O anúncio foi feito pelo ministro da Defesa, Celso Amorim, que
participou na manhã desta terça-feira, ao lado do vice-presidente da
República, Michel Temer, do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e
do chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência,
José Elito Carvalho Siqueira, de evento para divulgar balanço do Plano
Estratégico de Fronteiras (PEF) do Governo Federal.
Segundo Amorim, a megaoperação militar – que representará a sétima
edição da Operação Ágata, de combate a ilícitos na fronteira – deverá
mobilizar, pelo menos, o dobro de efetivos da Marinha, do Exército e da
Aeronáutica que costumam participar dessas ações. Nas seis edições
anteriores da Ágata, um total aproximado de 58 mil militares atuou nas
fronteiras, uma média de quase 10 mil por operação. Como a ação é feita a
partir de dados de inteligência, o período e os locais para onde serão
enviadas as tropas ainda não podem ser divulgados.
"Será um pouco antes da Copa das Confederações, com uma antecedência
que não interfira no fluxo de turistas que venham assistir ao torneio",
disse o ministro da Defesa, para quem a ação militar tem objetivo
essencialmente “dissuasório”. De acordo com Amorim, uma outra edição da
Operação Ágata – a oitava – deve acontecer também ao longo do segundo
semestre do ano que vem.
Plano Estratégico de Fronteiras
No evento de hoje, Amorim, Michel Temer e José Eduardo Cardozo
apresentaram os principais resultados do PEF, lançado em 2011 para
aumentar a presença do Estado brasileiro nas regiões de fronteira e
combater crimes transnacionais na divisa com dez países sul-americanos.
Na ocasião, Temer afirmou que, desde o início das operações, foi
possível descobrir as principais dificuldades de atuação nas áreas
abrangidas e aprimorar as ações de inteligência e a integração entre
militares das Forças Armadas e agentes dos órgãos de segurança pública.
“Os números são impressionantes”, destacou, referindo-se aos resultados
apresentados pela Operação Ágata, coordenada pelo Ministério da Defesa, e
pela Operação Sentinela, coordenada pelo Ministério da Justiça.
Em 18 meses, o Ministério da Defesa (MD) realizou seis edições da Ágata
perfazendo 24.782 quilômetros de fronteiras, superando o percurso
fronteiriço do Brasil com os vizinhos da América do Sul. Ao todo, as
operações geraram 319.635 vistorias de veículos, 222 inspeções de
aviões, quatro pistas clandestinas de pouso destruídas, apreensão de
19.892 quilos de explosivos e 11.801 quilos de entorpecentes. Além
disso, 5.681 embarcações foram vistoriadas e 498 delas foram
apreendidas. Além das ações de caráter preventivo, militares da Marinha,
do Exército e da Aeronáutica desenvolvem as chamadas ações
cívico-sociais (Acisos) nas fronteiras. Por meio delas, populações
carentes recebem atendimentos médicos e odontológicos e distribuição de
medicamentos. A ação conta com apoio do Ministério da Saúde. Em um ano e
meio, as Forças Armadas entregaram cerca de 200 mil remédios,
realizaram 29.482 atendimentos médicos e 18.304 odontológicos e 9 mil
vacinações.
Já a operação Sentinela, que envolve a atuação de agentes da Polícia
Federal, da Polícia Rodoviária Federal e da Força Nacional de Segurança
Pública, entre outros, resultou em apreensões de diferentes espécies:
350 toneladas de drogas, 9.545 veículos, 2.235 armas de fogo, 280.785
munições, 16.222.9936 pacotes de cigarro, 1.898.637 fármacos e R$
10.775.064 de dinheiro. A Sentinela gerou ainda a prisão de 20.737
pessoas em flagrante.
“O resultado tem sido positivo”, afirmou o ministro da Justiça, ao
divulgar o balanço. José Eduardo Cardozo disse ainda que novas ações
serão feitas, no âmbito de sua pasta, para complementar o trabalho
produzido pela Operação Sentinela. Segundo ele, até 2004, a Justiça
deverá investir R$ 53 milhões na construção de residências funcionais
para policiais federais e policiais rodoviários federais que atuam nas
fronteiras. Novas delegacias da Polícia Federal também estão em processo
de construção nesses locais.
Participaram também do evento de hoje, realizado na Vice-Presidência da
República, o chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas, general
José Carlos De Nardi, e o chefe de Operações Conjuntas do Ministério da
Defesa, brigadeiro Ricardo Machado Vieira.