Monica Yanakiew - Correspondente da Agência Brasil/EBC.
La Plata – Victoria Blasetti estava assistindo televisão com o marido
na noite de terça-feira (2) quando a água começou a entrar em sua casa
em La Plata - cidade argentina a 50 quilômetros da capital, Buenos
Aires. “Em questão de minutos, a água subiu 80 centímetros, derrubando
móveis e duas geladeiras”, contou Victoria à Agência Brasil,
no dia seguinte. “Em 70 anos de vida, já vi muita tempestade, mas
nenhuma igual a essa. Em poucas horas, La Plata estava inundada”.
Era a segunda tragédia em dois dias: na segunda-feira (1º) à noite, uma
forte chuva inundou 11 bairros de Buenos Aires, provocando a morte de
oito pessoas. Até a madrugada de hoje (4), as autoridades tinham
registrado 48 mortes em La Plata e identificado 24 corpos. Todos eram
maiores de 50 anos, com exceção de um jovem de 21 anos.
A presidenta Cristina Kirchner decretou luto oficial até sexta-feira (5), e o Papa Francisco enviou mensagem de solidariedade aos seus compatriotas. Ele disse estar "profundamente aflito com a notícia dos graves danos causados pela chuva torrencial dos últimos dias”, que resultou na morte de 56 pessoas, e pediu “boa vontade” e caridade com as vítimas.
A presidenta Cristina Kirchner decretou luto oficial até sexta-feira (5), e o Papa Francisco enviou mensagem de solidariedade aos seus compatriotas. Ele disse estar "profundamente aflito com a notícia dos graves danos causados pela chuva torrencial dos últimos dias”, que resultou na morte de 56 pessoas, e pediu “boa vontade” e caridade com as vítimas.
As duas tempestades surpreenderam as autoridades pelo volume de água em
pouco tempo.
Quase 3 mil pessoas foram retiradas de La Plata, mas muitas tiveram que passar a noite nos telhados e nas árvores, até serem resgatadas no dia seguinte: a forte chuva dificultou o trabalho da Defesa Civil, que não podia usar helicópteros nas primeiras horas e só podia socorrer as vítimas com botes.
Em alguns casos, o socorro chegou tarde.
Quase 3 mil pessoas foram retiradas de La Plata, mas muitas tiveram que passar a noite nos telhados e nas árvores, até serem resgatadas no dia seguinte: a forte chuva dificultou o trabalho da Defesa Civil, que não podia usar helicópteros nas primeiras horas e só podia socorrer as vítimas com botes.
Em alguns casos, o socorro chegou tarde.
À medida que as águas começaram a baixar, nessa quarta-feira (3), a
Defesa Civil encontrava mais corpos – muitos deles dentro das casas e
dos carros. O governador da província de Buenos Aires, Daniel Scioli,
anunciou, de manhã, que havia “pelo menos 25 mortos” na “tragédia sem
precedentes”. À noite, o número havia praticamente duplicado: as
autoridades confirmaram 48 mortes, mas avisaram que as buscas
continuam.
“O estranho é que as duas tempestades pegaram todos de surpresa. Como é
que o serviço meteorológico foi incapaz de antecipar o diluvio aqui em
La Plata, depois da tragédia que acabava de ocorrer em Buenos Aires?”,
perguntou o arquiteto Alberto Frankevich, morador do bairro de Tolosa –
um dos mais afetados pela enchente. Ele vive a poucos quarteirões de
Ofélia Wilhelm, mãe de Cristina Kirchner que, segundo a presidenta,
também ficou sem gás, sem luz e água.
Cristina visitou La Plata na tarde dessa quarta-feira (3) e prometeu
ajuda para reforçar a segurança e evitar saques aos supermercados. Cerca
de 400 policiais foram destacados para patrulhar as ruas. Em Buenos
Aires, a situação é mais tranquila, mas 11 bairros continuam sem luz e
mais de 300 mil pessoas foram afetadas pela chuva.
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Materia publicada em: http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2013-04-04/enchentes-na-argentina-deixam-pelo-menos-56-mortos-governo-decreta-luto-oficial