quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Polícia Federal em Sergipe realiza a maior apreensão de crack do Nordeste

Polícia Federal em Sergipe realiza a maior apreensão de crack do Nordeste
 
12.Dez.2012. Aracaju/SE – A Polícia Federal realizou no último domingo (09/12) a maior apreensão de crack do nordeste. Foram apreendidos 185 kg de crack e 300 kg de maconha. Dois homens foram presos em flagrante.
 
A partir de uma denúncia anônima, os policiais federais fiscalizaram as principais rodovias de acesso ao estado e identificaram um veículo suspeito com placa de Minas Gerais. Dois homens que estavam no veículo foram abordados e conduzidos até a superintendência da PF em Aracaju.

Nas sede da Polícia Federal, o cão farejador indicou a presença de droga no veículo. Após desmontarem o veículo, os policiais encontraram vários tabletes escondidos em um dos tanques de combustível. Porém, o dois homens não esclareceram a origem nem o destino da droga apreendida.

Eles responderão pelos crimes de tráfico interestadual de drogas e associação para o tráfico. Ambos foram encaminhados ao COMPAJAF, onde permanecerão à disposição do Juízo da 4ª Vara Crimina desta capital.
 
Comunicação Social da Polícia Federal em Sergipe
Tel:(79) 3234-8586/8511

Os 30 dias que podem mudar a vida de um concurseiro.

“Está aí uma fórmula bem interessante para ajudar a quem estuda para concurso público. Experimente, por exemplo, pelos próximos 30 dias, criar o hábito de estudar algumas horas por dia em casa, para revisar o conteúdo das matérias dadas nas aulas”.
 
“Somos o que repetidamente fazemos. A excelência, portanto, não é um efeito, mas um hábito.” (Aristóteles).

Vocês já ouviram falar de Matt Cutts? Provavelmente não, assim como eu até assistir a um interessante vídeo na internet, em que ele faz uma palestra sobre um tema incrível: o que você pode fazer em 30 dias para melhorar sua vida! Suas ideias, tenho certeza, podem ajudar muito os concurseiros a conquistar seu tão sonhado cargo público num dos próximos concursos: o segredo é a simplicidade do método, que o torna tão eficiente.

Matt Cutts é um engenheiro do Google e há alguns anos decidiu seguir as ideias de um certo Morgan Spurlock, segundo ele “um filósofo americano”, que na verdade é um cineasta independente e criativo, autor de um documentário sobre os males da comida de fast food à saúde dos americanos, intitulado “Super Size Me: A dieta do palhaço” (2005). 

Ele próprio foi o astro do filme, durante o qual passou 30 dias comendo apenas na rede McDonalds, engordou 11 quilos e teve vários problemas de saúde por causa disso. Mais tarde, dirigiu um documentário sobre a busca dos americanos a Osama Bin Laden, antes que ele fosse localizado e morto no Afeganistão, por ordem de Barack Obama.

De acordo com Cutts, “a ideia é bem simples: pense em algo que você sempre quis incluir em sua vida e experimente pelos próximos 30 dias. É mais ou menos o tempo para abandonar ou assumir um hábito, como assistir ao noticiário da TV”.

Está aí uma fórmula bem interessante para ajudar a quem estuda para concurso público. Experimente, por exemplo, pelos próximos 30 dias, criar o hábito de estudar algumas horas por dia em casa, para revisar o conteúdo das matérias dadas nas aulas. Estabeleça o seu tempo ideal e cumpra o programa rigorosamente. Isso vai ajudá-lo a vencer a concorrência e garantir sua vaga.

Matt Cutts garante que dá certo. Um dos desafios foi tirar uma foto todos os dias, durante um mês. Ele notou que quando começou a encarar mais e maiores desafios de 30 dias sua autoconfiança cresceu: “Eu passei de nerd plantado na frente do computador para o tipo de cara que vai para o trabalho de bicicleta, por diversão”.

Ele ficou tão empolgado que, no ano passado, aprontou uma façanha espetacular, escalar o Kilimanjaro – a montanha mais alta da África. Mas o que Matt realmente descobriu, depois de tudo isso, é que “se você quer algo, pode fazer qualquer coisa por 30 dias”.  Aí está um recado direto para os concurseiros: vocês podem tornar os próximos 30 dias os mais importantes de suas vidas, se quiserem realmente passar num concurso público.

Um bom exemplo que Cutts dá em sua palestra é o desafio de escrever um romance de 50 mil palavras em 30 dias. “Tudo o que você precisa é escrever 1.667 palavras por dia, durante um mês. Foi o que eu fiz. O segredo é não ir dormir antes de escrever suas palavras do dia. Talvez você fique sem dormir, mas terminará seu romance”, ensina o “engenheiro dos 30 dias”. Para um concurseiro, também vale o conselho: não vá dormir sem ler pelo menos suas 1.667 palavras do dia. Ou mais, se puder. E seja feliz!

As lições de Matt Cutts me fizeram lembrar de outro sujeito que criou uma técnica de estudo conhecida como “Sugestopedia”. O nome pode ser horrível, mas o método é comprovadamente eficiente e sugiro aos concurseiros que também tratem de conhecê-lo. 

Seu criador é o psiquiatra e educador búlgaro Georgi Lozanov, que desenvolveu uma teoria da aprendizagem cuja ideia central é que as informações percebidas pelos sentidos, quando a mente se encontra em estado de vigília relaxada (ondas cerebrais alfa) são registradas na memória profunda de longo prazo.

Lozanov constatou também que algumas músicas têm a propriedade de facilitar a memorização de informações a longo prazo. É como se o cérebro “abrisse seus filtros” mais facilmente para a música do que para qualquer outro tipo de informação. Segundo ele, a música barroca é a mais indicada para isso, com suas 60/70 batidas por minuto.

A contribuição de Lozanov para a educação mundial foi reconhecida pela Unesco e sua teoria de aprendizado e ensino é hoje uma das principais fontes de estudos sobre o tema. Em resumo, ele ensina que qualquer pessoa pode aprender mais e melhor se estiver “condicionada para aprender”. 

E este condicionamento é obtido a partir das técnicas de relaxamento, que abrem os “poros do subconsciente” para a memorização perfeita. Um aluno conduzido a este estado mental aprende mais e melhor num espaço de tempo bem menor. Esse é o estado de vigília relaxada, obtido quando o cérebro passa a operar na faixa de 8 a 12 ciclos por segundo e entra em “alfa”.

Dê uma lida nas teorias de Lozanov e de Maxwell Maltz, um médico e psicólogo que desenvolveu a Psicocibernética, um sistema usado para melhorar a autoimagem e autoconfiança das pessoas. A essência dessas teorias eu já comentei em outros artigos que se encontram disponíveis em nosso portal. Assim como Matt Cutts, eles podem ser muito importantes para os concurseiros, com seus métodos inovadores para tornar as pessoas mais eficientes, inteligentes, estudiosas e bem sucedidas em suas vidas. Exatamente o que você, que se prepara para concurso público, está precisando para alcançar mais rapidamente o seu feliz cargo novo.

José Wilson Granjeiro
José Wilson Granjeiro
Após passar em oito concursos, decidiu dedicar a vida aos que sonham com uma vaga no serviço público. Bacharel em Administração, professor e palestrante, é autor de 20 livros e preside a Gran Cursos, escola preparatória de concursos que possui dez unidades no Distrito Federal e seis em outras cidades do Brasil. Sua meta é colocar 1 milhão de alunos na administração pública brasileira. 

Outros textos de José Wilson Granjeiro.


Milhares de lulas se suicidam na Califórnia.

Animais, suicídio, EUA
© Flickr.com/wildxplorer/cc-by

Biólogos da Califórnia procuram explicar o fenômeno a que tiveram a ocasião de assistir no passado domingo nas praias do distrito de Santa Cruz, na zona do Golfo de Monterrey.

Segundo a CBS, na manhã daquele dia a costa estava coberta com milhares de lulas-de-humboldt que não se sabe por que razão estas deram à costa.

Houve quem tentasse devolver lulas ainda vivas ao mar, mas estas persistiam em se atirar para a praia.

Os biólogos avançam como causa possível do suicídio coletivo de animais o aquecimento global.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Sarney volta ao Planalto como presidente após 22 anos.

Waldemir Barreto: Presidente da sessão, presidente do Senado, senador José Sarney (PMDB-AP)
Presidente do Senado, José Sarney, assumirá o comando do país até sábado

12 de Dezembro de 2012 às 20:10

Ivan Richard e Iolando Lourenço - Repórter da Agência Brasil.

Brasília - Vinte e dois anos depois de deixar a Presidência da República, o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), voltará ao cargo amanhã (13). Com as viagens internacionais da presidenta Dilma Rousseff, do vice, Michel Temer, e do presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), Sarney assumirá o comando do país até o próximo sábado (15).

Hoje (12), Marco Maia assume a Presidência da República com a viagem de Michel Temer para Portugal. Mas passa o cargo para Sarney às 3h quando viaja ao Panamá a fim de participar da reunião do Parlamento Latino-americano (Parlatino).

Eleito vice-presidente da República pelo colégio eleitoral em 1985, Sarney assumiu a Presidência em virtude da morte de Tancredo Neves e governou o país até março de 1990. 

Seu mandato foi marcado pelo processo de redemocratização do país, pela aprovação da Constituição e edição de vários planos econômicos e uma economia com alta taxa inflacionária.

Senador por cinco mandatos, e presidente do Senado por quatro vezes, Sarney foi também deputado federal e governador do Maranhão. Atualmente exerce o mandato pelo estado do Amapá.

Polícia Federal realiza a Operação Sertão desarticulando quadrilha que assaltava bancos no Maranhão.


São Luís/MA – A Polícia Federal deflagrou, nesta terça (11) e quarta-feira (12), a Operação Sertão que teve como objetivo desarticular uma quadrilha especializada em assaltos a bancos e agências dos Correios na Região Tocantina.

A quadrilha foi responsável pelo assalto as agências dos Correios de Sambaíba/MA, Cidelândia/MA e Montes Altos/MA, e há uma tentativa de assalto ao Banco do Brasil de Tasso Fragoso/MA e Querência/MT e por um assalto ao Banco do Brasil de Santa Helena/MA.

Durante a deflagração da operação um dos investigados foi preso em flagrante por porte ilegal de arma com uma pistola calibre .380.

Foram cumpridos 15 mandados de busca e apreensão, 14 mandados de prisão e dois mandados de condução coercitiva nas cidades de São Luís, Imperatriz/MA, Montes Altos/MA, Senador Canedo/GO, Catanduvas/PR e Mossoró/RN.

Comunicação Social da PF no Maranhão
Fone: (98) 3131 - 5105

Voto eletrônico: Hacker de 19 anos revela no Rio de Janeiro como fraudou a eleição.

Foto: Seminário “A urna eletrônica é confiável?”
Buscado no Viomundo

Apio Gomes , portal do PDT, via Amilcar Brunazzo Filho.
 
Um novo caminho para fraudar as eleições informatizadas brasileiras foi apresentado ontem (10/12) para as mais de 100 pessoas que lotaram durante três horas e meia o auditório da Sociedade de Engenheiros e Arquitetos do Rio de Janeiro (SEAERJ), na Rua do Russel n° 1, no decorrer do seminário “A urna eletrônica é confiável?”, promovido pelos institutos de estudos políticos das seções fluminense do Partido da República (PR), o Instituto Republicano; e do Partido Democrático Trabalhista (PDT), a Fundação Leonel Brizola-Alberto Pasqualini.
 
Acompanhado por um especialista em transmissão de dados, Reinaldo Mendonça, e de um delegado de polícia, Alexandre Neto, um jovem hacker de 19 anos, identificado apenas como Rangel por questões de segurança, mostrou como — através de acesso ilegal e privilegiado à intranet da Justiça Eleitoral no Rio de Janeiro, sob a responsabilidade técnica da empresa Oi – interceptou os dados alimentadores do sistema de totalização e, após o retardo do envio desses dados aos computadores da Justiça Eleitoral, modificou resultados beneficiando candidatos em detrimento de outros – sem nada ser oficialmente detectado.
 
“A gente entra na rede da Justiça Eleitoral quando os resultados estão sendo transmitidos para a totalização e depois que 50% dos dados já foram transmitidos, atuamos. Modificamos resultados  mesmo quando a totalização está prestes a ser fechada”, explicou Rangel, ao detalhar em linhas gerais como atuava para fraudar resultados.
 
O depoimento do hacker – disposto a colaborar com as autoridades –  foi chocante até para os palestrantes convidados para o seminário, como a Dra. Maria Aparecida Cortiz, advogada que há dez anos representa o PDT no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para assuntos relacionados à urna eletrônica; o professor da Ciência da Computação da Universidade de Brasília, Pedro Antônio Dourado de Rezende, que estuda as fragilidades do voto eletrônico no Brasil, também há mais de dez anos; e o jornalista Osvaldo Maneschy, coordenador e organizador do livro Burla Eletrônica, escrito em 2002 ao término do primeiro seminário independente sobre o sistema eletrônico de votação em uso no país desde 1996.
 
Rangel, que está vivendo sob proteção policial e já prestou depoimento na Polícia Federal, declarou aos presentes que não atuava sozinho: fazia parte de pequeno grupo que – através de acessos privilegiados à rede de dados da Oi – alterava votações antes que elas fossem oficialmente computadas pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE).
 
A fraude, acrescentou, era feita em benefício de políticos com base eleitoral na Região dos Lagos – sendo um dos beneficiários diretos dela, ele o citou explicitamente, o atual presidente da Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), o deputado Paulo Melo (PMDB). A deputada Clarissa Garotinho, que  também fazia parte da mesa, depois de dirigir algumas perguntas a Rangel  - afirmou que se informará mais sobre o assunto e não pretende deixar a denúncia de Rangel cair no vazio.
 
Fernando Peregrino, coordenador do seminário, por sua vez, cobrou providências: “Um crime grave foi cometido nas eleições municipais deste ano, Rangel o está denunciando com todas as letras –  mas infelizmente até agora a Polícia Federal não tem dado a este caso a importância que ele merece porque  ele atinge a essência da própria democracia no Brasil, o voto dos brasileiros” – argumentou Peregrino.
 
Por ordem de apresentação, falaram no seminário o presidente da FLB-AP, que fez um histórico do voto no Brasil desde a República Velha até os dias de hoje, passando pela tentativa de fraudar a eleição de Brizola no Rio de Janeiro em 1982 e a informatização total do processo, a partir do recadastramento eleitoral de 1986.
 
A Dra. Maria Aparecida Cortiz, por sua vez, relatou as dificuldades para fiscalizar o processo eleitoral por conta das barreiras criadas pela própria Justiça Eleitoral; citando, em seguida, casos concretos de fraudes ocorridas em diversas partes do país – todos abafados pela Justiça Eleitoral. Detalhou fatos ocorridos em Londrina (PR), em Guadalupe (PI), na Bahia e no Maranhão, entre outros.
 
Já o professor Pedro Rezende, especialista em Ciência da Computação, professor de criptografia da Universidade de Brasília (UnB), mostrou o trabalho permanente do TSE em “blindar” as urnas em uso no país, que na opinião deles são 100% seguras. Para Rezende, porém, elas são “ultrapassadas e inseguras”. Ele as comparou com sistemas de outros países, mais confiáveis,  especialmente as urnas eletrônicas de terceira geração usadas em algumas províncias argentinas, que além de imprimirem o voto, ainda registram digitalmente o mesmo voto em um chip embutido na cédula, criando uma dupla segurança.
 
Encerrando a parte acadêmica do seminário, falou o professor Luiz Felipe, da Coppe da Universidade Federal do Rio de Janeiro, que em 1992, no segundo Governo Brizola, implantou a Internet no Rio de Janeiro junto com o próprio Fernando Peregrino, que, na época, presidia a Fundação de Amparo à Pesquisa do Rio de Janeiro (Faperj). Luis Felipe reforçou a idéia de que é necessário aperfeiçoar o sistema eleitoral brasileiro – hoje inseguro, na sua opinião.
 
O relato de Rangel – precedido pela exposição do especialista em redes de dados, Reinaldo, que mostrou como ocorre a fraude dentro da intranet, que a Justiça Eleitoral garante ser segura e inexpugnável – foi o ponto alto do seminário.
 
Peregrino informou que o seminário  será transformado em livro e tema de um documentário que com certeza dará origem a outros encontros sobre o mesmo assunto – ano que vem. Disse ainda estar disposto a levar a denuncia de Rangel as últimas conseqüências e já se considerava um militante pela transparência das eleições brasileiras: “Estamos aqui comprometidos com a trasnparência do sistema eletrônico de votação e com a democracia no Brasil”, concluiu. (OM)
 
Fonte:

Para entender o xadrez da política.

 
Vamos entender o xadrez político atual.

Há um jogo em que o objetivo maior é capturar o rei – a Presidência da República. O ponto central da estratégia consiste em destruir a principal peça do xadrez adversário: o mito Lula.

Na fase inicial – quando explodiu o “mensalão” – havia um arco restrito e confuso, formado pela velha mídia e pelo PSDB e uma estratégia difusa, que consistia em “sangrar” o adversário e aguardar os resultados nas eleições presidenciais seguintes.

A tática falhou em 2006 e 2010, apesar da ficha falsa de Dilma, do consultor respeitado que havia acabado de sair da cadeia, dos 200 mil dólares em um envelope gigante entrando no Palácio do Planalto, das FARCs invadindo o Brasil  e todo aquele arsenal utilizado nas duas eleições.

A partir da saída de Lula da presidência, tentou-se uma segunda tática: a de construir um mito anti-Lula. À falta de candidatos, apostou-se em Dilma Rousseff, com seu perfil de classe média intelectualizada, preocupações de gestora, discrição etc. Imaginava-se que caísse no canto de sereia em que se jogaram tantas criaturas contra o criador.

Não colou. Dilma é dotada de uma lealdade pessoal acima de qualquer tentação.

O “republicanismo”

Mas as campanhas sistemáticas de denúncias acabaram sendo bem sucedidas por linhas tortas. Primeiro, ao moldar uma opinião pública midiática ferozmente anti-Lula.

Depois, por ter incutido no governo um senso de republicanismo que o fez abrir mão até de instrumentos legítimos de autodefesa. Descuidou-se na nomeação de Ministros do STF (Supremo Tribunal Federal), abriu-se mão da indicação do Procurador Geral da República (PGR) e descentralizaram-se as ações da Polícia Federal.

Qualquer ação contra o governo passou a ser interpretada como sinal de republicanismo; qualquer ação contra a oposição, sinal de aparelhamento do Estado.

Caindo nesse canto de sereia, o governo permitiu o desenvolvimento de três novos protagonistas no jogo de “captura o rei”.

STF
Gradativamente, formou-se uma bancada pró-crise institucional, composta por Gilmar Mendes, Joaquim Barbosa, e  Luiz Fux, à qual aderiram Celso de Mello e Marco Aurélio de Mello. Há um Ministro que milita do lado do PT, José Antonio Toffolli. E três legalistas: Lewandowski, Carmen Lucia e Rosa Weber.

O capítulo mais importante, nesse trabalho pró-crise, é o da criação de um confronto com o Congresso, que não terá resultados imediatos mas ajudará a alimentar a escandalização e o processo reiterado de deslegitimação da política.

Para o lugar de César Peluso, apostou-se em um ministro legalista, Teori Zavascki. Na sabatina no Senado, Teori defendeu que a prerrogativa de cassar parlamentares era do Parlamento. Ontem, eximiu-se de votar. Não se tratava de matéria ligada ao “mensalão”, mas de um tema constitucional. Mesmo assim, não quis entrar na fogueira.

Procuradoria Geral da República (PGR)

Há claramente um movimento de alimentar a mídia com vazamentos de inquéritos. O último foi esse do Marcos Valério ao Ministério Público Federal.

Sem direito à delação premiada, não haveria nenhum interesse de vazamento da parte de Valério e seu advogado. Todos os sinais apontam para a PGR. Nem a PGR nem Ministros do STF haviam aceitado o depoimento, por não verem valor nele. No entanto, permitiu-se o vazamento para posterior escandalização pela mídia.

Gurgel é o mais político dos Procuradores Gerais da história recente do país. A maneira como conquistou o apoio de Demóstenes Torres à sua indicação, as manobras no Senado, para evitar a indicação de um crítico ao Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), revelam um político habilidosíssimo, conhecedor dos meandros do poder em Brasília. E que tem uma noção do exercício do poder muito mais elaborada que a do Ministro da Justiça e da própria Presidente da República. Um craque!

Polícia Federal em São Paulo

Movimento semelhante. Vazam-se os e-mails particulares da secretária Rosemary Noronha. Mas mantém-se a sete chaves o relatório da Operação Castelo de Areia.

O jogo político

De 2005 para cá, muita água rolou. Inicialmente havia uma aliança mídia-PSDB. Agora, como se observa, um arco  mais amplo, com Ministros do STF, PGR e setores da PF. E muito bem articulado agora porque, pela primeira vez, a mídia acertou na veia. A vantagem de quem tem muito poder, aliás, é essa: pode se dar ao luxo de errar muitas vezes, até acertar o caminho.

Daqui para frente, o jogo está dado: um processo interminável de auto-alimentação de denúncias. Vaza-se um inquérito aqui, monta-se o show midiático, que leva a desdobramentos, a novos vazamentos, em uma cadeia interminável.

Essa estratégia poderia ter uma saída constitucional: mais uma vez “sangrar” e esperar as próximas eleições.

Dificilmente será bem sucedida no campo eleitoral. Mas, com ela, tenta-se abortar dois movimentos positivos do governo para 2014:
  1. É questão de tempo para as medidas econômicas adotadas nos últimos meses surtirem efeito. Hoje em dia, há certo mal-estar localizado por parte de grupos que tiveram suas margens afetadas pelas últimas medidas. Até 2014 haverá tempo de sobra para a economia se recuperar e esse mal-estar se diluir. Jogar contra a economia é uma faca de dois gumes: pode-se atrasar a recuperação mas pratica-se a política do “quanto pior melhor” que marcou pesadamente o PT do início dos anos 90. Em 2014, com um mínimo de recuperação da economia,  o governo Dilma estará montado em uma soma de realizações: os resultados do Brasil Sorridente, resultados palpáveis do PAC, os efeitos da nova política econômica, os avanços nas formas de gestão. Terá o que mostrar para os mais pobres e para os mais ricos.
  2. No campo político, a ampliação do arco de alianças do governo Dilma.
Há pouca fé na viabilidade da candidatura Aécio, principalmente se a economia reagir aos estímulos da política econômica. Além disso, a base da pirâmide já se mostrou pouco influenciada pelas campanhas midiáticas.

À medida que essa estratégia de desgaste se mostrar pouco eficaz no campo eleitoral, se sairá desses movimentos de aquecimento para o da luta aberta.

Próximos passos

Aí se entra em um campo delicado, o do confronto.

Ao mesmo tempo em que se fragilizou no campo jurídico, o “republicanismo” de Lula e Dilma minimizou o principal discurso legitimador de golpes: a tese do “contragolpe”. Na Argentina, massas de classe média estão mobilizadas contra Cristina Kirchner devido à imagem de “autoritária” que se pegou nela.

No Brasil, apesar de todos os esforços da mídia, a tese não pegou. Principalmente devido ao fato de que, quando o STF achou que tinha capturado o PT, já havia um novo em campo – de Dilma Rousseff, Fernando Haddad, Padilha – sem o viés aparelhista do PT original. E Dilma tem se revelado uma legalista até a raiz dos cabelos e o limite da prudência.

Aparentemente, não irá abrir mão do “republicanismo”, mas, de agora em diante, devidamente mitigado. E ela tem um conjunto de instrumentos à mão.
Por exemplo, dificilmente será indicado para a PGR alguém ligado ao grupo de Roberto Gurgel.

Espera-se que, nas próximas substituições do STF, busquem-se juristas com compromissos firmados e história de vida em defesa da democracia – e com notório saber, peloamordeDeus. De qualquer modo, o núcleo duro do STF ainda tem muitos anos de mandato pela frente.

Muito provavelmente, baixada a poeira, se providenciará um Ministro da Justiça mais dinâmico, com mais ascendência sobre a PF.

Do outro lado do tabuleiro, se aproveitará os efeitos do pibinho para iniciar o processo de desconstrução de Dilma.

Mas o próximo capítulo será o do confronto, que  ocorrerá quando toda essa teia que está sendo tecida chegar em Lula. E Lula facilitou o trabalho com esse inacreditável episódio Rosemary Noronha.

Esse momento exigirá bons estrategistas do lado do governo: como reagir, sem alimentar a tese do contragolpe. E exigirá também um material escasso no jogo político-midiático atual: moderadores, mediadores, na mídia, no Judiciário, no Congresso e no Executivo, que impeçam que se jogue mais gasolina na fogueira.

Fonte: http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/para-entender-o-xadrez-da-politica