segunda-feira, 7 de maio de 2012

Eleições 2012. Partido cobra até R$ 25 mil para ‘formar político’.

PHS lança DVD com curso de formação política para filiados e cobra de R$ 3 mil a R$ 25 mil conforme o tamanho do município, informa Leandro Mazzini na Coluna Esplanada.

Político virou profissão, e não mais agente público, na visão do Partido Humanista da Solidariedade (PHS). 

A direção lançou o Curso de Formação Política para filiados, com um DVD, e obrigou os diretórios municipais, sem consultá-los sobre os seus caixas, a adquirirem o material sob pena de intervenção da executiva nacional. 

O preço de um único DVD varia de acordo com o tamanho dos municípios: de R$ 3 mil, para até 20 mil habitantes, até R$ 25 mil, para cidades acima de 300 mil. 

Até ontem à noite, o PHS não cobrava acesso ao seu site, onde faz campanha pelo Imposto Zero. Veja a resolução do partido com a fixação dos valores. 

Registro oficial
Nos ofícios 1, 2 e 3/2012, de fevereiro, o PHS avisa ao então presidente do TSE, ministro Ricardo Lewandowski, da iniciativa do partido sobre o curso.
































Oi e tchau
O DVD contém uma palestra de uma integrante da Associação Brasileira de Consultores Políticos. Procurado, o PHS não informou quantos vendeu.

FONTE: http://congressoemfoco.uol.com.br/opiniao/colunistas/partido-cobra-ate-r-25-mil-para-formar-politico/

Mundo cibernetico - The Unknown. Novo grupo hacker causa "terror" em sites de governos do mundo.

A máscara de Guy Fawkes

Um novo grupo hacker chamado de "Os Desconhecidos" (The Unknown, em inglês) está causando "terror" em instituições do governo de alguns países, como Estados Unidos e França, e em sites de universidades, de acordo com o jornal espanhol El Pais.

O grupo foi criado em 1º de maio e, no Twitter, a conta @TheUnknown já tem mais de 500 seguidores.


Os autores dos ataques, no entanto, afirmam que não querem roubar dados ou danificar as estruturas dos sistemas. 

O que eles querem é evidenciar a falta de segurança de sites de organizações importantes, como a Nasa, que afirmou ter sofrido um ataque no dia 20 de abril deste ano.

Até hoje, já foram invadidos os sites da Nasa, da força aérea dos Estados Unidos, da universidade de Harvard e, fora dos Estados Unidos, da agência espacial europeia, ESA. Além disso, também foram invadidos os sites do ministério da defesa da França e de Bahrein, a marinha da Tailândia e as páginas amarelas da Jordânia.

FONTE:http://www.defesanet.com.br/cyberwar/noticia/5940/Novo-grupo-hacker-causa--terror--em-sites-de-governos-do-mundo

Aborto e união gay na mira dos evangélicos.

Deputados ligados à bancada religiosa articulam aumentar o alcance da proposta que permite ao Congresso anular decisões do Judiciário.

Parlamentares querem a prerrogativa de impedir a aprovação de temas controversos, como o casamento homossexual.


KARLA CORREIA.

Ainda sob a ressaca da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que descriminalizou o aborto de anencéfalos, a bancada evangélica na Câmara dos Deputados se articula para aumentar o alcance de uma proposta de emenda à Constituição (PEC) aprovada pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa que autoriza o Congresso a sustar atos normativos do Judiciário "que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites da delegação legislativa". 

Os evangélicos veem na PEC a oportunidade de dar ao Legislativo a capacidade de anular decisões do Judiciário que, em sua interpretação, tenham invadido a prerrogativa de legislar. Além da autorização do aborto de fetos com malformação, por trás desse interesse estão na mira da bancada posicionamentos como o que reconheceu as uniões estáveis para casais do mesmo sexo.

"Não consigo entender por que o Judiciário tem que ter mais poder do que os demais Poderes. O Supremo não é infalível, ele pode errar e nós devemos estar atentos para corrigir esses erros", argumenta o presidente da Frente Parlamentar Evangélica, deputado João Campos (PSDB-GO). Na página que a frente mantém na internet, a contrariedade em relação ao aborto e à união de casais homossexuais são temas frequentes. O texto mais recente, publicado em 25 de abril, reproduz discurso de Campos em plenário que trata justamente da PEC.

A disposição dos evangélicos se alimenta também de um considerável desconforto do Legislativo em relação a decisões do Supremo que se adiantaram ao posicionamento do Congresso — caso, por exemplo, das regras de fidelidade partidária. Não à toa, a CCJ aprovou por unanimidade o relatório sobre a admissibilidade da PEC, situação relativamente rara na comissão. "O Judiciário tem legislado com frequência e isso não pode acontecer, é algo que fere o equilíbrio entre os Poderes", observa o autor da proposta, deputado Nazareno Fonteles (PT-PI).

Hoje, a Constituição dá ao Congresso o poder de sustar atos normativos do Executivo que são considerados fora de sua atribuição normativa. O texto da Carta, contudo, não prevê a mesma possibilidade em relação ao Judiciário. É esse o objetivo da PEC. Na avaliação de Fonteles, essa "lacuna" criaria uma situação de desigualdade na relação entre os Poderes.

"O que o Supremo tem feito é interpretar a Constituição contra a própria Constituição. Se o STF legisla, ele fere a cláusula pétrea que impõe a separação entre os Poderes e, sem dúvida, coloca em risco o Legislativo", acrescenta Fonteles.

O relator da matéria, o deputado Nelson Marchezan Júnior (PSDB-RS), discorda da possibilidade de o Congresso interferir em decisões da Justiça. "Existem posições inadequadas defendendo que o parlamento possa simplesmente suspender decisões judiciais. Isso não está escrito na PEC, não cabe na Constituição Federal", argumenta Marchezan.

Para o relator, qualquer alteração no texto feita nesse sentido poderá ser contestada judicialmente. "A emenda terá vícios graves se aprovada nesse formato", diz o deputado. "Não se pode tirar do Judiciário a capacidade de julgar."

Revanchismo - O presidente da Academia Brasileira de Direito Constitucional, Flávio Pansieri, vê na iniciativa do Congresso um "movimento revanchista. "É o Legislativo se afirmando como fonte normativa do direito brasileiro em razão de decisões do Judiciário que se anteciparam ao Congresso", avalia Pensieri. "A democracia se constrói dessa forma. É natural que o Poder que se sente inferiorizado tenha uma reação", diz.

Apesar disso, a proposta que tramita no Congresso não é de todo incorreta, na visão do constitucionalista. Ele entende que a possibilidade de o Legislativo sustar decisões do Judiciário que impuserem novas restrições do direito ou criarem novas obrigações não afrontaria o princípio de separação dos Poderes. Seria o caso, por exemplo, da norma de fidelidade partidária, que criou obrigações de políticos com seus partidos ao abrir a possibilidade da perda do mandato a quem trocar de legenda, com poucas exceções.

"Agora, nas demais hipóteses, quando o Supremo age como um garantidor de direitos fundamentais, como no caso dos anencéfalos ou da união homoafetiva, não me parece viável o Legislativo interferir", observa Pansieri. "Não há espaço para isso no nosso Estado constitucional."

"O que o Supremo tem feito é interpretar a Constituição contra a própria Constituição. Se o STF legisla, ele fere a cláusula pétrea que impõe a separação entre os Poderes e, sem dúvida, coloca em risco o Legislativo"

Nazareno Fonteles, deputado do PT-PI, autor da proposta. "Existem posições inadequadas defendendo que o parlamento possa simplesmente suspender decisões judiciais. Isso não está escrito na PEC, não cabe na Constituição. A emenda terá vícios graves se aprovada nesse formato".

Nelson Marchezan Júnior, deputado do PSDB-RS, relator da PEC."Quando o Supremo age como um garantidor de direitos fundamentais, como no caso dos anencéfalos ou da união homoafetiva, não me parece viável o Legislativo interferir. Não há espaço para isso no nosso Estado constitucional".

Flávio Pansieri, presidente da Academia Brasileira de Direito Constitucional.

Memória - Julgamentos polêmicos:

Duas importantes decisões tomadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no período de um ano contrariaram a Igreja Católica e entidades evangélicas. O aborto de fetos anencéfalos e a união civil entre homossexuais eram temas considerados tabus pelo Congresso, que, embora tenha projetos sobre esses assuntos, se omitiu ao não aprofundar o debate acerca dessas propostas.

Em maio do ano passado, a Suprema Corte autorizou por unanimidade a união homoafetiva, garantindo benefícios previdenciários e patrimoniais aos casais gays, que também passaram a ter direito a herança quando comprovada a união estável. O entendimento foi firmado pelo Supremo durante a análise de uma ação proposta pelo governo do Rio de Janeiro, que alegava que o não reconhecimento da união homoafetiva contrariava os princípios da igualdade, da liberdade e da dignidade da pessoa humana.

Em outro julgamento histórico, o STF decidiu, por oito votos a dois, no último 12 de abril, que as gestantes podem interromper a gravidez de anencéfalos sem que isso seja considerado crime. Os ministros fixaram, porém, a necessidade de laudos médicos que comprovem a malformação cerebral do feto. Até então, o aborto só era autorizado no país em duas situações: em caso de risco à vida da grávida e quando a mulher é vítima de estupro.
 
FONTE: http://www.exercito.gov.br/web/imprensa/resenha

Eleições 2012. Urna eletrônica: a quem interessa ?

Paulo, mais um texto meu sobre a brancaleônica luta contra as urnas eletrônicas inauditáveis em uso no Brasil.

Por conta da audiência pública amanhã, rerça-feira, na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, puxada pelo deputado Vieira da Cunha (PDT-RS) sobre o fim da impressão do voto eletrônico prevista para 2014 já aprovada no Senado.

Vieira da Cunha lidera debate na CCJ da Câmara sobre voto eletrônico

A impressão do voto eletrônico, que segundo especialistas é fundamental  para dar segurança e transparência ao processo eleitoral brasileiro – vai estar no centro da discussão que será travada na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara Federal nesta terça-feira (8/5), a partir das 14h30m, em Brasília. O debate abrangerá  seis professores doutores em informática, a procuradora geral eleitoral do Ministério Público Federal, Sandra Cureau;  o advogado constitucionalista Sérgio Sérvulo Santos; e o engenheiro, Amilcar Brunazo Filho, um ex-assessor de Leonel Brizola que há anos critica as urnas eletrônicas.

Os especialistas em informática, todos professores doutores,  estão divididos. Enquanto Pedro Antônio Dourado de Rezende, da Universidade de Brasília (UnB) e Diego Aranha (Unb) criticam a fragilidade técnica da urna eletrônica em uso no Brasil, como o engenheiro Amilcar Brunazo;  Antonio Montes Filho (Unicamp), Walter Carnielli (Unicamp) e Mamede Lima-Marques (UnB) se alinham ao  Tribunal Superior Eleitoral (TSE) – que garante que a urna é 100% segura.

O jovem professor Diego Aranha  critica a máquina de votar usada no país com a autoridade de ter chefiado a equipe técnica da UnB que, mês passado, nos testes de segurança promovidos pelo próprio  TSE, quebrou a única garantia do voto ser secreto  nas urnas eletrônicas brasileiras (cláusula pétrea exigida na Constituição) ao mostrar que desembaralhar o arquivo de  votos digitais – para quem sabe – é fácil. Basta saber o que e onde procurar.

As urnas brasileiras são de 1ª. geração – estão em uso desde 1996 e nesse período a informática avançou anos luz. Elas são totalmente dependentes de softwares e por não produzirem uma contra prova material e independente do voto que permita a sua recontagem, apesar da fama de eficiência, são 100% inseguras na opinião de seus críticos.

Elas não permitem que o eleitor confira o próprio voto; nem que os resultados sejam conferidos de forma simples e confiável  – princípio básico para o respeito à verdade eleitoral.

Em todos os países onde essas máquinas de votar de 1ª. geração foram adotadas – como Bélgica e Holanda – elas já foram substituídas por equipamentos mais modernos. Nos Estados Unidos as urnas eletrônicas totalmente dependentes de softwares já são expressamente proibidas em vários estados  – lá cada Estado tem o seu próprio sistema de votação – desde que se constatou, em testes de segurança, que  máquinas que não propiciem uma auditoria independente do resultado produzido pelo software de apuração, são vulneráveis a fraudes.

Além do Brasil, só a Índia utiliza máquinas de votar de 1ª. geração. Já as máquinas de 2ª geração – usadas nos Estados Unidos, na Venezuela e em outros países, por exemplo – tem como principal característica a materialização do voto em papel, que é armazenado em local próprio e guardado para conferência posterior, em caso de dúvida, além do registro digital do voto – este só conferível por especialistas com ferramentas de informática.

Mas já existem urnas de 3ª. Geração, como as usadas na Argentina, que permitem que o eleitor confira o próprio voto tanto no seu registro físico, de papel, quanto no eletrônico, logo após digitá-lo; atendendo as normas internacionais de segurança.

Preocupado com a questão desde 1982 quando Brizola foi vítima da tentativa de fraude nas eleições de governador do Rio de Janeiro  que ficou conhecida como “Caso Proconsult”, o PDT está promovendo o debate desta terça na CCJ sobre a importância da impressão do voto eletrônico por iniciativa do deputado Vieira da Cunha (PDT-RS), relator do projeto de lei 2.789/2011 oriundo do Senado, onde já foi aprovado sob o número PLS 478/2011, que revoga o Artigo 5° da Lei 12.034, de 29 de setembro de 2009, que instituiu o voto eletrônico impresso a partir de 2014 por iniciativa dos então deputados federais Brizola Neto (PDT-RJ) e Flávio Dino (PC do B-MA), sancionada pelo Presidente Lula.

O TSE sempre se opôs à impressão do voto eletrônico usando expedientes diversos, alegando desde custos altos a dificuldades técnicas. Leonel Brizola, com a autoridade de ter sido vítima da primeira tentativa de fraude eleitoral eletrônica que se tem notícia no Brasil – sempre se bateu pela impressão do voto eletrônico, o “papelzinho”, como o dos cartões de crédito, para ser possível a recontagem, em caso de dúvida. O princípio da recontagem é fundamental.

Na época em que Nelson Jobim presidiu o TSE, Brizola esteve pessoalmente mais de uma vez no TSE, em audiências públicas, para exigir isto. Apesar da promessa de Jobim de que mais de 50% das urnas imprimiriam o voto a partir das eleições presidenciais de 2002, isto nunca aconteceu. Por pressão de Leonel Brizola e por conta do escândalo da quebra de sigilo da votação eletrônica do Senado, que levou os então senadores Antônio Carlos Magalhães e José Roberto Arruda a renunciarem ao mandato, o Congresso aprovou a impressão do voto eletrônico para a eleição de 2004.

Porém, em 2003, o mesmo Nelson Jobim, contando com o parecer favorável do Senador-relator Demóstenes Torres (DEM-GO), então paladino das coisas certas, conseguiu aprovar o fim do voto impresso no Congresso. Perdurando assim, até 2009, quando a exigência do voto impresso conferido pelo eleitor foi restabelecido pela lei 12.034.

Mas a Justiça Eleitoral não desistiu e agora volta a carga. Apresentou uma representação ao Ministério Publico, que resultou numa ação de inconstitucionalidade, e também apresentou projeto de lei, ambos tentando revogar novamente a lei do voto impresso.

É esse projeto de lei, que já foi aprovado no Senado com novo parecer favorável do mesmo relator Demóstenes Torres, que estará em debate na audiência pública da Câmara nesta terça (8/5).  Coincidência ou não, é fato que se o Senador Demóstenes Torres não tivesse tropeçado nas suas ligações perigosas, seria o candidato de Carlinhos Cachoeira para a Prefeitura de Goiânia (GO) nas eleições de outubro próximo. Mero acaso?

Brizola, crítico feroz,  numa de suas muitas imagens rurais aplicadas à política brasileira, comparava a urna eletrônica  a argola que se coloca no nariz do touro para levá-lo para onde se quiser.  Sendo o touro, no caso, o Brasil. Também dizia que a urna, sem a recontagem dos votos, tinha o dom de eleger gente sem voto. E “deseleger” políticos com voto.

(*) Osvaldo Maneschy,  jornalista,  integra o Diretório Nacional do PDT.

FONTE: http://www.conversaafiada.com.br/politica/2012/05/07/urna-eletronica-a-quem-interessa/

Maranhão. Moradores de Piquiá de Baixo são obrigadas a conviver com a elevada contaminação da água, do ar e do solo.

Um povo cercado por um anel de ferro

As 380 famílias da localidade de Piquiá de Baixo, no Maranhão, são obrigadas a conviver com a elevada contaminação da água, do ar e do solo, causada pelo vizinho polo siderúrgico

Por Fabíola Ortiz, da IPS [26.04.2012 18h00]
Publicado por Envolverde
 
As 380 famílias da localidade de Piquiá de Baixo, no Maranhão, são obrigadas a conviver com a elevada contaminação da água, do ar e do solo, causada pelo vizinho polo siderúrgico. 
 
O lugar toma seu nome da árvore piquiá, que dá uma madeira altamente apreciada, mas que se extinguiu na região, onde estão instaladas, há 25 anos, cinco usinas siderúrgicas, lideradas pela Vale, empresa de mineração. Atualmente são produzidas nesse lugar 500 mil toneladas de ferro-gusa, matéria-prima do aço, que se obtém fundindo em altos fornos carvão, calcário e minério de ferro.
 
O polo de Açailândia, município com jurisdição sobre a área, depende do fortalecimento da atividade das minas de ferro da Vale, cuja produção é levada aos portos do Atlântico nas proximidades de São Luís, capital do Estado, que fica a 500 quilômetros de distância.
 
Os moradores da pequena localidade, onde os quintais de suas modestas casas ficam ao lado dos terrenos das grandes fábricas, já apresentam em sua saúde os impactos da contaminação e da degradação ambiental.
 
Devido à péssima qualidade do ar que respiram e da água que consomem, mais de 40% dos moradores de Piquiá de Baixo se queixam de doenças e males respiratórios e dos pulmões, bem como de lesões dermatológicas, segundo um estudo do Centro de Referência em Enfermidades Infecciosas e Parasitárias, da Universidade Federal do Maranhão.
 
Esta população, que reclama sua transferência para um lugar seguro, limpo e distante do polo siderúrgico, é formada em sua maioria por agricultores que hoje só podem trabalhar a terra a mais de 200 quilômetros de suas casas. Este é um drama que se repete em muitas das cidades com atividade de mineração do Brasil, várias delas também mobilizadas.
 
Edvard Dantas Cardeal, de 68 anos, preside a associação dos moradores de Piquiá de Baixo, afetados pela fumaça e pelos resíduos gerados pelos 70 fornos de fundição existentes na região. “Estamos em perigo, pois vivemos ao lado de cinco siderúrgicas e, além disso, a Vale tem um posto de minério a 300 metros de nossas casas, e todos os dias centenas de toneladas de ferro cruzam nosso povoado durante as 24 horas do dia”, disse à IPS.
 
A denúncia das precárias condições de vida em Piquiá de Baixo está destacada no Relatório de Insustentabilidade da Vale 2012, apresentado no dia 18 no Rio de Janeiro pela Articulação Internacional dos Afetados pela Vale, que reúne 30 movimentos sociais de Brasil, Canadá, Chile, Argentina e Moçambique, alguns dos países onde a empresa atua.
 
A diretora-executiva da organização não governamental Justiça Global, Andressa Caldas, afirmou à IPS que o caso de Açailândia é emblemático, porque é uma comunidade assentada há mais de 50 anos e que “pede para ser trasladada devido ao grau de degradação ambiental e contaminação tóxica que sofre”.
 
Concordando com Andressa, Danilo Chammas, advogado dos moradores de Piquiá de Baixo, observou que o lugar já existia quando foi instalado o polo siderúrgico na região, há 25 anos. Agora, “a convivência se tornou inviável, já que a população respira todos os dias pó de ferro misturado com carvão”, ressaltou.
 
“O traslado das famílias deveria ter sido feito quando começou a construção do polo, e ainda hoje esta alternativa é a única e urgente”, assegurou Chammas à IPS, acrescentando que exige-se “da Vale um compromisso maior com os moradores e que, efetivamente, forneça recursos para a construção de um novo assentamento longe da contaminação”.
 
Segundo o Relatório de Insustentabilidade, a Vale “nega-se a reparar os danos causados a essas pessoas e, por conseguinte, a assumir o custo de reassentar as famílias”. Cardeal também aderiu a essa reclamação, porque sua comunidade “não pode mais ficar ali, já que existe um grande risco de a saúde pública degradar ainda mais”. E enfatizou que “não podemos mais, as siderúrgicas contaminam o rio que cruza a cidade e só podemos pedir a Deus para sair deste lugar”.
 
A IPS confirmou que existe um terreno distante do polo siderúrgico que foi expropriado em julho de 2011 pelo município de Açailândia para reassentar os moradores afetados.
 
Apesar de inicialmente terem existido recursos legais apresentados por seu proprietário, o assunto foi resolvido no dia 20 de março pelo Tribunal de Justiça do Maranhão.
 
Cardeal e Chammas viajaram ao Rio de Janeiro tentando um encontro com representantes do consórcio Vale. “Viemos com o espírito de dialogar e para que a empresa aproveite a oportunidade para limpar sua imagem, manchada pelo vínculo que tem com as indústrias de ferro-gusa, muitas das quais promovem o trabalho escravo e infantil”, denunciou o advogado.
 
A assessoria de imprensa da Vale não quis comentar o assunto ao ser questionada pela IPS, mas depois divulgou um comunicado em resposta ao Relatório de Insustentabilidade.
 
A Vale recebe com respeito todas as sugestões e denúncias referentes às suas operações. Temos consciência de que a atividade mineradora provoca impacto e, por isso, trabalhamos em conjunto com as comunidades e os governos para encontrar soluções que garantam segurança às pessoas, bem como uma convivência harmônica e saudável”, diz o texto da companhia. 
 

FONTE:http://www.revistaforum.com.br/conteudo/detalhe_noticia.php?codNoticia=9842/um-povo-cercado-por-um-anel-de-ferro
 

França vai de François Hollande.

União Europeia. François Hollande: o soldado do partido que chegou à presidência.

O socialista nunca ocupou um cargo ministerial, era visto como uma pessoa sem graça e de pouco peso político. Mas soube transformar seus pontos fracos em vantagens e venceu como o anti-Sarkozy. 

Há um ano quase ninguém na França poderia imaginar que o novo presidente do país se chamaria François Hollande. O socialista de 57 anos era visto como um pessoa sem graça, dono de uma personalidade pálida e de pouco peso político.

A situação começou a mudar para Hollande quando o ex-chefe do FMI Dominique Strauss-Kahn, o candidato favorito dos socialistas, envolveu-se num escândalo sexual com uma camareira, num hotel em Nova York. Na disputa interna, Hollande acabou emergindo como o candidato dos socialistas, um candidato que era, ao mesmo tempo, o oposto de Strauss-Kahn e também do presidente Nicolas Sarkozy.

Até aquele momento, Hollande era o típico "soldado do partido", um político que havia feito carreira servindo ao Partido Socialista e que nunca ocupara um cargo de ministro. Em 2008, quando, após 11 anos, foi substituído por Martine Aubry na chefia do Partido Socialista, a sucessora definiu o estado do partido como deplorável. A ex-companheira de Hollande Ségolène Royal foi ainda mais dura: "Os franceses são capazes de citar alguma coisa que ele tenha realizado em seus 30 anos de vida política?"

Hollande soube transformar seus pontos fracos em qualidades. Ele não criou uma euforia em torno de si, mas sua estratégia de se apresentar como o oposto do impopular Sarkozy surtiu efeito. O socialista não falou à emoção dos eleitores, mas à razão. Ele jogou com a sua timidez e cultivou uma imagem de cidadão comum, sem estrelismos, que sabe ser bem-humorado quando está numa roda de amigos.

Começo da carreira - A trajetória política de Hollande foi irregular desde o início. Em 1981, quando os franceses pela primeira vez elegeram um socialista para a presidência – François Mitterrand – o partido enviou Hollande, então com 26 anos, para o interior. O jovem político deveria lutar por um mandato como deputado justamente no círculo eleitoral de Jacques Chirac, no departamento rural de Corrèze, no centro da França. Ele não teve chance alguma.

Entretanto, ao longo dos anos, o graduado pela prestigiada Escola Nacional de Administração conseguiu o respeito da população rural. Após uma reformulação das regiões eleitorais, Hollande conseguiu – ao mesmo tempo que Sarkozy, com quase a mesma idade que o socialista – ingressar na Assembleia Nacional, em 1988. Desde então, os caminhos dos dois políticos, ambos criados no nobre subúrbio parisiense de Neuilly, cruzam-se regularmente.

Contexto europeu - O programa eleitoral de Hollande, intitulado 60 compromissos com a França, é vago. Mas o socialista moderado fez algumas concessões para as diversas alas do seu partido. A proposta de renegociação do recente pacto fiscal da União Europeia causou sensação. Num discurso que despertou atenção, ainda no início da campanha, Hollande exigiu da Alemanha "mais solidariedade".

Para o cientista político parisiense Renaud Dehousse, são slogans que Hollande direciona ao eleitores franceses e não ao exterior. No primeiro turno, cerca de um terço deles votou em partidos populistas, que exigem o fim do euro e são a favor do protecionismo à indústria e ao mercado local.

"Por que Hollande usa a palavra 'renegociação'? Porque ele sabe exatamente que, entre os eleitores que podem votar nele no segundo turno, há muita gente que votou contra uma Constituição Europeia no referendo de 2005", considera Dehousse.

Nada sobre corte de gastos - Dehousse afirma que Hollande não é um antieuropeu. O próprio currículo do socialista mostra o contrário, com seu trabalho ao lado de Jacques Delors, fervoroso defensor da ideia europeia. Além disso, Hollande votou a favor da Constituição Europeia em 2005, apesar de poderosas facções do partido serem contrárias a ela.

Para Dehousse, Hollande não somente se dedicou à causa europeia, como também pertence aos raros franceses partidários da integração supranacional, conforme o previsto pelos fundadores da União Europeia. "Na minha opinião, isso é muito importante. Caso ele seja eleito, os alemães terão de lidar com um chefe de Estado francês que está muito mais próximo das clássicas posições alemãs sobre uma política comunitária do que seu antecessor", diz o cientista político.

Internamente, Hollande ganhou pontos com a promessa de criar 60 mil novos postos de trabalho para professores, recuar em parte a reforma previdenciária iniciada por Sarkozy e adotar um imposto para milionários de 75%. O dinheiro para bancar tudo isso deverá vir de uma forte recuperação econômica – que nenhum especialista até agora conseguiu prever –, pois também Hollande é a favor de um orçamento equilibrado.

Porém, dada a situação econômica calamitosa e por causa da pressão dos mercados financeiros, observadores afirmam que, como presidente, Hollande terá de deixar de lado ao menos algumas das suas promessas eleitorais e encontrar respostas para uma questão que até agora deixou em aberto: os cortes nos gastos do Estado.

Autor: Andreas Noll (lpf)
Revisão: Alexandre Schossler

FONTE:http://www.dw.de/dw/article/0,,15933433,00.html

Polícia recaptura homem suspeito de seqüestro, ameaça e estupro contra sobrinha de sete anos.

O acusado naquela oportunidade foi atuado em flagrante delito.

Uma ação conjunta das Polícias Civil e Militar do município de Peri Mirim, com o apoio da Companhia de Operações Especiais, (COE), durante a noite desta última quinta feira, (03), resultou na recaptura de um estuprador acusado de ameaçar, sequestrar e estuprar sua própria sobrinha de apenas 7 anos de idade, num povoado próximo ao Lixão.

Gilson de Jesus Pereira França, de 26 anos, o “Gilson de Chico-Pega” natural de Peri Mirim, atualmente residente na Fazenda Bom Futuro, já havia sido preso pelo crime de estupro, no dia 25 de abril, mesmo dia em que teria ocorrido a violência sexual contra sua sobrinha.

Conforme informações da Polícia Civil, o acusado naquela oportunidade foi atuado em flagrante delito por ameaça, estupro de vulnerável e sequestro, e logo em seguida ficou a disposição da justiça no 1º Distrito Policial de Pinheiro.

De acordo com informações levantadas pela Polícia, na madrugada do dia 30, Gilson França teria fugido de uma das celas da Delegacia, cavando um buraco numa das partes da carceragem.

Investigações - Sobre as investigações realizadas pela Delegacia de Peri Mirim, as buscas duraram quatro dias, com diversas diligências no sentido de prender o homem. A Polícia trabalhava com algumas linhas de investigação, que apontavam que o suspeito agia com inteligência, além de ser um elemento de alta periculosidade.

Dando continuidade às investigações, as Polícias Civil e Militar obtiveram informações que o estuprador estava homiziado num povoado conhecido como Santana, onde foi montada campanas pelos policiais.

Ao ser localizado, Gilson França tentou reagir à prisão e foi alvejado com dois tiros na região das pernas.  Ao ser contido, o acusado foi levado para o Hospital Antenor Abreu na cidade de Pinheiro, onde será submetido a uma cirurgia para retirada das balas.

Depois da recuperação, será encaminhado ao Complexo Penitenciário de Pedrinhas, onde ficará a disposição da justiça.

Na carreira criminal de Gilson de Jesus Pereira França, consta ainda um crime de estupro ocorrido há três anos, que já foi cumprido mediante a pena imposta pela Justiça. Agora, a Polícia investiga também um suposto caso de latrocínio cometido pelo acusado.

O Crime - Na época do crime de estupro, ele foi detido por uma guarnição da PM, após denúncias do pai da vítima que desconfiou das atitudes do irmão. Durante a tarde do dia 25 de abril por volta das 14hs, num local conhecido pelos moradores como Lixão, Gilson França, como informou em depoimento, chegou à casa da vitima e utilizou do artifício de comprar um objeto para a sobrinha.

No decorrer do ato delituoso, o acusado teria seqüestrado, ameaçado e estuprado a vítima até as 17hs do mesmo dia. Segundo a Polícia, o acusado teria cometido cinco relações sexuais com a menina durante esse período.

Ao perceber que a filha estava com alguns sintomas de que havia sido violentada, a mãe a levou imediatamente ao hospital de Pinheiro, onde ficou constatado o estupro. Segundo informações, a menina se submeteu a uma cirurgia de reconstrução de hímen.

FONTE:http://www.netoferreira.com.br/crime/2012/05/policia-recaptura-homem-suspeito-de-sequestro-ameaca-e-estupro-contra-sobrinha-de-sete-anos/