quinta-feira, 7 de maio de 2015

Russia. Novo carro de combate Armata deixará seus análogos ocidentais para trás.

Foto - sputniknews.com
Especialistas militares russos e alguns do Ocidente dizem que o novo tanque russo T-14 Armata superará seus concorrentes ocidentais, escreveu nesta segunda-feira (4) a agência Associated Press.
Foto - sputniknews.com
Anteriormente, antes do ensaio principal para a parada em Moscou, o novo tanque T-14 Armata foi mostrado ao público com a torre coberta com tecido. Esta sexta-feira (4) foi o primeiro dia em que o Armata foi exibido completamente sem cobertura.
Foto - sputniknews.com
Este tanque será a estrela da Parada da Vitória em Moscou em 9 de maio. No total, 16,500 militares e cerca de 200 peças de equipamento militar participarão do evento.
Segundo o programa de modernização militar, o exército russo deve receber 2,300 destes tanques até o ano 2020.

Foto - sputniknews.com
A principal característica do Armata é a torre ser operada remotamente a partir de uma cápsula blindada e isolada. O tanque possui um sistema de radar único que pode rastrear, simultaneamente, até 40 alvos no solo e 25 no ar em um raio de 98 quilômetros.

O tanque possui um canhão com calibre de 125 milímetros, opera com projéteis de mais diversos tipos e supera em potência um dos melhores tanques do mundo, o alemão Leopard 2. O Armata também possuiu um canhão automático com calibre de 30 milímetros, que pode ser utilizado como elemento antiaéreo. Para combate com unidades menores, a torre está equipada com uma metralhadora com calibre de 12,7 milímetros.
Foto - sputniknews.com
FONTE: sputniknews.com

Rondônia. Mais uma liderança camponesa assassinada após reunião com a “Ouvidoria Agrária” do governo do PT.

mai 4th, 2015 | By  | Category: Notícias Recentes
PAULO JUSTINO PEREIRA, 51 anos, presidente de uma Associação Camponesa no distrito de Rio Pardo, município de Buritis, em Rondônia, foi assassinado covardemente na noite de sexta (1º de maio/2015), alvejado com seis tiros de revólver calibre 38, mais dois de calibre 12, todos na região da cabeça. O líder camponês Paulo Pereira havia participado no dia 29 de abril, de uma reunião no Incra, em Porto Velho, com o ouvidor agrário nacional, desembargador Gercino José da Silva Filho, onde teve discussões acirradas sobre o conflito de Rio Pardo.
camponês Paulo Justino Pereira assassino em Rio Pardo dia 1.5.2015
Na reunião Paulo Pereira falou que as famílias de Rio Pardo estavam preparadas para retomar as suas terras. O “Ouvidor Agrário” Gercino retrucou: “O sr. quer dizer que as famílias irão descumprir uma ordem?” Paulo respondeu: “As famílias estão esperando a resposta de vocês, que nunca chega!” Como a questão envolvia a Sedam (Secretaria Estadual de Meio Ambiente) que não estava presente, o assunto foi passado para o dia seguinte.
O distrito de Rio Pardo fica no norte de Rondônia, em uma vasta região de terras férteis, madeira, minérios, recursos hídricos numa longa faixa de terras, que se estende até a fronteira da Bolívia, dominada pelo latifúndio e marcada por intensos conflitos agrários com dezenas de ocupações de terra e ataques dos latifundiários e seus bandos armados. Nos últimos anos morreram assassinados os camponeses MANINHO, OZIEL NUNES, OSÉAS MARTINS, DERCY FRANCISCO SALES, JOSÉ VANDERLEI PARVEWFKI, NÉLIO LIMA AZEVEDO, ÉLCIO MACHADO, GILSON TEIXEIRA GONÇALVES E RENATO NATHAN. Sem contar as constantes humilhações, perseguições, abordagens e prisões ilegais e torturas que sofrem os camponeses desta região nas mãos da polícia.
O ouvidor agrário nacional, Gercino da Silva, preside a chamada “Comissão Nacional de Combate à Violência no Campo”, e realizou diversas reuniões entre os dias entre os dias 28 e 30 de abril, no gabinete da presidência do Incra/RO. Participaram das reuniões os membros da comissão, camponeses, advogados, proprietários de terras e forças policiais no estado (Secretaria de Estado da Segurança, Defesa e Cidadania (Sesdec/RO) e Delegacia Especializada em Conflitos Agrários).
Repete-se o já mil vezes denunciado “ROTEIRO DA MORTE”, em que os camponeses vão aos representantes do Estado (entre os quais está quase que invariavelmente presente o Desembargador Gercino José da Silva Filho), denunciam as ameaças, cobram a regularização de suas posses, e depois são assassinados vítimas de tocaias.
Foto de Liga Operária.
Foi o que aconteceu tragicamente com os camponeses Elcio Machado (o Sabiá) e Gilson Gonçalves, em Buritis – Rondônia (7 de janeiro de 2010), Josias Paulino de Castro e Irene da Silva – lideranças da Associação de Produtores Rurais de Nova União – Mato Grosso (16 de agosto de 2014), o dirigente da Liga dos Camponeses Pobres do Norte de Minas, Cleomar Rodrigues, em Pedras de Maria da Cruz – Minas Gerais (22 de outubro de 2013) e agora com Paulo Justino Pereira, em Rio Pardo – Rondônia (1º de maio/2015), todos assassinados após terem participado de reuniões com a “Ouvidoria Agrária” do governo do PT, com o senhor Gercino José da Silva Filho à cabeça e, no caso das reuniões em Rondônia, na maioria das vezes, com o acompanhamento do inimigo declarado dos camponeses, Major Enedy, do 7.º batalhão da PM de Ariquemes. E teve também o caso da indígena guarani kaiowa, Marinalva Manoel, de Dourados-MS, assassinada a facadas dias após se reunir com procuradores do Ministério Público Federal em Brasília, em 1º de novembro de 2014.
Neste caso de Rio Pardo, os camponeses da região já haviam denunciado as ameaças que estavam sofrendo por parte do latifundiário João Neuto Saul Guerin que mantinha um grupo de 10 homens fortemente armados no latifúndio situado na Linha C1, Marco Zero. No início do mês de abril, haviam sido presos seis pistoleiros, e apreendidas duas pistolas Glock 9mm, uma pistola Taurus 380, três espingardas CBC 12, uma espingarda 38, uma submetralhadora 9mm, rádios-transmissores, coletes balísticos, mochila com munições de calibre 12, 7,62, 9mm e 380. Parte do material apreendido estava no interior da camionete S10, placa GVE-1083 de Foz do Iguaçu-Paraná, e o restante na sede da fazenda Guerin. Os pistoleiros foram identificados como Isaque Lima Muniz, 27 anos de idade, Marcio da Silva Silveira, 25 anos, Marco Alberto Dos Santos, 32, José Alvez de Souza, 51, Marcelo Correia da Silva, 30, e Marcos Roberto Pereira, 47, e à serviço do latifundiário João Neuto Saul Guerin. Ao depor na polícia, o João Guerin, informou que o arsenal seria “para sua segurança e defesa da propriedade”, e foi liberado pelo delegado, sem sofrer qualquer punição.
Com o latifundiário livre e em total impunidade, antes da ocorrência do assassinato do camponês Paulo Justino Pereira, o que a polícia de Buritis fez foi prender os camponeses LUCIANO DA SILVA COELHO, JOSÉ FELIX GONZAGA e CLAUDIMIRO MATIAS DA COSTA, na tarde do dia 27/04/2015, por estarem no ACAMPAMENTO RIO PARDO, sob alegação de porte ilegal de armas. Agora acontece o covarde assassinato do lider camponês PAULO JUSTINO PEREIRA.
O Estado brasileiro, gerenciado por Dilma/Lula/PT/PCdoB/PMDB et caterva (apoiado e defendido pelo pelego João Pedro Stédile), é culpado e responsável pelos assassinatos, perseguições e criminalização dos camponeses em luta pela terra.
Que todas as vozes honestas do Brasil se levantem em defesa dos camponeses de Rondônia!

Morte ao latifúndio!

Terra para quem nela vive e trabalha!

Reproduzimos boletim da Liga dos Camponeses Pobres de Rondônia e Amazônia ocidental:

quarta-feira, 6 de maio de 2015

UFMA. Pesquisa analisa conflitos ambientais no Maranhão.

Foto - Fapema.
06 de Maio de 2015.

Escrito Por Israel De Napoli.

Os anos 1980, no Maranhão, foram marcados pelos conflitos por terra, resultando em altos índices de assassinatos e perseguições no campo, expulsões de camponeses de suas terras, impedimentos de acesso a recursos naturais tradicionalmente utilizados.

Mediante as profundas alterações pelas quais vêm passando nos últimos anos as paisagens e os modos de vidas dos grupos sociais em vários municípios do Estado, o professor do Departamento de Sociologia e Antropologia, Horácio Antunes de Sant’Ana Júnior, desenvolveu uma pesquisa com o objetivo de identificar e analisar conflitos ambientais, no Maranhão, decorrentes de projetos de desenvolvimento instalados a partir do final da década de 1970 até os dias atuais.

Segundo o pesquisador, o confronto entre empreendedores e grupos locais tradicionalmente estabelecidos é causado em função das atividades produtivas ou de grandes obras de infraestrutura que demandam novos territórios ou quando as atividades produtivas já estabelecidas implicam em destruição ou proibição de uso de recursos naturais necessários para a reprodução social de determinados grupos sociais.

“A agressão ou destruição da natureza implica também no comprometimento da qualidade de vida tanto de trabalhadores industriais quanto de moradores das periferias das cidades e dos campos. Lutar por melhores condições de trabalho ou pela defesa de um território não é somente uma causa específica, mas um interesse geral das sociedades humanas, que é a conservação planetária”, explica Horácio Antunes.

De acordo com o pesquisador, iniciativas decorrentes de planejamentos governamentais e/ou da iniciativa privada – como a instalação de um grande conjunto de empreendimentos agropecuários, industriais, madeireiros, de transporte e de exploração marítima – têm provocado profundos impactos socioambientais, alterando biomas e modos de vida de populações locais.

A pesquisa afirma que esse cenário desenvolvimentista no Maranhão tem provocado a expulsão de milhares de agricultores de suas terras e o desmantelamento da produção familiar rural. “Um dos efeitos nefastos para a população local é o fato de o Maranhão ter se tornado, nos últimos anos, um dos estados brasileiros com maior quantidade de migrantes, pois a dificuldade, quando não impossibilidade, de produzir na própria terra tem levado principalmente homens jovens a buscar a sorte em outros locais, sujeitando-se a toda tipo de exploração. Assim, cabe também ao Maranhão o título de estado maior exportador de trabalhadores para o trabalho escravo”, afirma Horácio Antunes.

Conforme concluiu a pesquisa, que analisou indicadores sociais, após quarenta anos de projetos de desenvolvimento, o Maranhão permanece sendo um dos estados mais pobres do Brasil, com os piores indicadores de concentração de terras, riquezas e poder político.

O estudo foi desenvolvido nos municípios de São Luís, Bacabeira, Rosário, Açailândia, Buriticupu e Alcântara. “No entanto, temos um banco de dados no qual registramos notícias de conflitos ambientais [divulgadas nos principais jornais do Estado e em blogs e páginas eletrônicas] que existem em todas as regiões do Estado”, diz o pesquisador.

São Luís. Morte de Estudante em assalto a Onibus repercute em todo o Estado.

NOTA DA PASTORAL DA JUVENTUDE DA ARQUIDIOCESE DE SÃO LUÍS EM REPÚDIO AO EXTERMÍNIO DAS JUVENTUDES.

                   "O meu desejo é a vida do meu povo" (Éster 7, 3)

Qual o modelo de Segurança Pública que realmente queremos em nossas comunidades? Em que medida a vida da nossa Juventude está sendo cuidada, preservada? Quais as propostas para mudar essa realidade?

No fim da tarde de ontem mais um jovem teve sua vida ceifada vítima da violência perene em nosso estado. 

No fim da tarde de ontem mais um jovem foi alvo da criminalidade sendo autor do crime que destrói a sua Juventude.

Rondinelle, jovem adolescente de 18 anos, estudante do Ensino Médio da capital, coroinha na paróquia Santo Antônio, do Parque Vitória, e coordenador arquidiocesano do ministério da música dos acólitos; jovem protagonista cheio de sonhos e que desde cedo topou construir a Civilização do Amor.

O outro Jovem não sabemos o nome, idade, onde mora, o que fazia e sobre sua família; sabemos que agora ele será mais um invisível no País.
Em comum os dois agora são apenas estatística da violência.

Desde de 2009 a Pastoral da Juventude através da Campanha nacional contra a Violência e Extermínio de Jovens vem desenvolvendo ações sistemáticas de combate a essa violência e buscando estruturar nas comunidades estratégias de monitoramento e redução desse problema social. 

Nós da Pastoral da Juventude, estamos tristes com o falecimento do Jovem Rondinelle nesta madrugada. Pedimos ao Deus da vida e da libertação que conforte e acalme o coração de seus familiares e amigos, dando-lhes a justiça como alento. 

Expomos nossa profunda indignação com o descaso e o desmantelo com a Política de Segurança Pública nas comunidades, na capital, no estado e no país. 

Para que outros Rondinelles, assim como tantos outros jovens não virem números nem sejam subtraídos pela criminalidade exigimos respostas para essa situação que defendam a vida das Juventudes, e nos tire desse marasmo do medo. 

Nos colocamos a disposição para o diálogo e para construir uma nova história às Juventudes Maranhenses.

Chega de Violência e Extermínio de Jovens.
A Juventude quer viver.

Pastoral da Juventude - Arquidiocese de São Luís 05/05/2015.

LEIA MAIS.  Insegurança. Morre estudante que foi baleado dentro de ônibus durante assalto em São Luís. http://maranauta.blogspot.com.br/2015/05/inseguranca -morre-estudante-que-foi.html

terça-feira, 5 de maio de 2015

Insegurança. Morre estudante que foi baleado dentro de ônibus durante assalto em São Luís.

Foto -  O imirante
O Estudante Rondinely Ferreira da Costa Nascimento,  de 18 anos, o mesmo se encontrava em estado grave no Hospital Municipal Socorrão II, vindo a óbito na madrugada desta terça-feira (5), após a realização de procedimento cirúrgico. 

Foto - Imirante

O estudante foi baleado durante assalto ocorrido dentro de um ônibus no bairro da Cohab, em São Luís, na tarde dessa segunda-feira (4). O jovem foi baleado na cabeça após ter o celular roubado. 

A informação foi confirmada pela Polícia Civil, o crime aconteceu nas proximidades da Maternidade Marly Sarney, dentro de um coletivo que faz linha para o bairro Turu. Profissionais do hospital realizaram os primeiros socorros.
Segundo a polícia, um suspeito chegou  a ser detido e acusado de ter cometido o crime, mas foi liberado por falta de provas.

LEIA MAIS: Insegurança. Morre estudante que foi baleado dentro de ônibus durante assalto em São Luís. http://www.blogdomarcial.com/2015/05/morte-de- estudante-repercute-em-todo-o.html

Com informações do G1.

Link's:

segunda-feira, 4 de maio de 2015

Paraná. Executiva do PMDB aprova saída do governo Beto Richa.

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A executiva estadual do PMDB aprovou no início da noite desta segunda-feira (4), em Curitiba, resolução que proíbe filiados, deputados e delegados partidários de ocuparem cargos no governo Beto Richa (PSDB).
Com a decisão, o deputado Luiz Cláudio Romanelli (PMDB) terá 30 dias para deixar o posto de líder do governo tucano na Assembleia Legislativa do Paraná.
Segundo o senador Roberto Requião (PMDB), a decisão desta noite hierarquiza a disciplina partidária. “Não é possível o partido participar de um governo que massacra professores e mergulhado na corrupção”, disse.
Requião afirmou ao Blog do Esmael que o “aviso prévio” de trinta dias está previsto nos estatutos partidários.
A resolução peemedebista complica ainda mais a situação de Beto Richa, pois se trata da segunda maior bancada na Assembleia — com 8 deputados — que certamente se perfilará à oposição.
Leia a íntegra da decisão do PMDB:
“Qualquer filiado ocupante de cargo em órgão, função, entidade, organismo ou subórgão do PMDB, titular ou suplente, independente do nível hierárquico ou estrutura interna, não poderá ocupar cargo ou função de confiança relacionados direta ou indiretamente ao Governo do Estado do Paraná, enquanto comandado pelo PSDB, sob pena de processo ético, inclusive com a suspensão cautelar de todas as funções partidárias, mediante formalização de representação por qualquer filiado ou instaurada de ofício pela Comissão Ética do Diretório Estadual, facultado o prazo de 30 (trinta) dias, a partir da publicação desta Resolução, para aqueles ocupantes de cargos ou funções junto ao Governo do Paraná venham a efetivamente se desligar, devendo promover comunicação formal ao Diretório Estadual com cópia do decreto de exoneração ou ato equivalente que demonstre seu desligamento definitivo.”

Brasil. Liderança Tupinambá é assassinada por pistoleiros na aldeia Serra das Trempes na Bahia.

O Agente Indígena de Saúde Adenilson da Silva Nascimento, o "Pinduca", 54 anos, foi assassinado por pistoleiros na sexta-feira (1), numa estrada que liga Ilhéus ao município de Una, nas proximidades da aldeia Serra das Trempes, Terra Indígena Tupinambá de Olivença, na Bahia. 
O assassinato de Adenilson ocorreu apenas quatro dias depois de Eusébio Ka’apor, no Maranhão, morrer numa emboscada semelhante. Dois homens encapuzados cercaram e atingiram Eusébio com um tiro nas costas (Leia mais).
O secretário executivo do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), Cleber Buzatto, denunciou, na última quinta-feira (29), ao Fórum Permanente para Questões Indígenas da Organização das Nações Unidas (ONU), a insegurança das lideranças indígenas que lutam por seus territórios e pediu providências pela retomada das demarcações das terras indígenas no Brasil, dever constitucional que está sendo preterido em nome de interesses políticos. (Leia o pronunciamento)
Protesto
Foto - http://cimi.org.br/site/pt-br/?system=news&conteudo_id=8095&action=read
Em protesto pelo assassinato de Adenilson, cerca de 300 indígenas Tupinambá fecharam, na manhã desta segunda-feira (4), a ponte que liga o distrito de Olivença a Ilhéus (BA). Os caciques e lideranças decidiram pela manifestação depois de reunirem-se durante toda a manhã numa aldeia em Olivença. 
O cacique José Sinval disse que a ponte só será liberada quando chegarem representantes do Ministério da Justiça, da Funai e do Governo do Estado da Bahia. “A única linguagem que o governo entende é a pressão. Então só sairemos daqui quando enviarem pessoas que possam nos dar garantias sobre a investigação desse crime e a demarcação das nossas terras. Adenilson era uma das nossas principais lideranças. Os fazendeiros estão matando a gente e nada acontece”, afirmou o cacique. 
O Conselho dos Caciques Tupinambá, em documento divulgado após a morte de Adenilson, questionou o governo sobre a paralisação nas demarcações, processo que tem promovido ações violentas contra os indígenas. 
Os Tupinambá aguardam desde 2009 a publicação da Portaria Declaratória de seu território, pelo Ministério da Justiça.  “Perguntamos, até onde vai essa situação? Pois já são mais de 24 lideranças indígenas Tupinambá assassinadas pela luta da demarcação do território Tupinambá. Por que o governo não assina a carta declaratória do território Tupinambá de Olivença? Vai esperar morrer mais gente inocente?”.  
Emboscada
Adenilson voltava de uma pescaria com a esposa, o filho de um ano e outra filha de 15, quando foram emboscados por três pistoleiros armados, que estavam encapuzados. Ele morreu na hora e sua esposa, Zenaildes, foi gravemente ferida, baleada na perna e nas costas. A filha adolescente conseguiu fugir entrando na mata e manteve contato por celular com caciques e lideranças indígenas, que avisaram as autoridades competentes.
Ninha, como é conhecida a esposa de Adenilson, conseguiu proteger o filho e carregá-lo por cerca de 600 metros depois da fuga dos assassinos, até ser encontrada pelos agentes da Funai, que chegaram ao local avisados pelos caciques. A criança encontra-se hospitalizada, mas passa bem. Zenaildes ainda passará por cirurgia, pois uma bala ficou alojada na perna.
O sepultamento de Adenilson ocorreu no domingo (3), às 11h30, no Cemitério Nossa Senhora da Escada, em Olivença, com muita comoção e revolta da comunidade. “Nós estamos de luto por Pinduca e por todos nossos parentes que tombaram em mãos assassinas do infame poder que corrói as mentes avarentas. 
Continuamos cada vez mais firmes em nossos propósitos e nunca desistiremos de lutar pelos nossos direitos. Cada vez que assassinarem um de nós nascerão milhões para nos dar força e coragem”, disse a liderança Katu Tupinambá.
Haroldo Heleno, do Conselho Indigenista Missionário (Cimi) regional Leste, alertou para a ineficiência das “Mesas de Diálogo” promovidas pelo Ministério da Justiça, que muitas vezes acirram ainda mais o conflito na região, e lembrou que a última reunião ocorreu no dia 29 de abril, entre representantes da Justiça Federal, Ministério da Justiça, lideranças indígenas e pequenos agricultores. 
“A tal mesa de diálogo só serve para aumentar o clima de violência. Sempre que alguma autoridade visita a região acontece um fato grave envolvendo os Tupinambá. Desta vez foi o assassinato de Adenilson. A demora na assinatura da Portaria Declaratória da TI por parte do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, rega mais uma vez de sangue a terra do povo Tupinambá e deixa a comunidade de luto e extremamente revoltada por mais um assassinato”, ressalta Haroldo.
A liderança Cazé Tupinambá afirmou, em desabafo: “O governo desavergonhado, cara de pau, tem o despautério de dizer às organizações internacionais que nós, indígenas, somos bem assistidos e contemplados, e nesse joguinho de faz de conta continuamos órfãos da ganância de uma cultura predadora”.
‘Acho que vou realizar! Vou ter o documento dizendo que a terra é minha. Aí vou ser mais feliz ainda’ (foto). Este era o sonho de Pinduca, que tombou na terra que tanto esperou pela homologação. “Assim como outras lideranças, que regaram este chão de sangue aguardando a resolução definitiva sobre suas terras”, disse o cacique José Sinval.  
Foto: Depoimento de Adenilson "Pinduca" ao livro "Memórias do povo Tupinambá", da Organização Thydewa