quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Estudantes inglesas recorrem à prostituição para pagar universidade.

 
O número de estudantes da Inglaterra que recorrem à prostituição para financiar os seus estudos está aumentando, segundo dados divulgados pela União Nacional de Estudantes britânica (NUS, na sigla em inglês). De acordo com a organização estudantil, cortes promovidos pelo governo na ajuda de custo oferecida para estudantes do ensino universitário e o aumento dos preços de anuidades e do custo de vida no país vem contribuindo para a atual situação.

A NUS afirmou ainda que também está em ascensão o número de estudantes que está investindo em jogatina e experimentos médicos para ajudar a pagar os estudos. Mas o governo diz que ainda oferece aos alunos um "generoso pacote" de auxílio financeiro.

"Medidas perigosas"
Em entrevista a um programa de rádio da BBC, Estelle Hart, a representante das alunas da NUS, afirmou que os cortes promovidos pelo governo deixaram as alunas em uma situação ainda mais difícil. "As estudantes estão tomando mais medidas perigosas. Em um ambiente econômico em que há poucos empregos, onde políticas de apoio a estudantes sofreram cortes profundos, as pessoas estão cada vez mais buscando trabalho junto à economia informal, como a indústria do sexo. São todos trabalhos perigosos e sem regulamentação, mas que permitem que elas permaneçam estudando", afirmou a líder estudantil.

A Associação Inglesa de Prostitutas, que conta com um telefone de auxílio em sua sede, em Londres, afimou que o número de chamadas recebidas por alunas pelo menos dobrou desde o ano passado. De acordo com Sarah Walker, a organização tem viso um aumento em chamadas feitas por estudantes nos últimos dez anos, mas acrescentou que o grupo recebeu um número de telefonemas sem precedentes desde que o governo anunciou que universidades na Inglaterra iriam promover aumentos em suas anuidades em até 9 mil libras (cerca de R$ 25,6 mil), a partir de 2012.

"Eles (os ministros) sabem que os cortes que estão promovendo estão levando mulheres a recorrer a a coisas como a indústria do sexo. É uma estratégia de sobrevivência. Por isso, nós consideramos o governo responsável por essa situação."

"Sem opção"
Não são apenas universitárias que estão se voltando para a indústria do sexo para pagar por seus estudos. A jovem de 18 anos Clare (nome fictício) se voltou para a prostituição quando estava se preparando para seus exames classificatórios para a univerisdade. Na época, ela descobriu que a ajuda de custo educacional que recebia corria o risco de ser cortada.

"Eu não poderia ir para a universidade sem a ajuda de custo. Eu gasto com transporte um total de 70 libras por mês (cerca de R$ 200). Não tinha a quem recorrer na universidade e não queria ter de contar com a minha família. Comecei a procurar empregos, mas os horários eram incompatíveis. Muitas amigas começaram a procurar empregos e acabaram largando os estudos. Eu não queria fazer o mesmo", afirma.

"Eu tinha um amigo que vinha tentando me convencer a entrar para uma agência de garotoas de programas desde que eu tinha 16. Ele me contava histórias sobre o quanto eu poderia ganhar, como os horários seriam flexíveis, que eu poderia escolher quem eu gostaria de encontrar, assim que os visse e com que frequência. Parecia uma opção melhor. Eu não conseguia ver nenhuma outra."

Clare agora abandonou a indústria do sexo para prosseguir com seus estudos e adverte o envolvimento com a prostituição. "Fiz isso para poder ir para a universidade, mas sou uma pessoa diferente de quando eu comecei. Perdi muito da minha auto-estima e a confiança em muitas pessoas."

"Há muitas pessoas com quem você pode conversar e programas de bolsas. Descubra todas as opções possíveis antes de dar esse passo tão grande. Foi isso que eu não fiz."

O Departamento de Educação britânico afirmou que pretende investir um total de 180 milhões de libras (cerca de R$ 513 milhões) por ano em programas de auxílio financeiro para permitir que jovens de 16 a 19 anos de idade possam prosseguir seus estudos.

Matéria copiada: http://noticias.terra.com.br/educacao/noticias/0,,OI5517774-EI8266,00.html

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

"O burro e o deputado". Humor da poesia popular no Cordel de Luciano Carneiro

O Cordel permanece mais vivo do que nunca. No Crato (Sul do Ceará) existe a Academia de Cordelistas do Crato fundada há 20 anos que  tem mais de 500 títulos publicados e mais de um milhão de folhetos levando o Nordeste para o mundo.


O folheto de cordel "O burro e o deputado" é um dos 40 títulos de autoria do poeta Luciano Carneiro que é um dos membros desta academia ocupando a cadeira de n° 2.

"Em 1995, um deputado teve a ideia de criar uma lei que proibisse a utilização de animais atrelados a carroças, transportando cargas diversas e transitando em rodovias, ruas e avenidas, projeto que contou com o apoio da Sociedade Protetora dos Animais", diz a poeta Josenir Lacerda na apresentação do Cordel de Luciano Carneiro.

Aliás, para reforçar o que dissemos acima, Josenir é também membro da ACC e foi recentemente eleita membro da Academia Brasileira de Cordel, distição que enche de orgulho os amantes do cordel no Crato e no estado do Ceará.

Encerrando a apresentação do cordel de Luciano Carneiro, diz J. Lacerda: "Só mesmo uma mente privilegiada e merecedora da cumplicidade da 'musa' para encontrar uma saída tão diplomática e criativa” enquanto concluiu parabenizando o poeta.

Eis Cordel "O Burro e o Deputado" (Luciano Carneiro-Crato|Ce)

O deputado e o burro
Tão num impasse danado
Vão findar trocando murro
O burro e o deputado
O burro quer trabaiá
O dotô num qué deixá
Diz que a carroça é pesada
Porém o burro enfezado
Diz que não é deputado
Pra ganhar sem fazê nada.
II
O burro inda diz assim
Eu trabaio pro meu patrão
Mais ele mim dá capim
Mim dá remédio e ração
Dá água bãe e vacina
E só me aprica disciprina
Quando invento bestêra
E você, seu deputado
Se fosse disciprinado
Agia douta manêra.
III
Burro, cavalo e jumento
Tem mais é que bataiá
Se for no seu argumento
De vivê sem trabaiá
De disprezá o seu dono
Lhe deixá no abandono
Eles vai tranca o roçado
Tem razão, que a roça é sua
E joga nóis no mei da rua
Pra morrê atropelado
IV
E será se essa tá
De proteção dos animais
Tem roçado, tem quintá
Cum água e cum capinzais?
Pra nóis vivê só cumeno
Bebeno água e correno
Tudo gordo e bem zelado
Viveno uma vida incrive
Iguá a que o senhô vive
Na câmara dos deputado?
V
Será que os dono da gente
Tem a merma opinião?
Que tem o seu presidente
O chefe dessa nação
Que cobra imposto danado
Do pobre lá do roçado
Do piqueno comerciante
Pra todo finá de mês
Pagá um montão pra vocês
Só pruquê são importante?
VI
Eu num reparo o sinhô
Sê dotô, seu deputado
Esquecê seus inleitô
Que veve disagregado
Ou trabaiano na roça
Ou mermo nu’a carroça
Cuma meu patrãozim faiz
Tentano sobrevivê
Mas deixe de meter
Na vida dos animais.
VII
Vá criá projeto novo
Vá cuidá doutos assunto
Fazê morada pro povo
Vá douto, fazê conjunto
Vá ajeitar as estrada
Que tão tudo esburacada
Dão má pra gente passá
Ou então fique parado
Ganhano seu ordenado
Mais deixe nóis trabaiá.
VIII
Parece que o sinhô
É mais burro do que eu
Que diabo é isso douto
O que foi que aconteceu?
E o pobe do deputado
Oiô pro burro ispantado
Sem tê o que respondê.
Findô falano pro burro:
- Se você me dé um murro
Eu dô um coice in você.

Materia copida:http://dilma13.blogspot.com/