quinta-feira, 9 de junho de 2016

Como duas pesquisadoras estão derrubando mitos sobre a política no Brasil.

Nara Pavão e Natália Bueno: pesquisadoras questionam chavões da política.

“Caçadoras de mitos” se destacam no exterior com trabalhos que questionam chavões sobre comportamento eleitoral, orçamento e corrupção no país.

Thiago Guimarães, via BBC Brasil em 6/6/2016.

O brasileiro é racista e privilegia candidatos brancos ao votar. Políticos corruptos se mantêm no poder porque o eleitor é ignorante. Quem recebe Bolsa Família é conivente com o governo. ONGs são um ralo de dinheiro público no Brasil. Será? A julgar pelos estudos de duas jovens pesquisadoras brasileiras em ciência política, não.

Natália Bueno e Nara Pavão, ambas de 32 anos, se destacam no meio acadêmico no exterior com pesquisas robustas que desmistificam chavões da política brasileira que alimentam debates em redes sociais e discussões de botequim.

Natural de Belo Horizonte (MG), Natália faz doutorado em Yale (EUA), uma das principais universidades do mundo. Em pouco mais de oito anos de carreira, acumula 13 distinções acadêmicas, entre prêmios e bolsas.

A pernambucana Nara é pesquisadora de pós-doutorado na Universidade Vanderbilt (EUA). Soma um doutorado (Notre Dame, EUA), dois mestrados em ciência política (Notre Dame e USP), 16 distinções.

Em comum, além da amizade e da paixão pela ciência política, está o interesse das duas em passar a limpo “verdades absolutas” sobre corrupção, comportamento do eleitor e políticas públicas no Brasil.

Eleitor é racista?

O Brasil é um país de desigualdades raciais – no mercado de trabalho, no acesso à educação e à saúde. Atraída pelo tema desde a graduação, Natália Bueno verificou se isso ocorre também na representação política.

O primeiro passo foi confirmar o que o senso comum já sugeria: há, proporcionalmente, mais brancos eleitos do que na população, e os negros são sub-representados. Por exemplo, embora 45% da população brasileira (segundo o IBGE) se declare branca, na Câmara dos Deputados esse índice é de 80%.

E como a diferença foi mínima na comparação entre população e o grupo dos candidatos que não se elegeram, a conclusão mais rasteira seria: o brasileiro é racista e privilegia brancos ao votar.

Para tentar verificar essa questão de forma científica, Natália montou um mega-experimento em parceria com Thad Dunning, da Universidade da Califórnia (Berkeley). 

Selecionou oito atores (quatro brancos e quatro negros), que gravaram um trecho semelhante ao horário eleitoral. Expôs 1.200 pessoas a essas mensagens, que só variavam no quesito raça.

Resultado: candidatos brancos não tiveram melhor avaliação nem respondentes privilegiaram concorrentes da própria raça nas escolhas.

Mas se a discrepância entre população e eleitos é real, onde está a resposta? No dinheiro, concluiu Natália – ela descobriu que candidatos brancos são mais ricos e recebem fatia maior da verba pública distribuída por partidos e também das doações privadas.

A diferença média de patrimônio entre políticos brancos (em nível federal, estadual e local) e não brancos foi de R$690 mil. E em outra prova do poder do bolso nas urnas, vencedores registraram R$650 mil a mais em patrimônio pessoal do que os perdedores.

Políticos brancos também receberam, em média, R$369 mil a mais em contribuições de campanha do que não brancos. A análise incluiu dados das eleições de 2008, 2010 e 2014.

“Se a discriminação tem um papel [na desigualdade racial na representação política], ela passa principalmente pelas inequidades de renda e riqueza entre brancos e negros que afetam a habilidade dos candidatos negros de financiar suas campanhas”, diz.

Corruptos estão no poder por que o eleitor é ignorante?

A corrupção é um tema central no debate político atual no Brasil. E se tantos brasileiros percebem a corrupção como problema (98% da população pensa assim, segundo pesquisa de 2014), porque tantos políticos corruptos continuam no poder?

A partir de dados de diferentes pesquisas de opinião – entre elas, dois levantamentos nacionais, com 2 mil e 1,5 mil entrevistados–, a recifense Nara Pavão foi buscar respostas para além do que a ciência política já discutiu sobre o tema.

Muitos estudos já mostraram que a falta de informação política é comum entre a população, e que o eleitor costuma fazer uma troca: ignora a corrupção quando, por exemplo, a economia vai bem.

“Mas para mim a questão não é apenas se o eleitor possui ou não informação sobre políticos corruptos, mas, sim, o que ele vai decidir fazer com essa informação e como essa informação vai afetar a decisão do voto”, afirma a cientista política.

A pesquisa de Nara identificou um fator chave a perpetuar corruptos no poder: o chamado cinismo político – quando a corrupção é recorrente, ela passa ser vista pelo eleitor como um fator constante, e se torna inútil como critério de diferenciação entre candidatos.

Consequência: o principal fator que torna os eleitores brasileiros tolerantes à corrupção é a crença de que a corrupção é generalizada.

“Se você acha que todos os políticos são incapazes de lidar com a corrupção, a corrupção se torna um elemento vazio para você na escolha do voto”, afirma Nara, para quem o Brasil está preso numa espécie de armadilha da corrupção: quão maior é a percepção do problema, menos as eleições servem para resolvê-lo.

Quem recebe Bolsa Família não critica o governo?

O programa Bolsa Família beneficia quase 50 milhões de pessoas e é uma das principais bandeiras das gestões do PT no Planalto. Até por isso, sempre foi vitrine – e também vidraça – do petismo.

Uma das críticas recorrentes pressupõe que o programa, para usar a linguagem da economia política, altera os incentivos que eleitores têm para criticar o governo.

Famílias beneficiadas não se preocupariam, por exemplo, em punir um mau desempenho econômico ou a corrupção, importando-se apenas com o auxílio no começo do mês.

Deste modo, governos que mantivessem programas massivos de transferência de renda estariam blindados contra eventuais performances medíocres. Seria, nesse sentido, um arranjo clientelista – troca de bens (dinheiro ou outra coisa) por voto.

Um estudo de Nara analisou dados do Brasil e de 15 países da América Latina que possuem programas como o Bolsa Família e não encontrou provas de que isso seja verdade.

“Em geral, o peso eleitoral atribuído à performance econômica e à corrupção do governo é relativamente igual entre aqueles que recebem transferências de renda e aqueles que não recebem”, afirma.

A conclusão é que, embora esses programas proporcionem retornos eleitorais para os governantes de plantão, eles não representam – desde que sigam regras rígidas – incentivo para eleitores ignorarem aspectos do desempenho do governo.

ONGs são ralo de dinheiro público?

Organizações de sociedade civil funcionam como um importante instrumento para o Estado fornecer, por meio de parcerias e convênios, serviços à população.

Diferentes governos (federal, estaduais e municipais) transferem recursos a essas entidades para executar programas diversos, de construção de cisternas e atividades culturais.

Apenas em nível federal, essas transferências quase dobraram no período 1999-2010: de R$2,2 bilhões para R$4,1 bilhões.

Esse protagonismo enseja questionamentos sobre a integridade dessas parcerias – não seriam apenas um meio de canalizar dinheiro público para as mãos de ONGs simpáticas aos governos de plantão?

Com o papel dessas organizações entre seus principais de interesses de pesquisa, Natália Bueno mergulhou no tema. Unindo métodos quantitativos e qualitativos, analisou extensas bases de dados, visitou organizações e construiu modelos estatísticos.

Concluiu que o governo federal (ao menos no período analisado, de 2003 a 2011) faz, sim, uma distribuição estratégica desses recursos, de olho na disputa política.

“A pesquisa sugere que governos transferem recursos para entidades para evitar que prefeitos de oposição tenham acesso a repasses de recursos federais. Outros fatores, como implementação de políticas públicas para as quais as organizações têm expertise e capacidade únicas, também tem um papel importante.”

Ela não encontrou provas, porém, de eventual corrupção ou clientelismo por trás desses critérios de escolha – o uso das ONGs seria principalmente parte de uma estratégia político-eleitoral, e não um meio de enriquecimento ilícito.

“Esse tipo de distribuição estratégica de recursos é próprio da política e encontramos padrões de distribuição semelhantes em outros países, como EUA, Argentina e México”, diz Natália.

Corrupção é difícil de verificar, mas a pesquisadora usou a seguinte estratégia: comparou ONGs presentes em cidades com disputas eleitorais apertadas, checou a proporção delas no cadastro de entidades impedidas de fechar parcerias com a União e fez uma busca sistemática por notícias e denúncias públicas de corrupção.

De 281 ONGs analisadas, 10% estavam no cadastro de impedidas, e apenas uma por suspeita de corrupção.

Guerra da Síria - Aviões de Caça Russos bombardearam torres de comunicações entre terroristas e Turquia.

Dois jatos da Força Aérea Russa atacaram posições terroristas na Síria.
Aviões russos bombardearam várias torres de telecomunicações no norte da Síria, nas fronteiras com a Turquia e para bloquear as linhas de comunicação entre a inteligência turco e grupos terroristas .
aviação militar russa do aeródromo Hmeymim, perto da cidade síria de Latakia, atacou nesta quinta-feira pela manhã alguns pontos de comunicações entre os terroristas e a inteligência turca no norte da Síria, informou o canal de televisão libanês Al-Mayadeen.
Esta é a primeira vez desde que a Rússia começou a sua contraofensiva ao terrorismo na Síria desde final de setembro 2015, o bombardeio foi a pedido do Governo de Damasco, os aviões de combate russos atacaram instalações de telecomunicações dentro do território sírio. 

O ataque foi realizado dois dias após o Centro Russo para a reconciliação na Síria detectar um comboio de caminhões que transportavam armas e munições da Turquia, para a cidade síria de Aleppo.

Segundo o relatório russo, os caminhões da Turquia atravessaram o território controlado por vários grupos armados “e chegou a uma cidade que está atualmente sob o controle do grupo terrorista EIIL (Daesh, em árabe)”.

A informação é conhecida justo quando em Aleppo as forças governamentais  e milícias curdas tem uma sangrenta batalha com os terroristas do Daesh e frente Al-Nusra (filial local da Al-Qaeda).

Embora Ancara rejeite qualquer relatório sobre o tráfico de armas e terroristas da fronteira, tanto as autoridades russas e os sírios acusam recorrentemente o governo turco  de facilitar a infiltração de munições e extremistas na Síria.

Um relatório do canal russo Russia Today revelou que o grupo Frente Al-Nusra  instalou bases em partes do norte da Síria, onde recebe regular remessas de abastecimento da Turquia.

HispanTV.

Link: http://navalbrasil.com/cacas-russos-bombardearam-torres-de-comunicacoes-entre-terroristas-e-turquia/

STF valida norma que proíbe escolas particulares de recusar alunos com deficiência.

André Richter - Repórter da Agência Brasil
Foto - Edson Fachin STF. Valter Campanato/Ag. Brasil
Por maioria de votos, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu hoje (9) validar normas do Estatuto da Pessoa com Deficiência (Lei 13.146/2015) questionadas pela Confederação Nacional dos Estabelecimentos de Ensino (Confenen). 
A lei entrou em vigor em janeiro deste ano e proíbe escolas particulares de recusar matrículas e cobrar valores adicionais nas mensalidades de pessoas com deficiência.

De acordo com o relator da ação, ministro Edson Fachin, as instituições de ensino não podem escolher os alunos que serão matriculados e nem segregar alunos com deficiência. O voto do relator foi acompanhado pelos demais ministros.

“A Lei 13.146 parece justamente assumir esse compromisso ético de acolhimento, quando exige que não só apenas as escolas públicas, mas também as particulares, deverão pautar sua atuação educacional a partir de todas as facetas e potencialidades que o direito fundamental à educação possui”, argumentou o ministro.

O único voto divergente foi proferido pelo ministro Marco Aurélio. O ministro entendeu que o Estado não pode obrigar as escolas a tomar todas as medidas para abrigar os alunos com deficiência sem a cobrança de um valor adicional.

“Não pode o Estado cumprimentar com o chapéu alheio. O Estado não pode obrigar a iniciativa privada a fazer o que ele não faz”, disse Marco Aurélio.

Durante o julgamento, a advogada da Federação Nacional da Apaes (Fenapaes), Rosangela Wolff Moro, sustentou na tribuna que restringir o acesso de alunos com deficiência é “descriminação odiosa”. Segundo Rosangela, há um duplo viés no aprendizado conjunto, porque as pessoas com deficiência também aprendem ao conviver com pessoas sem deficiência.  A advogada é casada com o juiz federal Sérgio Moro.

“Além de ser um direito social, a educação não pode ser compreendida como somente um despejo de conteúdo para aquela pessoa que está na escola particular. A educação é muito mais que isso, é aprender a conviver com as diferenças", acrescentou.

Entre os argumentos apresentados na ação protocolada no Supremo, a Confenen alegou que a obrigatoriedade do acolhimento de pessoas com deficiência em salas de aula compromete o orçamento dos estabelecimentos de ensino.

“Os dispositivos impugnados violam ainda o princípio da razoabilidade extraído do preceito constitucional porquanto frustram e desequilibram emocionalmente professores e pessoal da escola comum, regular, por não possuírem a capacitação e especialização para lidar com todo e qualquer portador de necessidade e a inumerável variação de cada deficiência ”, informou trecho da petição inicial.

Edição: Armando Cardoso

Cancelada a participação de Dilma Rousseff na abertura do 5° Congresso Nacional da UNEGRO em São Luís na próxima sexta-feira (10).

Foto - Dilma Roussef.

São Luís vinha se preparando pra receber com uma grande festa democrática a nossa Presidenta Dilma Rousseff, amanhã como convidada especial na abertura do 5º Congresso Nacional da UNEGRO – União de Negros Pela Igualdade. A UFMA - Campus do Bacanga, colocou a  disposição do evento, espaços como o Centro de Convenções e o Centro Pedagógico Paulo Freire, que vão abrigar a programação científica e cultural do Congresso.

Segundo Raimundo Monteiro, presidente estadual do PT, como foi determinado a suspensão do uso dos aviões da Força Aérea Brasileira - FAB pela Presidenta e havendo a necessidade do deslocamento de equipes de seguranças a sua visita à São Luís, tornou-se inviável. Sendo oficializado o cancelamento da participação da Presidenta Dilma Rousseff no congresso da Unegro em São Luís, além de outros eventos que seriam realizados em nossa Capital.


Consolo - Segundo o jornal diário de pernambuco, será apresentado amanhã no programa da jornalista Mariana Godoy Entrevista, da Rede TV!, será o primeiro programa da televisão aberta do Brasil a veicular uma entrevista com a presidente eleita do país, Dilma Rousseff, após ela ser afastada do cargo no processo do impeachment em andamento no Senado Federal, há mais de 25 dias. Nas redes sociais, a apresentadora publicou uma foto com a entrevistada e anunciou o dia da exibição: "Nesta sexta tem Dilma Rousseff no #MarianaGodoyEntrevista. Para a gravação, ela mesma fez maquiagem e cabelo".


A gravação do programa ocorreu no Palácio da Alvorada, em Brasília, residência oficial da presidente, e deve ser transmitida às 22h45. Ex-apresentadora da Globo, Mariana Godoy tem entrevistado recorrentemente figuras de campos distintos no espectro político brasileiro, como o hoje ministro do Esporte, Leonardo Picciani, ex-aliado de Dilma, e Ciro Gomes, uma das principais vozes pela defesa do mandato da petista.


A primeira entrevista concedida pela presidente depois de ser removida temporariamente do cargo foi para o jornalista Gleen Greenwald, do site bilíngue de notícias The Intercept. Vencedor do prêmio Pulitzer (a principal honraria norte-americana concedida a profissionais do jornalismo), o norte-americano tem se notabilizado por imprimir uma análise distinta da reportada pelos veículos de comunicação brasileiros sobre a crise política. (...).



A presidente afastada também falou ao jornal Folha de São Paulo e à emissora internacional de TV Al Jazeera. Dilma chegou a ser entrevistada pela TV Brasil, ligada à Empresa Brasleira de Comunicação (EBC), mas o programa agendado para ser exibido na segunda-feira pasada não foi ao ar porque o jornalista e entrevistador Luis Nassif teve o contrato rompido com a emissora após a nomeação, por Michel Temer, de um novo presidente da EBC (Laerte Rimoli). Ricardo Melo, nomeado pela petista às vésperas da remoção do cargo, conseguiu na Justiça o direito reaver o mandato à frente da instituição.


Dilma Rousseff tem usado com frequência as redes sociais para divulgar a agenda, informar sobre números do próprio governo e criticar medidas e escândalos políticos ligados à gestão do presidente interino Michel Temer.

São Paulo - Acidente com ônibus na rodovia Mogi-Bertioga deixa 18 mortos e 16 feridos.


Marli Moreira - Repórter da Agência Brasil

Dezoito pessoas morreram e 18 ficaram feridas, quatro delas em estado grave, quando um ônibus que transportava estudantes da Universidade de Mogi das Cruzes para o litoral norte paulista capotou no quilômetro 84, logo após bater em uma rocha. Segundo o Corpo de Bombeiros, no local do acidente morreram 15 pessoas, entre elas o motorista. A décima sexta vítima morreu ao dar entrada no Pronto-Socorro do Hospital de Bertioga. 
As ultimas vítimas faleceram após receberem os primeiros socorros no Hospital de Bertioga e serem transferidas para o Hospital Santo Amaro, no Guarujá, onde, segundo a instituição, chegaram seis feridos, dos quais dois não resistiram aos ferimentos.  
Os demais feridos foram encaminhadas para quatro hospitais: Pronto-Socorro de Bertioga (8); Santa Casa de Mogi das Cruzes (4); Pronto Socorro de Boissucanga (4); Hospital de Santo Amaro, no Guarujá (3).
A rodovia ficou interditada até as 7h de hoje (9). Além dos bombeiros, ajudaram no socorro às vítimas equipes do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), do Departamento de Estradas de Rodagem (DER). 
As causas que levaram o motorista a perder o controle da direção serão ainda apuradas, mas há informações de que a visibilidade estava prejudicada por neblina.

ATUALIZAÇÃO... Marli Moreira - Repórter da Agência Brasil.
Mais duas pessoas morreram em consequência do acidente com o ônibus que capotou na Rodovia Mogi-Bertioga, no fim da noite de ontem (8), elevando para 18 o total de mortos. Elas tinham recebido os primeiros socorros no Hospital de Bertioga e foram depois transferidas para o Hospital Santo Amaro, no Guarujá, onde, segundo a instituição, chegaram seis feridos, dos quais dois não resistiram aos ferimentos.
O Hospital de Bertioga informou que dos oito feridos atendidos na unidade, um chegou morto e cinco foram transferidos para o Hospital Santo Amaro e para a Santa Casa de Santos. Quinze mortes morreram no local do acidente. 
O número oficial de feridos ainda está sendo apurado, mas as primeiras informações do Corpo de Bombeiros indicam um total de 18. O ônibus fretado transportava 46 estudantes secundaristas e universitários para a cidade de São Sebastião.
A prefeitura de São Sebastião, no litoral norte, informou que será feito um velório coletivo no Ginásio Municipal de Boiçucanga. 
Também colocou à disposição um veículo, que sairá às 11h30 do Centro de Referência de Assistência Social (Cras) de Boiçuicanga, para levar os parentes das vítimas que ainda não conseguiram ir ao Instituto Médico-Legal (IML) do Guarujá. O endereço do Cras é Rua Sargento Filisbino da Silva, número 200.
Segundo a Secretaria de Segurança Pública do Estado (SSP), a Superintendência da Polícia Técnico-Científica enviou uma força-tarefa ao IML do Guarujá, para onde foram levadas as vítimas do acidente. 
Seguiram para o local, três médicos legistas, dois fotógrafos e três assistentes de necropsia de São Paulo. Outros reforços estariam sendo enviados pelo núcleo de Santos. 
Médicos legistas do Guarujá que estavam de folga voltarão ao trabalho. A intenção é agilizar o trabalho de identificação das vítimas para amenizar o sofrimento dos parentes.
Edição: Graça Adjuto




A Terceira Guerra Mundial já começou. Quanto tempo demorará até chegar à etapa quente? Por Paul Craig Roberts.

Washington está agora a efetuar uma guerra econômica e de propaganda contra quatro membros do bloco de cinco países conhecidos como BRICS – Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. O Brasil e a África do Sul estão a ser desestabilizados com escândalos políticos fabricados. Ambos os países estão lotados de políticos e Organizações Não Governamentais (ONGs) financiadas por Washington. Onde a CIA cozinha um escândalo, põe os seus agentes políticos em ação exigindo atuação contra o governo brasileiro e põe suas ONGs nas ruas em protestos. 
Washington tentou isto contra a China com o orquestrado "protesto estudantil" de Hong Kong. Washington esperava que os protestos se propagassem dentro da China, mas o esquema fracassou. Washington tentou isto contra a Rússia com os protestos orquestrados contra a reeleição de Putin e fracassou outra vez. 

Para desestabilizar a Rússia, Washington precisa de um apoio mais firme lá dentro. A fim de obter um apoio mais firme, Washington operou junto a mega bancos de Nova York e junto aos sauditas para deitar abaixo o preço do petróleo, de mais de US$100 por barril para cerca de US$30. Isto pressionou as finanças russas e o rublo. Em resposta às necessidades orçamentais da Rússia, aliados de Washington dentro da Rússia estão a pressionar o presidente Putin a privatizar importantes setores econômicos russos a fim de levantar capital estrangeiro para cobrir o défice orçamental e suportar o rublo. Se Putin ceder, importantes ativos russos sairão do controle russo para o controle de Washington. 

Na minha opinião, aqueles que estão a pressionar pela privatização são ou traidores ou completamente estúpidos. Seja o que forem, eles são um perigo para a independência russa. 

Eric Draitser apresenta alguns pormenores do assalto de Washington à Rússia do ataque de Washington à África do Sul essnews.com/brics-attack-empires-destabilizing-hand-reaches-south-africa/215126/ e do ataque de Washington ao Brasil Quanto ao meu artigo sobre o ataque de Washington à independência latino-americana, ver www.paulcraigroberts.org/... 

Como tenho destacado muitas vezes, os neoconservadores tornaram-se insanos pela sua arrogância e orgulho. Na sua busca da hegemonia americana sobre o mundo eles puseram de lado toda a cautela na sua determinação para desestabilizar a Rússia e a China. 

Ao implementarem as políticas econômicas neoliberais que foram incutidas pelos seus economistas neoliberais treinados na tradição neoliberal ocidental, os governos russo e chinês preparam o caminho para Washington. Ao engolirem a linha do "globalismo", utilizando o US dólar, participarem do sistema de pagamentos ocidental, abrem-se para a desestabilização por entradas e saída de capital estrangeiro, hospedando bancos americanos e permitindo a propriedade estrangeira, os governos russo e chinês tornaram-se maduro para a desestabilização. 

Se a Rússia e China não se desligarem do sistema ocidental e exilarem seus economistas neoliberais, eles terão de ir à guerra a fim de defender sua soberania.

O estupro nosso de cada dia - por Barbara G. Walker.

“…Ao buscar o significado destas sensações no livro “A Velha – Mulher de idade, sabedoria e poder”, Walker revela o que existiu nas sociedades matriarcais e explica  por que as mulheres são violentadas, humilhadas e estupradas por homens que se dizem apaixonados e atraídos por elas. A autora, feminista, detalha fatos históricos. Pesquisa minuciosamente as razões que fazem tantas mulheres serem vítimas da violenta agressão do estupro. Desde sua capacidade de gerar vida até sua sabedoria esculpida na face com as rugas do tempo, esclarece por que o patriarcalismo tomou os espaços das poderosas matriarcas. O estupro parece ter sido o meio de as dominar e sobre elas exercer incontestavelmente seu poder…”

Por Amyra El Khalili*

O estupro é como um castigo; é o nosso “mea culpa” por termos nascido mulher.

Por mais de 30 anos desenvolvi atividades de danças étnicas árabes com diversos grupos de mulheres, que se mesclavam por crenças, cor e região. Conhecida no Ocidente como sedutora, a dança do ventre, entre outras danças árabes, mexe com o imaginário masculino e, nos corpos femininos, provoca sensações e despertares.

O que parece ser deslumbrante entre os ritmos e o desenrolar de movimentos durante as rodas nos exercícios aplicados é, na verdade, uma regressão ao inconsciente da mulher pelos amores vivenciados, por suas expectativas e, especialmente, seus muitos sofrimentos.

Ao buscar o significado destas sensações no livro “A Velha – Mulher de idade, sabedoria e poder”, Walker revela o que existiu nas sociedades matriarcais e explica  por que as mulheres são violentadas, humilhadas e estupradas por homens que se dizem apaixonados e atraídos por elas. A autora, feminista, detalha fatos históricos. Pesquisa minuciosamente as razões que fazem tantas mulheres serem vítimas da violenta agressão do estupro.

Desde sua capacidade de gerar vida até sua sabedoria esculpida na face com as rugas do tempo, esclarece por que o patriarcalismo tomou os espaços das poderosas matriarcas. O estupro parece ter sido o meio de as dominar e sobre elas exercer incontestavelmente seu poder.

A autora, em suas pesquisas, explora a face mais cruel da realidade humana. Mostra como as mulheres são excluídas das posições de destaque e como, os homens paridos e por elas criados, são capazes de as oprimir e massacrar, numa relação paradoxal de amor e ódio.

O estupro não se materializa apenas no ato propriamente dito. Vale-se de uma maneira mais letal e sutil: a palavra. Por ela, penetra sorrateiramente no inconsciente coletivo feminino e nele se aloja.

Os depoimentos de diversas mulheres durante as oficinas de dança revelam outras formas, não menos cruéis, como a abordagem que desqualifica o corpo, a estética, lhes rebaixa a moral e a dignidade. É evidente que a agressão física, como fato em si, é dolorosa; lamentavelmente, essa agressão, porém, não se limita ao aspecto físico. Nas rodas de danças há risadas, cantos, gritos, lamentos e choradeira. Quando a regressão encontra o ponto mais sensível do corpo, os sentimentos explodem e são compartilhados por todo o grupo. As mulheres se solidarizam, pois a dor de uma é a dor de todas Reagem em grupo como que em defesa da “espécie”.

Combater a cultura do estupro exige de todas nós muito mais posicionamentos políticos, críticas e ações proativas. Exige sobretudo apoio dos homens, além de reconhecimento e tratamento dos agressores, para reverter seus traumas e suas experiências, para curar uma chaga tão profunda na história que faz deles monstros.

Identificar a doença, suas causas e suas consequências é o primeiro passo para superarmos esse mal, que causa tantas vítimas e nos faz sentir culpadas por termos nascido mulher.

Amyra El Khalili é Fundadora do Movimento Mulheres pela P@Z!. Ministra a oficina de danças étnicas árabes “Dança pela Água em missão de Paz” no Brasil e no exterior.


Referências: WALKER, Barbara G.A Velha – Mulher de idade, sabedoria e poder. Tradução: Dinah de Abreu Azevedo. A Senhora Editora. 2001.