sexta-feira, 13 de junho de 2014

Casa da Rússia no Rio está pronta para receber brasileiros e estrangeiros.

Alana Gandra - Repórter da Agência BrasilEdição: Nádia Franco.
 
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O governo da Rússia inaugura nesta sexta-feira (13) um espaço no Museu de Arte Moderna (MAM) do Rio de Janeiro com o objetivo de divulgar entre os brasileiros aspectos culturais e oferecer produtos típicos do país, que será sede da próxima Copa do Mundo, em 2018. A Casa da Rússia abrirá as portas ao público no sábado (14), ao meio-dia, e permanecerá em funcionamento até 13 de julho, data de encerramento do Mundial.

A coordenadora do comitê organizador da Casa da Rússia, Helena Korpusnko, informou que, no espaço montado do MAM foram instalados telões que vão transmitir, em tempo real, todos os jogos da Copa – “e não só os da Rússia”. Helena disse que a iniciativa tem também o objetivo de “falar um pouco da cultura russa, apresentar a comida e a bebida do país, falar das personalidades do esporte". O espaço está pronto para receber torcedores e turistas brasileiros e estrangeiros, informou Helena à Agência Brasil.
Para amanhã, está prevista palestra do ministro do Esporte da Federação Russa, Vitaly Mutko, que apresentará os planos do país para o Mundial de 2018. O horário, porém, ainda não foi definido. E, da mesma forma, ainda não está fechada a programação sobre o futebol russo e a troca de experiências entre o Brasil e a Rússia no campo esportivo.
Segundo Helena, uma réplica da estátua do atleta Lev Tashin, considerado o melhor goleiro da seleção russa de todos os tempos, que está instalada em Moscou, será doada à direção do MAM durante o evento. A estátua já está no Rio de Janeiro. A Casa da Rússia apresentará também uma exposição com fotos do futebol russo e jogos interativos sobre a Copa.
O público que comparecer ao local poderá ainda degustar pratos típicos especiais da culinária russa – alguns deles serão preparados pelo chef russo Syrnikov, que chegará ao Rio no dia 20 deste mês. O cardápio inclui o estrogonofe tradicional, preparado com purê de batata, em vez de arroz; blini, uma espécie de panqueca, e pirozhki, um pastel que pode ter recheios doces e salgados. Outro menu será assinado pelo chef brasileiro Ricardo Lapeyre. Serão servidos diariamente dois tipos de cardápio, das 12h às 22h.

No espaço de 1.200 metros quadrados da Casa da Rússia, haverá uma área aberta para todos os visitantes e uma área VIP (do inglês very important person, pessoa muito importante).
A carta de bebidas inclui a vodca Tsarskaya, considerada uma das melhores do mundo, com a qual serão feitos drinques variados, e a cerveja Baltica, uma das melhores da Rússia. As bebidas poderão ser degustadas diariamente, até a meia-noite, quando se encerrarão as atividades diárias na Casa da Rússia. Produtos típicos do país, como as matryoshkas, (série de bonecas que são colocadas umas dentro das outras) estarão à venda no local, além de bebidas, camisetas, bonés e canecas.
DJs russos, como Anja Womso, residente em Londres, e KTO, que tocou na abertura e no encerramento das Olimpíadas de Inverno de Sochi, garantirão o som durante todos os dias da Copa.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, deverá visitar o espaço no final do Mundial, em julho, informou Helena. O ambiente promete ainda outras atrações para os visitantes, como um carnaval e uma festa junina ao estilo russo.
 

quarta-feira, 11 de junho de 2014

Secretária Marcia Rollemberg representará o MinC na Reunião da UNASUR no SURINAME.

10/6/2014
A secretária da Cidadania e da Diversidade Cultural, Márcia Rollemberg, representará a ministra da Cultura, Marta Suplicy, na II Reunião de Ministros de Cultura da UNASUL (União das Nações Sul-Americanas), que será realizada nos dias 12 e 13 de junho, em Paramaribo, no Suriname. Ela viaja acompanhada do coordenador-geral de Relações Multilaterais do Ministério da Cultura, Eduardo Coelho.

É um encontro de trabalho que irá tratar sobre a destinação dos recursos do Fundo de Iniciativas Comuns; aprovar o texto da Declaração de Prevenção ao Tráfico Ilícito de Bens Culturais e lançar uma série de novos projetos na área cultural, entre eles o ‘Expresso Sul', que trabalha com a produção de programas audiovisuais sobre festas nacionais e é coordenado pela Colômbia.
Os ministros vão discutir, também, as propostas e estratégias da Cultura na região e as formas de integração com os ‘Objetivos do Milênio', traçados pela ONU (Organização das Nações Unidas), além de aprovar o Plano de Ação do Conselho de Ministros de Cultura da UNASUL para 2014/2015 e apresentar o relatório do biênio anterior.  
O Conselho de Cultura da UNASUL é composto por ministros de 12 países sul-americanos (Argentina, Brasil, Bolívia, Chile, Colômbia, Equador, Guiana, Paraguai, Peru, Suriname, Uruguai e Venezuela).
A UNASUL foi criada oficialmente em maio de 2008, com o propósito de construir um espaço de articulação entre os povos da América do Sul nas áreas social, econômica, política e cultural. Busca a manutenção da paz e da segurança na região e prioriza a inclusão social e a participação cidadã como instrumentos de fortalecimento da democracia e da soberania e independência dos Estados. O Suriname é o atual país sede da Secretaria-Geral  ProTempore  da organização.
(Texto: Patrícia Saldanha, SCDC/MinC)

domingo, 8 de junho de 2014

Brasil - A reação antidemocrática da direita à participação popular.


A tradicional – e secular – contradição entre democracia representativa e participativa reapareceu, com força, no cenário político desde a publicação, no Diário Oficial da União (em 26 de maio) do decreto nº 8243, que institui a Política Nacional de Participação Social – PNPS – e o Sistema Nacional de Participação Social – SNPS.

A reação da direita e dos conservadores ao decreto 8243 expôs uma questão mais profunda a respeito da organização do Estado democrático moderno – o problema mais geral do exercício da soberania.

O parágrafo único do artigo 1º da Constituição de 1988 diz, sem ambiguidade: “Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição”. Isto é, o soberano é o povo, que exerce o poder através de representes eleitos ou diretamente.

Esta determinação constitucional democrática provoca alergia nos setores mais conservadores e isso pode ser observado na reação provocada pelo decreto 8243. Os conservadores colocam o limite da soberania popular na cabine do voto, onde seria transferida aos representantes eleitos. Afinal, quem governa é a classe dominante através dos “representantes do povo”. Para ela, o exercício da soberania popular representa um perigo não só em relação ao direito de propriedade – o dogma fundamental do Estado burguês – mas em relação a todos os atos de governo.

A absurda reação contra o decreto é uma demonstração desse temor e revela uma concepção limitada e restritiva de democracia. Os conservadores pretendem manter o sistema político sob seu controle estrito e repetem sucessivas tentativas de limitar qualquer participação popular mais ampla.

Na reação contra a ampliação da participação popular vale tudo, inclusive a má-fé. Um analista da direita chegou ao absurdo de ver o Brasil em situação semelhante à da Rússia às vésperas da Revolução de 1917! Outro enxergou no decreto a “instalação da ditadura petista por decreto”! Houve quem escrevesse que a sociedade civil – que o decreto manda consultar – é formada por “todos aqueles que promovem manifestações, quebra-quebras, passeatas, protestos, e saem por aí reivindicando terra, ‘direitos’ trabalhistas, passe livre, saúde e educação – MST, MTST, MPL, CUT, UNE, sindicatos”! Para outro o decreto é “o passo mais ousado já tomado pelo PT” rumo ao socialismo! Para o jurista conservador Ives Gandra Martins o decreto é “ditatorial” e de inspiração bolivariana; ele invocou assim outro espantalho da direita, o fantasma do presidente Hugo Chávez.

O senador tucano paranaense Álvaro Dias apressou-se a protocolar na última segunda-feira (2) um pedido de decreto legislativo para barrar o decreto 8243, e teve a companhia de um leque de agremiações, formado por nove partidos (DEM, PPS, PSDB, Solidariedade, PR, PV, PSD, PSB e PROS).

A qualificação usada pelo senador tucano para avaliar o decreto nada fica a dever ao delírio direitista descrito acima. Disse que o decreto é inconstitucional, demonstrando não ter lido atentamente a Constituição de 1988. E, num rasgo de sinceridade, alegou que a Carta Magna não se refere à “ampliação do sistema de representação popular”! Para ele, o decreto significa a “falência do Poder Legislativo federal e o sucateamento total e absoluto do Congresso Nacional”.

No editorial “Mudança de regime por decreto” (publicado em 29 de maio) o jornalão paulistano O Estado de S. Paulo, por sua vez, viu uma tentativa do governo de “modificar o sistema brasileiro de governo” e “a ordem constitucional”. E foi claro sobre a forma como compreende o funcionamento da democracia: “a participação social numa democracia representativa se dá através dos seus representantes no Congresso, legitimamente eleitos”. 

Uma leitura atenta do texto do decreto não ratifica o delírio antidemocrático da direita e dos conservadores. Nele, o objetivo é, diz, “fortalecer e articular os mecanismos e as instâncias democráticas de diálogo e a atuação conjunta entre a administração pública federal e a sociedade civil”; e determina que, na “formulação, na execução, no monitoramento e na avaliação de programas e políticas públicas e no aprimoramento da gestão pública serão considerados os objetivos e as diretrizes da PNPS”. 

A leitura do decreto deixa claro que se refere às ações do Poder Executivo, nada determinando em relação ao Legislativo, mesmo porque uma alteração desse porte, como alega a reação direitista e conservadora, só poderia ser feita através de emenda constitucional ou de uma nova assembleia constituinte.

Trata-se, contudo, de um passo importante para ampliar e fortalecer a democracia e o protagonismo popular. Passo que se insere no quadro de mudanças políticas que ocorrem desde 2003. A direita e os conservadores reagem em defesa de seus privilégios. Mas os brasileiros querem mais democracia e este é o sentido da mudança preconizada pelo decreto 8243, cujo objetivo é envolver a população e o povo organizado nas decisões políticas de que o país necessita. 

Renasce o Fascismo.

Frei Betto - Adital.


Jean-Marie le Pen, líder da direita francesa, sugeriu deter o surto demográfico na África e estancar o fluxo migratório de africanos rumo à Europa enviando, àquele sofrido continente, "o senhor Ebola”, uma referência diabólica ao vírus mais perigoso que a humanidade conhece. Le Pen fez um convite ao extermínio.

O ex-presidente francês Nicolas Sarkozy propôs a suspensão do Tratado de Schengen, que defende a livre circulação de pessoas entre trinta países europeus. Já a livre circulação do capital não encontra barreiras no mundo... E nas eleições de 25 de maio a extrema-direita europeia aumentou o número de seus representantes no Parlamento Europeu.

A queda do Muro de Berlim soterrou as utopias libertárias. A esquerda europeia foi cooptada pelo neoliberalismo e, hoje, frente a crise que abate o Velho Mundo, não há nenhuma força política significativa capaz de apresentar uma saída ao capitalismo.

Aqui no Brasil nenhum partido considerado progressista aponta, hoje, um futuro alternativo a esse sistema que só aprofunda, neste pequeno planeta onde nos é dado desfrutar do milagre da vida, a desigualdade social e a exclusão.

Caminha-se de novo para o fascismo? Luis Britto García, escritor venezuelano, frisa que uma das características marcantes do fascismo é a estreita cumplicidade entre o grande capital e o Estado. Este só deve intervir na economia, como apregoava Margareth Thatcher, quando se trata de favorecer os mais ricos. Aliás, como fazem Obama e o FMI desde 2008, ao se desencadear a crise financeira que condena ao desemprego, atualmente, 26 milhões de europeus, a maioria jovens.

O fascismo nega a luta de classes, mas atua como braço armado da elite. Prova disso foi o golpe militar de 1964 no Brasil. Sua tática consiste em aterrorizar a classe média e induzi-la a trocar a liberdade pela segurança, ansiosa por um "messias” (um exército, um Hitler, um ditador) capaz de salvá-la da ameaça.

A classe média adora curtir a ilusão de que é candidata a integrar a elite embora, por enquanto, viaje na classe executiva. Porém, acredita que, em breve, passará à primeira classe... E repudia a possibilidade de viajar na classe econômica.

Por isso, ela se sente sumamente incomodada ao ver os aeroportos repletos de pessoas das classes C e D, como ocorre hoje no Brasil, e não suporta esbarrar com o pessoal da periferia nos nobres corredores dos shopping-centers. Enfim, odeia se olhar no espelho...

O fascismo é racista. Hitler odiava judeus, comunistas e homossexuais, e defendia a superioridade da "raça ariana”. Mussolini massacrou líbios e abissínios (etíopes), e planejou sacrificar meio milhão de eslavos "bárbaros e inferiores” em favor de cinquenta mil italianos "superiores”...

O fascismo se apresenta como progressista. Mussolini, que chegou a trabalhar com Gramsci, se dizia socialista, e o partido de Hitler se chamava Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães, mais conhecido como Partido Nazista (de Nationalsozialist).

Os fascistas se apropriam de símbolos libertários, como a cruz gamada que, no Oriente, representa a vida e a boa fortuna. No Brasil, militares e adeptos da quartelada de 1964 a denominavam "Revolução”.

O fascismo é religioso. Mussolini teve suas tropas abençoadas pelo papa quando enviadas à Segunda Guerra. Pio XII nunca denunciou os crimes de Hitler. Franco, na Espanha, e Pinochet, no Chile, mereceram bênçãos especiais da Igreja Católica.

O fascismo é misógino. O líder fascista jamais aparece ao lado de sua mulher. Como dizia Hitler, às mulheres fica reservado a tríade Kirche, Kuche e Kinder (igreja, cozinha e criança).

O fascismo é anti-intelectual. Odeia a cultura. "Quando ouço falar de cultura, saco a pistola”, dizia Goering, braço direito de Hitler. Quase todas as vanguardas culturais do século XX foram progressistas: expressionismo, dadaísmo, surrealismo, construtivismo, cubismo, existencialismo. Os fascistas as consideravam "arte degenerada”.

O fascismo não cria, recicla. Só se fixa no passado, um passado imaginário, idílico, como as "viúvas” da ditadura do Brasil, que se queixam das manifestações e greves, e exalam nostalgia pelo tempo dos militares, quando "havia ordem e progresso”. Sim, havia a paz dos cemitérios... assegurada pela férrea censura, que impedia a opinião pública de saber o que de fato ocorria no país.

O fascismo é necrófilo. Assassinou Vladimir Herzog e frei Tito de Alencar Lima; encarcerou Gramsci e madre Maurina Borges; repudiou Picasso e os teatros Arena e Oficina; fuzilou García Lorca, Victor Jara, Marighella e Lamarca; e fez desaparecer Walter Benjamin e Tenório Júnior.

Ao votar este ano, reflita se por acaso você estará plantando uma semente do fascismo ou colaborando para extirpá-la...

Frei Betto é escritor, autor de "Batismo de Sangue” (Rocco), entre outros livros. http://www.freibetto.org/> twitter:@freibetto.   [Você acaba de ler este artigo de Frei Betto e poderá receber todos os textos escritos por ele - em português, espanhol ou inglês - mediante assinatura anual via mhgpal@gmail.com].

sábado, 7 de junho de 2014

Brasil - No estado do Mato Grosso do Sul mais um Índio kaiowá é encontrado morto com dois tiros na cabeça em aldeia de Dourados.

Mayara Sá, com assessoria.

Foto: (((ATENÇÃO!!! DENÚNCIA!!!))) Por favor leiam, curtam e compartilhem!
ÍNDIO KAIOWÁ É ENCONTRADO MORTO COM DOIS TIROS NA CABEÇA EM ALDEIA DE DOURADOS - Mayara Sá - O guerreiro CARVALINO KAIOWÁ, de 61 anos, foi encontrado morto com 2 tiros na cabeça na manhã deste sábado (7). O corpo foi encontrado por dois jovens, próximo de uma aldeia de Dourados – cidade a 225 quilômetros de Campo grande – quando eles se dirigiam para o trabalho.

Carvalino morava na área retomada Gwyrakambiy, que fica na propriedade do fazendeiro Cícero Bastos.

Conforme informações dos indígenas, desde que a Força Nacional foi embora do Mato Grosso do Sul, devido à Copa, eles voltaram a viver cercados de episódios extremamente violentos.

Desde a última 5a-feira, o indígena Guarani-Kaiowá ANDERSON VEGAS está DESAPARECIDO. Na semana passada, o cacique EXPEDITO DA SILVA foi INTERCEPTADO por uma caminhonete de cor vermelha e VALMIR GUARANI-KAIOWÁ, genro de Nísio Lopes, foi SEQUESTRADO, TORTURADO e ABANDONADO AMARRADO a uma árvore. Ele conseguiu se desamarrar e sobreviveu ao ataque de 4 homens encapuzados.

http://www.midiamax.com.br/noticias/913336-indio+kaiowa+encontrado+morto+com+dois+tiros+cabeca+aldeia+dourados.html#.U5O9nNJdUeo
 
GleiceOliveira Guarani-Kaiowá


O guerreiro Carvalino Kaiowá, de 61 anos, foi encontrado morto com dois tiros na cabeça na manhã deste sábado (7). 

O corpo foi encontrado por dois jovens, próximo de uma aldeia de Dourados – cidade a 225 quilômetros de Campo grande – quando eles se dirigiam para o trabalho.

Carvalino morava na área retomada Gwyrakambiy, que fica na propriedade do fazendeiro Cícero Bastos.

Conforme informações dos indígenas, desde que a Força Nacional foi embora do Mato Grosso do Sul, devido à Copa, eles voltaram a viver cercados de episódios extremamente violentos.

Desde a última quinta-feira, o indígena Guarani-Kaiowá Anderson Vegas está desaparecido. 

Na semana passada, o cacique Expedito da Silva foi interceptado por uma caminhonete de cor vermelha e Valmir Guarani-Kaiowá, genro de Nísio Lopes, foi sequestrado, torturado e abandonado amarrado a uma árvore. 

Ele conseguiu se desamarrar e sobreviveu ao ataque de quatro homens encapuzados.

“Regulamentação da prostituição nos tira debaixo do tapete”, diz Monique Prada - Notícias de Ontem.


Monique Prada começou a trabalhar como garota de programa aos 19 anos | Foto: Ramiro Furquim/Sul21
Samir Oliveira e Natália Otto
Conhecida pela disposição em debater a profissão, a prostituta Monique Prada acredita que a regulamentação das casas de prostituição está gerando discussões na sociedade e tirando as garotas de programa da invisibilidade. “A regulamentação nos tira debaixo do tapete. Há alguns anos, jamais imaginaria que isso seria possível”, afirma.
Nesta entrevista ao Sul21, Monique Prada fala sobre a profissão e defende uma maior organização entre as garotas de programa. Mas reconhece que há um longo caminho a ser percorrido e denuncia as perseguições que as prostitutas sofrem quando começam a tentar politizar a profissão. “É uma profissão onde, quanto menos tu falas, melhor”, critica.
Monique também rebate os posicionamentos de feministas contra a prostituição e entende que, para além da crítica, é preciso fornecer alternativas concretas a quem deseja deixar a profissão.
“A intenção é sempre ficar pouco tempo, mas não há um caminho de saída. E não vejo alguém se preocupando em criar esse caminho”
Sul21 – Quando tu começaste?
Monique Prada – Sempre tive muita curiosidade, mas comecei aos 19 anos. Por conta de um casamento, parei por um tempo. Retornei há uns quatro anos.
Sul21 – Qual teu objetivo ao ingressar na prostituição?
Monique – Ofereciam um salário mínimo e meio por dia. Eu ganhava um salário mínimo, mais 10%, por mês. Foi uma escolha fácil, comecei a trabalhar em uma das primeiras agências do ramo.
Sul21 – Hoje, com bastante experiência na área, o que tu pensas sobre a profissão?
Monique – Não vejo como uma profissão, vejo como uma passagem. Não é algo que se deve fazer por muito tempo. Conheço muita gente desse meio, talvez eu seja uma das pessoas que mais conhece a área no Rio Grande do Sul. E, nesse período, posso dizer que conheci menos de dez pessoas que conseguiram concluir o que desejaram, que entraram na prostituição, ficaram um tempo, conseguiram completar estudos e sair. É uma profissão da qual se sai pela aposentadoria por idade ou por morte. A intenção é sempre ficar pouco tempo, mas não há um caminho de saída. E eu não vejo alguém se preocupando em criar esse caminho.

“Tem muita universitária que faz programa, mas tem pouca garota de programa que consegue estudar” | Foto: Ramiro Furquim/Sul21
Sul21 – Por que não se consegue sair?
Monique – Cada caso é um caso. Mas, em geral, espera-se ganhar muito dinheiro na prostituição. E ninguém ganha o suficiente. E também não se consegue estudar. Tu acabas ficando presa ao teu trabalho, ao teu telefone. Tem muita universitária que faz programa, mas tem pouca garota de programa que consegue estudar. Tenho amigas que não têm o primeiro grau completo. Ninguém que eu conheço consegue economizar uma grande quantia de dinheiro para sair da profissão. Um outro caminho para parar é conseguir um casamento. Talvez seja o mais comum, mas não é uma alternativa que dê independência à mulher. Muitas vezes, a prostituta se casa e continua reproduzindo uma relação de inferioridade, como se ainda devesse alguma coisa ao homem. O ideal é conseguir trocar de profissão através da formação. Casamento não é emprego. Hoje se fala muito sobre regulamentar as casas de prostituição, mas ninguém encontra um caminho para tirar as pessoas disso, principalmente as que estão na rua.
Sul21 – Tu falaste que é muito difícil juntar uma grande quantia de dinheiro. Muitas pessoas acreditam que é uma profissão fácil, utilizada para conseguir muito dinheiro.
Monique – Quem está nas ruas ganha menos ainda. Se tem uma ideia de que será possível ter uma vida luxuosa. Há um incentivo à essa ideia de glamour da prostituição, principalmente a partir da Bruna Surfistinha. A mídia também glamouriza muito. Lembro de uma minissérie antiga em que a Malu Mader interpretava uma acompanhante. As meninas acham que vão conseguir comprar o que quiserem. Não é bem assim, existe um preço. Não é uma profissão como outra qualquer. É preciso ter uma estrutura emocional acima da média para conseguir sair disso ilesa.
“Uma vez, eu e mais cinco ou seis garotas de programa combinamos de subir os cachês ao mesmo tempo. Houve uma revolta, nos acusaram de formação de cartel”
Sul21 – Os cachês cobrados são muito baixos?
Monique – Depende. Eu cobro o topo do mercado, de R$ 200 a R$ 300 por hora. É pouco, considerando que há um investimento enorme em maquiagem e academia. Mas essa não é a realidade da maioria, que costuma cobrar bem menos. Uma vez, eu e mais cinco ou seis garotas de programa combinamos de subir os cachês ao mesmo tempo. Houve uma revolta, nos acusaram de formação de cartel e nos ameaçaram com processos.
Sul21 – Foi uma tentativa de organização? Como é a relação entre colegas? Há uma noção de unidade ou é cada um por si?
Monique – É cada um por si. Não apenas pela concorrência, mas porque não temos tempo para nos reunirmos. Tínhamos um fórum, mas é complicado, começam a nos perseguir. Meu site já foi infectado por vírus. Se começarmos a ficar muito unidas, dá problema. É uma profissão onde, quanto menos tu falas, melhor. E também há uma distância entre as meninas da rua e as que estão na internet. Quem está na rua acha que a nossa rotina é mais leve. Isso dificulta a organização da categoria, que poderia trazer mais segurança e conhecimento entre nós.
Sul21 – Os clientes temem uma organização das prostitutas?
Monique – Existe um fórum de discussão na internet que visa à troca de informações sobre acompanhantes dentre usuários do serviço. É um canal que já tem 10 anos e surgiu com a importante função de defender o cliente de práticas abusivas por parte das agências – que enviavam meninas diferentes das fotos postadas, por exemplo – e para a troca de informação e recomendações sobre atendimento das garotas. Infelizmente, com o passar dos anos, o fórum perdeu essa função. O que se vê lá hoje em dia são meia dúzia de foristas sérios… E uma maioria de relatos falsos, postados por garotas e/ou seus agentes, visando “queimar” concorrentes e melhorar sua divulgação. Acompanhando este fórum, eu percebo que alguns homens tem receios em relação a nossa organização. Já fomos, por exemplo, acusadas de “formação de cartel”, por termos, umas poucas de nós, subido os cachês no mesmo mês. Isso gerou um tópico onde se perguntavam: “se elas podem se organizar, por que nós não podemos?”. E Gerou também ameaças por MSN e reações interessantes por parte de alguns moderadores, que queriam a todo o custo que postassem “os nomes das vacas” que estariam participando deste “abuso”. Não vejo motivo real para o cliente comum de acompanhantes temer alguma organização – mas aqueles que desejam que sigamos suas regras tem, sim, receio disso.

“A única segurança que as gurias realmente têm são os motéis” | Foto: Ramiro Furquim/Sul21
Sul21 – Como as garotas de programa lidam com questões de segurança?
Monique – O trabalho de quem está em site é bem tranquilo, marcamos os programas por telefone e vamos até os motéis, que possuem segurança. Não conheço nenhum caso de morte por cliente. Normalmente, a morte é pelos namorados das meninas. Teve um semestre em que eu perdi minha melhor amiga e outras sete meninas foram mortas por seus companheiros em Porto Alegre. A única segurança que as gurias realmente têm são os motéis. Quem está na rua está desamparada. Tem o pessoal que vende droga, os namorados e o pessoal que assalta na volta. Então elas estão muito mais vulneráveis em relação aos clientes e aos namorados.
“Eu alugo meu tempo, não vendo meu corpo”
Sul21 – E como é em relação às casas de prostituição?
Monique – O problema das casas é que não há nenhuma garantia de que a menina vá receber, por isso o projeto do Jean Wyllys é importante. Não adianta fingir que as casas não existem. Mesmo em casas de luxo, só se recebe no final da semana.
Sul21 – Como tu vês a relação dos donos das casas com a prostituta? É uma relação de exploração?
Monique – Depende do caso. Uma casa que cobra R$ 200 pelo encontro e paga somente R$ 80 para a menina é exploradora. As casas precisam existir – sem elas, muita gente não ia conseguir trabalhar. Mas da maneira que elas existem hoje, não são boas para quem trabalha. O projeto de regulamentação fixa que 50% da renda do programa fica com a garota. Acho uma boa medida. Com a regulamentação, a menina poderá cobrar o que a casa lhe deve. Hoje, se a casa não quiser pagar nem um real no final da semana, a pessoa não recebe. A garota não tem a quem recorrer.
Sul21 – Com a regulamentação, seria possível, na prática, mudar essa realidade? O que garante que os donos das casas cumpram a lei?
Monique – Temos mecanismos para fazer com que respeitem a lei. Acredito que, com a regulamentação, muitas casas irão quebrar, pois terão que repassar os custos para o cachê.
“Se todas as mulheres que fazem programa desaparecerem, o patriarcado desaparece junto? Não”
Sul21 – Como tu vês os argumentos das feministas radicais, que afirmam que a regulamentação da prostituição naturaliza o conceito de exploração da mulher, como objeto, pelo homem?
Monique – Eu não admito a prostituição como ela ocorre hoje. Eu alugo meu tempo, não vendo meu corpo. Tem gente que insiste nessa ideia de vender o corpo. Nesse caso, a prostituição institucionaliza o patriarcado? Mas eu te pergunto: e se nós desaparecêssemos? Se todas as mulheres que fazem programa desaparecerem, o patriarcado desaparece junto? Não. É preciso mudar a forma como a prostituição é vista, porque ela não vai acabar. É preciso dar consciência às mulheres para mudar essa situação. O primeiro passo é mostrar às meninas que elas não são obrigadas a fazer tudo que os clientes pedem. Elas não sabem disso. É preciso dar a elas a consciência de que elas também têm direitos e autonomia sobre o próprio corpo. Essa mudança só pode vir de dentro da categoria.

” Se elas são vítimas, que façam com que deixem de ser vítimas através de ações positivas” | Foto: Ramiro Furquim/Sul21
Sul21 – As feministas, em geral, costumam enxergar a prostituta como uma vítima.
Monique – As pessoas falam como se a menina tivesse somente aquela possibilidade, como se fosse uma coitada. Mas não dizem como dar outras possibilidades a ela. Se só existe essa possibilidade, essas pessoas estão cometendo um crime ao querer tirar a menina da prostituição sem oferecer nenhuma outra alternativa. Fecha-se todas as casas e as meninas voltam para suas cidades natais, com o estigma de ter saído de lá para ser prostituta. É isso? Se elas são vítimas, que façam com que deixem de ser vítimas através de ações positivas.
Sul21 – Mas tu concordas com o conceito de vitimização?
Monique – Não. Todos somos vítimas de alguma coisa. A menina que sai do fim do mundo para trabalhar em Porto Alegre como babá é uma vítima. Às vezes, as meninas entram na prostituição sem a consciência do que isso significa. Apenas dizer que elas são vítimas sem dar outras alternativas não ajuda em nada.
Sul21 – Outro argumento contrário à prostituição critica o estabelecimento de uma relação mercantil em torno do sexo.
Monique – Por que não se pode cobrar por sexo, se todo mundo pode fazer sexo sem cobrar? É um argumento moralista. Quando colocam esse argumento para mim, algumas mulheres pensam que o homem é um bobinho, um coitado induzido a fazer sexo comigo porque eu coloco meu anúncio em algum site. O homem pode escolher se quer sair comigo ou não. Esse tipo de pensamento põe o homem e a mulher em posições babacas. O sexo é, quase sempre, um jogo de poder. Mesmo quando não envolve dinheiro, há alguma negociação em torno do sexo. Tem o pensamento de que dando mais para o marido, ele será mais feliz ou obediente. O sexo sempre é utilizado para manipular alguma coisa.
“Se começamos a nos organizar, nos tornamos um problema para alguns clientes e para quem acha que a discussão da prostituição é prejudicial”
Sul21 – Como tu vês a necessidade de políticas públicas para a categoria?
Monique - Precisamos de políticas públicas, especialmente em relação à saúde e educação. Sabemos que precisamos estudar, mas não sabemos como. Sabemos que precisamos encontrar outros caminhos, mas não sabemos como. A regulamentação ajuda porque nos tira de baixo do tapete. Eu fico dando check-in no Foursquare aqui e ali para mostrar que estou entre vocês. É preciso tirar as prostitutas debaixo do tapete para que possa ser feito alguma coisa em relação a nós. Somente o debate em torno da regulamentação já está nos dando mais visibilidade. Há alguns anos, jamais imaginaria que isso seria possível.

“Vínhamos tendo conversas, havia reuniões na minha casa, mas, de repente, um vírus infectou meu site e todo mundo ficou com muito medo” | Foto: Ramiro Furquim/Sul21
Sul21 – Tu falas abertamente sobre a profissão, mas não parece haver muitas prostituas dispostas a este debate.
Monique – Temos medo, inclusive de trabalhar menos. Eu acredito que trabalho menos quando me exponho mais. Conseguimos debater alguma coisa pela internet, até pelo Twitter, mas é difícil. Algumas prostituas enxergam esse tipo de movimento como uma atitude contra o homem. Entendem que não podem ir contra o homem, senão não irão receber. É difícil convencê-las a debater.
Sul21 – A tua vida mudou desde que tu começaste a falar abertamente sobre a profissão?
Monique – Meu público alvo mudou e percebi uma reação concreta a mim no fórum. É proibido falar de mim lá, nem contra, nem a favor. Eu não existo. É uma reação muito clara. Se começamos a nos organizar, nos tornamos um problema para alguns clientes e para quem acha que a discussão da prostituição é prejudicial. Essa clareza de posição a meu respeito dá um pouco de medo nas outras meninas, que preferem não falar muito comigo. Toda vez que começo a conversar demais com uma menina, surgem comentários negativos sobre ela.
Sul21 – Com o debate em torno da regulamentação, tu te sentes mais disposta a falar?
Monique – As prostitutas estão na mídia, elas existem, isso já é algum ponto. E as redes sociais ajudam muito. Mas ainda é complicado. Me convidam para eventos, mas prefiro não aparecer. Imagina, então, as outras meninas. No ano passado, me convidaram para um evento. A ideia era ir para um debate, mas algumas pessoas entenderam errado. Acharam que eu estava lá para animar o evento. Não sou animadora de eventos. A partir daí, parei um pouco de me expor.
“Quando os clientes negros ligam para marcar um programa, eles costumam avisar que são negros, porque estão acostumados com o preconceito”
Sul21 – É possível criar uma entidade que organize as prostitutas em Porto Alegre?
Monique – Com muita dificuldade. Vejo o NEP (Núcleo de Estudos da Prostituição) como uma organização muito fechada. Precisamos de algo mais moderno. Não seria uma organização contra os homens, seria um caminho para debates sobre educação e saúde, por exemplo. Vínhamos tendo conversas, havia reuniões na minha casa, mas, de repente, um vírus infectou meu site e todo mundo ficou com muito medo. Para conseguir organizar essa entidade, precisaríamos de um apoio maior, de fora da categoria, de alguma força governamental, talvez da academia. Seria importante que alguém comprasse essa briga, mas não vejo muitas condições para que isso se concretize.

“A prostituição não é exclusivamente feminina. Seria bom se pudesse ser encarada como algo feito por mulheres e por homens também. | Foto: Ramiro Furquim/Sul21
Sul21 – No teu Twitter, tu comentaste sobre o racismo que existe na profissão. Muitas mulheres não aceitam sair com homens negros?
Monique – Isso acontece. Tem clientes que não saem com meninas que comentaram no fórum que saíram com clientes negros. E algumas meninas dizem que não saem com negros por questão de gosto pessoal. Mas não é gosto pessoal, é racismo. Ninguém rejeita clientes gordos, por exemplo. E quando os clientes negros ligam para marcar um programa, eles costumam avisar que são negros, porque estão acostumados com o preconceito. Tive um cliente que conheci na vida pessoal. Ele só tinha namoradas loiras, falava mal das mulheres negras, era racista. Mas, quando ligava para a agência, só queria saber das “novidades negras”. Isso é racismo, tem a ver com questões de dominação, é um resquício da senzala.
Sul21 – Como tu vês a lei sueca, que criminaliza a prostituição e seus clientes?
Monique – É outra situação. Entendo que não há suecas se prostituindo. Lá, há uma relação direta entre prostituição e tráfico de mulheres, especialmente romenas e latinas. Lembrando que a prostituição não é exclusivamente feminina. Seria bom se pudesse ser encarada como algo feito por mulheres e por homens também.

Matéria Relacionada:  Forum - Legalizar as casas de prostituição. http://maranauta .blogspot.com.br/2012/03/forum-legalizar-as-casas-de.html

Senado aprova a Política Nacional de Cultura Viva.

Uirá Porã, articulador cultural, integrante de pontos de cultura desde 2005, quando o Cultura Viva teve início, comemorou a aprovação, pelo Senado, do projeto de lei que transforma o programa em política pública. "Estamos um passo a mais próximos de conseguir que essa política seja institucionalizada e não corra mais riscos sob nenhuma Ana de Hollanda. É um reconhecimento dos próprios pontos enquanto centro da política cultural", diz.

O ativista, que acompanhou a tramitação do PL desde a proposição, em 2011, elogiou o percurso político para aprovação do texto. Para ele, a atuação da deputada Jandira Feghalli (PCdoB-RJ), que propôs o texto da Câmara, foi muito importante. "Ela soube colaborar com a sociedade, deixando o protagonismo para a rede de pontos de cultura, que fez passeatas e caravanas a Brasília", analisa.

Para ele, porém, a sociedade deverá ficar atenta à regulamentação, o ponto mais importante do projeto. "Aí sim a gente vai discutir como o Cultura Viva vai funcionar. A regulamentação vai demandar muita discussão, pois a lei é abrangente. Vai ser uma batalha. Teremos que definir como vai funcionar a questão dos kits multimídia, dos recursos digitais, coisas, a meu ver, fundamentais", diz.

Senado
O Senado aprovou na quarta-feira (4) o substitutivo ao Projeto de Lei da Câmara (PLC) 90/2013, que institui a Política Nacional de Cultura Viva. O texto original, de autoria da deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ), transforma em política de Estado o programa desenvolvido pelo Ministério da Cultura desde 2005.

O programa promove a produção e difusão da cultura, além do acesso aos direitos culturais dos diferentes núcleos comunitários de cultura. A iniciativa é viabilizada por meio dos chamados “pontos de cultura”, entidades não governamentais sem fins lucrativos que desenvolvem ações culturais continuadas na comunidade.

Compreende ainda os “pontões de cultura”, espaços culturais ou redes regionais e temáticas que articulam os pontos de cultura. A proposta permite a parceria entre ambos com escolas de ensino fundamental e médio de todo o país, para a divulgação de suas ações e bens culturais.

Mais cedo, a Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) tinha aprovado o substitutivo do senador Inácio Arruda (PCdoB-CE) que levou em conta emenda apresentada pelo senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES) e sugestões repassadas pelo Ministério da Cultura. A emenda de Ferraço limita a três anos a renovação de projetos aprovados dos pontos e pontões de cultura. A intenção é permitir maior segurança e comprometimento das entidades que utilizarão dinheiro público para realização de suas atividades.

Ao defender as mudanças aprovadas na CCJ, no Plenário, Inácio Arruda ressaltou a quantidade de artistas populares que participam dos pontos de cultura no país.

Já o senador Rodrigo Rollemberg (PSB-DF) apresentou parecer conjunto sobre o projeto e as emendas em substituição às Comissões de Assuntos Econômicos (CAE)  e de Educação, Cultura e Esporte (CE). Para ele o projeto é compatível com a Constituição, que determina ao Estado garantir a todos o pleno exercício dos direitos culturais e o pleno acesso às fontes da cultura nacional.

O senador também destacou o estímulo ao protagonismo social na elaboração e gestão das políticas culturais e sua gestão compartilhada e participativa, além do sucesso do programa.

"Ao se tornar política pública facilita a relação do Estado com essa enorme e belíssima diversidade cultural que temos em nosso país que, sem dúvida, é uma das nossas maiores riquezas", disse Rollemberg.

A tramitação do projeto foi acompanhada no Senado pela ministra da Cultura, Marta Suplicy, e pela secretária de Cidadania e Diversidade Cultural do Ministério, Márcia Rollemberg. Aprovado sem emendas, o substitutivo agora retorna para análise da Câmara dos Deputados.