sábado, 14 de janeiro de 2012

Lei nº 12.590 - Música Gospel. Louvar ao Senhor com dinheiro público vai ser fácil a partir de 2012.

Na terça-feira 10 de janeiro, a presidenta Dilma Rousseff autorizou uma mudança na Lei Rouanet para reconhecer a música gospel, e os eventos relacionados a ela, como manifestação cultural. Na prática, a mudança permitirá que os artistas do gênero sejam contemplados com recursos previstos na lei de incentivo à cultura.

As empresas que estimulam a cultura por meio da lei ganham incentivo fiscal.

A aprovação do projeto, elaborado pelo o ex-deputado Bispo Rodovalho, permite que megaeventos de música gospel possam ser subsidiados com verbas do tesouro nacional, ressalvando apenas aqueles promovidos por igrejas.

Na justificativa, Rodovalho argumentou que o gênero, oriundo da tradição norte-americana, tem se disseminado no país em eventos de grande porte, inclusive com massiva participação de jovens.

Segundo artigo publicado no jornal The Guardian, atualmente o mercado da música gospel do Brasil vale 1,5 bilhão de reais, sendo que mais de 60 milhões de brasileiros estão ligados à igreja evangélica.

Fonte: http://www.cartacapital.com.br/sociedade/louvor-ao-senhor-via-lei-rouanet/

Gospel brasileira: a nova bossa nova?

The Guardian usou como gancho o Festival das Promessas, transmitido pela Globo, para investigar o mercado da música evangélica. No país do samba, da bossa nova e agora de um funk (medíocre) há espaço para a música gospel.

É isso que narra aos seus leitores o jornalista Tom Phillips, do diário britânico The Guardian.

Phillips, cujo artigo publicado na terça-feira 27 de dezembro de 2011 é intitulado Gospel starts to strike a chord in Brazil the home of bossa nova, usou como gancho o fato de o Festival Promessas, no Aterro do Flamengo, ter sido transmitido pela Globo dia 18 de dezembro. E isso às vésperas do Natal. Foi, disse o jornalista do Guardian, o primeiro festival evangélico transmitido pela Globo.

Resumiu ao diário britânico Regis Danese, corretamente introduzido como “um dos maiores cantores da música gospel no Brasil”: “Este é um dia histórico para a música gospel brasileira”. Deus, segundo Danese, merece ser agradecido pelo festival ao qual compareceram 20 mil pessoas – e milhões puderam assisti-lo em seus televisores.

Phillips conta que o mercado da música gospel brasileira vale 1,5 bilhão de reais. Mais: “60 milhões de brasileiros estariam direta ou indiretamente ligados à Igreja Evangélica”. Palavras ao Guardian do deputado federal Arolde de Oliveira. Oliveira é também proprietário do Grupo MK Music, que ele alega ser o maior selo de música gospel na América Latina.

Ainda existe “preconceito” contra a música gospel, concede Oliveira. Mas com a chegada de selos musicais como a Sony, a música gospel adentra cada vez mais o mercado secular. A música gospel é lucrativa, escreve Phillips, também porque evangélicos são contra a pirataria de CDs e DVDs. E jamais baixam músicas ilegalmente na internet.

A Globo entrou nesse mercado evangélico, parece óbvio, porque ele é lucrativo. No entanto, Luiz Gleizer, diretor da Globo TV, disse para o jornalista Phillips que a rede de tevê só quis “documentar um festival de música gospel” porque ela tem importância crescente na “vida cultural” do País.

Gleizer advertiu, porém, que a Globo não é um canal de tevê católico, e sim secular e republicano. O que Gleizer entende por “republicano” é uma incógnita. E atrás de altos índices de audiência promoveu, bem ou mal, um evento evangélico. Nada disso surpreende.  O grupo da família Marinho é dono da gravadora Som Livre, e do seu catálogo gospel constam cantores populares como o Padre Fábio de Melo.

Essas questões globais, contudo, não são abordadas pelo Guardian. O foco do artigo, afinal, era somente a música gospel na terra onde nasceu a bossa nova…

Nesse contexto, o jornal britânico estava mais interessado em retratar os novos cantores que carregam guitarras, tamborins e Bíblias. Entre eles, Regis Danese é a fonte principal do artigo. Seu álbum Compromisso, explica o jornalista Phillips, vendeu mais de 1 milhão de cópias. Em 2009, Danese foi indicado ao Grammy Latino. O jornalista conta, ainda, como após sua performance no Festival Promessas Danese foi “bombardeado” por perguntas de repórteres. “O senhor escutou a voz de Deus?” “O que ele disse?”

Fonte: http://www.cartacapital.com.br/internacional/gospel-brasileira-a-nova-bossa-nova/

SEGUE ABAIXO  O TEXTO INTEGRAL DA NOVA LEI.
 
                           LEI Nº 12.590, DE 9 DE JANEIRO DE 2012.

Altera a Lei no 8.313, de 23 de dezembro de 1991 – Lei Rouanet – para reconhecer a música gospel e os eventos a ela relacionados como manifestação cultural.

A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: 

Art. 1o  A Lei no 8.313, de 23 de dezembro de 1991, que restabelece princípios da Lei no 7.505, de 2 de julho de 1986, institui o Programa Nacional de Apoio à Cultura (PRONAC) e dá outras providências, passa a vigorar acrescida do seguinte art. 31-A: 

Art. 31-APara os efeitos desta Lei, ficam reconhecidos como manifestação cultural a música gospel e os eventos a ela relacionados, exceto aqueles promovidos por igrejas.” 

Art. 2o  Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. 


 Brasília, 9 de  janeiro  de 2012; 191o da Independência e 124o da República.
                                            DILMA ROUSSEFF

                                    Vitor Paulo Ortiz Bittencourt


                   Este texto não substitui o publicado no DOU de 10.1.2012

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Das 50 cidades mais violentas do mundo, 14 são brasileiras, e São Luís é uma delas, diz estudo de ONG mexicana.

Roberta Lopes - Repórter da Agência Brasil

Brasília – Pelo menos 14 cidades brasileiras estão entre as mais violentas do mundo. A conclusão é do estudo feito pela organização não governamental (ONG) mexicana Conselho Cidadão para a Segurança Pública e Justiça Penal divulgado hoje (13).

Especialistas da entidade listaram as 50 cidades mais violentas em todo mundo. O topo da lista é ocupado pela cidade de San Pedro Sula, em Honduras, com uma taxa de 158.87 homicídios para um grupo de 100 mil habitantes. Em segundo lugar, está Juárez, no México, com uma taxa de 147.77.

No Brasil, Maceió, capital alagoana, aparece como a mais violenta ocupando o terceiro lugar no ranking – com uma taxa de 135.26 homicídios para cada 100 mil habitantes.

Depois da capital alagoana estão Belém (PA) – em 10o lugar no ranking, com uma taxa de 78.08 homicídios para cada 100 mil habitantes;  Vitória (ES), em 17o lugar, com taxa de 67.82; Salvador (BA), em 22o na lista, com 56.98 e Manaus (AM), em 26o, com 51.21.

Também são definidas como violentas as cidades de São Luís (MA), em 27o lugar no estudo, com taxa de 50.85 mortes violentas para cada 100 mil habitantes, João Pessoa (PB), em 29o, com 48.64; Cuiabá (MT), em 31o na lista, com taxa de 48.32; Recife (PE), em 32o lugar, com taxa de 48.23, Macapá (AP), em 36o, com 45.08; Fortaleza (CE), em 37o, com 42.90; Curitiba (PR), em 39o na lista, com 38.09; Goiânia (GO), 40o, com 37.17 e Belo Horizonte (MG), em 45o no ranking das cidades mais violentas, com taxa de 34.40 homicídios para cada 100 mil habitantes.

Das 50 cidades apontadas como as mais violentas do mundo, além das 14 brasileiras, 12 estão no México e cinco na Colômbia.

O estudo também informa que das 50 cidades, 40 estão na América Latina.

Além disso, a organização alerta para o fato de que no México, as autoridades estão falsificando dados e escondendo o verdadeiro número de homicídios.

A ONG diz que elas “não inspiram confiança em seus dados oficiais”, pois “há evidências de falsificação” para fazer com que a violência pareça menor do que ela realmente é.

Como exemplo, o estudo cita o caso da cidade mexicana de Juárez, que, segundo as autoridades, registrou 1.974 homicídios em 2011. Porém, o relatório da organização indica que o governo oculta pelo menos 150 homicídios. A entidade informa ainda que nesta cidade houve uma redução da violência, mas os números ainda são elevados.
 
Edição: Lílian Beraldo

Fonte: http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2012-01-13/das-50-cidades-mais-violentas-do-mundo-14-sao-brasileiras-diz-estudo-de-ong-mexicana

Russia informa que o Satélite Phobos-Grunt cairá no Atlântico


Segundo cálculos de técnicos russos, o satélite Phobos-Grunt entrará na atmosfera ao sobrevoar a Argentina. Vinte e trinta fragmentos do aparelho com um peso total não superior a 200 kg cairão no Atlântico.

O satélite abandonará a órbita no Domingo, dia 15 de janeiro, por volta das 20 horas (Moscou).

O aparelho Phobos-Grunt foi lançado do cosmódromo de Baikonur na noite de 9 de Novembro, mas não chegou a ser colocado em órbita para tomar a direção de Marte.


http://portuguese.ruvr.ru/2012/01/13/63784243.html

São Paulo. Documentos apontam espionagem na USP.

USP - Democracia Ameaçada.
A Fórum deste mês (já nas bancas) traz uma denúncia gravíssima e que exige investigação ampla por parte do Ministério Público e outros órgãos competentes.

Um esquema de "arapongagem" (espionagem), teria sido montado para investigar a movimentação dos estudantes e do Sindicato dos trabalhadores da universidade na greve de abril de 2010.

O repórter Igor Carvalho obteve um documento produzido por uma tal “sala de crise” e enviado a Ronaldo Pena, diretor  da Divisão Técnica de Operações e Vigilância da Coordenadoria do Campus (Cocesp), a quem cabe a segurança do local.

USP - Aula de Tolerância
O documento começou a ser feito no dia 28 de abril. E se inicia assim: “1° Dia – 28/04 – Reconhecimento da unidade e dos locais de atuação nas assembleias.” Durante os próximos 28 dias, cada passo da movimentação das lideranças do movimento foi acompanhado de perto.

Com apresentação de fotos e dados com sobrenomes de pessoas, departamentos nos quais trabalham, cargos e até detalhes sobre valores arrecadados para financiar a greve. As informações antecipam encontros de líderes e até movimentos estratégicos do comando da greve.

Pelo documento, fica claro que a arapongagem não era realizada por funcionários ou prestadores de serviço da universidade. Num dos trechos, o autor do relato diz o seguinte. “Adentramos na unidade da USP Butantã com certa dificuldade, já que era feriado e estava fechada, podendo acessar apenas alunos e funcionários com credencial. Burlada a segurança pelo HU [Hospital Universitário] por onde se entra livremente com qualquer argumento. Percorremos todos os prédios e não havia nenhum tipo de encontro ou manifestação.”

Fórum, depois de ter recebido o documento, foi checar alguns fatos descritos. Num dos trechos, por exemplo, do dia 5 de maio, o relatório aponta que: “Moradores do Crusp informaram que, se durante a greve cortarem a comida como é de costume em greve, irão invadir o bandejão”.

Uma aluna, que pediu para não ser identificada, é moradora do conjunto há quatro anos e confirma a informação que consta no relatório. “Lembro muito bem, foi exatamente essa a nossa deliberação na reunião daquele dia.”

No dia 16 de maio, o 19º dia de trabalho da arapongagem, o documento fala sobre estudantes e médicos do Hospital Universitário comprando drogas na favela São Remo, localizada atrás do campus da USP. “Para entrar na USP, tivemos que burlar a segurança pelo portão da favela (local complicado). Os vigilantes têm medo de ficar no local sem proteção, muitos estudantes compram drogas no local, incluindo médicos e funcionários do Hospital Universitário.”

No dia que Fórum teve acesso a este documento (16/12/2011), coincidentemente recebeu na redação a visita do reitor João Grandino Rodas.
O coincidentemente não tem nenhuma ponta de ironia. Como havia publicado neste blogue uma nota sobre o empréstimo de um tapete persa da Faculdade de Direito para a Reitoria exatamente no último dia de Rodas como diretor do Largo São Francisco e ao mesmo tempo procuramos o reitor para que ele esclarecesse a denúncia de uma compra de um outro tapete persa por 32 mil reais (matéria também na edição impressa deste mês), Rodas aceitou dar uma entrevista exclusiva para Igor Carvalho e manifestou o interesse de agendar uma visita à Fórum para que conversássemos.

Na visita, informei-o de que havia recebido a promessa de ter acesso a esta documentação que está publicada na edição deste mês. O reitor disse que poderíamos procurá-lo quando o documento estivesse em nosso poder. O contato com a assessoria de Rodas foi realizada, ainda naquela tarde, pelo editor executivo de Fórum, Glauco Faria, mas não houve resposta.

Ronaldo Pena, o destinatário do documento, confrontado com as informações obtidas pela revista, disse que a “sala de crise”, responsável pela elaboração do documento, “é passiva e consultiva e somente recebe os contextos cotidianos produzidos pelo meio natural de informações circulantes, não tem poder nenhum de mandar fazer algo e, ainda mais, ilegal, como uma escuta.”

A íntegra da reportagem, com a entrevista exclusiva de Rodas, está na edição impressa deste mês. Já em bancas.

A pergunta que fica é: o esquema policial que está invadindo a USP e outras ações contra estudantes em várias partes do Brasil não é algo que precisa de um freio de arrumação urgente?

Arapongagem ou “elaboração de documentos com contextos cotidianos” que revelam que o “investigador” burlou a segurança “é algo típico de ditaduras.

Com a palavra a comunidade uspiana, educadores, o reitor e o governador do Estado.

Fontes: Blog do Rovai - Revista Fórum
http://uspemgreve.blogspot.com/2012/01/documentos-apontam-arapongagem-na-usp.html

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

A hora dos blogueiros Você é blogueiro? Está precisando de uma forcinha para se dedicar a seu blog?

A Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática instalou subcomissão especial para analisar formas de financiamento de mídias alternativas - como blogs e rádios comunitárias.

A deputada Luciana Santos (PCdoB-PE), que sugeriu a criação do grupo e será relatora da subcomissão, afirma que a ideia é analisar propostas para a viabilidade econômica de diversas formas alternativas de comunicação.

Segundo ela, o próprio conceito de mídia alternativa será objeto de discussão na subcomissão.

Para a deputada, é preciso estimular a sociedade civil organizada a construir espaços de produção de informação, com a divulgação de conteúdos mais próximos de suas realidades e independentes da chamada grande mídia.

O ponto de partida da relatora serão as diretrizes para o financiamento da mídia alternativa elaboradas pelos participantes da 1ª Conferência Nacional de Comunicação, realizada em dezembro de 2009. A parlamentar explica ainda que já existem projetos de lei em tramitação na Casa tratando do assunto, que serão reunidos e estudados. 

Políticas públicas

Para Luciana, o caminho para a formulação de uma política pública para as mídias alternativas deve incluir não só o uso de verbas de publicidade governamental, como também o acesso a recursos públicos, como o Fundo de Universalização das Telecomunicações (Fust) e o Fundo para o Desenvolvimento Tecnológico das Telecomunicações (Funttel), constituídos por meio de contribuições de empresas privadas de comunicação.

A deputada acredita também ser necessário fortalecer linhas de financiamento de produção de conteúdo e especialmente de difusão de conteúdo, hoje já existentes no âmbito do Ministério da Cultura.

Segundo a Agência Câmara, a previsão da relatora é apresentar relatório até o final do primeiro semestre. A subcomissão será presidida por Júlio Campos (DEM-MT).

Fonte:http://www.redebrasilatual.com.br/blog/helena/subcomissao-da-camara-vai-avaliar-formas-permanentes-de-financiamento-de-midia-alternativa/

Afeganistão: O ato selvagem dos fuzileiros navais norteamericanos.

Ultraje com vídeo de fuzileiros navais urinando em cadváveres de talibãs

por GRAHAM BOWLEY e MATTHEW ROSENBERG


 

Cabul, Afeganistão — Um vídeo que mostra quatro fuzileiros navais dos Estados Unidos urinando nos corpos de três lutadores do talibã mortos provocou fúria e condenações na quinta-feira no Afeganistão e em todo o mundo. Autoridades norte-americanas disseram temer que as imagens poderiam incitar sentimento antiamericano num momento delicado dos esforços de guerra.

O governo Obama está lutando para manter o presidente Hamid Karzai de seu lado ao mesmo tempo em que cuidadosamente tenta abrir conversações com o talibã. Mas o vídeo demonstrando tal ato de desrespeito — um possível crime de guerra — provavelmente vai enfraquecer a posição norte-americana com ambos. O talibã e o presidente Karzai rapidamente usaram as imagens como prova da brutalidade norte-americana, uma mensagem com amplo apelo no Afeganistão, onde notícias sobre o vídeo estavam se espalhando vagarosamente na quinta-feira.

Autoridades militares sênio em Cabul e no Pentágono que estavam avaliando o vídeo confirmaram que ele é autêntico e identificaram pelo menos dois dos fuzileiros navais, que completaram o serviço no Afeganistão durante o outono [no Hemisfério norte] antes de voltar para Camp Lejeune, na Carolina do Norte. As autoridades não divulgaram os nomes dos dois.

Mesmo antes que a autenticidade do vídeo fosse confirmada, expressões de ultraje e contrição do secretário de Defesa Leon E. Pannetta e da secretária de Estado Hillary Rodham Clinton e de outros autoridades não deixaram dúvidas de que consideravam o vídeo real.

Conscientes do potencial do vídeo para enfraquecer a já frágil imagem dos Estados Unidos no Afeganistão, o sr. Panetta telefonou para o presidente Karzai para assegurar que uma investigação completa está em andamento para encontrar os responsáveis e puní-los. O sr. Panetta disse ao líder afegão que “a conduta retratada nas imagens é absolutamente deplorável e não reflete os valores que as tropas norte-americanas devem seguir em juramento”, de acordo com George Little, um porta-voz do Pentágono.

O vídeo mostra quatro fuzileiros navais em seus distintos uniformes de camuflagem marrim urinando sobre três cadáveres — um coberto de sangue — que estão no chão diante deles. Os homens brincam uns com os outros, uma referência obscena é feita  e um diz “tenha um bom dia, colega”.

O talibã disse inicialmente que as imagens não afetariam as negociações, se referindo ao vídeo como apenas mais prova do que o grupo enxerga como brutalidade norte-americana e desrespeito por afegãos. “Esta não é a primeira vez que vemos tal brutalidade”, um porta-voz do talibã, Zabihullah Mujahid, disse à Reuters.

Mas mais tarde, na quinta-feira, numa nota oficial enviada à mídia, o talibã não fez referência às conversações e enfatizou a brutalidade. “Nós condenamos fortemente o ato desumano de soldados norte-americanos selvagens e consideramos este ato em contradição com todas as normas humanas e éticas”, disse a nota.

O presidente Karzai adotou o mesmo tom — ele, também, descreveu o vídeo como “desumano” — afirmando em uma nota que ficou profundamente chocado pelas imagens. Pediu que os norte-americanos punissem severamente os que tivessem cometido crimes. “Este ato de soldados norte-americanos é simplesmente desumano e condenável nos termos mais fortes”, ele disse.

Autoridades norte-americanos reagiram com remorso durante toda a quinta-feira numa tentativa de evitar as repercussões do vídeo. A coalizão liderada pelos Estados Unidos no Afeganistão e a Embaixada dos Estados Unidos em Cabul ofereceram condenações separadamente. As ações que aparecem no vídeo “parece que foram conduzidas por um pequeno grupo de indivíduos norte-americanos que já não estão no Afeganistão”, disse a coalizão em nota. O “comportamente desonra o sacrifício e os valores de todos os soldados que representam os cinquenta países da coalizão”.

A secretária Clinton, que um dia antes descreveu as tentativas do governo de iniciar negociações com o talibã, expressou o que chamou de “decepção total”.

“É absolutamente inconsistente com os valores norte-americanos e com tudo o que se espera de nosso pessoal militar”, a sra. Clinton disse durante uma aparição com o ministro das Relações Exteriores da Argélia em Washington. Ela acrescentou que “qualquer pessoa, qualquer pessoa” que se envolveu ou que sabia sobre o incidente “deve responder por isso”.

O sr. Panetta disse em Washington que pediu aos fuzileiros navais e ao general John R. Allen, o oficial dos fuzileiros navais que lidera as forças de coalizão em Afeganistão, para investigar imediatamente. “Vi as imagens e acho que descrevem um comportamente completamente deplorável”, o sr. Panetta disse em uma nota na quinta-feira. “Eu condeno nos termos mais fortes que seja possível condenar”.

O vídeo, postado em sites da rede como LiveLeak e YouTube, começou a ricochetear em sites internacionais da internet na quarta-feira. Embora os militares não tenham dado detalhes adicionais sobre onde o vídeo foi feito ou quem foi responsável — ou quais as acusações que poderão ser feitas contra os responsáveis –, a maioria dos fuzileiros navais servindo no Afeganistão estão na província de Helmand, no sudoeste.

Se as condenações norte-americanas vão ou não reduzir o ódio dos afegãos permanece incerto. As notícias se espalham lentamente no Afeganistão, onde aparelhos de TV e conexões de internet são raras. Mas para aqueles que viram o vídeo, as imagens parecem ter aprofundado o desgosto com os Estados Unidos, vistos amplamente como invasoras depois de uma década de guerra.

“O talibã algumas vezes comete atos duros, mas era suficiente matá-los e não degradar ou humilhar os cadáveres”, disse Jawad, um estudante universitário em Cabul que só deu o primeiro nome.

Haji Ahmad Fareed, um ex-integrante do Parlamento, disse que as imagens confirmaram para eles que os Estados Unidos são adversários do islã e disse que a luta do talibã é “legítima”.

Os norte-americanos “nunca serão nossos amigos e nunca trarão a paz”, ele disse. “Eles urinaram no nosso sagrado Corão e agora eles urinam nos corpos de nossos muçulmanos”.

O sr. Fareed estava se referindo ao uma notícia errônea da revista Newsweek de 2005 segunda a qual soldados norte-americanos na prisão de Guantanamo Bay, em Cuba, tinham jogado o Corão num toalete. A notícia causou protestos e revoltas em várias partes do mundo muçulmano. Os piores foram no Afeganistão, onde pelos menos 17 pessoas foram mortas durante tumultos e as Nações Unidas e grupos de ajuda internacional sofreram ataques.

No ano passado, protestos irromperam depois que um Corão foi queimado numa igreja da Flórida, levando a várias mortes, inclusive de sete funcionários das Nações Unidas quando uma multidão invadiu um escritório da ONU em Mazar-i-Sharif.

Autoridades norte-americanas no Afeganistão também lutam para superar a reação ao episódio em que um grupo de soldados norte-americanos, em 2010, matou por esporte três civis afegãos, num episódio que mexeu com a hierarquia militar e irritou o governo afegão. O acusado de liderar o bando, que patrulhava rodovias e pequenas vilas na região de Kandahar, foi condenado por três assassinatos por um comitê militar norte-americano em novembro.

As imagens que se espalhavam na quinta-feira também relembraram as fotos publicada durante a guerra do Iraque pelo jornal britânico Daily Mirror. As fotos mostravam o que parecia ser soldados britânicos abusando e urinando em um prisioneiro iraquiano. Mas aquelas fotos — que emergiram quase ao mesmo tempo que as chocantes imagens de abuso por parte de soldados norte-americanos na prisão de Abu Ghraib, em 2004 — eram falsas.
As ações dos fuzileiros navais em vídeo poderiam ser uma violação da Convenção de Genebra, que proíbe vilipendiar os corpos dos mortos em guerra.

Embora as imagens tenham dominado as notícias no Afeganistão na quinta-feira, a aparente campanha de assassinatos do talibã continuou quando um suicida usou um carro bomba para matar o governador de um distrito chave da província sulista de Kandahar.

Said Fazluddin Agha, o governador do distrito, estava indo para casa depois do trabalho em seu carro blindado quando foi atingido por um Suzuki lotado de explosivos, disse Zalmai Ayoubi, um porta-voz do governador de Kandahar. 

Os dois filhos dele também foram mortos e nove policias e um civil ficaram feridos. O sr. Agha tinha sobrevivido a uma tentativa anterior de assassinato, dois anos atrás, quando os explosivos eram carregados numa mula.

Reporting was contributed by Elisabeth Bumiller and John H. Cushman Jr. in Washington, Sangar Rahimi, Sharifullah Sahak and Jawad Sukhanyar in Kabul, an employee of The New York Times in Kandahar, and J. David Goodman in New York.

Fonte: http://www.viomundo.com.br/voce-escreve/afeganistao-o-ato-selvagem-dos-fuzileiros-navais.html

São Paulo - Bomba explode no Fórum de Rio Claro e fere dois


Fabíola Cunha
 
Dois funcionários do Fórum de Rio Claro (170 km de São Paulo) ficaram feridos em uma explosão registrada na tarde desta quinta-feira.

Segundo informações de um soldado da PM que atendeu a ocorrência, um dos atingidos avistou um pacote sobre uma mesa no primeiro andar do prédio do Fórum. Ele e outro vigia conversavam sobre o destinatário do pacote, que seria a diretora do local, juíza Cyntia Andraus Carreta.

Segundo policiais civis que investigam o caso, dentro da caixa havia um boneco de Papai Noel. A caixa chegou às 10h30 no Fórum e às 13h20 os dois funcionários feridos resolveram abri-la, encontrando o boneco ao lado de uma pilha. Ao colocarem a pilha no brinquedo, ele explodiu.

Segundo o PM que deu a informação sobre o destinatário da bomba, havia pregos no artefato. Os homens feridos saíram em macas, o primeiro com uma das mãos enfaixadas; o segundo, com ambas.

Segundo informações do hospital da Unimed, que atende os dois feridos, o segundo a ser retirado do Fórum apresenta cortes e queimaduras na mão e estilhaços no rosto. Ele vai passar por uma cirurgia de emergência com o ortopedista de plantão. Os estilhaços na face não ameaçam a visão.

O primeiro homem a ser retirado do Fórum teve ferimentos superficiais na mão e no peito.

Mais informações durante o dia e no Jornal Cidade impresso desta sexta-feira.

Primeira atualização 14h45
Segunda atualização 17h02


Fonte: http://jornalcidade.uol.com.br/rioclaro/seguranca/seguranca/86232