domingo, 10 de abril de 2016

Departamento de Estado dos Estados Unidos admite que financiou o vazamento do ‘Panama Papers’.

O porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Mark Toner, reconheceu que Washington financiou os jornalistas que investigaram o escândalo do “offshore”, mas salienta que eles são  “independentes”.
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Houve financiamento de várias fontes, incluindo o governo dos Estados Unidos ,  disse o porta-voz adjunto do Departamento de Estado, Mark Toner, nma entrevista coletiva, informando ainda, que os recursos são entregues através de Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID), informa  RIA Novosti.


No entanto, de acordo com ele, os repórteres foram financiados  não para perseguir determinados objetivos ou pessoas, mas para conduzir investigações jornalísticas independentes”.
Segundo ele, a investigação foi conduzida pelos jornalistas do Projeto (Crime Organizado Projeto de Informação e Corrupção, OCCRP), financiado pela USAID, enquanto os EUA não tinha conhecimento  dos resultados da investigação do ‘papers Panama’, conforme explicado Toner- que não se envolveu no trabalho jornalítico.
WikiLeaks também anunciou  quarta-feira que o vazamento maciço de documentos sobre empresas em paraísos fiscais ocorreu a cargo do OCCRP, financiado pela USAID e do fundo de Soros.
RT

Nota da Redação:
Está explicado por que não houve uma só empresa ou figurão americano no vazamento dessa listagem de dinheiro em paraíso fiscal.

São Paulo - Biscoitos e achocolatado para o almoço: Facebook vira palco de batalha da merenda.

Perfil em redes sociais reúne fotos postadas por alunos do Estado de São Paulo, revoltados com refeições precárias e com a troca de pratos de arroz e feijão por biscoito e barrinha de cereal.


Alunos publicam em redes sociais fotos das merendas que eles recebem em escolas estaduais de SP (Foto: Reprodução)
 
Mariana Della Barba e Felipe Souza
Da BBC Brasil em São Paulo.

No lugar de arroz, feijão e carne, biscoito e bebida láctea de morango. Em vez de macarrão com frango, nada. Essa é a realidade que alunos de algumas escolas do Estado de São Paulo (PSDB) enfrentam na hora da merenda.

Revoltados (e famintos), um grupo de estudantes secundaristas resolveu usar as redes sociais para denunciar a falta ou a precarização de suas merendas.

No perfil "Diário da Merenda" no Facebook e no Instagram, os próprios estudantes postam fotos de refeições precárias ou até da chamada merenda seca: barrinhas de cereais, bolachas, caixinhas de achocolatados.

Muitas vezes, eles também fotografam o cardápio do que estava programado para contrapor com que o de fato foi servido e também contam como era a merenda antes.

Beth Carvalho: não vai ter Golpe de novo Reage, meu povo.

Apresentamos a você brasileiro o sucesso do ano, do século....... Beth Carvalho: não vai ter Golpe de novo... Reage, meu povo.



Bom domingo a tod@s...

Rússia fez história na Síria.

ТОS-1A é um tanque russo, lançador múltiplo de foguetes termo-báricos  de 24 barris.

5/4/2016, Federico Pieraccini, Rússia Insider

Traduzido por Vila Vudu

“Se ainda não leram, leiam. Federico faz a decodificação séria, de primeira classe, do sucesso dos russos e “4+1″ na Síria. Aí está uma das razões CHAVES por que os documentos selecionados, chamados “Panama Papers“, vazamento seletivo, foram distribuídos agora” (Pepe Escobar, 8/4/2016, Facebook).



O Exército Árabe Sírio (EAS) e aliados estão libertando a Síria passo a passo, mostrando que são a única força capaz de derrotar em solo o Estado Islâmico (EI) e a Frente Al Nusra (também conhecida como Al-Qaeda). Uma soma de fatores explicam as vitórias recentes.

Palmyra, cidade estratégica e simbólica foi retomada do EI, depois de mais de um ano de sítio. Esse sucesso foi possível graças a meticulosa preparação das operações aéreas e em solo.

O centro de informação conjunta em Bagdá mais uma vez revela-se fator importante na guerra contra o terrorismo. Coordenação de alto nível entre Moscou, Damasco, Bagdá e Teerã, que é fator chave para o sucesso sobre toda a área operacional que inclui Iraque e Síria, com conexões e interdependências.

Fator considerado essencial no planejamento para começar a retomar controle no território sírio foi o esforço para construir informação e meios para avaliar o armamento militar do EI.

Especialistas da inteligência russa, iraniana e síria trabalharam para descobrir o que, em matéria de armamento, o EI conseguiu acumular em cinco anos de guerra no Iraque e na Síria. Avaliações do arsenal do EI mostraram de tudo, de blindados para transporte de soldados (BMP-1, MT-LB, MRAP Humvees capturados dos EUA,), a tanques (T72, T55 e M1A1M capturados dos EUA), armas de artilharia antiaérea (2S1 Gvozdika, ZSU-23-4 Shilka) e lançadores múltiplos de foguetes (BM-21 Grad).

Feita a avaliação do armamento inimigo, os conselheiros militares russos que operavam com o Exército Árabe Síria forneceram, ao longo de meses, o equipamento necessário. Assim aconteceu que a Rússia realmente conseguiu alterar profundamente vários aspectos da dinâmica no campo de combate. Os russos também coordenaram exercícios conjuntos para treinamento do EAS, capacitando os soldados sírios a operar as mais de 2.500 armas guiadas antitanque entregues a Damasco, como 9K115-2 Metis-M e 9M133-Kornet.

Esse novo nível de preparação ajudou a abrir as linhas de frente contra EI/Nusra. As Kornet e outras armas antitanques infligiram pesadas perdas às milícias radicais. Esse fator, combinado à competente coordenação russa e ao apoio aéreo sempre próximo, pavimentou o caminho para o assalto em solo, como o que levou à retomada de Palmyra, lançado simultaneamente de quatro direções diferentes.

A Rússia comprovou que é parceira ideal de Damasco, capaz de garantir inteligência, treinamento, apoio aéreo, requalificação do armamento e equipamento avançado, de última geração.

A Rússia já mostrou que conta com armamento muito especificamente concebido para diferentes ambientes de combate. Esse mix de competências ajudou o Exército Árabe Sírio no deserto (Palmyra), em cidades (Aleppo, Damasco, Homs) e em terreno de montanha (Aleppo e Latakia). Considerando que combates em regiões de montanha são extremamente difíceis (como se comprova no Afeganistão), as armas russas mais uma vez fizeram a diferença.

Se a libertação de Palmyra foi resultado de treinamento das forças e planejamento competentes dos combates, a guerra nas montanhas de Latakia e Homs exigiu que os russos mobilizassem outra eficiente máquina para aquele cenário, o TOS-1 Buratino, Sistema de Lança-Foguetes que dispara 24 foguetes termobáricos não guiados que cobrem área de mais 200×400 metros quadrados, sem deixar espaço para esconderijos. Mas uma vez, a contribuição russa foi chave para derrotar rebeldes e terroristas.

Outra decisão importante foi garantir treinamento ao Exército Árabe Sírio para usar os tanques T-90 na província de Aleppo, para combate próximo, em área urbana. Como já escrevi“Os T-90MS e sua grande capacidade para destruir TOW e mísseis M79 disparados parecem ser perfeitos para guerra como na Síria. Em quatro anos e meio de conflitos, mais de 9,000 sistemas antitanques BGM-71E3B TOW e M79 foram introduzidos no país. A capacidade desses sistemas para penetrar em tanques T-55 e T-72 é a principal razão pela qual Exército Árabe Sírio encontrou tantos problemas para ganhar terreno na parte sul da província de Aleppo. A grande vantagem do T-90MS é a blindagem reativa e os sistemas de defesa. Esse veículo é equipado com blocos de blindagem reativa semelhante ao Kontakt-5, e um sistema semelhante ao Arena-3, que detecta, intercepta e detona mísseis a uma distância de 2-3 m do alvo; essas características tornam esse tipo de tanque extremamente resistente, e foi upgrade que se revelou muito útil para aumentar a capacidade do Exército Sírio para alcançar importantes vitórias em solo.”

É preciso também lembrar a importância e o impacto que tiveram os helicópteros de ataque na fase inicial da intervenção militar russa, enquanto se estabelecia a base aérea russa em Khmeimim.

A província de Latakia naquele momento ainda estava cheia de rebeldes que configuravam ameaça real. Helicópteros Mi-24 e Mi-28 operaram em vasta escala e em combates aéreos, até que a área foi inteiramente saneada. Assim se ampliou e aprofundou-se a segurança da província de Latakia, o que criou condições para que o aeroporto fosse reformado em período relativamente curto de tempo. Além disso, apoio aéreo próximo, garantido pelos KA-52s, KA-50s e pelos Mi-24s e Mi-28s, sempre ajudaram a garantir importantes avanços dos soldados, em solo, em todo o território sírio.

Já não há dúvidas de que a intervenção russa na Síria foi decisiva, não só pelo apoio aéreo próximo, mas, também, pela importante contribuição dos especialistas russos para o planejamento e tomada de decisões estratégicas, que puderam ser tomadas a partir de informação de boa qualidade, de inteligência humana e de sinais – áreas em que Moscou tem evidente vantagem vis-à-vis outros países envolvidos. O acesso a essa informação de inteligência de boa qualidade é o que explica também por que tantos comandantes do EI/Al-Nusra foram tomados como alvos específicos de operações aéreas. O tipo de tecnologia que a Rússia aplicou na Síria disparou comentários sem precedentes, de especialistas em Washington, preocupados com os avanços dos russos, tanto no setor de equipamentos e armas, como de inteligência.

Moscou demonstrou com clareza absoluta que a modernização de suas forças armadas iniciada por Putin há 15 anos, está rapidamente recobrindo o hiato que as separava das potências ocidentais. A novidade real que os russos apresentaram na Síria veio com a demonstração de que um importante complexo militar pode operar efetivamente – mesmo onde absolutamente não haja corrupção em escala monstro.

Sem ter de alimentar e sustentar um complexo industrial-militar de proporções teratológicas como o que pesa sobre os EUA, Moscou pode focar os próprios interesses nacionais dos russos e dar prioridade a projetos imediatamente necessários, preservando a própria capacidade para tomar decisões estratégicas sobre quais projetos podem ser programados para mais longo período de tempo.

O que mais impressiona os observadores e especialistas é a eficiência das ações russas na Síria. Moscou está claramente fazendo demonstração de uma doutrina militar que é coerente e consistente, ao desenvolver de modo equilibrado e proporcional várias competências, para o que já se definiu como “as guerras modernas”.*****

sábado, 9 de abril de 2016

CAIXA desmente matéria publicada no O Globo deste sábado, 9 de abril.



A respeito da manchete do O Globo (09/04), “Caixa ignorou recomendação de Conselho contra ‘pedalada’, a CAIXA reitera:
Ao contrário do que afirma o jornal em manchete, a CAIXA não ignorou determinação de seu Conselho de Administração (CA).
Em 6 de junho de 2014, o CA recomendou que o banco se abstivesse de utilizar cláusula contratual, que permitia o pagamento dos programas sociais, enquanto estivesse sendo realizada a análise jurídica.
A análise jurídica do caso foi finalizada dias após a reunião, em 24/06/14, e concluiu pela legalidade dos pagamentos, o que foi referendado pelas análises jurídicas posteriores da Procuradoria Geral do Banco Central (PGBC), em 11/08/14, e Advocacia Geral da União (AGU), em 31/03/15.
A matéria do O Globo omite que a legalidade do procedimento foi referendada pela Procuradoria Geral do Banco Central (PGBC), o que consta inclusive em uma das atas à qual o jornalista teve acesso e na resposta encaminhada pela CAIXA.
Diante da grande relevância dos programas sociais, e havendo posicionamento jurídico favorável, a CAIXA optou, por cautela, manter os pagamentos, a fim de preservar os direitos dos beneficiários dos programas sociais.
Decisão esta que foi referendada por parecer técnico do Tribunal de Contas da União (TCU), no processo que analisa o caso, em 11/03/16.
Destaque-se que até 2014, os pagamentos nunca haviam sido questionados pelo TCU, apesar da prática ocorrer desde 1994.
Desde então, a soma de todos os fundos relativos aos programas sociais manteve saldo médio positivo ao final de cada ano, sempre a favor da CAIXA, que PAGOU remuneração à União por este saldo POSITIVO.
Além disso, desde 1994, o percentual de atraso de pagamento em relação ao montante de benefícios pagos nunca ultrapassou 7%, tendo alcançado o máximo em 2000 (6,23%). Esses dados constam das defesas da CAIXA e da AGU junto ao TCU.
A CAIXA reitera que todo processo de análise do pagamento dos programas sociais, iniciado em 2014, demonstra o pleno funcionamento das instâncias de governança do banco, que sustentou o cumprimento dos contratos com pareceres jurídicos internos e externos.
A CAIXA ressalta ainda que TODAS as atas de seu Conselho de Administração são sigilosas, e não apenas as que foram utilizadas na matéria como o jornal dá a entender.
Isso ocorre porque tais documentos contêm informações de extrema relevância mercadológica para o banco. A Corregedoria da CAIXA abrirá processo interno para apurar o vazamento ilegal de tais documentos. E também acionará a Polícia Federal e o Ministério Público Federal.
Assessoria de Imprensa da CAIXA.

Homologação de terra indígena pode ajudar a frear desmatamento no oeste do Pará.

Andreia Verdélio – Repórter da Agência Brasil
A homologação da Terra Indígena Cachoeira Seca pode ajudar a frear o desmatamento no norte da região conhecida como Terra do Meio, no oeste do Pará. É o que espera o secretário executivo do Instituto Socioambiental (ISA), André Villas-Bôas. 

O governo federal homologou esta semana a demarcação da terra indígena e destinou a posse permanente e o usufruto exclusivo da área aos índios Arara. O território de mais 730 mil hectares está localizado nos municípios paraenses de Altamira, Placas e Uruará. A demarcação de uma terra para os Arara era umas das condicionantes para a construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, no Rio Xingu. A etnia foi considerada grupo vulnerável pelos estudos de impacto da usina, segundo parecer técnico da Fundação Nacional do Índio (Funai). “A terra indígena também é sinônimo de proteção da natureza e é uma situação que se verifica por toda a Amazônia. Podemos perceber que onde tem terra indígena tem floresta de pé”, disse Villas-Bôas.

Villas-Bôas destaca, entretanto, que a homologação da terra indígena não é uma iniciativa relacionada à obra de Belo Monte, mas uma obrigação constitucional do governo que não vinha sendo cumprida e que entrou como condicionante para a construção da usina.

Além disso, segundo Villas-Bôas, as invasões às terras indígenas e o desmatamento estavam crescendo nos últimos anos na região. “É espantosa a exploração ilegal de madeira naquela região e a impunidade com os madeireiros. Espero que agora o governo desdobre sua decisão [da homologação] nas ações necessárias para a proteção daquela área”, disse.

Segundo o ISA, a taxa de desmatamento está em ritmo acelerado e cresceu 41% em toda a Terra do Meio, entre agosto de 2014 e julho de 2015. A área com corte raso passou de 13,1 mil hectares para 18,5 mil hectares.

O secretário executivo do instituto disse ainda que outra condicionante para a construção da Usina de Belo Monte é o investimento na proteção das áreas de floresta da região. Villas-Bôas espera que os recursos possam estruturar uma fiscalização efetiva na região.

Em nota, o Ministério Público Federal no Pará afirmou que a homologação da área é uma dívida histórica do Estado brasileiro com os indígenas Arara e representa o único caminho para a sobrevivência desse povo diante das transformações que Belo Monte trouxe para a região. “O governo brasileiro encerrou uma espera de 30 anos […]. 

O decreto [de homologação] era uma das principais condicionantes de Belo Monte, mas só veio seis anos depois de iniciadas as obras da usina. As consequências dessa demora são sentidas duramente: a Cachoeira Seca é considerada a terra indígena mais invadida por madeireiros e com maior índice de desmatamento ilegal do país”, diz a nota.

Remoção dos não índios
A homologação vai beneficiar 105 índios Arara que vivem na área. Levantamento da Funai identificou 1.085 ocupações não indígenas no território, 72% delas de pequenas propriedades. Começa agora o processo de regularização da área homologada, com a saída gradativa dos não índios por meio de reconhecimento das ocupações de boa-fé e pagamento das benfeitorias realizadas. A desintrusão da terra prevê o cadastramento dos agricultores do local com perfil para reforma agrária para futuro reassentamento.

Segundo o secretário executivo do ISA, a construção, por madeireiros, de uma estrada irregular na década de 1980 foi um dos principais vetores da ocupação ilegal na área, que vinha crescendo nos últimos anos.

“Há que separar o joio do trigo, há famílias de ocupação de boa-fé que precisam de toda atenção do governo em relação aos seus direitos. E há oportunistas que se ocuparam de áreas maiores, pessoas que são empresários na região. É uma fase que exige uma ação articulada do governo federal para liberar a área para uma ocupação plena por parte dos Arara”, disse Villas-Bôas.

Gestão do território
Segundo o coordenador do Conselho Indigenista Missionário (Cimi) no Pará, Marcos Antônio Reis, é preciso pensar em uma política de gestão e exploração territorial comandada pelos próprios Arara. Para ele, os indígenas também podem ser capacitados para fazer a fiscalização e proteção do território.

O modo de vida dos Arara é baseado na coleta de frutas, caça e agricultura. Reis explica que “há a necessidade urgente de implantar políticas de subsistência que ajudem eles a complementar a alimentação, sem que dependam tanto de produtos externo ou industrializados”.

Segundo o coordenador do Cimi, o atendimento na área da saúde é “extremamente precário”. “É uma área isolada, que fica a três dias de barco de Altamira (PA), precisaria melhorar a assistência médica, odontológica, de medicamentos, fornecimento de água potável e uma infraestrutura que possa atender esses indígenas com pessoal qualificado na área de saúde”, disse.

Os Arara também precisam de políticas socioculturais, segundo Reis, de professores capacitados que saibam falar o mínimo da língua materna para alfabetizá-los no sistema bilíngue e intercultural. “Iniciativas que ajudem a firmar e fortalecer a identidade Arara, com investimentos que possam ajudá-los a manter a língua sendo falada por todo o grupo e reconhecer os espaços tradicionais e que eles deixaram de visitar por causa da invasão de não indígenas dentro do território”.

Edição: Carolina Pimentel


Partido dos Trabalhadores denuncia, e lamenta, o assassinato do presidente do PT Municipal de Mogeiro na Paraíba



A luta na terra e pela terra está de luto e o PT perdeu um guerreiro que nunca deixou de lutar por dias melhores para os trabalhadores e trabalhadoras do campo. Perdemos o nosso presidente do PT da cidade de Mogeiro, no agreste paraibano - Ivanildo Francisco da Silva, 46 anos. Ivanildo foi assassinado!
Motivação do crime está relacionada à sua atuação política contra o latifúndio na região, assegura a Comissão Pastoral da Terra (CPT). 

Nota Oficial do PT

“Através desta nota, o Partido dos Trabalhadores da Paraíba (PT/PB) denuncia, e lamenta, o assassinato do presidente do PT de Mogeiro, Ivanildo Francisco da Silva (46 anos), ocorrido na noite desta quarta-feira, 6, no assentamento Padre João Maria, em Mogeiro.

Ivanildo foi morto com um tiro na cabeça disparado por uma espingarda calibre 12. O crime aconteceu na frente da filha de um ano e um mês, que passou a noite inteira ao lado do corpo do pai, que só foi encontrado na manhã desta sexta, 7.


Acreditamos que o presidente do PT de Mogeiro foi vítima do latifúndio, afinal, tinha em sua história a luta pelos trabalhadores do campo, sempre acompanhando e apoiando as ações desenvolvidas pela Comissão Pastoral da Terra (CPT).

Em 2015, Ivanildo Francisco, e outros agricultores, foram atingidos por disparos feitos por capangas pagos pelos proprietários de uma terra local. Neste caso, os capangas foram presos e liberados após pagamento de fiança.

Esperamos que a Polícia da Paraíba encontre os verdadeiros culpados pelo assassinado de um grande companheiro de luta, que perdeu a vida por acreditar que a terra é um bem de todos, e não apenas de alguns. 

Ivanildo Francisco deixou seis filhos e uma esposa, mas a sua luta permanecerá firme e forte através de outros homens e outras mulheres. Continuaremos acreditando em dias melhores, com oportunidade para todas e todos, com terra para todas e todos. 

Ivanildo Francisco da Silva, presente!”


NOTA: A CPT na Paraíba sente as dores de mais um assassinato no campo

“Mataram mais um irmão...”

Para nós, o que significa o mandamento “não matarás”?

Na Laudato Si, o Papa Francisco nos chama atenção para “o destino comum dos bens”:

 “O meio ambiente é um bem coletivo, patrimônio de toda a humanidade e responsabilidade de todos. Quem possuir uma parte é apenas para administrar em benefício de todos. Se não o fizemos, carregamos na consciência o peso de negar a existência aos outros. Por isso, os bispos da Nova Zelândia perguntavam-se que s significado possa ter o mandamento “não matarás”, quando “uns 20 por cento da população mundial consomem recursos numa medida tal que roubam às populações pobres, e às gerações futuras, aquilo que necessitam para sobreviver.”

Este texto nos faz pensar, especialmente hoje ao saber do assassinato do nosso irmão e companheiro de lutas, Ivanildo Francisco da silva, 46 anos, que morava no Assentamento Padre João Maria no Município de Mogeiro. Encontrado no terreiro de casa, com um tiro (de espingarda calibre 12) na cabeça, e a filha de um ano e meio, ensanguentada ao seu lado, hoje 07 de abril de 2016, às 8 horas da manhã. A casa estava com a porta arrombada, e foram escutados tiros por volta das 22 horas da noite anterior, ainda era dia 06.

Ivanildo está na luta pelo acesso à terra desde 1994, foi acusado injustamente de tentativa de homicídio do policial Sergio Azevedo, ficou um ano e sete meses preso injustamente junto com mais seis companheiros, que foram julgados e absolvidos oito anos depois, em 27 de agosto de 2015.

Há três anos vivendo no Assentamento Padre João no município de Mogeiro, estava solidário à luta dos posseiros das fazendas Paraíso de Pilar, Paraíso de Mogeiro, fazenda Fazendinha e Salgadinho. Esta última, palco de tiroteio em 26 de outubro de 2015, onde Ivanildo foi um dos seis camponeses baleados.

Feliz estava ele nos últimos dias por ter recuperado parte da força no braço baleado, era feliz também pela sua terra e por estar “ajudando outros a conseguir a sua”. É assim que o povo caminhante rumo a terra prometida se fortalece, na luta, no abraço, e também na dor, no companheirismo, sonhando com o Novo que há de vir.

"A força do demônio não vai nos vencer. Com a força de Deus venceremos", nos disse um camponês quando no primeiro despejo no conflito de Paraíso Mogeiro, ele falava desta humanidade que esta desfazendo os caminhos do amor e faz "gente boa" sofrer. Ele fala sobre “não matarás”; ele fala de ter acesso “aquilo que necessitam para sobreviver”.

Que “o amor seja amado”, como nos pedia São Francisco. O nosso Irmão Ivanildo estará sempre presente, na memória das lutas e na nossa indignação. Que o sangue derramado não seja em vão, mais sirva para alimentar nossa força de luta e a nossa fé no caminho de construção do Reino, que mantenha em nós viva a chama da missão de ser presença solidária na luta dos povos da terra, sendo fiel ao Deus dos pobres.


Comissão Pastoral da Terra Paraíba (CPT-PB)

Vítima de latifundiários

Frei Anastácio disse não ter dúvidas de que Ivanildo foi vítima de latifundiários da região. “Em outubro passado, ele e outros cinco agricultores da fazenda Salgadinho foram feridos a tiros de espingardas 12 e revólveres 38 por capangas pagos por proprietários da terra, quando realizavam um mutirão. Ivanildo era um homem da luta dos trabalhadores do campo e sempre estava dando apoio às ações realizadas pela Comissão Pastoral da Terra (CPT)”, destacou.

De acordo com o deputado, os sete capangas foram presos pela polícia, mas pagaram fiança e estão respondendo os processos em liberdade. “Essa é a principal suspeita que temos em relação ao assassinato de Ivanildo, que durante a investida dos capangas foi atingido por dois tiros a queima-roupa, mas escapou”, disse.

Frei Anastácio explicou que Ivanildo estava só em casa, com a criança, porque a esposa havia ido dormir na casa do pai dela. “Hoje, pela manhã, quando ela retornou, encontrou o marido morto e a filhinha suja de sangue e chorando ao redor do corpo. Não temos nenhuma dúvida de que o crime foi encomendado. Espero que a polícia encontre logo os culpados. Não iremos nos calar enquanto a justiça não for feita”, destacou o deputado.

“A luta na terra e pela terra está de luto e o PT perdeu um guerreiro que nunca deixou de lutar por dias melhores para os trabalhadores e trabalhadoras do campo. A justiça tem que ser feita”, disse Frei Anastácio

Ivanildo deixou seis filhos. Cinco do primeiro casamento e a menina de um ano e um mês da segunda mulher, que vivia com ele no assentamento. O trabalhador rural também foi candidato a vereador nas últimas eleições, em Mogeiro, e ficou na suplência com 157 votos. “A luta na terra e pela terra está de luto e o PT perdeu um guerreiro que nunca deixou de lutar por dias melhores para os trabalhadores e trabalhadoras do campo. A justiça tem que ser feita”, disse Frei Anastácio.

LEIA MAIS: Paraiba. Presidente do PT em Mogeiros foi assassinado diante da filha de 1,6 meses. http://maranauta.blogspot.com.br/2016/04/paraiba-presidente-do-pt-em-mogeiros.html