domingo, 24 de janeiro de 2016

Economia. Por que é urgente romper a paralisia do Banco do Sul?

© David Manrique
Os governos da América do Sul se encontram em uma encruzilhada. As economias da região latino-americana se contraíram em 2015 e, segundo diversas estimativas, terão um crescimento nulo em 2016. 
Nada indica que os preços dos produtos primários vão subir. De novo surge o dilema entre realizar ajustes de gasto público e solicitar empréstimos às instituições de crédito submetidas ao Departamento do Tesouro dos Estados Unidos.
Contudo, Ariel Noyola considera que os mandatários da região também poderiam apostar em fortalecer as bases da arquitetura financeira sul-americana mediante a inauguração do Banco do Sul, um projeto que ficou parado durante mais de oito anos e que, frente à gravidade da situação econômica atual, pode impedir o aprofundamento da crise.
Diante do aprofundamento da recessão mundial, é urgente que os mandatários da América do Sul coloquem todas as suas energias na construção de instituições de crédito próprias e no uso de instrumentos de cooperação financeira orientados a debilitar a influência do dólar na região.
Toda vez que o governo dos Estados Unidos busca impor por todos os meios possíveis sua dominação econômica na região, se torna indispensável para os países sul-americanos conquistar a autonomia política frente às instituições tradicionais de crédito.
O modus operandi do Fundo Monetário Internacional (FMI), do Banco Mundial e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) já é bastante conhecido: a utilização da dívida como um mecanismo de pressão contra os povos afundados na insolvência; a imposição de medidas econômicas draconianas (diminuição dos gastos sociais, cortes nos salários, privatização das empresas estatais de carácter estratégico, etc.); a assistência financeira sem limites a governos surgidos de um golpe de Estado, mas apoiados pela Casa Branca (como ocorreu no Chile na década de 1970); etc. Por essas e muitas outras razões, é necessário fortalecer as bases da arquitetura financeira sul-americana.
Em primeiro lugar, é necessário uma Unidade Monetária sul-americana (UMS). A UMS não é uma “moeda comum” como o euro, mas uma cesta de referência formada por um conjunto de moedas (como os Direitos Especiais de Saque do FMI). Definitivamente, a UMS é uma referência que goza de maior estabilidade que o dólar, tanto para a emissão de bônus como para a comparação de preços dentro da região. Paralelamente, deve-se estimular que os intercâmbios comerciais sejam feitos em moedas nacionais.
Desde 2008, a Argentina e o Brasil iniciaram o Sistema de Pagamentos em Moedas Locais (SML). E em outubro de 2015, Paraguai e Uruguai implementaram um mecanismo de pagamentos semelhante. Graças a isso, evita-se passar pelo dólar, e os custos de transação foram reduzidos consideravelmente entre as empresas de ambas as partes. Agora só falta incluir a Bolívia e a Venezuela para, desta maneira, incentivar a “desdolarização” entre todos os países que integram o Mercado Comum do Sul (MERCOSUR).
Em segundo lugar, os países da América do Sul necessitam de um poderoso fundo de estabilização monetário capaz de proteger suas balanças de pagamentos das violentas flutuações do dólar, ainda mais depois que o Sistema da Reserva Federal (FED) dos Estados Unidos elevou a taxa de juros dos fundos federais (‘federal funds rate’) em dezembro do ano passado [1].
Ao longo de 2002 e 2009, o auge dos preços das matérias primas (‘commodities’) favoreceu a acumulação maciça de reservas internacionais e, apesar disso, a América do Sul continuou financiando os países industrializados.
Uma boa parte dos bilhões de dólares que a região sul-americana economizou durante os últimos anos foi usada para investir em bônus do Tesouro dos Estados Unidos, em lugar de ser canalizada para atividades produtivas mediante um fundo do Sul de grande potência.
Nestes momentos o único fundo de estabilização que existe na região é o fundo Latino-americano de Reservas (FLAR), lançado originalmente pela Comunidade Andina em 1978 sob o nome de fundo Andino de Reservas, e atualmente formado por Bolívia, Colômbia, Costa Rica, Equador, Paraguai, Peru, Uruguai e Venezuela.
Contudo, os recursos à disposição do FLAR são insuficientes para conter as fugas de capitais em conjunturas críticas: seu capital subscrito é de apenas 3,609 bilhões de dólares, uma quantia que representa menos de 15% das reservas do Banco Central da Bolívia. O mercado mundial de crédito se tornou demasiado volátil. Apenas em 2015, fugiram mais de 98 bilhões de dólares dos investimentos financeiros dos países emergentes, segundo as estimativas do Instituto de Finanças Internacionais (IIF, na sigla em inglês) [2].
Portanto, é urgente pôr mãos à obra ante esta perigosa vulnerabilidade. Os países do MERCOSUL necessitam de um fundo de estabilização próprio que, dado o alto grau de integração financeira do Brasil com o resto do mundo, conte com pelo menos 100 bilhões de dólares de capital, que é o volume de recursos com o qual o Acordo de Reservas de Contingência dos BRICS (sigla para Brasil, Rússia, Índia, China e África do sul) vai começar a operar.
E em terceiro lugar, os países sul-americanos devem tirar o Banco do Sul dos entraves burocráticos em que se encontra para que emita finalmente seus primeiros empréstimos [3].
Os detalhes técnicos estão praticamente prontos: o capital inicial será de 7 bilhões de dólares e o capital autorizado, de 20 bilhões de dólares; a sede principal ficará na Venezuela; Argentina e Bolívia terão outras duas sucursais. Contudo, o início das operações foi adiado outras vezes, tanto é que depois de mais de oito anos da assinatura de sua ata de fundação na cidade de Buenos Aires, o Banco do Sul ainda não consegue abrir suas portas [4].
Isso porque existem poderosos interesses econômicos que o impedem de romper com o status quo, tanto dentro como fora da região. Ainda que em um primeiro momento se cogitou que o Banco do Sul iria agrupar todos os países da União das Nações Sul-americanas (UNASUR), isto parece impossível; Suriname e Guiana não têm interesse, enquanto Chile, Colômbia e Peru estão obcecados em apoiar os projetos de integração promovidos por Washington, tanto a Aliança do Pacífico como o Acordo de Associação Transpacífico (TPP, na sigla em inglês).
Consequentemente, os membros do Banco do Sul ficaram reduzidos aos países do MERCOSUL mais o Equador. Por outro lado, as resistências dentro do bloco, vem sobretudo do Itamaraty, o Ministério de Relações Exteriores do Brasil. Na América do Sul, a influência do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) do Brasil é óbvia, a tal ponto que em vários anos conseguiu superar o crédito proporcionado pelo FMI, Banco Mundial e BID.
O BNDES não tem interesse em avançar a integração latino-americana, na realidade sua missão é garantir o fornecimento de matérias primas (‘commodities’) às empresas brasileiras [5].
Os recursos do BNDES estão orientados a megaprojetos que reproduzem a dependência primário-exportadora dos países sul-americanos, como a Iniciativa para a Integração da Infraestrutura Regional (IIRSA), uma rede de rodovias de dimensões continentais que só vai beneficiar um punhado de empresas [6].
Em contraste, o dinheiro do Banco do Sul não será direcionado unicamente a obras de infraestrutura, mas também a um amplo leque de programas de investimentos ligados a educação, saúde, moradia, etc. O Banco do Sul descartará completamente os critérios do “Consenso de Washington”, que trouxeram tanta pobreza à Nossa América; realizará empréstimos a juros muito baixos, pois seu objetivo é estimular o desenvolvimento econômico integral dos povos.
Sem dúvida, o Banco do Sul constitui uma grande esperança em tempos de crise. Por um lado, servirá como um poderoso mecanismo de alívio econômico para os países da América do Sul que são vítimas de severas recessões. Por outro lado, será um apoio decisivo para financiar as metas mais ambiciosas da integração sul-americana: projetos científicos e tecnológicos conjuntos, uma rede de ferrovias, rede energética, etc.
Concluindo, os governos sul-americanos precisam tomar medidas concretas que parem a restauração conservadora que está em curso, caso contrário precipitarão sua queda. É evidente que o governo dos Brasil tem a maior responsabilidade de salvaguardar a soberania continental. Dos altos funcionários do Itamaraty dependerá em última instância romper a paralisia do Banco do Sul...
Tradução de João Aroldo - Tradutor freelance para sites como Rede Voltaire, Redecastorphoto e Tlaxcala. 
[1] «Fed’s rate rise could heighten problems in emerging markets», James Quinn, The Telegraph, December 18, 2015.

[2] «Emerging market portfolio flows at weakest level since global financial crisis», Jonathan Wheatley, The Financial Times, January 4, 2016.

[3] “Banco do Sul, crise global e turbulência na América Latina”, Ariel Noyola Rodríguez, Tradução Ina Thomé Picoli, Rede Voltaire, 27 de Setembro de 2014?

[4] «The Bank of the South: Bolivarian finance», The Economist, December 13, 2007.

[5] «Brasil vs. Banco del Sur», por Oscar Ugarteche, Agencia IPI (Perú), Red Voltaire, 28 de agosto de 2007.

[6] «Interconexión sin integración: 15 años de IIRSA», Raúl Zibechi,Programa de las Américas, 23 de septiembre de 2015.

Link original desta matéria: http://www.voltairenet.org/article190020.html

Síria: Dias decisivos da batalha por Latakia.

23/1/2016, Peto Lucem, * SouthFront.

Tradução pela Vila Vudu
Nos últimos dias, o Exército Árabe Sírio, EAS [Syrian Arab Army (SAA)] alcançou consideráveis ganhos de territórios na área central que esteve completamente em mãos de insurgentes, localizada na região da "Montanha dos Curdos" (Jabal al-Akrād) próxima da fronteira turca, no Governorado de Latakia. 
Nos últimos três dias a insurgência muito se beneficiara das rotas de suprimento que partem da fronteira turca e também do terreno acidentado e coberto de árvores. Essa região tem importância vital para os dois lados em guerra por causa da proximidade com a cidade de Latakia e outros centros urbanos próximos da costa mediterrânea. A fronteira sírio-turca foi área proibida para as forças do governo sírio por muito tempo. Agora, isso mudou.


Como se esperava, a queda da mais importante fortaleza dos insurgentes de Salma terá severo impacto negativo nas capacidades de defesa da insurgência. Dia 20 de janeiro, o Exército Árabe Sírio libertou a vila de Ateera e áreas circundantes, que os insurgentes haviam tentado recapturar sem sucesso, no dia anterior. 

As forças do governo sírio empurraram os insurgentes para fora da vila de al-Kabeir e tiraram de sobre as forças legalistas a pressão que sofria a vila de Bayt Ablaq. 

O avanço mais importante aconteceu na área operacional sul, próxima da estratégica rodovia M4, que leva às cidades de Jisr al Shughour e Idlib.

Nessa área, o Exército Árabe Sírio assumiu o controle das vilas de Ayn al Hawr, Ghunaymiyah e Khab al Jawz. A libertação de Khab al Jawz é enorme ganho estratégico, semelhante à da libertação de Salma, poucos dias antes. 

Com a retomada de Khab al Jawz e dos cruzamentos estratégicos próximos, o Exército Sírio Árabe começou o avanço para o bastião dos insurgentes no norte, Rabi’ah.
Os defensores desse ponto vital já enfrentavam dificuldades para conter as forças do exército sírio ativas na região norte. Agora, terão de cobrir também as duas principais rodovias que seguem para o sul, para Khab al Jawz. Mas os insurgentes já pareciam sufocados no lento avanço do exército próximo da rodovia M4. 
Não conseguiram deslocar tropas para essa área. Assim, não puderam fixar nova linha de defesa no prazo necessário para impedir o avanço de forças legalistas na direção de Rabi’ah.
Apenas um dia depois de o Exército Árabe Sírio ter capturado os cruzamentos de Khab al Jawz, capturou também a vila de Baradun e a barragem de Baradun, próxima da cidade.
No norte, o exército legalista empurrou as forças insurgentes para fora da área de Jaqruran, o que pôs pressão adicional sobre os que defendiam Rabi’ah.
Dia 22 de janeiro, as forças insurgentes já exaustas mostravam sinais crescentes de desorganização e fadiga. Não conseguiram conter as forças legalistas sírias que receberam acurado apoio aéreo da Força Aérea Russa e da Força Aérea Síria.
Nesse dia decisivo, o Exército Árabe Sírio lançou ataque em grande escala. Ao mesmo tempo, os insurgentes sustentavam um bolsão entre as vilas de Baradun e ad-Durrah. O exército alcançou ganhos significativos e capturou uma cadeia de vilas, dentre as quais a importante cidade de al-Rayhaniyyah, ao sul de Rabi’ah.
Dia 23 de janeiro [hoje, aqui; lá, ontem], as forças insurgentes colapsaram completamente. As forças legalistas também ganharam controle sobre novas áreas e vilas, como al-Malik, Tanahiyah e Al Huwlah.
Até aqui, os insurgentes não estão conseguindo reverter adequadamente os recentes sucessos do Exército Árabe Sírio. Parece que teriam confiado em alguns pontos fortes próximos de áreas da linha de frente, quando as forças pró-governo sírio lançaram sua ofensiva em larga escala em outubro passado. Tão logo caíram aqueles pontos fortes – como Salma –, os insurgentes sentiram que não conseguiriam conter os avanços legalistas.
O fato óbvio de não se servirem da estratégia de defesa em profundidade comprovou-se fatal. Essa situação provavelmente levara ao declínio acelerado dos recursos das milícias e do número de combatentes. Se Rabi’ah cai, muito provavelmente provocará retirada em grande escala na direção de Jisrt al Shughour. 
Ali os insurgentes tentarão provavelmente fazer uma última base, no ponto mais estreito entre a área de Ayn al Hawr e a fronteira turca. 
Se essa tentativa falhar, a via para Jisr al Shughour estará escancarada para o Exército Árabe Sírio. A posição estratégica dos insurgentes provavelmente se agravará ainda mais, pelo fato de o Exército Árabe Sírio ter liberado milhares de soldados, quando, recentemente encurtou a linha de frente no Governorado de Latakia. 
Em outubro, a linha de frente tinha comprimento total de aproximadamente 35 milhas (pouco mais de 56 km). No momento em que começar, provavelmente, o avanço sobre Jisr al Shughour, o Exército Árabe Sírio terá de cobrir aproximadamente 10 milhas (c. 10km) no caso de manter as posições atuais na planície al-Ghab.
Embora o Exército Árabe Sírio só disporá, provavelmente, de pequena parte de sua força ofensiva total na fronteira turca, mesmo assim vem em ofensiva poderosa, para capturar Jisr al Shughour e até Idlib.

* Peto lucem, lat., "peço luzes". É o codinome do blogueiro, especialista em mapas [NTs].

sábado, 23 de janeiro de 2016

Guerra da Síria. Comandante Senior da Frente Al-Nusra, Abu Hamza al-Ma'ani foi morto hoje por soldados sírios leste de Damasco.


TEERÃ (FNA) - Um notório comandante da Frente al-Nusra, natural da Jordânia, foi morto hoje no ataque do exército sírio a Leste da capital Damasco. Ele se chamava Abu Hamza al-Ma'ani,  foi morto combatendo a ofensiva do Exército Sírio nas posições da frente Nusra al-Qaeda e filiados posicionados na faixa Oriental de Ghouta.

Hoje tambem, os aviões de combate sírios bombardearam várias posições fortificadas dos grupos militantes em Darayya no oeste Ghouta, deixando vários militantes mortos ou feridos. Relatórios anteriores informavam que dois comandantes importantes do chamado Exército Sírio Livre (FSA) haviam sido mortos em duas explosões de bombas dispersas, perto da capital da Síria. 



Já dois guerrilheiros, Haitham Ezreal e Shaher al-Shaher foram mortos como resultado da detonação de dispositivos explosivos improvisados ​​(IED) em al-Hamed Qudsiyah perto de Damasco.

A Aviação Síria, tambem bombardeou edifícios dos grupos terroristas em Khan Shieh em Western Ghouta, que custou a vida de muitos terroristas. Dando apoio a tropas do exército sírio envolvidas em violentos combates com grupos terroristas na região Marj al-Sultan e Harasta no Leste Ghouta, saindo vitoriosa as tropas sírias, que infligiram grandes perdas sobre os guerrilheiros.

Unidades de artilharia do exército sírio também bombardearam as posições guerrilheiras em Ghouta Oriental, o que causou grandes danos materiais aos grupos terroristas.

Brasil - Marco Regulatório das Organizações da Sociedade Civil entra em vigor.

Karine Melo – Repórter da Agência Brasil.
Entrou em vigor hoje (23) o Marco Regulatório das Organizações da Sociedade Civil


A norma estabelece novas regras para as parcerias entre a administração pública e essas entidades, que, segundo levantamento feito em 2015 pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) em parceria com a Secretaria de Governo da Presidência da República, somam 323 mil.

Na prática, a realização de convênios entre os governos federal, estadual e municipal e essas organizações fica extinta. A partir de agora, para celebrar parcerias, as organizações da sociedade civil deverão comprovar tempo mínimo de existência, sendo três anos para atuar junto com a União, dois anos com Distrito Federal e estados e um ano com municípios. Nesse último caso, a lei passará a valer em janeiro de 2017.

Mudanças
Uma das novidades mais importantes é a abrangência nacional da nova legislação, que passa a estabelecer as mesmas regras para a União, o Distrito Federal, estados e municípios firmarem parcerias com as organizações. Outro ponto do texto é a obrigatoriedade de uma chamada pública para firmar parcerias com as organizações. A expectativa é que a medida dê mais transparência na aplicação dos recursos públicos e amplie as possibilidades de acesso das organizações da sociedade civil a esses recursos.

Histórico
O Marco Regulatório das Organizações da Sociedade Civil tramitou no Congresso Nacional por mais de dez anos. O texto final incorporou contribuições de diversos grupos. Na avaliação da Secretaria de Governo da Presidência da República, a entrada em vigor da lei constitui um avanço na democracia, valoriza a atuação de uma sociedade civil autônoma e participativa; reconhece as suas diferenças e especificidades para a construção de parcerias; e estabelece regras claras para o acesso legítimo, democrático e transparente aos recursos públicos, além de mecanismos eficazes para coibir fraudes e o mau uso dos recursos públicos.

Conheça a referida Lei. Lei N° 13.019 de 31 de julho de 2014. 


Estabelece o regime jurídico das parcerias entre a administração pública e as organizações da sociedade civil, em regime de mútua cooperação, para a consecução de finalidades de interesse público e recíproco, mediante a execução de atividades ou de projetos previamente estabelecidos em planos de trabalho inseridos em termos de colaboração, em termos de fomento ou em acordos de cooperação; define diretrizes para a política de fomento, de colaboração e de cooperação com organizações da sociedade civil; e altera as Leis nos 8.429, de 2 de junho de 1992, e 9.790, de 23 de março de 1999."    (Redação dada pela Lei nº 13.204, de 2015)


Edição: Juliana Andrade

MPF/MA: em parceria com entidades promovem hoje, o "Dia D contra corrupção".


A Igreja Batista do Angelim (Iba) e o movimento “Eu te amo meu Brasil”, parceiras do Ministério Público Federal no Maranhão (MPF/MA) na divulgação da Campanha 10 Medidas Contra a Corrupção, realizam hoje (23), das 8h às 16h, ação para coleta de assinaturas em apoio à mobilização, que busca viabilizar um projeto de lei de iniciativa popular voltado ao combate a corrupção.
A ação, denominada Dia D, vai contar com pontos de coleta em locais estratégicos da região metropolitana de São Luís, como as feiras do João Paulo, Cohab e Cidade Operária, terminais de integração, shopping Pátio Norte, Avenida Litorânea e bairros Itapiracó, Angelim, Maiobão e Liberdade.
De acordo com o procurador-chefe do MPF/MA, Juraci Guimarães Junior, diante da insatisfação manifestada pela sociedade brasileira frente a tantos escândalos de corrupção na esfera pública, esse é o momento de trazer a sociedade para uma discussão mais técnica e objetiva sobre o problema. A respeito da campanha 10 Medidas ele esclareceu: “O objetivo é aperfeiçoar a legislação brasileira para um combate mais efetivo dessa chaga que é a corrupção”.
Até o momento, foram contabilizadas mais de 1,2 milhão de assinaturas em todo o país. A meta é atingir 1,5 milhão.
Instituições que desejarem estabelecer parcerias para divulgação do projeto 10 Medidas podem procurar uma das unidades do MPF/MA, que possui procuradoria em São Luís e nos municípios de Caxias, Imperatriz, Bacabal e Balsas.
Saiba mais sobre as 10 Medidas contra a Corrupção através do site www.combateacorrupcao.mpf.mp.br/10-medidas.

São Luís. Dino lança o novo Distrito Industrial.

Foto - Maranhão 247.

Maranhão 247 - Impulso para a economia, atrativo para o empresariado e geração de emprego para a população maranhense. Esse é o objetivo do Novo Distrito Industrial de São Luís, lançado na ultima quinta-feira (21) pelo governador do Maranhão, Flávio Dino (PC do B).
“Trabalhamos para que o Maranhão não seja excluído do ciclo da prosperidade. Temos todas as potencialidades para crescer e um empresariado interessado em investir. Essa nova área vem atender a demanda e proporcionar o desenvolvimento econômico”, disse o governador aos empresários maranhenses e de outros estados e presidentes das instituições locais, que acompanharam o evento para conhecer o novo espaço de negócios.
A Nova Área Industrial de São Luís será implementada no prazo de seis meses e 22 empresas já firmaram compromisso para se instalar no local, representado a geração de mais de quatro mil vagas de trabalho. Durante a solenidade, nove empresários assinaram o Protocolo de Intenções com a garantia de ocupação e propriedade da área por meio de escritura. 
Estrategicamente localizada, a área fica às margens da BR-135, saída da capital e nas proximidades do Porto do Itaqui e do Aeroporto Marechal Hugo da Cunha Machado. Somado à localização, a área terá ruas pavimentadas, rede de internet, setor administrativo, serviços bancários e públicos – com ligação de água e energia, estacionamento de grande porte, portaria e base para tratamento de resíduos sólidos e líquidos.
O novo centro industrial vai atender empresários de diversos segmentos que já visavam o estado, mas não encontravam espaço dotado de infraestrutura, tecnologia, logística para investir. A área de 220 hectares está toda dividida em lotes e caberá a cada empresário realizar as benfeitorias necessárias a partir da infraestrutura disponibilizada pelo Governo do Estado.
“Em governos anteriores foram abertas áreas industriais, mas que nunca foram adequadamente utilizadas. Neste novo centro o empresário terá condições de desenvolver seu negócio, tendo à disposição toda a logística que precisa”, enfatizou o secretário de Estado de Indústria e Comércio (Seinc), Simplício Araújo.
O secretário pontuou, ainda, os benefícios promovidos pelo governo com a desoneração de impostos, desburocratização de processos e relacionamento franco com o setor empresarial.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

FSM 2016 - Paul Singer e Boaventura de Sousa Santos reafirmam a importância da economia solidária contra o desgaste do emprego.

O público, que lotou o auditório durante o painel,
 estendeu uma bandeira com o logo da Senaes
Ativistas e militantes defenderam, durante o Fórum Social Temático de Porto Alegre, a manutenção da Secretaria Nacional de Economia Solidária.
por Redação RBA publicado 22/01/2016.
São Paulo – A mesa de convergência “Economia solidária e democracia econômica” realizada ontem (21) além de ter sido uma das mais concorridas do Fórum Social Temático de Porto Alegre até agora, e de ter reunido duas referências internacionais sobre o tema – Paul Singer e Boaventura de Sousa Santos, além da deputada federal Maria do Rosário (PT-RS) –, festejou que é crescente o número de pessoas no mundo que vem se apropriando do conjunto de ideias da economia solidária como forma de combater o desemprego e as demais mazelas do capitalismo. Lembrou, porém, que apesar de avanços, há muito
Singer, economista da Secretaria Nacional de Economia Solidária (Senaes) apontou esta visão encontra cada vez mais relevância para fazer frente à uma sociedade em crise. "Na Espanha o que mais mata é suicídio. Muitos jovens não conseguem trabalho que não seja informal, sem direitos (…) Já temos no mundo inteiro um movimento de economia solidária, ao lado do desgaste do emprego", disse.
Boaventura de Sousa Santos, sociólogo da Universidade de Coimbra, em Portugal, onde coordena um grupo de pesquisas do assunto, aproveito o evento para sair em defesa da Senaes, ligada ao Ministério do Trabalho e Emprego. "Não podemos deixar que perca peso no Brasil a economia solidária. É muita gente que é atendida por ela (…) Esse fórum está contra o golpe, junto à presidenta Dilma. Mas que ela não esqueça: ela tem que ajudar o povo a defendê-la."
Logo no início, Marta de Souza, ativista de economia solidária do Rio Grande do Norte, relatou uma experiência pessoal de como a economia solidária a ajudou a conseguir independência como artesã. Ela foi sucedida por Alfonso Cortera, do Peru, que argumentou que o tema deve ser encarado como uma "política de apoio ao desenvolvimento, não apenas como alternativa para os pobres".
Economia solidária compreende um conjunto de práticas econômicas organizadas através de autogestão
Singer, dialogando acerca das possibilidades de criação de modelos autogestionados de forma solidária, recordou que "nós não sabemos como construir uma economia socialista, porque nunca foi construída até o fim. Precisamos descobrir na prática como se constroi. Primeiro, eliminar toda a propriedade privada dos meios de produção".
Uma das iniciativas apresentadas no painel foi a expansão dos bancos comunitários. Joaquim Melo, que é um dos pioneiros no assunto, fundador do Banco de Palmas, criado em uma favela de Fortaleza, contou que o processo para ter tal atividade reconhecida incluiu luta e resistência, até que, em 2010, "o Banco Central se curvou e reconheceu que os bancos comunitários e as moedas sociais são um direito do povo (…) que tem direito de escolher onde bota seu dinheiro e onde organiza suas finanças", disse.
A articulação realizada a partir do Banco de Palmas resultou na Rede de Bancos Comunitários do Brasil, que atualmente conta com mais de 103 bancos em todo o país. Desde então, o Brasil virou referência mundial em economia solidária a partir do microcrédito. O modelo foi comemorado por Boaventura. “Estamos tentando levar o modelo para Portugal e para a África", alertou.
Por sua vez, a deputada Maria do Rosário classificou a política econômica adotada pela gestão da presidenta Dilma como injusta. "Solidários à presidenta, temos que dizer que não aceitamos essa política", disse. Em defesa da Senaes, a petista afirmou que "a crise econômica é uma crise da acumulação do capital financeiro (…) A economia solidária, com sua implantação, aprofunda as bases de sustentação do governo."