado e será verdade no século que começa. (…) A agressão russa contra ex-estados soviéticos enerva capitais na Europa, enquanto a ascensão econômica e militar da China preocupa seus vizinhos. Do Brasil à Índia, classes médias em ascensão competem conosco, e governos querem ter voz mais forte em fóruns globais. (…) Será tarefa da geração de vocês responder a esse novo mundo. A questão que enfrentamos, a questão que cada um de vocês enfrentará, não é se os EUA liderarão, mas como lideraremos – não para garantir paz e prosperidade só para nós, mas também para estender paz e prosperidade por todo o globo.”



Obama dizia aos formandos de West Point naquele dia que a concorrência econômica pode ser causa para os EUA irem à guerra, e que seria serviço deles fazer valer a supremacia global dos EUA.


Obama pôs essa ‘missão’ em parágrafo moralizante, como sempre faz tão competentemente (para finalidades de propaganda; Obama tem talento terrível para a propaganda), dizendo àqueles cadetes:


“A disposição dos EUA para usar a força em todos e quaisquer pontos do mundo é a derradeira salvaguarda contra o caos. Se os EUA deixarem de agir contra a brutalidade síria ou as provocações russas, não apenas violaremos nossa consciência, mas estaremos também induzindo a escalada futura da violência. (…) No século 21, o isolacionismo norte-americano não é opção. Não temos a escolha de ignorar o que acontece além de nossas fronteiras. (…) Com a guerra civil síria a respingar sobre as fronteiras, só aumenta a capacidade de grupos endurecidos em muitos combates, para nos atacar. Agressão regional que seja deixada sem resposta – seja no sul da Ucrânia ou no Mar do Sul da China, ou onde for no mundo – sempre acabará por ter impacto sobre nossos aliados e pode atrair nossos militares. Não podemos ignorar o que acontece além de nossas fronteiras. E, acima desses raciocínios estreitos, creio que temos empenho real, um interesse nosso que nos obriga a assegurar que nossos filhos e nossos netos cresçam num mundo onde meninas não sejam sequestradas nas escolas e indivíduos não sejam massacrados por causa de tribo ou religião ou convicção política. Creio que um mundo de maior liberdade e mais tolerância não é só um imperativo moral, mas também nos ajuda a nos manter em segurança.”



Obama aí ‘declara’ que se render ante a imposição do controle pelos EUA significaria “mundo de maior liberdade e mais tolerância”, rendição que “nos ajuda a nos manter em segurança”. Foi o que se viu e foi o que os EUAfizeram… no Iraque?! E quanto à Líbia? O que fizeram os EUA pela Ucrânia? Estarão talvez fazendo algo semelhante a isso na Síria? E quanto aos refugiados que jorram de todos esses países? Estão talvez sendo ‘salvos’ pela política de Obama… a mesma política dos EUA já há décadas, que jamais foi desafiada e é política dos dois grandes partidos norte-americanos, exceto pelo palavreado das mentiras de uns e outros, enquanto tentam ‘justificar’ o morticínio?


O predecessor de Obama no cargo, George W. Bush, também trabalhava no mesmo plano, quando invadiu o Iraque em 2003. Suas alegações – de que ‘tinha certeza’ de que Saddam Hussein estaria reconstruindo seu programa de armas atômicas, sempre a repetir contra “o programa de Armas de Destruição em Massa de Saddam” que “há um relatório da Atômica… da agência IAEA que diz que faltam seis meses para terem pronta uma arma. Não sei que mais provas temos de esperar…”  Problema, só, é que tudo aí são mentiras, deslavadas mentiras, e Bush sabia que tudo o que dizia era falso. Sabia que não havia ‘relatório’ algum de ‘Atômica’ alguma.

Mas nenhum jornalista, nenhum veículo de mídia sequer suspeitou da mentira ou, então, todos ajudaram a disseminar a mesma mentira, porque se puseram a repetir como papagaios as mentiras do presidente, como se, só por serem ‘de Bush’, devessem ser tomadas automaticamente por verdades absolutas. (E a mesma ‘mídia’ também ajudou a ocultar o imediato desmentido, pela IAEA, que declarou oficialmente que jamais existira o tal ‘relatório’). Está acontecendo outra vez, mas, agora, a ameaça norte-americana é muitos mais grave, muito mais perigosa.

Os EUA marcham para uma eleição presidencial na qual um dos candidatos, Hillary Clinton, claramente planeja manter a política já ativada desde 1990 (na qual o marido dela teve papel de destaque), e à qual o outro candidato, Donald Trump, quer pôr fim. E o diz sem meias palavras, que os EUA devem pôr fim à política das muitas guerras por todo o mundo. Por isso, é acusado de ser ‘agente soviético’ (?!). A mesma aristocracia proprietária das empresas, redes e veículos de ‘notícias’ controla também os dois principais partidos políticos norte-americanos e está, ela também, ameaçada pelo ‘projeto’ de Trump de repudiar a plataforma dos dois grandes partidos. Para tanto, servem-se de lições de moral – moralismos de direita, ao gosto dos Republicanos, e moralismo esquerdista, ao gosto dos Democratas –, para condenar Trump. Mas a verdadeira razão pela qual Republicanos e Democratas estão obcecados com derrotar Trump é porque o veem como obstáculo para que possam manter a mesma guerra deles todos (pelo lado dos EUA), que realmente jamais foi guerra contra o comunismo; sempre foi guerra global de conquista, para chegar ao controle global. Guerras sempre foram o instrumento preferencial de controle de que se serviram os que controlam os EUA pelo menos desde 1990. E que querem continuar a controlar. E porque querem continuar a controlar o mundo, estão arrastando os EUA rumo ao desastre.


Alguns dos principais membros do Congresso responsáveis por questões da política externa recusam-se até a ouvir falar das provas de que os EUA mentem em todos esses assuntos. Elizabeth Murray mostrou-se chocada ao descobrir que funcionários do governo dos EUA recusam-se deliberadamente a tomar conhecimento das provas. Murray trabalhou como vice-diretora de Inteligência Nacional para o Oriente Próximo no Conselho de Segurança Nacional antes de aposentar-se com 27 anos de trabalho no governo dos EUA (era cogitada para dirigir a CIA.) Dia 24/7/2016, em artigo intitulado“Deputado Rick Larsen Baseia em Mitos a Política para a Rússia”, ela narra os próprios esforços para informar o deputado Larsen sobre a realidade da operação dos EUA na Ucrânia.

Na Wikipédia lê-se: “Richard Ray ‘Rick’ Larsen é deputado no Congresso dos EUA do 2º Distrito Congressional e membro do Partido Democrata. (…) Larsen é membro da Comissão das Forças Armadas e da Comissão de Transportes e Infraestrutura da Câmara de Representantes. (…) Serviu formalmente como diretor de questões públicas na Associação Dental do Estado de Washington e como lobbyist de associações profissionais de dentistas. (…) O 2º Distrito foi representado pelo futuro senador dos EUA Henry M. ‘Scoop’ Jackson de 1941 a 1953.” (Jackson adiante ganhou fama como “o senador da Boeing,” primeiro dos neoconservadores do Partido Democrata.)

Murray escreveu (os links abaixo foram acrescentados por mim):


Mencionei ao Deputado Larsen que eu acabava de retornar da Rússia com uma delegação dos EUA, e que, de todas as pessoas com quem eu falara na Rússia – incluindo professores, estudantes, jornalistas, médicos, empresários e veteranos de guerra –, nenhuma manifestara qualquer desejo de envolver-se em guerra nuclear com os EUA; e que absolutamente todos manifestaram desejo de conseguir relações de paz, normalizadas, com os EUA. (…) Durante o tempo que permanecemos em Yalta, organizei um evento de ‘natação pela paz’ com veteranos de guerra norte-americanos e russos nadando juntos no Mar Negro, que obteve grande repercussão na mídia em idioma russo. 

Expliquei ao deputado Larsen o que me parecia que fosse a explicação de por que a opinião pública russa desconfia dos movimentos dos EUA na região (baseada no que ouvi das pessoas naquele país), e por que eles sempre temerão os EUA, quando se tratar de movimento unilateral de construção de confiança na direção do desarmamento nuclear. Os russos tinham em mentea gravação de Youtube  em que Nuland fala de ‘Yats’ (na qual se ouve claramente a voz de Victoria Nuland dizendo ao embaixador dos EUA na Ucrânia Geoffrey Pyatt que ‘Yats é o homem’, pouco antes   da mudança de regime pela qual Arseniy Yatsenyuk recebeu o cargo de primeiro-ministro, e que implicou os EUA diretamente no golpe ucraniano), sentem-se ameaçados pelas manobras da recente OTAN/Operação Anakonda que aconteciam ao mesmo tempo que nossa visita, e estavam muito preocupados com as ações de provocação dos EUA na região, incluídas as sanções econômicas contra Rússia e Crimeia, essas últimas impostas depois que a maioria dos cidadãos crimeanos votaram em plebiscito a favor de serem reintegrados à Rússia, em resposta ao que viam como interferência externa nos assuntos da Ucrânia.


Larsen respondeu imediatamente com rejeição e negativas, disse claramente que não acreditava que os EUA tivessem qualquer participação nos eventos ucranianos – que o que eu lhe dizia ‘não era o que ouvi por aí’ – e continuou a repetir como os Estados Bálticos sentiam-se ameaçados pela Rússia, etc. Não sabia o que era ‘Operação Anakonda’ e parecia desconhecer completamente que as maiores manobras de todos os tempos da OTAN desde a 2ª Guerra Mundial haviam acontecido há poucos dias, junto às fronteiras da Rússia. Ofereci para enviar ao gabinete dele mais informações sobre o assunto e sobre os eventos na Ucrânia – oferecimento que o deputado ignorou.


A trilha pela qual andamos só terminará em um de dois pontos finais: ou a mídia-empresa de ‘notícias’ nos EUA cai na realidade e começa a noticiar as realidades cruciais em andamento (como o fato de que a agressão na Ucrânia nada teve a ver com Putin tomar a Crimeia, mas com ogolpe acontecido imediatamente antes – e com a ação de limpeza étnica que se seguiu – feita por contratados de Obama, os quais começaram a ser organizados pelos norte-americanos já em 1º de março de 2013, organização que culminou quase um ano depois).


Essa é a realidade crucialmente decisiva que contradiz  as mentiras oficiais  e assim pode (se tivermos muita, muita sorte) forçar o governo dos EUA a reverter o atual curso; não sendo assim, haverá um ataque relâmpago, ataque surpresa, ou de EUA-OTAN contra a Rússia, ou de Rússia contra EUA-OTAN. Quanto mais perto chegamos do impasse total, menos provável que se confirme a primeira hipótese, e mais inevitável que se confirme a segunda – ataque relâmpago (ou contra a Rússia, ou contra os EUA, pouca diferença faz). Eis a realidade.

O mundo monopolar de Obama não passa de ficção, e quanto antes essa Grande Mentira de Obama for desmascarada (pela mídia-empresa ocidental para os públicos do ocidente), mais seguro será o mundo. Incômodos e desconfortos entre os que promulgaram e propagandearam a Grande Mentira serão em todos os casos a alternativa menos desastrosa – porque a alternativa mais desastrosa implica destruir o mundo de todos.