5 de dezembro de 2012.
Por Daniel Merli
Da Carta Maior
Faltando
poucas semanas para o 1º turno das eleições municipais deste ano, os
olhos do país dividiram-se entre a complexa trama de Avenida Brasil e
outra, bem mais simples, do julgamento do “maior caso de corrupção” da
história do país. Ao contrário das nuances e dúvidas do roteiro de João
Emanuel Carneiro, os papéis de mocinho e bandido estavam bem mais
delineados na segunda trama.
De um lado o “herói de toga preta”(1) e
“menino pobre que mudou o Brasil” (2). De outro, o “chefe de quadrilha”
(3), obstinado a realizar um “golpe [por um] projeto de poder
quadrienalmente quadruplicado” (4). O desfecho apoteótico viria na
condenação que “lava a alma de todos os brasileiros vítimas dos
corruptos” (5), muda nossa história e permite que o Brasil volte “a
saber distinguir o certo do errado” (6).
Pois nos mesmos dias, do
desenrolar das tramas de Delúbio e Carminha, a poucos metros do STF, o
Congresso Nacional votava mais uma tentativa de acordo sobre o Código
Florestal. Por trás das cortinas, um enredo bem semelhante ao que
estaria sendo condenado exemplarmente do outro lado da rua. Dezenas de
parlamentares, que conquistaram o espaço de representação na Câmara dos
Deputados com apoio financeiro de empresas do agronegócio, propunham a
criação de diferentes tamanhos para as Áreas de Proteção Permanente
(APP) em beiras de rio. A medida, que reduziria as chamadas APPs
ripárias no Brasil e abriria espaço para o aumento da produção do
agronegócio acabou vetada pela presidenta Dilma Rousseff.
No caso
do “mensalão” mais famoso, o empresário Marcos Valério de Souza, dono
da agência de publicidade SMP&B, e os gestores do Banco Rural haviam
sido condenados por fazer transferências de recursos a partidos
políticos objetivando ganhos em decisões do governo. Também o empresário
Daniel Dantas agora está sendo julgado pelo mesmo caso. Como
responsável, na época, pelas empresas Brasil Telecom, Telemig Celular e
Amazônia Celular, Dantas teria contratado os serviços de publicidade da
SMP&B, para repassar recursos ao PT como forma de obter apoio do
governo federal (7).
E o que buscavam as empresas do agronegócio
que, em 2010, doaram dinheiro a campanhas de parlamentares que votariam o
Código Florestal em seus mandatos? E os parlamentares, neste caso, não
atuaram “emprestando apoio político” a quem os financiou?
Somente
o grupo JBS financiou, com mais de R$ 10 milhões, 38 dos deputados que
votaram pela redução das APPs de beira de rio, como exemplifica o livro
Partido da Terra, do jornalista Alceu Castilho (8). Mas não só a maior
empresa de processamento de carne do mundo buscou apoio parlamentar no
Congresso. Somente na lista das 10 maiores empresas do agronegócio em
2010, feita pela revista Exame (9), também a Bunge destinou R$ 1,1
milhão ao financiamento de deputados federais, assim como a CoperSucar,
com 450 mil. Quando ocorreu a campanha eleitoral, em 2010, já estava em
discussão no Congresso o novo Código Florestal.
Para evitar este e
outros tipos de "mensalões", organizações da sociedade civil defendem a
aprovação pelo Congresso Nacional de uma reforma política que proíba o
financiamento privado de campanhas eleitorais. É o que pede, por
exemplo, José Antonio Moroni, do Instituto de Estudos Socioeconômicos
(Inesc) (10). Ele é um dos coordenadores da Plataforma dos Movimentos
Sociais pela Reforma do Sistema Político que mantém uma lista de
abaixo-assinado na internet visando atingir 1,5 milhão de assinaturas
para embasar um Projeto de Lei (PL) de iniciativa popular (11).
Enquanto
isso, a votação do PL de reforma política proposto pelo deputado
Henrique Fontana (PT-RS), que inclui a proposta de financiamento público
integral, segue sendo obstruída. O relatório de Fontana (12) é
resultado do trabalho da Comissão Especial, criada em fevereiro de 2011,
que ouviu juristas e representantes dos movimentos sociais. O texto, no
entanto, não foi votado por obstrução. Entre outros fatores, pela
extinção do financiamento privado de campanha.
“O abuso do poder
econômico termina escolhendo candidatos muito mais pela capacidade de
arrecadação do que pelas ideias que eles defendem, criando uma
democracia de desiguais”, avalia o deputado Henrique Fontana (PT-RS), em
entrevista ao jornal Brasil de Fato (13). “O que corrige essas questões
é o financiamento público exclusivo, com teto de gastos e forte
diminuição dos custos de campanha”.
NOTAS:
1. Meme que circulou pelas redes sociais durante o julgamento.
2. Capa da edição 2.290 da revista Veja, de 10 de outubro de 2012.
3.
Termo usado pelo então deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) para
referir-se ao então ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu,
acusando-o de comandar a suposta operação de compra de votos no
Congresso.
4. Voto do ministro do STF Ayres Britto pela condenação dos réus José Dirceu e José Genoino
5. Capa da edição 2.291 da revista Veja, de 17 de outubro de 2012.
6. Capa da edição 2.285 da revista Veja, de 5 de setembro de 2012.
7.
“Dantas tenta impedir transferência para SP investigação sobre relação
com Valério”, reportagem do repórter Flávio Ferreira no jornal Folha de
S. Paulo, edição de 2/11/2012.
8. Partido da Terra, Editora Contexto, 2012,
9. “As 10 maiores empresas do agronegócio no Brasil", revista Exame, set/2010.
10. “Reforma política para acabarmos com escândalos como Mensalão”, entrevista de José Antonio Moroni ao site do Inesc.
(11) http://www.reformapolitica.org.br/
(12) A íntegra do relatório pode ser acessada aqui
(13)
Organizações querem impulsionar mudança no sistema político, reportagem
da edição nº 504 do jornal Brasil de Fato, de 25 a 31 de outubro -
disponível aqui
Esta notícia foi publicada originalmente em:
http://www.mst.org.br/O-mensalao-ruralista-a-compra-de-voto-pelas-empresas-do-agronegocio
sábado, 5 de janeiro de 2013
JP plantão. Pesquisador cria software para simular o impacto da elevação do nível do mar em São Luís.
O maranhense Denilson da Silva Bezerra
apresentou, nesta sexta-feira (4), ao vice-governador, Washington Luiz
Oliveira, uma ferramenta computacional para simular o impacto da
elevação do nível do mar em São Luís. O software, que é fruto da tese de
doutorado no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE),
constitui-se em uma plataforma digital pública para subsidiar na
elaboração de políticas públicas.
"Desenvolvi um modelo aplicado para minha terra. Quero retribuir ao meu
estado todo investimento em minha formação acadêmica", afirmou o
pesquisador. Denilson é graduado em Ciências Aquáticas e mestre em
Ciências da Saúde pela Universidade Federal do Maranhão, e especialista
pela Universidade Estadual do Maranhão.
Ele explicou que a plataforma computacional permite aos gestores
públicos a identificação dos impactos da elevação do nível do mar em São
Luís nos próximos anos, verificando índices de consumo de água,
crescimento populacional, impacto de obras, áreas degradadas, entre
outros.
"O foco é perceber como
Manguezal vai responder à elevação do nível do mar, tendo em vista que a
segunda maior concentração de mangue está no Maranhão", acrescentou,
destacando que São Luís será a primeira capital brasileira a utilizar o
software.
Após a apresentação do
projeto, o vice-governador destacou a importância da ferramenta para
fortalecer as ações e programas estratégicos do Governo do Maranhão.
"Essa ferramenta deverá ser apresentada na reunião do Conselho de Gestão
Estratégica das Políticas Públicas de Governo (Congep), para que todos
os secretários possam conhecer o programa e perceber aplicabilidade nas
políticas públicas desenvolvidas pelo governo", ressaltou Washington
Luiz.
NOTÍCIA RELACIONADA:
http://maranauta.blogspot.com.br/2013/01/software-de-maranhense-simula-impacto.html
NOTÍCIA RELACIONADA:
http://maranauta.blogspot.com.br/2013/01/software-de-maranhense-simula-impacto.html
Esta notícia foi publicada originalmente em:
http://jornalpequeno.com.br/2013/1/4/pesquisador-cria-software-para-simular-o-impacto-da-elevacao-do-nivel-do-mar-em-241099.htm
Estupro, não! Na Índia, a guerra entre o velho e o novo.
A morte de uma jovem
barbaramente violentada e espancada por seis homens demonstra que
modernidade e progresso pouco ou nada significam sem justiça e igualdade
de direitos para as mulheres.
2 de Janeiro de 2013 às 17:22.
Em
Nova Déli, manifestantes gritam palavras de ordem enquanto a polícia
usa canhões de água para conter a multidão.
As forças da ordem usaram
também bastões e bombas de gás lacrimogênio.
Por Luis Pellegrini.
Quando cheguei a Nova Déli pela primeira vez, no ano de 1970, viajava sozinho e fiquei hospedado na ala mais modesta e barata da YMCA local, a Associação Cristã de Moços, situada na Jai Singh Road, perto da célebre Conaught Place, coração da capital indiana. À noite, homens batiam na porta do meu quarto. Queriam trocar rúpias por dólares no câmbio negro, ou vender tijolinhos de hashish, a maconha local. Susan, uma americana ligeiramente gorda que conheci no avião, também se hospedou lá. Contou-me que esses mesmos homens também batiam à sua porta, com os mesmos objetivos, e um a mais: queriam sexo. A chateação só parou quando decidimos colar nas portas dos nossos quartos mensagens em letras garrafais, em inglês, avisando que chamaríamos a polícia se continuássemos a ser importunados.
Fui à Índia várias vezes desde então e, tanto na capital quanto em outros lugares, testemunhei inúmeros episódios de violência insana. Desde a de um carroceiro que literalmente matou seu cavalo a pauladas na minha frente, no meio da rua porque o animal, esquelético e doente, empacou recusando-se a continuar puxando a carroça, até uma briga furiosa entre dois motoristas de taxi, ambos da religião sikh (aqueles homens que não cortam a barba e os cabelos, prendendo-os com turbantes). Em plena Conaught Place, eles se esmurravam pra valer e uma pequena multidão formara um círculo ao redor deles para apreciar o espetáculo. Parecia uma rinha de galos e ninguém interferia para apartá-los. Ao vê-los, ambos sangrando, pensei que a sagrada ahimsa, a doutrina da não-violência, uma das bases da religião hinduísta, bem como o pacifismo de Gandhi, só poderiam ter sido criados para contrabalançar a brutalidade e a truculência que existem e permanecem, como demônios sorrateiros, por detrás da luminosa espiritualidade indiana.
Em Mumbai, policiais reprimem a golpes de bastão um grupo de manifestantes que protestam contra os crimes de estupro no país |
Não me surpreendeu, assim sendo, a recente notícia de que mais um estupro, desta vez praticado por vários homens, levou à morte uma moça na capital, Nova Déli. Violência de homens contra mulheres, na Índia, está sempre na ordem do dia, e raramente os culpados são denunciados, presos e punidos. Mas fiquei muito surpreso com a impressionante reação popular que esse enésimo estupro provocou.
Os protestos começaram quase imediatamente, e não se limitaram à capital, alastrando-se por quase todo o território nacional. Milhões saíram às ruas, aos gritos - homens e mulheres juntos - carregando faixas e cartazes exigindo imediatas providências por parte das autoridades. Faixas e cartazes cujos dizeres – pode-se ver nas fotos – estão cheios da mesma violência: “Torturem e matem os estupradores”, “Sem piedade! Enforquem esses homens”, “Matem esses bastardos. Queremos justiça!”
'Sem piedade! Enforquem os estupradores', diz a inscrição no casquete dessa jovem indiana. Raramente o país testem unhou uma onda tão forte de protestos como esta |
Essa raiva há muito estava reprimida nas gargantas dos indianos, sobretudo na das mulheres indianas. Até agora, eles assistiam aparentemente impassíveis às impressionantes estatísticas da violência contra mulheres em seu país.
Em 2012, mais de 635 casos de estupros foram denunciados apenas em Nova Déli. Quantos estupradores foram condenados? Apenas um foi preso e continua na cadeia! É preciso notar que Déli é uma cidade orgulhosa, ponta de lança da Índia moderna, a Índia gigante que, como o Brasil, a China e a Rússia, faz parte do Bric. O que estará acontecendo então no antigo país asiático? Para Jason Burke, correspondente do jornal britânico The Guardian, no mix composto de raiva, sentimentalismo e negação da realidade característico da cultura indiana, um fenômeno importante está ocorrendo: o choque entre o novo e o velho modelo de civilização.
A nova Índia tenta vender ao mundo a imagem de nação moderna e tecnológica. Mas a mensagem com frequência surge manchada pela atitude retrógrada em relação às mulheres e às castas sociais menos favorecidas pela sorte. Tal incoerência continua a se manifestar, numa miríade de situações. Por exemplo: por que a jovem vítima do estupro foi levada às pressas para Singapura? É incompreensível, quando se sabe que a Índia possui alguns dos melhores hospitais do mundo.
As clínicas de Chennai estão repletas inclusive de europeus e norte-americanos que para lá se dirigem em busca de cura para seus problemas de quadris e de joelhos. Por que remover para outro país, tão distante, uma paciente com órgãos já em processo de falência, traumatismo craniano, que já sofrera uma parada cardíaca e que tivera parte de seus intestinos removidos por causa dos ferimentos que lhe foram infligidos com o uso de uma barra de ferro?
Estudantes indianas protestam em Allahabad contra a prática do estupro em seu país, um crime raramente punido pelas autoridades |
Quando falamos de estupro, não estamos falando de sexo. Estamos falando de poder. De poder obtido a partir da tortura e da brutalidade. Subitamente liberados dos pruridos machistas que sempre os caracterizaram, os jornais indianos não mais escondem a terrível sucessão de casos de violência contra mulheres no país. Há poucos dias, uma garota de dois anos de idade foi violentada à morte na província de Gujarat. Ao mesmo tempo, a vítima de outra gangue de estupradores cometeu suicídio. Sua opção, oferecida por um juiz local, estava entre retirar a queixa-crime ou casar com um dos que a violentaram.
Como no Brasil e na maioria dos países, violência, sexo e poder, na Índia, constituem um trio de antiga tradição.Suzanna Arundhati Roy, importante escritora, novelista e ativista antiglobalização indiana, tem se pronunciado sobre como as forças armadas de seu país usam o estupro como arma nas províncias rebeldes do Kashmir e em Manipur. É comum a polícia e muitos homens pertencentes às castas mais elevadas fazerem o mesmo. Apesar de a moça violentada pela gangue dos seis não pertencer à casta dos dalit - os intocáveis. Para as mulheres dalit, o estupro é coisa do mais corriqueiro quotidiano; onde não existem banheiros, as mulheres são violentadas nos bosques.
Dia e noite os manifestantes encheram as ruas das cidades indianas pedindo justiça e o término da política da impunidade em seu país |
A jornalista Suzanne Moore, do The Guardian, arguta conhecedora da Índia, comenta que hoje nem sequer as mulheres indianas da classe média estão a salvo de ataques: “Elas não podem sair às ruas depois do anoitecer. Uma delas me disse que a situação está pior do que na Arábia Saudita. Ninguém confia na polícia. Uma mulher violentada tem de passar pelo “teste do dedo”, no qual um médico determina se a sua vagina está ‘acostumada a ter relações sexuais’. É bem compreensível a ira acumulada das mulheres indianas em relação a tais situações.
O corpo da jovem estuprada foi trazido de Singapura durante a noite e cremado na madrugada, cercado da maior segurança para evitar mais protestos. Ela não foi levada para sua aldeia natal, como manda a tradição. Por causa disso, sua mãe teve um colapso. O nome da jovem não foi divulgado. Ela permanece não identificada. Ser estuprada, na Índia, ainda é considerada uma coisa vergonhosa.
A reação do governo até agora tem sido pífia. Apesar de acuadas pelas manifestações populares, as autoridades parecem não saber o que fazer. Os editorialistas mais importantes do país comentam que o grande temor dos políticos é que toda essa massa jovem – bem educada e composta igualmente por mulheres e por homens – que protesta nas ruas se parece muito com aquela outra massa, a da Primavera Árabe, que também saiu às ruas, exigiu mudanças e derrubou governos...
A jovem anônima estuprada até a morte virou cinzas na calada da noite. Mas sua pira funerária continuará a arder.
A FAVELA DOS ESTUPRADORES
Os jornalistas indianos Amol Sharma e Krishna Pokharel visitaram em Nova Déli a favela Ravi Dass Camp, onde moravam quatro dos seis estupradores que compunham a gangue. O relato que escreveram dispensa comentários.
Por: Amol Sharma e Krishna Pokharel/The Wall Street Journal.
A favela Ravi Dass Camp, bairro paupérrimo na periferia de Nova Déli, é um labirinto de ruelas estreitas, esgotos a céu aberto, e casinhas de madeira, zinco, barro e tijolos cor de caramelo. Roupas são penduradas para secar nos cabos e fios elétricos suspensos logo acima dos tetos de metal ondulado.
É uma típica favela do Terceiro Mundo, na qual os moradores dizem tentar viver de forma honesta, fazendo tudo que aparece para ganhar algum dinheiro, de diaristas na construção civil a condutores de riquixás, ou faxineiros nas casas.
Agora, Ravi Dass Camp tem de enfrentar uma fama inesperada e não desejada: ela é o lar de quatro dos seis homens acusados de estuprar, a 16 de dezembro, uma jovem estudante de 23 anos. O crime ocorreu a bordo de um ônibus. Os estragos provocados pelos violentadores no corpo da vítima foram tamanhos que ela não resistiu, vindo a morrer no sábado 29 de dezembro.
Parentes e vizinhos dos supostos violentadores dizem que eles estão tristes, revoltados e envergonhados pelo que aconteceu. “A reputação da nossa comunidade foi manchada”, diz a senhora Asha, que atende por apenas esse nome.
Asha é parente de dois dos acusados: o motorista do ônibus Ram Singh e seu irmão Mukesh Singh. Seu marido, Raju, é cunhado dos dois e eles moram na casa ao lado da dos irmãos Singh e família há muitos anos.
Ela conta que Ram e Mukesh deixaram sua aldeia natal no Rajastão e se mudaram para Nova Déli no começo dos anos 1990. Eram ainda meninos quando abandonaram a escola para ajudar os parentes mais velhos na construção de estradas e de casas. Mais tarde, os irmãos tornaram-se motoristas.
Ambos estão presos incomunicáveis, e não podem ser visitados, nem sequer pelos advogados que os representam.
Dizem os moradores que Ram se apaixonou pela esposa de um homem da vizinhança. A mulher abandonou marido e três filhos para viver com ele num outro bairro afastado de Déli.
Então, há cerca de três anos, a mulher morreu. Os moradores dizem acreditar que ela morreu de doença, mas não estão certos disso. Ram Singh voltou a viver com seus parentes na favela Ravi Dass Camp.
Alguns vizinhos dizem que ele voltou mudado, mais distante e deprimido. Logo depois, dizem, sofreu um acidente rodoviário e foi hospitalizado.
Vizinhos descrevem Ram e Mukesh como rapazes briguentos e encrenqueiros, amantes da bebida, que às vezes promoviam algazarras noturnas perturbando o sossego das pessoas.
“Bebiam muito e faziam barulho, apesar dos nossos protestos”, conta Bhola Prasad, 60, vizinho de parede-meia com a casa de Ram e Mukesh. “Costumavam beber quando dirigiam os veículos, antes de dirigir, e quando voltavam para casa – em toda a parte”, diz a senhora Asha.
A jovem irmã de Kalu Pawan, um dos quatro estupradores residentes na favela Ram Dass Camp, cobre o próprio rosto diante da porta da casa da família |
No sábado, o casebre de Ram e Mukesh estava vazio. Um limão e um maço de pimentas vermelhas estavam pendurados na porta para evitar o mau olhado. Os parentes dos irmãos abandonaram suas casas e foram se instalar bem longe, informam os vizinhos.
A polícia contou que Ram Singh confessou, durante o interrogatório, ter cometido o crime durante uma viagem noturna no ônibus que ele próprio dirigia.
Entre os demais acusados estão mais dois moradores da Ravi Dass Camp: o vendedor de frutas Pawan Gupta e Vinay Sharma, um instrutor de ginástica que trabalha numa academia nas proximidades. Ambos estão no final da adolescência, informa a polícia. Eles raramente se encontram com os irmãos Singh, mas decidiram se juntar a eles nas brutalidades no interior do ônibus contra uma jovem e seu namorado, que resultaram na morte dela.
Os familiares de Gupta e Sharma também não puderam ser encontrados.
O quinto acusado, já no cárcere, é Akshay Kumar Singh, de 28 anos, originário da província de Bihar. Ele trabalhava como faxineiro de ônibus em Nova Déli e era amigo dos irmãos Singh.
A polícia informa que também participou do crime um menor de idade, originário da província de Uttar Pradesh, nas proximidades de Déli. Ele também trabalhava como faxineiro de ônibus na capital. As autoridades decidiram não revelar a identidade desse sexto membro envolvido com o crime.
Vários moradores da favela Ravi Dass Camp dizem estar chocados com o estupro da jovem. “Por favor, digam ao mundo que estamos igualmente tristes e solidários com a moça e sua família”, disse uma vizinha dor irmãos Singh.
Esta notícia foi publicada originalmente em:
http://www.brasil247.com/pt/247/revista_oasis/89507/Estupro-nao!-Na-India-a-guerra-entre-o-velho-e-o-novo.htm
sexta-feira, 4 de janeiro de 2013
Suicídio. Jovem apaixonado se enforca no Monte Castelo
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Foto Ilustrastiva 2013 |
O jovem Felipe Crateous Aragão, 16 anos, recorreu ao suicídio por
enforcamento durante a madrugada desta sexta-feira (4), no interior de
sua residência localizada na Travessa Furtuna, Nº 1, Monte Castelo, em
São Luís.
De acordo com as primeiras informações, Felipe teria sido encontrado
já sem vida e pendurado por uma corda, dentro do seu quarto, ao seu lado
havia uma carta de amor de três metros de comprimento.
Felipe e sua amada teriam rompido o relacionamento recentemente.
O que deve tê-lo levado ao ato tresloucado.
O corpo deu entrada e foi liberado no IML ainda durante madrugada.
Leia notícia relacionada:
http://maranauta.blogspot.com.br/2012/08/suicidio-garota-se-mata-apos-receber-um.html
http://maranauta.blogspot.com.br/2012/08/suicidio-garota-se-mata-apos-receber-um.html
Esta notícia foi publicada originalmente em:
http://www.gazetadailha.com.br/2013/01/04/jovem-apaixonado-da-cabo-a-propria-vida-no-monte-castelo/
http://www.gazetadailha.com.br/2013/01/04/jovem-apaixonado-da-cabo-a-propria-vida-no-monte-castelo/
Software de maranhense simula impacto da elevação do mar.
O software é fruto da tese de doutorado de Denilson da Silva Bezerra.
Foto: Divulgação/Vice-governadoria |
SÃO LUÍS - O maranhense Denilson da Silva Bezerra apresentou, nesta
sexta-feira (4), ao vice-governador, Washington Luiz Oliveira, uma
ferramenta computacional para simular o impacto da elevação do nível do
mar em São Luís.
O software, que é fruto da tese de doutorado no
Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), constitui-se em uma
plataforma digital pública para subsidiar na elaboração de políticas
públicas.
"Desenvolvi um
modelo aplicado para minha terra. Quero retribuir ao meu estado todo
investimento em minha formação acadêmica", afirmou o pesquisador.
Denilson é graduado em Ciências Aquáticas e mestre em Ciências da Saúde
pela Universidade Federal do Maranhão (UFMA), e especialista pela
Universidade Estadual do Maranhão (Uema).
Ele
explicou que a plataforma computacional permite aos gestores públicos a
identificação dos impactos da elevação do nível do mar em São Luís nos
próximos anos, verificando índices de consumo de água, crescimento
populacional, impacto de obras, áreas degradadas, entre outros.
"O
foco é perceber como Manguezal vai responder à elevação do nível do
mar, tendo em vista que a segunda maior concentração de mangue está no
Maranhão", acrescentou, destacando que São Luís será a primeira capital
brasileira a utilizar o software.
Após
a apresentação do projeto, o vice-governador destacou a importância da
ferramenta para fortalecer as ações e programas estratégicos do Governo
do Maranhão. "Essa ferramenta deverá ser apresentada na reunião do
Conselho de Gestão Estratégica das Políticas Públicas de Governo
(Congep), para que todos os secretários possam conhecer o programa e
perceber aplicabilidade nas políticas públicas desenvolvidas pelo
governo", ressaltou Washington Luiz.
Sobreviventes do 4 de Janeiro, (Genocídio de 10 Mil Angolanos pelas Tropas Coloniais Portuguesas), defendem políticas que dignificam as vítimas.
massacre da Baixa de Cassanje. |
Angola (Malanje) - O presidente da
associação nacional 4 de Janeiro, Joveta Nzage, defendeu nesta
quinta-feira, em nome dos sobreviventes da efeméride, a necessidade de
se implementar políticas concretas, que dignifiquem o heroísmo das
vítimas desse massacre ocorrido em 1961 contra os camponeses angolanos na região da Baixa de Kassanje.
De
acordo com o responsável que se pronunciava a propósito do dia do
massacre da Baixa de Kassanje, a assinalar-se hoje, sexta-feira, essa
dignidade passa pela construção de um memorial e várias infra-estruturas
socioeconómicas na região de Teka dya Kinda(município
do Quela), local onde se encontram sepultados em vala comum, milhares
de cidadãos mortos na sequência da chacina perpetrada pelos
colonialistas portugueses.
Entretanto,
Joveta Nzage advoga igualmente maior divulgação dos actos que
originaram o massacre da Baixa de Cassanje, consubstanciados na
reivindicação da mão de obra barata e abolição do trabalho forçado,
através da inserção de conteúdos no curriculum escolar de vários níveis
de ensino.
O
presidente da associação 4 de Janeiro, é ainda de opinião que a data
seja reinserida no leque de feriados nacionais, devido a sua importância
histórica para a nação angolana.
O
4 de Janeiro de 1961, marca um acontecimento histórico, quando mais de
dez mil camponeses da ex-companhia de Algodão de Angola (Cotonang),
foram barbaramente assassinados pelo exército colonial português, por
exigirem os seus direitos como trabalhadores, a isenção de pagamentos de imposto e a abolição do trabalho forçado.
O
acontecimento estendeu-se aos municípios do Quela, Kunda-dia-base e
Kiwaba Zonje, na província de Malanje e Xá-muteba, Kapenda Kamulemba e
Cubalo (Lunda Norte), que compreendem a região da Baixa de Kassanje.
LEIA MAIS:
ONU apenas joga papel de facilitador no caso Baixa de Kassanje.
quinta-feira, 3 de janeiro de 2013
vc repórter: internauta antecipa em 16 dias, que ganhador da Mega-Sena seria da Cidade de Aparecida de Goiânia - GO.
Internauta publicou 16 dias antes de sorteio que vencedor seria de Aparecida de Goiânia - GO. |
"Eu não deveria estar falando isso aqui. Mas meu tio é um dos diretores responsáveis pela 'Mega da Virada'. Ele me afirmou que, neste ano, o ganhador vai ser da cidade de Aparecida de Goiânia. Podem printar', escreveu o internauta anônimo em um fórum na rede social, em mensagem publicada no dia 15 de dezembro. Na tarde desta quinta-feira, o post foi apagado do fórum no Orkut.
Conforme previa o internauta, uma das apostas vencedoras foi feita no município de Aparecida de Goiânia. Os outros dois premiados são das cidades de Franca e São Paulo. Os números sorteados foram 33-14-52-36-32-41. O prêmio total de R$ 244,7 milhões foi o maior já pago pelas loterias Caixa em 50 anos. No total, foram vendidos 85 milhões de bilhetes, e arrecadados R$ 640,5 milhões.
Caixa descarta fraude
Em nota, a Caixa negou qualquer possibilidade de fraude no sorteio, e afirmou que "todos os processos de sorteio e apuração das Loterias Federais passam por recorrentes verificações de órgãos de controle interno e externo, como o Tribunal de Contas da União (TCU), e a Controladoria Geral da União (CGU)".
A Caixa afirma ainda manter um processo rigoroso de captação e processamento das apostas que impossibilita a adulteração de dados, e impede inserção de novas apostas após o início do sorteio. Os apostadores premiados são identificados, e seus dados são repassados à Receita Federal.
"Os sorteios das Loterias Federais são realizados em lugares abertos, com a presença e participação da população local e de órgãos de imprensa, que podem verificar e atestar a transparência e lisura de todos os processos envolvidos", garante.
Os apostadores que recebem um prêmio das Loterias Federais nas agências da Caixa são identificados. Dados como nome, CPF e número de identidade são registrados e, posteriormente, são repassados à Receita Federal, ficando assim, à disposição dos órgãos públicos competentes.
"O ganhador tem o direito, por questões relativas à sua segurança e de seus familiares, de não ter seu nome e sua imagem divulgados ao público em geral. Porém, a Caixa sempre que instada a fazê-lo por órgãos que constitucionalmente detenham essa competência, disponibiliza essa informação", afirma a nota.
A Caixa ressalta ainda que "é aliada e parceira do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF) na prevenção ao crime de lavagem de dinheiro e se submete às suas determinações, enviando, rotineiramente, informações sobre os pagamentos de prêmios e obedecendo a parâmetros definidos por aquele Órgão".
O internauta Felipe J., de Cariacica (ES), participou do vc repórter, canal de jornalismo participativo do Terra. Se você também quiser mandar fotos, textos ou vídeos, clique aqui.
Fonte; http://noticias.terra.com.br/loterias/interna/0,,OI6418351-EI189,00-vc+reporter+internauta+antecipa+que+ganhador+da+MegaSena+seria+de+GO.html
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