quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

Brasilia. Sem garantia de recursos, estados rejeitam plano de segurança de Temer.

Avaliação dos governos estaduais é de que o plano não levou em conta as específicidades de cada Estado.
 | Foto: Beto Barata / PR
Hylda Cavalcanti
Da RBA
Ainda não encerrada, a reunião dos secretários estaduais de segurança pública e de administração penitenciária com ministros e técnicos do governo federal, que se realiza desde o início da manhã, está sendo definida por assessores do ministério da Justiça e do Palácio do Planalto como “uma tourada”. As conversas sobre o sistema carcerário brasileiro, de forma a conter a crise existente, suscitaram divergências sobre responsabilidades entre esferas. E muitos representantes dessas pastas disseram que os governadores dos seus estados não assinariam, nesta quarta-feira (18), o termo de compromisso para execução do Plano Nacional de Segurança Pública sem a certeza de que as medidas a serem adotadas serão efetivas e sem a garantia de onde sairão os recursos para isso.
A solenidade de assinatura do termo seria uma espécie de reconhecimento de apoio por parte dos estados ao plano divulgado no último dia 5 pelo governo Temer e estava sendo organizada pelo Palácio do Planalto para ter um efeito político, do ponto de vista de efetividade das medidas do Executivo para resolução da crise. Com a posição de dúvida dos governadores, o cerimonial do governo resolveu cancelar a solenidade e o plano terá sua formalização assinada de forma isolada por grupos de estados, posteriormente.
A assinatura desse termo de compromisso estava sendo vista, também, como uma forma de amenizar o desgaste do presidente da República e seus ministros, expostos por declarações desastrosas e iniciativas tidas como atrapalhadas, adotadas nos últimos dias. Como tudo está sendo realizado a portas fechadas, com o máximo de cautela quanto à divulgação até o final do encontro, as informações sobre as discussões têm sido feitas em reservado por assessores ou por alguns secretários que se dispuseram a dar declarações. Mas já se sabe que a avaliação geral dos governos estaduais é de que o plano não levou em conta características específicas dos estados.
São quatro principais pontos principais de polêmica. Os secretários querem que o plano dê atenção especial à cobertura de entrada e saída de detentos e fugitivos de presídios nas áreas de fronteira do país, inclusive para conter também o tráfico de drogas; querem um programa efetivo para combater o tráfico de entorpecentes dentro destes complexos prisionais e o mais importante: só aceitam assinar o termo de compromisso se houver garantia de recursos para que as ações possam ser realizadas pelos governos estaduais.
Um grupo formado por secretários da região Norte fez a quarta reivindicação, ainda mais radical: para que o Executivo envie ao Congresso, em caráter imediato, uma proposta de emenda à Constituição (PEC) que vincule recursos de forma prioritária para a segurança pública, como acontece hoje com os setores de educação e saúde – mesmo que em caráter provisório, levando-se em consideração a situação de crise nos presídios.
‘Necessidades dos estados’
Um dos mais empenhados em fazer críticas e manifestar a opinião dos colegas sobre as ações programadas foi o secretário de Segurança Pública de Rondônia, coronel Lioberto Caetano, que destacou as condições do presídio Urso Branco, naquele estado – considerado precário desde inspeção feita em 2012 pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Segundo Caetano, “o plano apresentado pelo governo não atende às necessidades dos estados”.
De acordo com ele, para que um trabalho integrado possa ter ação efetiva e imediata para solucionar a crise existente hoje é preciso fiscalizar as fronteiras do país e, principalmente, ter como certo de onde serão tirados os recursos.
“Como o governo federal vai custear isso? Dizer que vai fazer e acontecer, chamar todos aqui, governadores, ministros e presidente e fazê-los assinar um termo de compromisso é fácil, mas não resolve nada. O governo estadual de Rondônia só assinará essa carta se houver um compromisso sobre a liberação dos recursos suficientes”, afirmou.
Lioberto Caetano também contou que vários secretários refutaram, durante a reunião, o anúncio por parte do ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, de que o governo pretende construir cinco novos presídios nas cinco regiões do país, como forma de desafogar o déficit de vagas no sistema prisional.
O secretário disse que a avaliação dele e de outros colegas é de que somente construir presídio não resolve a crise. “Apenas aumenta o número de presos, com aumento também do gasto dos governos estaduais e do governo federal”, acrescentou. Ele ainda ressaltou que, a seu ver, o Brasil já passou pela experiência necessária de testes. “Não estamos mais na fase de testes, agora precisamos resolver de vez esse problema, que é tão sério.”
Crime organizado
O secretário de Segurança do Amazonas, Sérgio Fontes, disse, em tom mais ameno, que se por um lado todos os secretários estão empenhados em participar de uma ação conjunta para reestruturar o sistema carcerário, a preocupação com os recursos e de onde eles serão retirados é real e foi bastante externada.
Segundo Fontes, o plano de segurança precisa ser visto como um ponto positivo por todos, mas não basta. Ele declarou que não acha que o plano, por si só, resolva a questão do sistema carcerário de uma vez por todas. E cobrou iniciativas voltadas especificamente para o combate ao crime organizado no país – sobretudo dentro dos presídios.
Ao ser questionado sobre o quadro, o secretário de Segurança Pública do Maranhão, Jefferson Portela, também disse que as discussões sobre os recursos deveriam ser concluídas entre terça e quarta-feira para que o apoio ao plano possa ser concretizado. Ele defendeu junto aos colegas que uma condição para que os governadores assinem o apoio ao plano nacional seja o esclarecimento sobre os recursos.
Vistorias e comissões
No início da tarde, o governo anunciou que já estão acertados entre os vários itens a serem anunciados a criação de um grupo que vai elaborar projeto de reestruturação completa do sistema carcerário brasileiro e a criação de uma comissão para ampliar a inteligência e prevenção de rebeliões nestes presídios.
Além disso, foi autorizado o uso das Forças Armadas para fiscalizar e vistoriar presídios, sempre que houver solicitação dos estados, bem como a construção de cinco novos presídios de grande porte e a liberação imediata de R$ 295 milhões para compra de tornozeleiras eletrônicas, scanners corporais e aparelhos bloqueadores de celulares.
A situação do sistema carcerário brasileiro, cujo quadro ficou evidente com duas rebeliões em presídios do Amazonas e Roraima registradas no início do mês, foi intensificada com a observação de uma terceira rebelião, no Rio Grande do Norte, na madrugada de ontem. Esta última rebelião, apesar de negativas do governo daquele estado, continua sendo objeto de confronto entre detentos integrantes de facções criminosas diversas nesta terça.
No Judiciário, acabou nesta terça o prazo dado pela presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia, para que os tribunais de Justiça dos estados e do Distrito Federal apresentassem números de servidores e magistrados que possam ser cedidos para integrar uma força-tarefa emergencial. Os tribunais ficaram de enviar, ainda, documentos referentes a processos criminais já julgados e em tramitação. O objetivo do STF é realizar, até março, a revisão de todos esses processos, principalmente os referentes a presos provisórios
LEIA MAIS: Brasil. Publicado o Decreto que autoriza o uso das Forças Armadas no controle dos Motins Prisionais. http://maranauta.blogspot.com.br/2017/01/brasil-publicado-o-decreto-que-autoriza.html

Brasil. Publicado o Decreto que autoriza o uso das Forças Armadas no controle dos Motins Prisionais.

Texto de Chico Barros.

O Diário Oficial da União que circula hoje trás a publicação do Decreto assinado pelo Presidente Michel Temer autorizando o uso das Forças Armadas na contenção das rebeliões prisionais que estão ocorrendo nacionalmente.

O referido decreto também especifica que o utilização das Forças Armadas, dependerá de anuência do Governador do Estado ou do Distrito Federal e será realizado em articulação com as forças de segurança pública competentes e com o apoio de agentes penitenciários do Departamento Penitenciário Nacional do Ministério da Justiça e Cidadania". 

Leia abaixo o Texto integral do referido Decreto.

Autoriza o emprego das Forças Armadas para a Garantia da Lei e da Ordem no sistema penitenciário brasileiro.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso das atribuições que lhe confere o art. 84, caput, incisos IV e XIII, da Constituição, e tendo em vista o disposto no art. 15 da Lei Complementar nº 97, de 9 de junho de 1999, 
DECRETA: 
Art. 1º  Fica autorizado o emprego das Forças Armadas para a Garantia da Lei e da Ordem, nos termos deste Decreto. 
Art. 2º  As Forças Armadas executarão essa atividade nas dependências de todos os estabelecimentos prisionais brasileiros para a detecção de armas, aparelhos de telefonia móvel, drogas e outros materiais ilícitos ou proibidos. 
§ 1º  O emprego das Forças Armadas, nos termos do caput, observado o princípio federativo, dependerá de anuência do Governador do Estado ou do Distrito Federal e será realizado em articulação com as forças de segurança pública competentes e com o apoio de agentes penitenciários do Departamento Penitenciário Nacional do Ministério da Justiça e Cidadania. 
§ 2º  O Ministro de Estado da Defesa editará normas complementares para dispor sobre o emprego das Forças Armadas a que se refere este Decreto. 
Art. 3º  A autorização a que se refere o caput do art. 2º fica concedida pelo prazo de doze meses. 
Art. 4º  Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação. 
Brasília, 17 de janeiro de 2017; 196º da Independência e 129º da República. 

MICHEL TEMER

Raul Jungmann
Sergio Westphalen Etchegoyen

Este texto não substitui o publicado no DOU de 18.1.2017   *

Resultado do Enem 2016 já está disponível na internet.

Mariana Tokarnia – Repórter da Agência Brasil
O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) liberou hoje (18) o resultado do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2016. 

Os cerca de 6 milhões de candidatos que fizeram as provas já podem conferir as notas na página do participante do Enem. Para acessar, é necessário informar o CPF e a senha escolhida na hora da inscrição.

Os estudantes têm acesso a uma tabela com a nota obtida em cada uma das provas: linguagens, matemática, ciências humanas, ciências da natureza e redação. Eles ainda não têm, no entanto, acesso ao espelho da redação, com a correção mais detalhada do texto, que será divulgado posteriormente.

Teoria da Resposta ao Item

A correção do Enem é feita com base na metodologia da Teoria de Resposta ao Item (TRI), que não estabelece previamente um valor fixo para cada item. O valor de cada questão varia conforme o percentual de acertos e erros dos estudantes naquele item. Assim, um item que teve grande número de acertos será considerado fácil e, por essa razão, valerá menos pontos. O estudante que acertar uma questão com alto índice de erros, por exemplo, ganhará mais  pontos por aquele item.

As notas da prova podem ser usadas para pleitear vagas no ensino superior público pelo Sistema de Seleção Unificada (Sisu), bolsas no ensino superior privado pelo Programa Universidade para Todos (ProUni) e para participar do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies). Além disso, os candidatos com  mais de 18 anos podem usar o Enem para receber a certificação do ensino médio.

Edição: Denise Griesinger

Greve em Manaus:Juiz manda prender toda a diretoria do Sindicato dos Rodoviários.

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"Não sei em quem o Sindicato dos Trabalhadores se confia para desafiar, de forma tão desarvorada, o cumprimento de uma ordem judicial", diz o magistrado.
Dante Graça - Manaus (AM).
O juiz Adilson Maciel Dantas, do Tribunal Regional do Trabalho 11ª Região, determinou a prisão de toda a diretoria do Sindicato dos Rodoviários. No total, seis membros da diretoria foram alcançados pela decisão, incluindo o presidente Givancir de Oliveira e o vice, Josildo Oliveira.
Em sua decisão, o juiz afirma que o movimento grevista é "tão absurdo, tão inconsequente, que chego mesmo a ponderar sobre as reais motivações e sobre os interesses que estão escondidos sob o manto dessa atitude sem precedentes".
O juiz cita o fato de que o secretário-geral do Sindicato, Élcio Campos, ter criticado a decisão proferida anteriormente pelo magistrado. "(...) criticou a multa estabelecida contra o sindicato obreiro (ao argumento de que as multas impostas à empresas e ao sindicato patronal são sempre menores) e que já que terão que pagar a multa, o farão mantendo 100% da obra paralisada". 
E afirma, taxativo:  "Não sei em quem o Sindicato dos Trabalhadores se confia para desafiar, de forma tão desarvorada, o cumprimento de uma ordem judicial e, pior, adotando uma posição que compromete toda a sociedade que depende desse serviço de transporte coletivo - que é de natureza essencial".
O juiz afirma ainda que, por se tratar de um serviço essencial, o sindicato era obrigado a disponibilizar pelo menos  o serviço necessário para a manutenção do atendimento. Em greves legais, existe a obrigação da circulação de pelo menos 30% da frota, o que não ocorreu hoje, já que 100% dos carros ficaram nas garagens. "Quantos perderam o dia de trabalho, o dia de aula, tudo por conta de uma decisão irresponsável, autoritária, que desafia o Poder Judiciário, afronta o Estado Democrático de Direito e pretende impor à Justiça e à sociedade as decisões unilaterais do Sindicato obreiro, em detrimento de toda a sociedade?", questiona. 
Estão listados na ordem prisão os seguintes dirigentes sindicais: Givancir de Oliveira Silva, Josildo de Oliveira Silva, Élcio Campos Rêgo, João Batista Rodrigues do Nascimento, Jaildo de Oliveira Silva - o Jaildo dos Rodoviários, vereador reeleito pelo PC do B, e Josenildo de Oliveira e Silva. 
Segundo o magistrado, os mandados poderão ser cumpridos pela Polícia Federal, Polícia Rodoviária, Polícia Civil ou Polícia Militar do Amazonas, onde quer que eles se encontrem. "Cumpra-se, como de estilo, porque decisão judicial foi feita para ser cumprida ou discutida pelas vias legais, nunca por simples voluntarismo de quem quer que seja", finalizou Adilson Dantas. 
Leia Mais:
1 - Greve. Sindicato desafia Justiça: ‘que venham R$ 2 milhões em multa, vamos continuar’. http://www.acritica.com/channels/manaus/news/sindicato-desafia-justica-que-venha-r-2-milhoes-em-multa-vamos-continuar-diz-sindicalista
2 - Greve. Após ordem de prisão, três empresas colocam ônibus nas ruas; greve afetou 800 mil. http://www.acritica.com/channels/manaus/news/apos-ordem-de-prisao-onibus-comecam-a-deixar-as-garagens-das-empresas-em-manaus

Brasil. Caminhoneiros deflagram greve contra baixo valor do frete.

http://blogdocaminhoneiro.com/2017/01/caminhoneiros-deflagram-greve-contra-baixo-valor-do-frete/
Desde a sexta-feira (13 de Janeiro), vários pontos de rodovias em MT estão com bloqueios parciais por conta de uma greve de caminhoneiros. Os caminhoneiros, liderados pelo Movimento dos Transportadores de Grãos, lutam pela melhora do valor do frete, defasado há vários anos, e também a redução do valor do diesel.
Nos pontos de bloqueios só estão sendo parados caminhões graneleiros, e os motoristas são convidados a se juntarem ao movimento grevista. O primeiro ponto de paralisação ocorreu em Rondonópolis-MT, na BR-364. Agora há pelo menos seis pontos de paralisação, sendo na BR-364 em Rondonópolis, nos km km 119, na pista norte, km 201, na pista sul, no km 206, as duas pistas sentido sul (o trecho é duplicado), e no km 209, na pista norte, também na BR-163, entre Matupá e Peixoto de Azevedo-MT, e outro ponto entre Matupá e Guarantã do Norte-MT.

Caminhoneiros iniciam quinto dia de paralisação

Os caminhoneiros também começam a se mobilizar em outros estados do país, para aumentar o movimento grevista. No Paraná o Sinditac irá fazer uma reunião na tarde de hoje para saber se inicia protestos no estado. Diversos grupos nas redes sociais também servem como pontos de troca de informações entre os caminhoneiros, e com isso o movimento grevista deve engrossar nos próximos dias.
No mês de dezembro, o projeto que cria a tabela de preços mínimos do frete teve a primeira aprovação na Câmara. Ainda falta aprovação final na Câmara, Senado e sanção presidencial. Esse é o principal ponto da greve, pois o projeto é de 2015 e estava engavetado até agora.

Vale lembrar que um movimento grevista tímido tomou as estradas de todo o país em 2015, e o governo na época prometeu aprovar rapidamente diversas mudanças para o setor de transportes. Porém até o momentoquase nada mudou na situação dos caminhoneiros, e as novas altas do diesel aliadas à defasagem do valor do frete compromete ainda mais o setor de transportes, que já está em “fase terminal”, conforme indicam números recentes.
Leia Mais:

terça-feira, 17 de janeiro de 2017

Deputados comentam saídas para uma das mais prolongadas secas no Nordeste.

SECA_NORDESTE
Seca no Nordeste começou em 2012: estiagem é considerada uma das piores dos últimos cem anos.

O Nordeste sofre com a pior estiagem dos últimos cem anos, com um período de seca que se iniciou em 2012 e que, segundo dados da Confederação Nacional dos Municípios, já afetou 33,4 milhões de pessoas. Para tentar minimizar os problemas enfrentados pela população, o governo federal autorizou o repasse de R$ 1 bilhão para obras de acesso à água e combate à seca em todo o Brasil.

Deste total, R$ 793 milhões serão utilizados na construção de 130 mil cisternas com capacidade de armazenamento de água para suprir as necessidades básicas de uma família de cinco pessoas por até oito meses de estiagem.

Para o deputado Zeca Cavalcanti (PTB-PE), é preciso desenvolver políticas de convívio com a seca. O deputado é autor de projeto (PL 4175/15), que prevê ações por parte do poder público para garantir o desenvolvimento econômico das regiões onde ocorrem as secas. A proposta estabelece também ações para garantir a segurança alimentar das populações atingidas pelas longas estiagens, que são cíclicas.

“O objetivo é que sejam elaboradas políticas públicas com determinados órgãos públicos como Codevasf, Dnocs e Sudene, além de universidades, e promover a discussão de políticas públicas de convivência permanente com a seca”, afirma. Ele destaca que o fenômeno climático “vem, desaparece, volta a chover, mas depois volta com aqueles mesmos problemas”.


São Francisco
O deputado Gonzaga Patriota (PSB-PE) alerta para o perigo de se desviar água do rio São Francisco. Para ele, seria melhor investir na interligação da Bacia do Rio Preto e Bacia do Tocantins ao Rio São Francisco, como forma de garantir que o São Francisco possa abastecer os estados do Nordeste. Ele reclama que nada tem sido feito para manter a saúde do São Francisco, fundamental para o abastecimento de água na região.


“Nada está sendo feito e até o projeto aprovado, com R$ 600 milhões no orçamento de 2016, foi transferido para retirar essa água do rio São Francisco. A seca é a maior da história e temos que providenciar alguma coisa”, afirmou.

Já o deputado Rômulo Gouveia (PSD-PB) defende a conclusão das obras de transposição do rio São Francisco para minimizar os efeitos da estiagem no interior do Nordeste. O deputado diz ser necessária a adoção de um plano, principalmente no Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco e parte de Alagoas, que estão enfrentando uma estiagem mais severa, definida pelos meteorologistas como secas excepcionais.


ÍNTEGRA DA PROPOSTA:

Reportagem – Karla Alessandra


Edição – Rachel Librelon


A reprodução das notícias é autorizada desde que contenha a assinatura 'Agência Câmara Notícias'

Segundo constitucionalistas, uso das Forças Armadas para fiscalizar presídios é inconstitucional

Foto - Esmael Moraes.

Michel Temer (PMDB) quer apontar os canhões das Forças Armadas para dentro dos presídios brasileiros. Além de burrice, a medida é inconstitucional porque extrapola as funções dos militares.
Temer tenta mais uma jogada de marketing buscando a atenuação de seu “Carandiru” surgido em apenas duas semanas com a matança de 134 detentos que estavam sob a custódia do Estado. (Em 1992, o massacre do Carandiru ceifou 111 vidas).
A repercussão internacional dos continuados extermínios corrói o golpe mais depressa.
Internamente, setores da velha mídia aplaude a “limpeza” nos presídios.
O diabo é que 40% da população carcerária sequer teve julgamento. São presos provisórios, sem condenação. Outros 25% são oriundos da idiota “guerra às drogas” importada dos EUA.
O ilegítimo não tem coragem suficiente de propor a despenalização a partir da revogação das prisões arbitrárias e da descriminalização das drogas no país.
Michel Temer não dá uma dentro.
A seguir, leia a reportagem do site Consultor Jurídico sobre a inconstitucionalidade do uso das forças armadas nos presídios:
Uso das Forças Armadas para fiscalizar presídios é inconstitucional
por Por Sérgio Rodas, no ConJur
O governo Michel Temer autorizou nesta terça-feira (17/1) a atuação das Forças Armadas nos presídios para fazer inspeções rotineiras de materiais proibidos, como armas, celulares e drogas, e reforçar a segurança nas unidades. No entanto, especialistas ouvidos pela ConJur avaliam que a medida é inconstitucional, pois extrapola as funções dos militares, e não terá grande impacto na superação da crise carcerária pela qual o país passa, e que já gerou 134 vítimas em 2017.
O artigo 142 da Constituição afirma que as Forças Armadas “destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem”. Por sua vez, a Lei Complementar 97/1999, que regulamenta as atividades dos militares, prevê, em seu artigo 16-A, que os oficiais podem participar de ações preventivas ou repressivas, mas apenas contra “delitos transfronteiriços e ambientais”.
A mesma norma autoriza, nos artigos 17, 17-A e 18, que o Exército, a Marinha e a Aeronáutica auxiliem na repressão aos “delitos de repercussão nacional ou internacional”, respectivamente, no território brasileiro, áreas marinhas, fluviais e portuárias, e espaço aéreo e campos aeroportuários. Contudo, os três dispositivos só permitem que tais ajudas sejam feitas “na forma de apoio logístico, de inteligência, de comunicações e de instrução”.
Para o advogado e colunista da ConJur Aury Lopes Jr., a medida do governo é “uma tentativa desesperada de resolver um problema bem mais complexo” e representa um desvio das finalidades constitucionais das Forças Armadas.
Nessa mesma linha, o criminalista Fernando Augusto Fernandes avalia que o governo somente poderia usar as Forças Armadas para intervir em presídios se o Brasil estivesse em estado de defesa ou de sítio – que exigem graves ameaças à ordem pública ou à paz social. Mesmo assim, a ação teria que ser aprovada pelo Congresso, como fixa o artigo 34, VII, “b”, da Constituição.
Já o presidente da Comissão de Direitos Humanos da Seccional do Rio de Janeiro da Ordem dos Advogados do Brasil, Marcelo Chalréo, aponta que a proposta do governo é “absolutamente inconstitucional”, e “um completo desvirtuamento” das funções das Forças Armadas. “É lamentável que um presidente que foi professor de Direito Constitucional e autor de diversos livros sobre o assunto apresente uma sugestão dessas”, reclama.
Por sua vez, o criminalista e constitucionalista Adib Abdouni entende que as Forças Armadas só podem ser usadas em penitenciárias se o governo estadual local declarar sua impossibilidade momentânea de controlar a situação. Tal admissão de incapacidade, porém, teria “nítidos impactos desfavoráveis” para o Executivo dos estados que a fizessem.
Outro lado
Além dos constitucionalistas Michel Temer e Alexandre de Moraes — ministro da Justiça —, outros advogados apoiaram o uso das Forças Armadas na fiscalização de materiais ilícitos em presídios. De acordo com a especialista em Direito Constitucional Vera Chemim, somente com a cooperação entre os três Poderes que será possível vencer as facções criminosas.
Embora opine que a medida “parece uma ação desesperada”, que “traz um significado de convulsão social, de alarmismo, de pânico”, o criminalista Fabrício de Oliveira Campos sustenta que os militares poderiam ser usados de maneira excepcional e temporária quando solicitado pelos estados.
Ação ineficaz
Além de ter sua constitucionalidade discutível, o uso de militares em presídios é um ato ineficaz e demagógico, e não ataca as reais causas da crise carcerária, apontam especialistas no assunto. Para a socióloga Julita Lemgruber, ex-diretora do Sistema Penitenciário do Rio de Janeiro, o governo Temer deveria direcionar sua atuação para combater a superlotação das prisões.
Dessa forma, Julita ressalta que prioridade máxima teria que ser articular com Cármen Lúcia, presidente do Supremo Tribunal Federal e do Conselho Nacional de Justiça, um grande mutirão para retirar dos estabelecimentos os presos provisórios (que representam 40% da população carcerária) que não tem geram riscos à investigação ou às ordens pública e econômica, e aqueles que já têm direito de progredir de regime, obter livramento condicional ou indulto, ou cumprir a pena em casa ou de outra forma.
A criminalista Maíra Fernandes, ex-presidente do Conselho Penitenciário do Estado do Rio de Janeiro, tem visão semelhante. Segundo ela, o uso das Forças Armadas para fiscalizar itens proibidos em presídios é uma medida “demagógica” do governo Temer, que passa uma imagem de segurança para a sociedade sem atacar o principal problema do sistema prisional: a superlotação.
Em seus olhos, enquanto nada for feito para diminuir o número de presos provisórios e reformar a Lei de Drogas (Lei 11.343/2006), responsável por 28% dos detentos do país, as facções criminosas continuarão dominando as penitenciárias e assassinando outros encarcerados.
Julita e Maíra ainda declaram que os integrantes das Forças Armadas não têm capacitação técnica para atuar na inspeção de materiais em prisões.
O criminalista Daniel Bialski, por seu turno, afirma que as varas de execução penal também devem ser mais céleres, e evitar que pessoas continuem em regime fechado quando já poderiam estar no semiaberto ou no aberto.
Governo na contramão
Autorizar a ação de militares em presídios não é a única medida anunciada por Michel Temer que, segundo especialistas, não resolve os problemas da questão carcerária.
O presidente prometeu repasses de R$ 800 milhões para a construção de, pelo menos, uma nova penitenciária em cada estado, além de cinco novas cadeias federais para criminosos de alta periculosidade.
Na mesma linha de seu chefe, o ministro Alexandre de Moraes afirmou em dezembro que lançará em breve um plano de redução de homicídios focado em ações policiais, sem a participação de pastas da área social. Entre as medidas estarão o aumento do tempo necessário para progressão da pena (atualmente, o condenado deve cumprir um sexto de sua punição para ir para outro regime; se cometeu crime hediondo, mas é réu primário, dois quintos; se já tivesse antecedentes, três quintos) e a intensificação do combate às drogas.