quarta-feira, 18 de abril de 2012

Relembrando. A água velha das fontes contaminadas.

Há um ano na Veja, a "manchete" de ontem do Jornal Nacional. A mesma história, o mesmo objetivo: usar José Dirceu para atingir o alvo: Lula.

A “reportagem” de ontem do Jornal Nacional e manchete em vários jornais, curiosamente, já tinha sido matéria publicada há um ano.

Aliás, pela Veja.
Inclusive, com a transcrição literal do áudio levado ao ar pelo JN, onde o empresário Fernando Cavendish fala, jocosamente, sobre a corrupção dos políticos – aliás, grande novidade… –

Pelas empreiteiras.
O Jornal Nacional usa, porém, como fonte o blog do jornalista Mino Pedrosa, ex-assessor de Carlinhos Cachoeira.

Pedrosa foi acusado, na CPI da Assembleia do Rio de Janeiro (veja o documento, página 238) sobre o caso Waldomiro Diniz, de praticar extorsão contra o ex-diretor de loterias, em nome de Carlinhos Cachoeira.

Mais um fato: a fita é descrita como tendo sido gravada em uma reunião com diretores da empresa. Portanto, não faz parte dos grampos telefônicos legais produzidos na Operação Monte Carlo.

Quem e com que fim se fez esta gravação, então?

A narrativa sobre as cisrcusntâncias da gravação sugere que possa ter sido Carlos Pacheco, o homem de Cachoeira nas gravações da PF.

Para que, para chantagear o empresário, como parece evidente? Quais são os crimes que ele tem escondidos?

Cavendish, certamente, é um que tem muitas explicações a dar na CPI, mas não as dará se persistirem os movimentos para criar empecilhos à instalação da investigação.

Porque foi esta a finalidade de se buscar água velha em fontes tão contaminadas.

A Globo não é de achar algo num blog e levar para o JN.

O objetivo, claro, foi o de dizer: devagar com a CPI.

Usando, como se diz no jargão jornalístico, um “gancho” para envolver o ex-ministro José Dirceu na história.

Porque Dirceu, assumiu de público, há um ano atrás, que prestou consultoria para a Delta, mum trabalho de quatro meses, pelo qual foram cobrados R$ 20 mil.

Era preciso, fosse lá como fosse, empurrar Dirceu – e portanto a Lula – para este escândalo novo.

Era, esta água servida, a forma de colocar José Dirceu no palanque eletrônico da Globo, e desviar as atenções para o período Lula.

É isso o que se busca.

Esta é uma história exibida com sinais contrários.

Denunciam-se pressões sobre o STF para pressionar o STF.

Fala-se em corrupção para encobrir corruptos.

Diz-se que a esquerda tem medo da CPI para ocultar o medo de que se exponha à luz os esquemas espúrios pelos quais a direita fabrica escândalos.

A resposta a isso só pode ser uma: abra-se tudo, investigue-se tudo, sem seletividade ou dirigismo.

Quem estiver devendo, que pague, seja oposição, empresário ou governista.

Mas não vamos deixar que nos vendam peixe velho como novo.

Até porque fede.

FONTE:http://www.tijolaco.com

terça-feira, 17 de abril de 2012

Carlinhos Cachoeira. Líderes protocolam requerimento para criação de CPMI.

Mariana Jungmann e Iolando Lourenço
Repórteres da Agência Brasil
Brasília - Com 340 assinaturas de deputados e 54 de senadores, o requerimento de criação da comissão parlamentar mista de inquérito (CPMI) que irá investigar o empresário Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira, e suas relações com agentes públicos e privados foi protocolado esta noite (17), na Mesa Diretora do Senado.

Os líderes partidários da Câmara compareceram ao Senado, todos juntos, para levar os documentos que reuniam as assinaturas de suas bancadas. Em seguida, foi a vez do líder do PT no Senado, Walter Pinheiro (BA), levar à secretária-geral da Mesa Diretora, Claudia Lira, o requerimento subscrito pelos senadores. Segundo ele, ainda há mais 13 assinaturas com o líder do PTB, senador Gim Argello (DF), que deverão ser entregues ainda hoje. Com elas, são 67 assinaturas de senadores ao todo.

Agora, segundo Cláudia Lira, o Senado e a Câmara farão a conferência das assinaturas para verificar possíveis irregularidades, como duplicidade de nomes. São necessárias a subscrição de 27 senadores e 171 deputados. Se o número for atingido corretamente, a primeira-vice-presidente do Congresso Nacional, deputada Rose de Freitas (PMDB-ES), será comunicada para que possa convocar uma sessão conjunta para ler o requerimento e oficializar a criação da CPMI. A deputada está presidindo o Congresso na licença do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), internado no Hospital Sírio-Libanês.

A expectativa dos líderes é que Rose de Freitas convoque a sessão para a próxima quinta-feira (19). Na opinião deles, não há motivos para mais demora na instalação da comissão, uma vez que todos os partidos políticos declararam apoio à CPMI. Pinheiro, no entanto, foi cauteloso e evitou marcar uma data para o início dos trabalhos. “Vamos aguardar o resultado das conferências [das assinaturas] para não ficarmos dando datas e depois corrigir. Vamos evitar fazer ilações ou conjecturas. Cada coisa a seu tempo”, disse.

Para o líder do PSOL na Câmara, deputado Chico Alencar (RJ), o próximo desafio para a investigação será a composição da CPMI. Alencar acredita que o envolvimento de parlamentares e governadores de partidos de oposição pode fazer com que a CPMI seja controlada e não se aprofunde nas investigações.

“Os ramos de Cachoeira são muito grandes, o esquema dele envolve grandes partidos. A sociedade precisa ficar atenta”, declarou. “A CPMI pode ter um empate estratégico de que ‘eu poupo os seus e você poupa os meus’. Criar a comissão, dado o volume de escândalos e o clamor popular, foi fácil. Agora vamos ver como vai ser a indicação dos componentes”, completou.

Se a sessão conjunta do Congresso for realmente convocada para quinta-feira, os partidos farão suas indicações para a as vagas da CPMI proporcionalmente às bancadas que ocupam no Senado e Na Câmara. Serão 16 deputados e 16 senadores titulares.
 
Edição: Aécio Amado

FONTE: http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2012-04-17/lideres-protocolam-requerimento-para-criacao-de-cpmi

Governo muda regras de concessão do Programa de Seguro-Desemprego.

O diario Oficial da Uniao que circula hoje, dia 17 de abril de 2012, trás a publicação do Decreto n° 7.721 que condicionamento do recebimento da assistência financeira do Programa de Seguro-Desemprego à comprovação de matrícula e frequência em curso de formação inicial e continuada ou de qualificação profissional, com carga horária mínima de cento e sessenta horas. Veja a publicao do texto integral do referido decreto abaixo:


 
Dispõe sobre o condicionamento do recebimento da assistência financeira do Programa de Seguro-Desemprego à comprovação de matrícula e frequência em curso de formação inicial e continuada ou de qualificação profissional, com carga horária mínima de cento e sessenta horas. 

A PRESIDENTA DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art. 84, caput, inciso IV, da Constituição, e tendo em vista o disposto no § 1o do art. 3o e no § 2o do art. 8o da Lei no 7.998, de 11 de janeiro de 1990, e na Lei no 12.513, de 26 de outubro de 2011, 

DECRETA: 

Art. 1o  O recebimento de assistência financeira pelo trabalhador segurado que solicitar o benefício do Programa de Seguro-Desemprego a partir da terceira vez dentro de um período de dez anos poderá ser condicionado à comprovação de matrícula e frequência em curso de formação inicial e continuada ou de qualificação profissional, habilitado pelo Ministério da Educação, nos termos do art. 18 da Lei no 12.513, de 26 de outubro de 2011, com carga horária mínima de cento e sessenta horas. 

Parágrafo único.  O curso previsto no caput será ofertado por meio da Bolsa-Formação Trabalhador concedida no âmbito do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego - PRONATEC, instituído pela Lei no 12.513, de 2011, ou de vagas gratuitas na rede de educação profissional e tecnológica. 

Art. 2o  Compete ao Ministério da Educação:

I - ofertar vagas em cursos de formação inicial e continuada ou de qualificação profissional no âmbito do PRONATEC aos trabalhadores beneficiários do seguro-desemprego, considerando as vagas gratuitas disponíveis na rede de educação profissional e tecnológica; e

II - encaminhar periodicamente ao Ministério do Trabalho e Emprego informações acerca das matrículas e frequência de que trata o caput do art. 1o

Art. 3o  Compete ao Ministério do Trabalho e Emprego:

I - orientar e encaminhar os trabalhadores beneficiários do seguro-desemprego aos cursos de formação inicial e continuada ou de qualificação profissional ofertados nos termos deste Decreto;

II - fixar os requisitos para a definição do perfil do trabalhador, conforme estabelecido no inciso I do caput do art. 5o;

III - encaminhar ao Ministério da Educação informações sobre as características dos trabalhadores beneficiários do seguro-desemprego para subsidiar as atividades de formação e qualificação profissional desenvolvidas para atendimento desse público; e

IV - estabelecer os demais procedimentos necessários ao cumprimento da condicionalidade para o recebimento do benefício do seguro-desemprego previsto no caput do art. 1o

Art. 4o  A disponibilização de cursos de formação inicial e continuada ou de qualificação profissional pelas instituições ofertantes no âmbito do PRONATEC deverá ter como referência as informações do Ministério do Trabalho e Emprego e do Sistema Nacional de Emprego - SINE relativas ao perfil dos trabalhadores segurados de que trata o caput do art. 1o e às características locais do mercado de trabalho. 

Art. 5o   Não será exigida do trabalhador a condicionalidade de que trata o caput do art. 1o nas seguintes hipóteses:

I - inexistência de oferta de curso compatível com o perfil do trabalhador no município ou região metropolitana de domicílio do trabalhador, ou, ainda, em município limítrofe; e

II - apresentação pelo trabalhador de comprovante de matrícula e frequência mensal em outro curso de formação inicial e continuada ou de qualificação profissional com carga horária igual ou superior a cento e sessenta horas. 

Parágrafo único.  A condicionalidade de que trata o caput do art. 1o ainda poderá ser exigida caso o encerramento do curso de que trata o inciso II do caput ocorra enquanto o trabalhador estiver recebendo as parcelas do benefício seguro-desemprego. 

Art. 6o  O benefício do seguro-desemprego do trabalhador sujeito à condicionalidade de que trata o caput do art. 1o poderá ser cancelado nas seguintes situações:

I - recusa pelo trabalhador da pré-matrícula no curso de formação inicial e continuada ou de qualificação profissional ofertado; 

II - não realização pelo trabalhador da matrícula efetiva na instituição de ensino, no prazo estabelecido; e

III - evasão do curso de formação inicial e continuada ou de qualificação profissional em que estiver matriculado. 

§ 1o  A pré-matrícula ou sua recusa exigirá assinatura de termo de ciência. 

§ 2o  A pré-matrícula ou sua recusa será realizada nas unidades do Ministério do Trabalho e Emprego ou integrantes do SINE.  

§ 3o  No caso de o trabalhador recusar-se a assinar o documento de que trata o § 1o, será lavrado termo assinado por duas testemunhas. 

Art. 7o  Atendidos prioritariamente os trabalhadores de que trata o art. 1o, havendo disponibilidade de Bolsas-Formação Trabalhador no âmbito do PRONATEC ou de vagas gratuitas na rede de educação profissional e tecnológica, estas poderão ser ofertadas aos demais beneficiários do seguro-desemprego, respeitados os níveis de escolaridade requeridos e os demais critérios de priorização estabelecidos no âmbito do PRONATEC. 

Art. 8o  Ato conjunto dos Ministros de Estado da Educação e do Trabalho e Emprego disciplinará:

I - as características dos cursos de formação inicial e continuada ou de qualificação profissional ofertados no âmbito deste Decreto; e

II - as demais condições, requisitos e normas necessárias para aplicação da condicionalidade prevista no caput do art. 1o.  

Art. 9o  A oferta de Bolsa-Formação Trabalhador no âmbito do PRONATEC nos termos previstos neste Decreto fica condicionada à existência de dotação orçamentária. 

Art. 10.  Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação. 

Brasília,16 de abril de 2012; 191o da Independência e 124o da República. 

DILMA ROUSSEFF

Aloizio Mercadante

Paulo Roberto dos Santos Pinto

Este texto não substitui o publicado no DOU de 17.4.2012

TJ afasta Bia Venâncio do cargo.

Já começou de novo a confusão em Paço do Lumiar. 

Em decisão proferida nesta terça-feira (17), o Tribunal de Justiça do Maranhão decidiu afastar do cargo a prefeita de Paço do Lumiar, Bia Venâncio (PSD). O relator do processo é o desembargador Raimundo Melo. 

A medida mantém a decisão da polêmica juíza Jaqueline Reis Caracas, que determinou, em novembro do ano passado, o afastamento da prefeita, por entender que sua permanência no cargo poderia causar mais prejuízos ao erário público. No entanto, alguns dias depois, ela conseguiu voltar à prefeitura por força de uma decisão liminar.

__________________Leia mais.


O afastamento desta terça-feira foi motivado por recurso do vice-prefeito de Paço do Lumiar, Raimundo Nonato da Silva Filho. Ele já foi até cassado pela Câmara de Vereadores do Paço, mas antes havia ajuizado Mandado de Segurança com pedido de liminar, questionando a legalidade da decisão que determinou a volta de Bia Venâncio ao cargo.

A defesa da prefeita já deu entrada em recurso para invalidar a sentença. Os advogados de Bia alegam que a decisão proferida há pouco não tem efeito imediato. E, mesmo que tivesse, não poderia ser cumprida logo, já que o presidente da Câmara Municipal, vereador Alderico Campos (DEM), está em Brasília, onde cuida do seu processo de cassação, que tramita no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).


Relembrando. Alcoa surpreende e registra lucro no trimestre.

O lucro líquido da empresa caiu para US$ 94 milhões (US$ 0,09), inferior aos US$ 308 milhões (US$ 0,27) de um ano antes.

11 de abril de 2012 - A produtora de alumínio Alcoa, dos Estados Unidos, registrou um lucro inesperado no primeiro trimestre, apesar de ter recuado comparado ao ano anterior.

O lucro líquido da empresa caiu para US$ 94 milhões (US$ 0,09), inferior aos US$ 308 milhões (US$ 0,27) de um ano antes.

As vendas da companhia subiram 0,8% para US$ 6,01 bilhão, superando a estimativa média de US$ 5,77 bilhões do mercado.

(Redação com agências internacionais - www.ultimoinstante.com.br)

 

Relembrando. Segundo Alcoa crise do alumínio preocupa.

Reproduzo abaixo matéria publicada em 08 de abril de 2012.
O presidente da Alcoa América Latina, Franklin Feder, admitiu que a crise na indústria mundial de alumínio é preocupante, inclusive com reflexos no Brasil, onde a multinacional pode paralisar atividades em duas plantas, entre as quais a Alumar, instalada em São Luís.

O problema é o alto custo da produção, sobretudo com energia elétrica, que se configura como grande gargalo à competitividade das fábricas de alumínio. "A situação é real, não é choradeira. Temos interesse de manter nossos negócios no Brasil, mas aqui temos um grande problema, que é o preço da energia elétrica, o maior cobrado entre todas as 25 fábricas da Alcoa no mundo", declarou Franklin Feder, que estava acompanhado do diretor da Alumar, Nílson Ferraz, momentos antes de uma reunião no Palácio dos Leões com o então governador em exercício Washington Oliveira e representantes da Força Sindical.

Segundo Franklin Feder, há uma grande disparidade no preço da energia no Brasil em relação a outros países. Ele disse que a Alumar paga US$ 150,00 por MWh de energia elétrica, enquanto a média mundial é US$ 80,00. Em países do Oriente Médio, onde há grandes reservas de gás natural, o preço da energia não passa de US$ 40,00 o MWh.

O presidente da Alcoa América Latina informou que o elevado preço da energia elétrica no Brasil tem na cobrança de tributos e encargos, que chega a 50% de participação, o principal fator. Na Alumar, o insumo responde por cerca de 40% do custo total da produção de alumínio.

Custos de produção - Todo esse custo de produção, aliado à retração de demanda no mercado internacional e preço do alumínio, tem afetado os negócios da Alcoa, não só na Alumar, no Maranhão, mas também em sua planta em Poços de Caldas, em Minas Gerais.

Hoje, para produzir uma tonelada de alumínio, a Alumar tem um custo de US$ 2,3 mil. O preço do produto no mercado internacional está em torno de US$ 2 mil. A diferença de US$ 300,00 acaba sendo absorvida pela empresa, ou seja, pelos investidores. Considerando que a produção anual da fábrica é em torno de 470 mil toneladas, o prejuízo chega a US$ 141 milhões.

É por causa desse cenário de crise, de falta de competitividade, que a Alcoa mundial está pressionando sua subsidiária na América Latina para encontrar uma solução a curto prazo para o problema do alto custo de produção de suas duas fábricas no Brasil, sob pena de cortes.

Franklin Feder disse que tem negociado com o Governo Federal soluções para reverter essa ameaça de cortes na produção de alumínio nas duas fábricas da Alcoa no Brasil. Entre as propostas apresentadas pela multinacional, que o contrato de fornecimento de energia da Eletronorte fosse revisado ou que seja agilizado o processo de licenciamento ambiental de dois projetos de autogeração de energia elétrica, localizados no Rio Grande do Sul e Tocantins.

O contrato com a Eletronorte, que fornece energia elétrica produzida pela Hidrelétrica de Tucuruí, foi renovado pela Alcoa em 2004 por um período de 20 anos. Ou seja, vencerá em 2024. Hoje, a Alumar já consome 165 MW de energia elétrica produzidos pela Hidrelétrica de Estreito, empreendimento do qual a multinacional é uma das sócias.

Multinacional está confiante de que será encontrada uma solução. Apesar de todas essas dificuldades hoje enfrentadas pela indústria do alumínio, o presidente da Alcoa América Latina, Franklin Feder, está confiante de que seja encontrada uma solução e as linhas de produção da Alumar não sejam afetadas, com o também a planta de Poços de Caldas, em Minas Gerais. Ele deve se encontrar amanhã, nos Estados Unidos, com a presidente Dilma Rousseff e com o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, para tratar do assunto.

Franklin Feder fez questão de esclarecer ainda que, se vier a acontecer cortes na Alumar, incidirá somente a fábrica de alumínio. "A refinaria (onde se produz alumina) e o porto não serão afetados", garantiu o executivo.

O presidente da Alcoa Mundial, Klaus Kleinfeld, havia dado um prazo até 31 de março passado para que a sua subsidiária na América Latina encontrasse alternativas de redução de custos que possam viabilizar a produção de alumínio no Brasil.

Até essa data, Franklin Feder manteve contatos com o Governo Federal em busca de uma solução. Recebeu o pedido da União para postergar por mais 60 dias a decisão de cortar linhas de produção nas fábricas de São Luís e de Poços de Caldas.

Reduzir custos - Segundo a Alcoa, o Governo Federal teria sinalizado esforços para reduzir os custos de energia, principal entrave à competitividade da indústria do alumínio no Brasil, estimando prazo de 60 dias para apresentar soluções e evitar eventuais impactos de produção.

"Em reconhecimento aos esforços das autoridades brasileiras na busca de respostas a este desafio e atendendo a solicitação do Governo Federal, a decisão sobre eventuais ajustes de produção de Poços de Caldas (MG) e em São Luís (MA) foi postergada por 60 dias", disse em nota a Alcoa.

A Força Sindical no Maranhão também está preocupada com a ameaça de corte na linha de produção de alumínio da Alumar. "Esperamos encontrar uma solução para o problema, pois temos que preservar o emprego de milhares de trabalhadores", frisou o presidente da entidade, Frazão Oliveira.

Números.  
480 MWh é consumo total de energia elétrica da Alumar; 
US$ 150 É o valor do MWh de energia elétrica pago pela Alumar;
US$ 2,3 Mil é o custo de produção de uma tonelada de alumínio na Alumar. 
(Fonte: O Estado do Maranhão)

Corrupção: crime contra a sociedade. Leonardo Boff

Jornal do Brasil Leonardo Boff

Segundo a Transparência Internacional, o Brasil comparece como um dos países mais corruptos do mundo. Sobre 91 analisados, ocupa o 69º lugar. Aqui ela é histórica, foi naturalizada, vale dizer, considerada como um dado natural, é atacada só posteriormente quando já ocorreu e tiver atingido  muitos milhões de reais e goza de ampla impunidade. 

Os dados são estarrecedores: segundo a Fiesp (Federação das Indústrias de São Paulo) anualmente ela representa 84.5 bilhões de reais. Se esse montante fosse aplicado na saúde subiriam em 89% o número de leitos nos hospitais; se na educação, poder-se-iam abrir 16 milhões de novas vagas nas escolas; se na construção civil,  poder-se-iam construir 1,5 milhões de casas.

Só estes dados denunciam a gravidade do crime contra a sociedade que a corrupção representa. Se vivessem na China muitos corruptos acabariam na forca por crime contra a economia popular. Todos os dias, mais e mais fatos são denunciados como agora com o contraventor Carlinhos Cachoeira que para garantir seus negócios infiltrou-se corrompendo gente do mundo político, policial e até governamental. Mas não adianta rir nem chorar. Importa compreender este perverso processo criminoso.

Comecemos com a palavra corrupção. Ela tem origem na teologia. Antes de se falar em pecado original,  expressão que não consta na Bíblia mas foi criada por Santo Agostinho no ano 416 numa troca de cartas com São Jerônimo, a tradição cristã dizia que o ser humano vive numa situação de corrupção. Santo Agostinho explica a etimologia: corrupção é ter um coração (cor)  rompido (ruptus) e pervertido. Cita o Gênesis: “a tendência do coração é desviante desde a mais tenra  idade”(8,21). 

O filósofo Kant fazia a mesma constatação ao dizer:“somos um lenho torto do qual não se podem tirar tábuas retas”. Em outras palavras: há uma força em nós que nos incita ao desvio que é a corrupção. Ela não é fatal. Pode ser controlada e superada, senão segue suatendência.

Como se explica a corrupção no Brasil? Identifico três razões básicas entre outras: a histórica, a política e a cultural.

A histórica: somos herdeiros de uma perversa herança colonial e escravocrata que marcou nossos hábitos. A colonização e a escravatura são instituições objetivamente violentas e injustas. Então as pessoas para sobreviverem e guardarem a mínima liberdade eram levadas a corromper. Quer dizer: subornar, conseguir favores mediante trocas, peculato (favorecimento ilícito com dinheiro público) ou nepotismo. Essa prática deu  origem ao jeitinho brasileiro, uma forma de navegação dentro de uma sociedade desigual e injusta e à lei de Gerson que é tirar vantagem pessoal de tudo.

A política: a base da corrupção política reside no patrimonialismo, na indigente democracia e no capitalismo sem regras. No patrimonialismo não se distingue a esfera pública da privada. As elites trataram a coisa pública como se fosse  sua e organizaram o Estado com estruturas e leis que servissem a seus interesses sem pensar no bem comum. 
Há um neopatrimonialismo na atual política que dá vantagens (concessões, médios de comunicação) a apaniguados políticos. 

Devemos dizer que o capitalismo aqui e no mundo é em sua lógica, corrupto, embora aceito socialmente. Ele simplesmente impõe a dominação do capital sobre o trabalho, criando riqueza com a exploração do trabalhador e com a devastação da natureza. Gera desigualdades sociais que, eticamente, são injustiças, o que origina permanentes conflitos de classe. 

Por isso, o capitalismo é por natureza antidemocrático, pois  a democracia supõe uma igualdade básica dos cidadãos e direitos garantidos, aqui violados pela cultura capitalista. 
Se tomarmos tais valores como critérios, devemos dizer que nossa democracia é anêmica, beirando a farsa. Querendo ser representativa, na verdade, representa os interesses das elites dominantes e não os gerais da nação. Isso significa que não temos um Estado de direito consolidado e muito menos um Estado de bem-estar social. 

Esta situação configura uma corrupção  já estruturada e faz com que ações corruptas campeiem livre e impunemente.

Cultura: A cultura dita regras socialmente reconhecidas. Roberto Pompeu de Toledo escreveu em 1994 na Revista Veja: “Hoje sabemos que a corrupção faz parte de nosso sistema de poder tanto quanto o arroz e o feijão de nossas refeições”. 

Os corruptos são vistos como espertos e não como criminosos que de fato são. Via de regra podemos dizer:  quanto mais desigual e injusto é um Estado e ainda por cima centralizado e burocratizado como o nosso, mais se cria um caldo cultural que permite e tolera a corrupção.

Especialmente nos portadores de poder se manifesta a tendência à corrupção. Bem dizia o católico  Lord Acton (1843-1902): ”o poder  tem a tendência a se corromper e o absoluto poder corrompe absolutamente”. E acrescentava:”meu dogma é a geral maldade dos homens portadores de autoridade; são os que mais se corrompem”.

Por que isso? Hobbes  no seu Leviatã (1651)  nos acena para uma resposta plausível: “assinalo, como tendência geral de todos os homens, um perpétuo e irrequieto desejo de poder e de mais poder que cessa apenas com a morte; a razão disso reside no fato de que não se pode garantir o poder senão buscando ainda mais poder”. 

Lamentavelmente foi o que ocorreu com o PT. Levantou a bandeira da ética e das transformações sociais. Mas ao invés de se apoiar no poder da sociedade civil e dos movimentos e criar uma nova hegemonia, preferiu o caminho curto das alianças e dos acordos com o corrupto poder dominante. Garantiu a governabilidade  a preço de mercantilizar as relações políticas e abandonar a bandeira da ética. Um sonho de gerações foi frustrado. Oxalá  possa ainda ser resgatado.

Como combater a corrupção? Pela transparência total, pelo aumento dos auditores confiáveis que atacam antecipadamente a corrupção. Como nos informa o World Economic Forum, a Dinamarca e a Holanda possuem 100 auditores por 100.000 habitantes; o Brasil apenas, 12.800 quando precisaríamos pelo menos de 160.000. E lutar para uma democracia menos desigual e injusta que a persistir assim será sempre corrupta e corruptora.

Leonardo Boff é teólogo, filósofo e escritor

FONTE: http://www.jb.com.br/leonardo-boff/noticias/2012/04/15/corrupcao-crime-contra-a-sociedade/