Evento foi promovido pelo CAOp de Direitos Humanos em parceria com outras instituições. |
Foi aberto na manhã desta sexta-feira, 28, no auditório da Procuradoria Geral de Justiça, em São Luís, o “Seminário estadual de prevenção ao suicídio e valorização da vida”, promovido pelo Centro de Apoio Operacional de Direitos Humanos (CAOp/DH) e diversas instituições parceiras no Fórum de Prevenção ao Suicídio e Valorização da Vida.
Na abertura dos trabalhos, a promotora de justiça Lana Cristina Barros Pessoa, coordenadora do CAOp/DH, falou sobre o trabalho desenvolvido pelo Fórum há aproximadamente dois anos, passando pela sensibilização das diversas instituições para chegar a um resultado voltado à sociedade. Um dos avanços apontados por ela foi a instalação do Centro de Valorização da Vida (CVV) em São Luís.
Na abertura dos trabalhos, a promotora de justiça Lana Cristina Barros Pessoa, coordenadora do CAOp/DH, falou sobre o trabalho desenvolvido pelo Fórum há aproximadamente dois anos, passando pela sensibilização das diversas instituições para chegar a um resultado voltado à sociedade. Um dos avanços apontados por ela foi a instalação do Centro de Valorização da Vida (CVV) em São Luís.
Lana Pessoa ressaltou que instituições precisam promover a prevenção. |
Lana Pessoa ressaltou o grave problema dos suicídios para toda a comunidade, ressaltando que todas as instituições precisam tomar posição de prevenção a esse mal. “Amar ao próximo e a si mesmo é o melhor remédio contra o suicídio”, finalizou.
O procurador-geral de justiça, Luiz Gonzaga Martins Coelho, afirmou que o Seminário demonstra claramente a necessidade da união de esforços para o enfrentamento de um grave problema, em ações articuladas e coordenadas que buscam resultados efetivos.
Luiz Gonzaga Coelho apresentou dados preocupantes sobre o suicídio no mundo e no Brasil, ressaltando que a questão não pode ser estigmatizada mas, sim, discutida de forma séria e transparente. “Cada vida importa e, muitas vezes, o suicídio pode ser evitado. É esse trabalho de prevenção que está sendo feito pelo Ministério Público”.
Duas mesas-redondas foram apresentadas pela manhã |
Também compuseram a mesa de abertura dos trabalhos o diretor das Promotorias de Justiça da Capital, Paulo Silvestre Avelar Silva; o diretor da Escola Superior do Ministério Público, Márcio Thadeu Silva Marques; a tenente-coronel Cristiane Castro da Silva Luna, representando o comandante-geral da Polícia Militar, Cel. Luongo; e o coordenador-geral do Conselho Regional de Psicologia (CRP), Kyelce Neto.
Psicóloga da PMMA abordou Prevenção ao suicídio no meio militar |
FÓRUM
Compõem o Fórum de Prevenção ao Suicídio e Valorização da Vida o Ministério Público do Maranhão, Tribunal de Justiça, Fundação Josué Montello, Conselho Regional de Enfermagem (Coren), CRP, União dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime), Polícia Militar do Maranhão (PMMA), Corpo de Bombeiros, Defensoria Pública, Assembleia Legislativa, Associação Médico-Espírita do Maranhão, Secretaria Estadual de Saúde (SES), Secretaria Municipal de Saúde (Semus), Secretaria de Estado da Educação (Seduc), Secretaria Municipal de Educação (Semed), Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social (Sedes), Secretaria Municipal da Criança e do Adolescente (Semcas), Secretaria de Estado de Segurança Pública (SSP), Secretaria Estadual de Direitos Humanos e Participação Popular (Sedihpop), Centros de Referência de Saúde do Trabalhador Estadual e Municipal, CAPS I – Infanto-juvenil, CAPS II, OAB-MA, Igreja Evangélica Comunidade Vida Vinhais, Comunidade Católica Shalom, Conselho Regional de Medicina (CRM), Instituto Ruy Palhano, Associação Brasileira de Radiodifusão Comunitária no Estado do Maranhão (Abraço), Rádio Educadora, Rádio 92,3 FM, Arquidiocese de São Luís, Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado do Maranhão e Centro de Valorização da Vida (CVV).
Luiz Gonzaga Coelho ressaltou a necessidade da união de esforços para o enfrentamento do problema. |
MESA-REDONDA
A primeira mesa da programação teve como tema “Suicídio: atualidades e desafios”, e foi coordenada pela titular da 2ª Promotoria de Justiça Especializada de Defesa da Mulher de São Luís, Selma Regina Souza Martins.
A primeira palestrante foi a psiquiatra Carla Lúcia Penha Cardoso, que iniciou sua fala com o conceito de suicídio e ressaltou que esse é um problema de saúde pública. “A saúde mental faz parte da atenção básica à saúde, assim como o controle de hipertensão e diabetes, por exemplo”. Carla Cardoso também citou a portaria 1271/2014, do Ministério da Saúde, que tornou obrigatória a notificação, pelas unidades de saúde, das tentativas de suicídio e lesões autoprovocadas.
Ingrid Rodrigues apresentou a palestra “Suicídio na era das pessoas de cristal” |
A especialista afirmou que a subnotificação de suicídios é um problema mundial e que o Brasil, México e Índia são os únicos países na contramão de uma tendência global nos casos. Uma pesquisa de 2012 apontou a ocorrência de 30 suicídios por dia no país e a perspectiva é que esse número cresça em 50% até 2020.
Carla Cardoso abordou também as principais barreiras sobre o tema, como o estigma e o desconhecimento e desatenção nos serviços de saúde; os principais fatores de risco e características do comportamento suicida, como transtornos mentais e tentativas anteriores. “Cada tentativa aumenta em cinco a seis vezes a possibilidade de concretização do suicídio”, ressaltou.
Carla Cardoso abordou também as principais barreiras sobre o tema, como o estigma e o desconhecimento e desatenção nos serviços de saúde; os principais fatores de risco e características do comportamento suicida, como transtornos mentais e tentativas anteriores. “Cada tentativa aumenta em cinco a seis vezes a possibilidade de concretização do suicídio”, ressaltou.
Selma Regina coordenou a primeira mesa da manhã. |
Em seguida, a psicóloga Ingrid Rodrigues apresentou a palestra “Suicídio na era das pessoas de cristal”, na qual afirmou que o suicídio não está necessariamente ligado à depressão, nem sempre tem sinais prévios e que confirma o desespero de quem recorre a ele.
Para a psicóloga, o sofrimento é individual e a capacidade de resistir às pressões do mundo, responder e voltar ao estado de equilíbrio – a resiliência-, varia de acordo com a pessoa. “Ser resiliente não é estar sempre bem, mas ter a capacidade de se recuperar mais rapidamente”, explicou. Ingrid Rodrigues também falou sobre fatores de proteção e sobre quatro grupos de suicidas, como os movidos pelo impulso, o que é mais comum entre os jovens.
Segunda mesa da manhã tratou da “Rede de Cuidados e Valorização da Vida”. |
PROGRAMAÇÃO
A segunda mesa-redonda desta manhã, que tratou da “Rede de Cuidados e Valorização da Vida”, teve como participantes o psicólogo Marcio Henrique Silva Menezes; o presidente do Núcleo de Valorização da Vida de Bacabal, José Ribamar Cardoso Lima; a psicóloga Lorena Maria Rocha, diretora Geral do CAPS II; e a enfermeira e diretora do CAPS IJ, Liziane de Oliveira Castro Almeida.
À tarde, os trabalhos foram iniciados com a mesa-redonda “Vulnerabilidade Familiar em Tentativas de Suicídio”. O tema foi abordado, respectivamente, pela terapeuta familiar Socorro Maria Coelho Araújo e pela médica Jana Cristina Freire, ambas do CAPS, e pelo secretário-adjunto de Proteção Social da Secretaria Municipal da Criança e Assistência Social, Rodrigo Barbalho Desterro e Silva.
Automutilação adolescente foi um dos temas tratados à tarde |
“Prevenção ao Suicídio em Multicontextos” foi a última mesa do evento.A tenente-coronel Cristiane Castro da Silva, psicóloga e coordenadora do Programa de Prevenção ao Suicídio Policial PMMA, abordou a prevenção em meio militar. Já o tema da prevenção do suicídio nas escolas foi tratado pela psicóloga e supervisora de Educação e Saúde da SAPPE/SEDUC. O médico Carlos Frias, professor do Departamento Saúde Pública da UFMA, discorreu sobre a atuação do médico do trabalho na prevenção do suicídio.
À tarde, seminário contou com cinco palestras. |
Redação: Rodrigo Freitas (CCOM-MPMA).