quinta-feira, 20 de agosto de 2015

MPU convoca 289 analistas e técnicos judiciários de 23 Estados incluindo Maranhão, para tomarem posses no MPF E MPT.

Nomeações foram publicadas no Diário Oficial da União desta quinta-feira, 20 de agosto
A Secretaria-Geral do Ministério Público da União (MPU) nomeou nesta quinta-feira , 20 de agosto, 289 analistas e técnicos para atuarem no Ministério Público Federal (MPF) e  Ministério Público do Trabalho (MPT) nos estados do Acre, Amapá, Amazonas, Bahia, Espírito Santo, Rio Grande do Sul, Paraíba, Pernambuco, Goiás, Maranhão, São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Santa Catarina, Sergipe, Mato Grosso, Pará, Piauí, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rondônia e Tocantins. 
As nomeações para nível médio contemplam os cargos de técnico administrativo em Administração. Para nível superior, as vagas destinam-se aos cargos de analista para as áreas de Direito e Engenharia de Segurança do Trabalho. A posse ocorrerá no prazo de 30 dias. 
As nomeações foram publicadas na seção 2, páginas 50 a 62, do Diário Oficial da União.  Veja aqui

Policia Federal realização operação em Bom Jardim.

Prefeita Lidiane Leite (PP).
Informações vinda de Bom Jardim dão conta de uma grande operação da Polícia Federal na Cidade. A Polícia Federal deu início na manhã desta quinta-feira (20) a uma operação na cidade de Bom Jardim (MA), a 275 km de distância de São Luís, para cumprir mandados de busca e apreensão e prisão de suspeitos por desvios de verbas da merenda escolar, da reforma de escolas, do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) e do Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae). 

Já teriam sido presos os ex-secretários de Agricultura, Antônio Gomes da Silva, conhecido como 'Antônio Cesarino' – também presidente do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Bom Jardim (STTR) – e de Assuntos Políticos, Humberto Dantas dos Santos, conhecido como Beto Rocha, ex-namorado da prefeita de Bom Jardim.



População já comemora ação policial veja neste link: https://www.facebook.com/ Rondnellems/videos/1224756587539811/?pnref=story.



Cultura. Atenção, municípios! Inscrições para os editais do SNC.

Estão abertas a partir desta quinta-feira (20) até 5 de outubro as inscrições para quatro editais do Sistema Nacional de Cultura (SNC), lançados pelas secretarias do Audiovisual (SAv) e da Cidadania e da Diversidade Cultural (SCDC), Fundação Cultural Palmares (FCP) e Diretoria do Livro, Leitura, Literatura e Bibliotecas (DLLLB) do Ministério da Cultura (MinC), em parceria com a Secretaria de Articulação Institucional (SAI). As inscrições deverão ser feitas pelo Salic Web.  
 
Com investimento de R$ 15 milhões, os editais irão selecionar até 97 projetos culturais inscritos por prefeituras ou por seus órgãos municipais que sigam as diretrizes e critérios constantes do Plano de Trabalho Anual do Fundo Nacional da Cultura (FNC). Os projetos contemplados deverão ter período de execução de até 24 meses.
 
Para se inscreverem, os municípios deverão estar com seus acordos de cooperação federativos vigentes e com seus Sistemas Municipais de Cultura instituídos por leis próprias publicadas, ou ao menos, com a minuta do projeto de lei finalizada. Neste caso, a aprovação pela respectiva Câmara Municipal e a publicação no Diário Oficial do município deverá ser feita até o início do convênio que será assinado com o Ministério da Cultura. 
 
Para dar esclarecimentos sobre cada um dos editais, durante o período de inscrições, serão realizadas oficinas – em datas ainda a serem definidas – e disponibilizado um tutorial, que poderá ser acessado por meio do site e das redes sociais do MinC.
 
O secretário de Articulação Institucional do MinC, Vinícius Wu, ressalta que esse editais do SNC são voltados a grupos culturais e conclama os municípios a instituírem seus Sistemas de Cultura. "Este é um momento de reafirmação do compromisso do Ministério da Cultura para a construção de políticas públicas", destaca.

Saiba mais sobre cada um dos editais: 
 
 
 
 
 
Assessoria de Comunicação
Ministério da Cultura
Com informações da Secretaria de Articulação Institucional (SAI)


quarta-feira, 19 de agosto de 2015

Mineradora VALE perde mais uma. Justiça anula registro de posse da Vale em Curuçá e proíbe licenciamento do porto de Espadarte.

Justiça anula registro de posse da Vale em Curuçá e proíbe licenciamento do porto de Espadarte. Área pertence a reserva extrativista.

Em sentença do último dia 13 de agosto, a Justiça Federal anulou os registros de ocupação da Companhia Vale do Rio Doce no município de Curuçá, nordeste do Pará, e proibiu o licenciamento do porto de Espadarte, que a empresa tentava implantar na região. A área pertence à Reserva Extrativista (Resex) Marinha Mãe Grande de Curuçá, um impedimento legal definitivo para a instalação do porto.

“A incompatibilidade entre o empreendimento que se pretende implantar e  a finalidade da unidade de conservação autorizam desde já a suspensão de qualquer estudo prévio acerca da viabilidade técnica, socioambiental e econômica do empreendimento”, diz a sentença da Vara Federal de Castanhal, assinada pelo juiz Paulo Máximo Cabacinha.

A decisão atende pedido do Ministério Público Federal (MPF) que apontou, desde 2011, a ilegalidade do licenciamento do porto de Espadarte. Além de proibir quaisquer estudos e o licenciamento da atividade, a Justiça ordenou à União que anule quatro registros imobiliários que atualmente estão em nome da Vale e foram repassados pela RDP Empreendimentos Portuários. A União está proibida de conceder novos registros também.

Os registros que a Vale detinha correspondem a terrenos nas ilhas Guarás, Ipemonga e Mutucal, onde seria instalado o porto de Espadarte, de acordo com o projeto apresentado aos moradores de Curuçá desde a década passada. A Mãe Grande de Curuçá é uma das nove reservas extrativistas marinhas existentes no Pará. Oito estão situadas no litoral continental paraense e uma está localizada no arquipélago do Marajó.

As nove resex foram criadas com o objetivo de possibilitar a preservação da zona costeira, rica região de mangue, também conhecida como “amazônia atlântica”, que forma, juntamente com o litoral do Maranhão, a maior área de manguezal contínuo do planeta.

Histórico - A resex Mãe Grande de Curuçá, que tem 37 mil hectares e abriga 2 mil famílias, foi criada em dezembro de 2002 por meio de um decreto presidencial. Em 2006, a Companhia Docas do Pará realizou reunião para tratar da concessão para o porto do direito de uso de três ilhas da resex, com área total de 5 mil hectares. Segundo o projeto, em uma delas, a Guarás, seria instalado o porto. Nas outras duas (Ipemonga e Mutucal) seriam implementados sistemas de transporte para ligar o porto ao continente. Naquele ano, o MPF abriu investigação para acompanhar o caso.

Em 2008, a RDP Empreendimentos e Serviços Portuários, que possuía registros de ocupação de imóveis nas ilhas, solicitou ao Ibama termo de referência para dar início aos estudos de impactos ambientais. No início de 2010, a União entregou a área para o Ministério do Meio Ambiente. Pelo acordo, a área só poderia ser utilizada para as atividades da resex. No final do ano, a RDP transferiu para a Vale os registros de ocupação que possuía.

Em 2010 e 2011, o MPF entrou em contato com a Secretaria de Patrimônio da União (SPU), que confirmou que essas áreas integram a resex. A SPU também informou que sugeriu o bloqueio, no sistema de administração patrimonial da União, dos registros de ocupação ou aforamento concedidos, impossibilitando a expedição de certidões de autorização de transferências em áreas situadas em unidades de conservação.

"É totalmente incompatível com a existência de uma unidade de conservação na modalidade reserva extrativista o empreendimento portuário que se estuda implantar", criticam os procuradores da República Bruno Valente, Daniel Azeredo Avelino e Felício Pontes Jr na ação. "Referido empreendimento importaria, necessariamente, em impacto sobre considerável área de manguezal situada no interior da resex, e sobre a qual as milhares de famílias de usuários extraem seu sustento. Além do impacto direto sobre o ecossistema, o fluxo de embarcações que um terminal portuário desse porte atrairia trafegaria em parte da área de espelho d'água que compõe a unidade de conservação, afetando de maneira direta a atividade de pesca realizada no local", observa o MPF.

"É importante, portanto, estabelecer que, independentemente de qualquer juízo de valor a ser formado acerca da importância do empreendimento em relação à das comunidades tradicionais, mostra-se, por força das disposições legais que regem a matéria, a total incompatibilidade entre a presença de uma reserva extrativista e de um empreendimento portuário no mesmo local. Portanto, o empreendimento apenas passaria a ser juridicamente possível se a área onde se pretende instalá-lo deixasse de ser reserva extrativista, o que depende de lei federal para ocorrer", complementam Soares Valente, Azeredo Avelino e Pontes Jr.


Processo nº 0022691-94.2011.4.01.3900 - Justiça Federal em Castanhal

Íntegra da decisão:
http://www.prpa.mpf.mp.br/news/2015/arquivos/Sentenca_Porto_Espadarte_Vale_Curuca-PA.pdf

Acompanhamento processual:
http://processual.trf1.jus.br/consultaProcessual/processo.php?proc=00226919420114013900&secao=CAH


Ministério Público Federal no Pará
Assessoria de Comunicação
(91) 3299-0148 / 98403-9943 / 98402-2708
prpa-ascom@mpf.mp.br
www.prpa.mpf.mp.br
www.twitter.com/MPF_PA
www.facebook.com/MPFederal

Tramita no Senado Projeto de Lei com o objetivo de regulamentar no Brasil o transporte de passageiros a partir do uso de aplicativos como o UBER.



Começou a tramitar no Senado Federal um Projeto de Lei apresentado pelo Senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES), que tem como objetivo regulamentar no Brasil todo o serviço de transporte de passageiros realizado através do uso de aplicativos como o Uber. 

A medida pode ser uma solução para os atuais conflitos que vêm ocorrendo com os taxistas, que reclamam do Uber, dizendo ser uma concorrência desleal, uma vez que os motoristas do serviço não arcam com os mesmos impostos e taxas ou são submetidos à fiscalização como os taxistas.

A principal reclamação dos motoristas de táxi, no entanto, se refere à falta de regulamentação, pois a Constituição determina que o transporte de passageiros depende de concessão do Poder Público.

Por outro lado, os motoristas do Uber alegam que prestam um serviço de melhor qualidade, mais rápido, com conforto e mais barato, que seriam os motivos pelos quais conseguem cada vez mais a preferência da população.

Criado nos Estados Unidos, o Uber é um aplicativo para celular onde qualquer pessoa pode solicitar um veículo para realizar seu deslocamento. Depois do pedido, um motorista previamente cadastrado se habilita a prestar o serviço, e o pagamento é intermediado pelo aplicativo.

De acordo com o projeto de lei em tramitação no Senado, o tipo de serviço prestado pelo Uber ficará definido como transporte privado individual, deixando claro que não se trata de nenhuma modalidade de transporte público. O motorista do Uber, que é o prestador do serviço, passará a ser denominado “motorista parceiro”.

De acordo com o autor do projeto (PLS 530/2015), Senador Ricardo Ferraço, a medida vai contribuir para a melhoria dos serviços de transporte: Essa regulamentação se propõe a pôr fim a uma coisa que eu considero um retrocesso, que é proibir a existência desse mecanismo que tem na prática facilitado o dia a dia das pessoas. É um trabalho que de certa forma concorre com o serviço concessionado do táxi, mas essa concorrência é boa, porque onde há concorrência há qualidade, há eficiência”.

A proposta determina ainda a incidência do Imposto Sobre Serviço (ISS) sobre os aplicativos, tributo também cobrado dos taxistas e que se destina aos municípios. Haverá também a cobrança de taxa de licenciamento anual. Os recursos arrecadados vão ser direcionados para as prefeituras e usados em melhorias para o transporte público.

O profissional vai ter que estar enquadrado como microempreendedor individual ou cadastrado no regime tributário diferenciado Simples Nacional, além de ter registro no órgão municipal responsável pela fiscalização de trânsito e transporte.

O “motorista parceiro” não poderá ter nenhum tipo de ficha criminal e condenações nos últimos sete anos por crimes de violência, sexuais, roubo, danos materiais, terrorismo, ou por dirigir sob o efeito de drogas ou álcool ou, ainda, por uso de veículo na prática de crime. Desta forma, ele vai ser obrigado a apresentar certidões de antecedentes criminais e toda a documentação em dia, tanto do motorista como do veículo, o que traz mais segurança ao passageiro.

Para o Senador Ricardo Ferraço esse tipo de transporte faz parte da evolução na questão da mobilidade das grandes cidades do mundo, porém é preciso criar regras de operação para esse modelo de economia compartilhada no qual o Uber está inserido.

Nós estamos estabelecendo uma espécie de igualdade de condição, ou seja, a plataforma do Uber deve existir, é isso que nós estamos propondo, mas é preciso que existam regras e diretrizes. Nós temos que olhar para o mundo com as oportunidades que ele apresenta, e eu acho o Uber, muito mais do que ameaça, é uma oportunidade”.

A proposta ressalta que fica proibido o embarque de passageiros nas vias públicas, a não ser em caso de solicitação prévia através do aplicativo, e que o pagamento também não pode ser feito diretamente ao motorista somente pelo programa.

Paralelamente, algumas cidades brasileiras como São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília também discutem projetos de lei e ações na Justiça, porém, pedindo a proibição do tipo de serviços prestados como o do Uber. Em Brasília, a Câmara Legislativa do Distrito Federal chegou a aprovar um projeto autorizando o serviço, mas apenas em aplicativos voltados ao atendimento de táxis, porém foi vetado pelo Governo do Estado.

No Rio de Janeiro, um motorista do Uber entrou na Justiça alegando sofrer perseguição de agentes públicos ligados ao Detro – Departamento de Transportes Rodoviários do Estado do Rio, através de aplicação de multas e apreensões de automóveis, como foi determinado pelas autoridades do Estado e do município. Então, um mandado de segurança, do Juiz Bruno Vinícius da Rós Bodarta, determinou que os agentes do Detro e da Secretaria de Transportes não proíbam mais a atividade dos motoristas do Uber, seja pela imposição de multas, apreensão de veículo ou retenção da carteira de habilitação do condutor. O juiz fixou ainda multa de R$ 50 mil, caso a ordem seja descumprida.

Em São Paulo, em abril, a Justiça chegou a proibir o Uber, a pedido do Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores nas Empresas de Táxi, mas a decisão foi derrubada no mês seguinte, embora o processo ainda corra na Justiça.

Atualmente, o Uber está presente em 59 países, em mais de 300 cidades. No Brasil, ele opera em São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Brasília.

Apesar de a cidade de Campinas, no Estado de São Paulo, ainda não constar na lista do serviço, os vereadores do município já aprovaram uma regulamentação que torna ilegal o uso de aplicativos para o transporte individual remunerado. O projeto ainda vai passar por uma segunda votação.

O projeto de lei do Senador Ricardo Ferraço aguarda agora o recebimento de emendas para posterior definição de relator na Comissão de Assuntos Econômicos. Conheça a integra do referido projeto de lei abaixo: http://www.senado.gov.br/atividade/materia/getPDF.asp?t=173659&tp=1.


STF começa a julgar descriminalização do porte de drogas para uso próprio.

André Richter e Akemi Nitahara - Repórteres da Agência Brasil.

Defensoria Pública de São Paulo alega que o porte de drogas, tipificado no Artigo 28 da Lei de Drogas, não pode ser configurado crime, por não gerar conduta lesiva a terceiros Tânia Rêgo/Agência Brasil
O Supremo Tribunal Federal (STF) começa a julgar hoje (19) a descriminalização do porte de drogas para uso próprio. O julgamento estava previsto para ser iniciado na semana passada, mas não entrou em pauta.  A questão será julgada por meio de um recurso de um condenado a dois meses de prestação de serviços à comunidade por porte de maconha. A droga foi encontrada na cela do detento. O recurso é relatado pelo ministro Gilmar Mendes.

O julgamento está previsto para começar às 14h e será iniciado com a leitura do relatório do processo. Em seguida, entidades de defesa e contra a descriminalização devem se manifestar, como o Movimento Viva Rio, o Instituto Sou da Paz e a Associação dos Delegados de Polícia do Brasil (Adepol). Após as sustentações orais, Mendes proferirá seu voto, e os demais ministros começam a votar. O julgamento poderá ser adiado se um dos ministros pedir mais tempo para analisar o processo.


No recurso, a Defensoria Pública de São Paulo alega que o porte de drogas, tipificado no Artigo 28 da Lei de Drogas (Lei 11.343/2006), não pode ser configurado crime, por não gerar conduta lesiva a terceiros. Além disso, os defensores alegam que a tipificação ofende os princípios constitucionais da intimidade e da liberdade individual.

O tema é polêmico. Ontem (18), entidades do setor médico divulgaram notas a favor e contra a descriminalização. O manifesto Implicações da Descriminalização do Uso de Drogas para a Saúde Pública, assinado por mais de 200 profissionais e pesquisadores da área de saúde, cita casos de diversos países e analisa o uso das drogas sob o ponto de vista da medicina, da saúde coletiva e das ciências sociais aplicadas à saúde.



Um dos defensores da descriminalização é o presidente da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Paulo Gadelha. De acordo com ele, tratar o usuário de drogas ilícitas como criminoso faz com que o problema não seja enfrentado corretamente.

“Como as drogas ilícitas estão em um circuito relacionado ao protecionismo, à exclusão e repressão, elas geraram uma questão de comercialização que está associado à violência do tráfico, discriminação à população mais vulnerável, quase um genocídio que acontece em territórios ocupados pelo tráfico. Todos esses componentes implicam problemas de saúde pública que devem ser tomados como centrais”.



Para Gadelha, o usuário de drogas é vitimizado duas vezes, já que pode sofrer de um problema de saúde, que é a dependência química, e é considerado criminoso por isso. “Alguém que está sofrendo pelo uso de uma droga precisa ser acolhido, precisa ser tratado, precisa ter uma sociedade que não o jogue na vala comum da criminalidade. Você acha que alguém que é tachado como criminoso vai procurar o serviço de saúde? Nunca”.

A nota assinada pelos presidentes da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), da Federação Nacional dos Médicos, Associação Médica Brasileira e do Conselho Federal de Medicina afirma que a descriminalização vai gerar aumento do consumo, levando à multiplicação de usuários, à dependência química, ao aumento de acidentes de trânsito, de homicídios e suicídios, além de fortalecer o tráfico, aumentando a violência.


O presidente da ABP, Antônio Geraldo da Silva, ressalta que as entidades representam mais de 400 mil médicos do país. De acordo com ele, a categoria é contra a facilitação de acesso a qualquer tipo de droga, seja ela legal ou ilegal. "Somos contra toda e qualquer facilitação de uso de álcool, cigarro e qualquer droga. O motivo é simples: essas substâncias provocam doenças e, como médicos, nós temos que defender uma saúde pública adequada para toda a população. Liberar essas substâncias é facilitar o aparecimento de doenças em geral, inclusive as da mente”.

Ele alerta que o julgamento não trata apenas de drogas consideradas menos nocivas, como a maconha. “As pessoas não estão percebendo que o que está sendo votado é a liberação de toda e qualquer droga, não é maconha pura e simplesmente. Se tiver um voto favorável, isso é a liberação do porte de crack, de heroína, cocaína, LSD. E se facilitar que as pessoas tenham acesso, nós vamos ter um aumento muito grande de usuários e vai ser um caos na saúde pública”.

Segundo o presidente da Fiocruz, Paulo Gadelha, em países como Portugal, onde houve um processo de definição de quantidade para porte e a despenalização do uso de drogas, não houve aumento de consumo. Mas, de acordo com Silva, os estudos em Portugal mostram que o número de usuários no país passou de 8% para 16%.

Edição: Lana Cristina e Graça Adjuto.

terça-feira, 18 de agosto de 2015

Ciganos nordestinos das etnias Calon, Sinti e Rom, reuniram-se na Paraíba.

Ciganos reúnem-se na Paraíba (Foto: Kleide Teixeira -  Instituto de Mulheres Yálodê)
Cerca de 500 ciganos nordestinos das etnias Calon, Sinti e Rom estiveram reunidos na ultima quinta e sexta feira da semana passada, dias 14 e 15, na cidade de Sousa, a 433 quilômetros da capital João Pessoa, realizando o 1º Encontro de Ciganos do Nordeste. Nesse encontro, decidiram elaborar uma carta de reivindicações dirigida a diversos órgãos públicos, entre eles, o Ministério da Cultura. As principais reivindicações dizem respeito à ampliação do acesso a políticas governamentais. 
 
O evento, de cuja abertura a Seppir (Secretaria de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República) participou, foi promovido pelas secretarias de Estado da Mulher e da Diversidade Humana do Estado da Paraíba, de Estado de Meio de Ambiente e Sustentabilidade do Estado de Pernambuco, e de Cultura do Estado de Pernambuco.
 
Segundo a Secretaria de Estado da Cultura da Paraíba, em seu site, "de acordo com o Censo do IBGE de 2010, o Brasil tem cerca de 800 mil ciganos, distribuídos em 291 cidades brasileiras. A maior parte da população cigana no Nordeste ainda não possui registro civil e, consequentemente, tem dificuldades em acessar políticas básicas, como as de saúde e educação". 
 
A matéria do site da Secult/PB, diz ainda que, segundo Mariah Marques, gerente operacional de Arte Popular da Secretaria, a ideia é desenvolver ações culturais que deem protagonismo ao povo cigano. "Este é um momento de fortalecer a tradição cultural cigana, trabalhando metodologias integrativas com participação real dos povos e comunidades tradicionais da Paraíba".
 
Visibilidade para a Cultura Cigana
 
Em 2014, o Ministério da Cultura realizou a terceira edição do Prêmio Culturas Ciganas, por meio da Secretaria da Cidadania e da Diversidade Cultural do Ministério da Cultura (SCDC/MinC), em parceria com a Seppir. O objetivo do Prêmio é reconhecer e estimular iniciativas de cultura que atuem na preservação e proteção das Culturas Ciganas no Brasil.
 
O pagamento dos prêmios para os 76 projetos selecionados estava prestes a ser realizado quando uma decisão judicial suspendeu o concurso, sob alegação de que o edital, ao limitar a participação de ciganos, privilegiava um certo grupo de cidadãos injustificadamente, o que feriria o Princípio da Impessoalidade, e, ao não permitir que não ciganos participem, feriria o Princípio da Moralidade. 
 
O Ministério da Cultura entende, no entanto, que editais como esse configuram ações afirmativas e estão de acordo com o texto constitucional, que estabelece, no parágrafo 1º de seu Artigo 215, que "o Estado protegerá as manifestações das culturas populares, indígenas e afro-brasileiras, e das de outros grupos participantes do processo civilizatório brasileiro." 
 
Para o MinC, o que determina se a discriminação é justa ou injusta, legal ou não, são as circunstâncias e os motivos da diferenciação. Se a discriminação está em conformidade com os valores protegidos na Constituição, ela é positiva e legítima. Essa visão alinha-se ao Estatuto da Igualdade Racial, instituído pela Lei n° 12.288, de 20 de julho de 2010, marco histórico do País rumo a uma democracia com igualdade racial e oportunidades para todos os segmentos que compõem a sociedade nacional, independente de suas diferenças étnico-raciais.     
A SCDC continua acompanhando o processo, apoiando e incentivando todas as manifestações dos povos ciganos em todo o País.
 
Secretaria da Cidadania e da Diversidade Cultural
Ministério da Cultura
com informações da Secretaria de Estado de Cultura da Paraíba