terça-feira, 4 de abril de 2017

Senadora Gleisi Hoffman é a candidata da CNB à Presidência do Partido dos Trabalhadores.

Waldemir Barreto/Agência Senado
Foto - Brasil 247.
A corrente majoritária no PT, a CNB (Construindo Um Novo Brasil), majoritária no PT, lançou a senadora Gleisi Hoffman como próxima presidente do partido; se for escolhida, Gleisi será a primeira mulher a liderar o Partido dos Trabalhadores; "A CNB entende que a unidade partidária é pressuposto fundamental para fortalecer e revigorar o nosso partido, para derrotar o projeto neoliberal e construir a possibilidade do Brasil voltar a ser justo, democrático e feliz com Lula Presidente em 2018", dizem os dirigentes petistas.

A corrente CNB (Construindo Um Novo Brasil), majoritária no Partido dos Trabalhadores, aderiu ao nome da senadora Gleisi Hoffman como próxima presidente da sigla. 

Confira abaixo a íntegra do comunicado oficial do anúncio:
A corrente Construindo Um Novo Brasil, reunida em São Paulo em 3 de abril com o Presidente Lula, se associa ao seu esforço na construção da unidade de todo o partido, indicando o nome da Companheira Gleisi Hoffman, como candidata à presidência nacional do PT, a ser apresentada a todas as correntes.
Os Companheiros Alexandre Padilha e Márcio Macedo ratificando seu compromisso histórico com a unidade do partido retiram as respectivas candidaturas em prol da possibilidade de termos, pela primeira vez na história, uma mulher na presidência nacional do PT.
A CNB entende que a unidade partidária é pressuposto fundamental para fortalecer e revigorar o nosso partido, para derrotar o projeto neoliberal e construir a possibilidade do Brasil voltar a ser justo, democrático e feliz com Lula Presidente em 2018.

segunda-feira, 3 de abril de 2017

STF. Min. Gilmar Mendes concede prisão domiciliar a mãe de duas crianças.

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), deferiu liminar para determinar a substituição da custódia preventiva de uma mulher por prisão domiciliar. Detida pela acusação de tráfico e associação para o tráfico de drogas, ela é mãe de duas crianças, com três e seis anos de idade. Na decisão, tomada no Habeas Corpus (HC) 141874, o ministro destacou que, apesar das circunstâncias em que foi praticado o delito, a concessão da prisão domiciliar encontra amparo legal na proteção à maternidade e à infância e na dignidade da pessoa humana, uma vez que se prioriza o bem-estar das crianças.
A denunciada foi presa em flagrante em janeiro deste ano, junto com outras duas pessoas, numa rodovia no interior de São Paulo, portando drogas. A prisão em flagrante foi convertida em preventiva e, em março, o juízo da 2ª Vara Criminal da Comarca de Tatuí (SP) indeferiu os pedidos da defesa para revogação da custódia cautelar.
A Defensoria Pública do Estado de São Paulo impetrou habeas corpus no Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJ/SP), que indeferiu o pedido liminar, pendente ainda o julgamento do mérito, e no Superior Tribunal de Justiça (STJ), pedindo a concessão de liberdade provisória, uma vez que as crianças dependem da mãe para sua sobrevivência. Após a rejeição do trâmite do HC naquela instância, a Defensoria impetrou o habeas corpus no STF.
Decisão
O ministro Gilmar Mendes destacou que o entendimento de que a apreciação do caso pelo STF antes do julgamento definitivo nas instâncias anteriores configuraria supressão de instância pode ser afastado quando se evidencia no autos flagrante constrangimento ilegal ou abuso de poder, situação que verificou no caso. “Enquanto estiver sob a custódia do Estado (provisória ou decorrente de condenação definitiva), são garantidos ao preso diversos direitos que devem ser respeitados pelas autoridades públicas”, afirmou.
No âmbito constitucional, o ministro destacou o princípio da dignidade da pessoa humana e da proteção dos direitos individuais e sociais, como a proteção da maternidade e da infância e o direito das mulheres reclusas de permanência com seus filhos durante a fase de amamentação, além da proteção à família. Já na esfera infraconstitucional, citou a Lei 11.942/2009, que deu nova redação a dispositivos da Lei de Execução Penal para assegurar às mães presas e aos recém-nascidos condições mínimas de assistência. Mais recentemente, o Marco Legal da Primeira Infância (Lei 13.257/2016) alterou a redação do artigo 318 do Código de Processo Penal, ampliando as hipóteses de concessão de prisão domiciliar e permitindo a substituição da prisão preventiva quando o agente for mulher com filho de até 12 anos de idade incompletos.
O relator assinalou ainda que ministros e Turmas do STF têm considerado, em casos semelhantes, as Regras de Bangkok, definidas em 2010 pelas Nações Unidas para o tratamento de mulheres presas, que privilegiam a adoção de medidas não privativas de liberdade no caso de grávidas e mulheres com filhos dependentes. Observou ainda que o crime supostamente praticado pela paciente não envolve violência ou grave ameaça a pessoa.
Assim, evidenciados no caso os requisitos da plausibilidade jurídica do pedido e do perigo da demora (fumus boni juris e periculum in mora), o ministro deferiu liminar para determinar a substituição da segregação preventiva pela prisão domiciliar, até o julgamento de mérito do habeas corpus.
AR/CV,AD
Processos relacionados - HC 141874

Procuradoria da República no Maranhão recomenda ao Dnit melhoria das condições de segurança e trafegabilidade na BR-226.



Foram verificadas diversas e graves inconformidades na rodovia, nos trechos referentes aos municípios maranhenses de Porto Franco, Grajaú, Barra do Corda e Timon
O Ministério Público Federal no Maranhão (MPF/MA) recomendou ao Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), em caráter de urgência, a adoção de medidas voltadas a melhorar as condições da BR-226, nos trechos referentes aos municípios maranhenses de Porto Franco, Grajaú, Barra do Corda e Timon. Parte da rodovia cruza a Terra Indígena Guajajaras Canabrava.
Em abril do ano passado, o MPF/MA expediu recomendação semelhante ao Dnit. No mês seguinte, o departamento informou ter acolhido a representação, no entanto, o documento enviado ao MPF apenas descrevia os contratos administrativos que já haviam sido firmados pelo Dnit para restauração, conservação, segurança e sinalização da BR-226 – contratos que, atualmente, estão em andamento. 
Após vistoria realizada pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) em dezembro de 2016 nos trechos abrangidos pela recomendação, verificou-se diversas e graves inconformidades das condições de segurança, sinalização e conservação da rodovia, indicando, assim, que, diferente do que foi alegado, o Dnit não atendeu integralmente à orientação do MPF.
Assim, o MPF/MA expediu nova recomendação ao Dnit, em caráter de urgência, no prazo de 90 dias, com vistas à adoção de providências voltadas a melhorar as condições de adequação e segurança de trafegabilidade na BR-226, nos trechos de Porto Franco, Grajaú, Barra do Corda e Timon, incluindo necessariamente o aprimoramento da sinalização horizontal e vertical, sem prejuízo de outras eventualmente consideradas cabíveis (como mecanismo de controle e redução de velocidade e travessias de pedestres), com ênfase nos locais com maior índice de acidentes. Deve, ainda, observar as diretrizes da Fundação Nacional do Índio (Funai) e do Instituto Brasil do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) quanto ao trecho que incide em terra indígena.
Problemas - Em especial, deve o Dnit corrigir as desconformidades identificadas no relatório de vistoria da PRF, com destaque para a sinalização vertical deficiente ou ausente no trecho de Timon (sem pavimentação asfáltica), Grajaú e na reserva indígena Canabrava; sinalização horizontal deficiente ou ausente nos trechos dos quatro municípios citados nesta recomendação e na reserva Canabrava; ausência de faixa de pedestres em todos os trechos vistoriados; presença de apenas um ponto de monitoramento fixo de velocidade, que fica Timon; ondulações transversais em desacordo com a legislação (principalmente a Resolução Contran nº 39/1998); ausência de pavimentação asfáltica, especialmente no trecho 99,1 km da rodovia, compreendido pelo município de Timon.
O Dnit deve se pronunciar sobre o acatamento ou não da recomendação no prazo de dez dias, apresentando o cronograma das medidas a serem adotadas.
Assessoria de Comunicação - Procuradoria da República no Maranhão - Tel.: (98) 3213-7137 - E-mail: prma-ascom@mpf.mp.br - Twitter:@MPF_MA.

Russia. Explosão Terrorista deixou 11 mortos e 45 feridos, na estação de metrô em São Petersburgo.

Polícia garante segurança perto da estação Tekhnologichesky Institut do metrô de São Petersburgo após explosão
Foto - Sputniknews.
 ATUALIZAÇÃO:
Explosão no metrô de São Petersburgo deixou 11 mortos e 45 feridos nesta segunda-feira (3). Autoridades ainda não confirmaram que foi um atentado terrorista.


O porta-voz do presidente russo, Dmitry Peskov, declarou que todos os sinais apontam para um ataque terrorista, mas do ponto de vista jurídico não se pode classificar a explosão como um atentado. "Todos os sinais de atentado estão lá, mas a investigação tem que considerar absolutamente todas as versões", disse Peskov. 
Ao responder à pergunta se haveria anúncio de luto em toda a Rússia, Peskov afirmou que o luto foi anunciado em São Petersburgo. 
Explosão no metrô de São Petersburgo deixou 11 mortos e 45 feridos nesta segunda-feira (3). O presidente da Rússia, Vladimir Putin, está na cidade para acompanhar a investigação do caso junto à Agência Federal de Segurança.  

Texto copiado da Sputniknews.
Uma explosão abalou uma estação de metrô da linha azul da segunda maior cidade da Rússia, São Petersburgo. Segundo dados preliminares, há aproximadamente 50 vítimas, entre mortos e feridos, inclusive crianças entre as vítimas.

Segundo informações que circulam nos meios jornalísticos ocorreram duas explosões entre as estações de metrô Sennaya Ploschad e Tekhnologichesky Institut.

Já se sabe também que a bomba que explodiu no metrô de São Petersburgo estava recheada de elementos metálicos, que aumentaram o seu poder de destruição.

Segundo uma fonte da Sputnik nos serviços da emergência morreram 10 pessoas e há crianças entre os feridos. "As entradas das estações do metrô estão fechadas. Os trens estão passando sem parar", comunica a assessoria do metrô.

Os explosivos foram deixados no vagão, uma fonte da Sputnik disse que os dois explosivos detonados eram de fabricação caseira e de baixa potência.

O presidente russo Vladimir Putin, que neste momento está em São Petersburgo, apresentou condolências às famílias das vítimas das explosões no metrô.

As autoridades da cidade comunicam que há 50 vítimas entre mortos e feridos. Agora há pouco foi encontrado mais um artefato que não explodiu.

A embaixada dos Estados Unidos apresentou suas condolências aos parentes das vítimas da explosão.

Irã e Rússia impulsionarão intercâmbio comercial para US $ 10 bilhões.


Irã e Rússia impulsionarão intercâmbio comercial para US $ 10 bilhões. 26305.jpeg

O presidente russo, Putin se reúne com presidente iraniano Rouhani no Kremlin em Moscou. Teerã e Moscou pretendem aumentar o volume de suas trocas comerciais anuais para 10 bilhões de dólares, disse o presidente Hassan Rouhani.
O presidente Rouhani fez as declarações na terça-feira à noite durante um jantar  com cidadãos iranianos que vivem na Rússia.
"Serão necessários vários anos para que o povo conheça todos os aspectos do Plano integral  de Ação Conjunta ", disse ele, referindo-se ao acordo nuclear entre Teerã e seis potências mundiais .
O presidente iraniano disse que após a implementação do acordo nuclear, com exceção da questão bancária, todos os objetivos seguidos pelo Irã foram alcançados.
O banquete do jantar, que aconteceu em um hotel em Moscou, contou com a presença do ministro das Relações Exteriores, Mohammad Javad Zarif, chefe do gabinete do presidente iraniano Mohammad Nahavandian, e do embaixador do Irã em Moscou Mehdi Sanaei .
O presidente Rouhani, em uma delegação de alto escalão, esteve em Moscou na segunda-feira e na terça-feira à convite formal de seu homólogo russo, Vladimir Putin.

10 dicas para você saber identificar notícias falsas na era da Pós-Verdade.


Um guia básico em 10 passos para todos aqueles que não querem ser vítimas da desinformação, nem querem correr o risco de compartilharem “fake news” com parentes e amigos, por prezarem a verdade dos fatos e a credibilidade jornalística.

Por Minerva, no Voyager.
Desde que a palavra pós-verdade foi escolhida como a palavra do ano pelo dicionário Oxford em 2016 [1], uma luz de alerta se acendeu no já antigo problema da proliferação de falsas notícias e informações.
O conceito de pós-verdade implica em que notícias e informações podem ser usadas politicamente para atingir as pessoas não pelo seu teor de veracidade e sim pelo seu impacto no público: ao trazer à tona emoções e reações mais fortes ou exageradas do que uma notícia verdadeira causaria.
Tendo sido comprovada a influência e relação de tais notícias sendo viralizadas pelas redes sociais e os resultados das eleições americanas [2], podemos ver que nem tudo é apenas uma brincadeira quando se trata da crescente fábrica de páginas e sites que produzem e disseminam essas informações.
Tão preocupante quanto o fato de boatos, meias verdades e explicitamente falsas notícias terem tido peso real numa eleição presidencial em um país como os Estados Unidos, é o fato de que muitos de nós não estamos sendo capazes de diferenciá-las da verdade.
Um estudo feito pela Universidade de Stanford apontou que entre mais de 7 mil jovens em idade escolar, a maioria não conseguia discernir entre notícias reais e falsas, inclusive entre perfis reais e falsos dentro das mídias sociais, contrariando a crença de que as crianças já nascidas e integradas à vida nas redes teriam mais facilidade em detectar estas mentiras ou saberiam usar ferramentas que as ajudassem a chegar na informação correta. [3]
No Brasil, a assustadora quantidade de sites de notícias falsas e as infames correntes de Whatsapp também já vem causando grandes discussões no âmbito familiar, escolar e do trabalho, muitos parecem não ter o interesse em ponderar no que está sendo compartilhado antes de apertar o botão de enviar.
Este artigo tem como objetivo trazer a vocês as ferramentas necessárias para identificar notícias falsas. O debate sobre as razões da existência de tais notícias e os impactos que elas causam é amplo e pode ser tratado sob inúmeras óticas (sociologicamente, filosoficamente, politicamente…), mas por hora, vamos focar em ter a munição contra esta crescente avalanche de desinformação, aprendendo a identificar notícias falsas em 10 passos.

1. Faça uma análise do veículo de informação

Inúmeros sites de notícias falsas fazem um ótimo trabalho para suas publicações parecerem reais. Para conseguir isso, recorrem apelando a uma identidade visual bem feita, usando recursos gráficos, como imagens, animações e vídeos. Qualquer site que invista em sua identidade visual pode passar uma aura de credibilidade e autenticidade. Existem até mesmo sites que copiam descaradamente a identidade visual de portais de notícias para se passarem por verdadeiros.
Para não nos deixarmos enganar pelas aparências, uma das primeiras coisas que podemos fazer é buscar dentro do site informações sobre quem o representa. Um veículo de mídia sério terá uma seção do site dedicada a trazer aos seus leitores sua história, compromisso, sua equipe, informações de contato como e-mails e telefones e seu editorial. E, portanto, sites de humor ou de paródias de notícias reais devem ter um aviso (“disclaimer“) sempre a vista, deixando claro o intuito humorístico de seu conteúdo.
Um site que não deixa claro suas intenções, que não possui ou esconde informações sobre si, deve entrar na lista daqueles que devemos ter cuidado.

2. Considere o conteúdo geral da mídia

Às vezes clicamos em uma notícia que parece ter todas as características de ser verdadeira, mas, na dúvida, verifique outras publicações do mesmo veículo. Se os títulos ou a temática parecerem extremamente dissonantes da notícia que você está lendo, desconfie.
Alguns jornais, principalmente tabloides, tem a característica de mesclar notícias reais e verificáveis, com conteúdos sensacionalistas, inventados ou deliberadamente exagerados, portanto, quando acessar conteúdo destes meios, mesmo que eles possam ser reais, tenha também uma fonte alternativa sobre o mesmo assunto.

3. O autor e as fontes

Uma mídia séria e comprometida com a transparência e verdade, vai fornecer o nome do autor da matéria ou artigo jornalístico, salvo em casos de editoriais (e mesmo estes, devem ser de fácil identificação o autor, podendo ser o editor-chefe da publicação, ou o CEO/dono da mídia, etc.).
Caso esteja desconfiando do conteúdo que está acessando, uma boa opção é procurar o nome do autor em uma ferramenta de pesquisa. Caso o suposto autor não aparecer claramente nos seus resultados como a pessoa que ela diz ser, já é um ponto negativo na veracidade do artigo, ou mesmo caso a pessoa não exista de forma alguma.
Uma notícia real deve, além de ter um autor real, ter também suas fontes listadas, seja no corpo da matéria ou ao fim dela, e estas fontes também devem ser de fácil localização em poucos cliques ou em pesquisas de sites de busca como o Google. Tenha receio de notícias sem fontes e referências. Um material que seja reprodução de conteúdo de outras fontes e autores, ou mesmo que seja uma tradução, precisa explicitar esse fato e você deve ser capaz de encontrar a fonte primária com facilidade. Fontes como agências internacionais de notícias, como a Reuters e a BBC podem ajudar a reconhecer uma notícia verdadeira com mais tranquilidade do que aquelas sem fontes aparentes.

4. Leia além do título e atente-se à data de publicação

Muitos títulos podem parecer ter a resposta para tudo que você sempre quis sobre determinado assunto e você quer rapidez em talvez, sei lá, esfregar isso na cara de algum colega, mas devemos ter calma quanto a isso. Títulos são feitos para atrair mesmo, além de inúmeras matérias terem um título e um conteúdo que não batem. Um título pode dizer “Medicamento contra o Alzheimer está sendo testado com resultados positivos”, fazendo com que muitas pessoas compartilhem essa notícia felizes, achando que também estão compartilhando esperança com as pessoas que sofrem ou possuem parentes que sofrem com essa doença, porém, ao checar a matéria, trata-se apenas de um teste de medicamento contra Alzheimer feito em camundongos. O que era para ser esperança compartilhada, torna-se frustração generalizada.
Não só o título, como também a data da publicação, são elementos chaves para identificar conteúdo falso ou colocado fora de contexto. A notícia sobre uma greve que terminou em pancadaria em 2007 pode ser ressuscitada em debates acalorados em que os participantes podem acreditar ser uma notícia recente, por exemplo.

5. Rastreabilidade, reconhecimento e a pós publicação

Já falamos sobre o que deveria ser feito antes de uma notícia ser publicada, que é ter um autor real, um veículo de publicação comprometido, fontes confiáveis, mas, como nem sempre recebemos o que gostaríamos, também podemos identificar uma notícia falsa pelo que acontece tempos depois dela ser publicada, isto é: a rastreabilidade da matéria, o reconhecimento da mesma por outros veículos de mídia e a reação do público.
Isso significa que ao procurar novamente uma notícia em um sistema de busca para checar sua autenticidade, é bom sinal que ela esteja sendo reproduzida e endossada por agências de notícias, outros autores, portais, etc., considerados sérios. Caso a matéria apareça apenas em outros pequenos sites similares àqueles da origem dela ou, pior, apareça sempre compartilhada e replicada por sites de nomes parecidos, desconfie.
Outra coisa a se atentar na pós publicação é justamente como as pessoas que leram o material podem se manifestar. Sites que não possuem seção de comentários, por exemplo, podem estar querendo esconder algo ou evitar serem desmascarados. Caso eles possuam uma sessão de comentários, veja o que está sendo falado e debatido, pois, quando a notícia é falsa, muito provavelmente os leitores falarão sobre isso nos comentários.

6. Reconheça suas próprias crenças e interesses perante os conteúdos

Em tempos de pós-verdade, é primordial que não se deixe levar pela notícia que mais te agrade ou te revolte logo de cara. Se você preza a sua credibilidade, isso deve ser evitado.
Quem produz notícias falsas deseja que o conteúdo seja compartilhado e viralizado o mais rápido possível. E isso é mais facilmente alcançado quando se provoca uma forte reação nas pessoas por meio de títulos e imagens que são usadas nas chamadas das matérias, portanto, por mais que seu alívio, raiva, felicidade, empolgação te digam para compartilhar determinada matéria, assim que ela aparece na sua timeline ou no seu whatsapp, segure a emoção e leia a matéria antes! E siga os outros passos caso desconfie da sua autenticidade.

7. Click Bait, bom demais para ser verdade

Por trás dos interesses daqueles que produzem notícias falsas, está o nada surpreendente desejo de se ganhar muito dinheiro.
Existem mecanismos que garantem retorno financeiro para sites com milhares de cliques e acessos, por meio da venda de espaço de propaganda. Fazer com que você seja tentado a clicar em uma matéria é uma arte. Conhecidos como click baits (iscas de clique), estes títulos tem como intenção um tráfego de acessos intenso e, com sorte, conseguir que seus visitantes também cliquem nos anúncios espalhados pela página, muitas vezes até de forma velada (já clicou em um link comum e este abriu uma página de propaganda? Pois é…). Desta forma as publicações que usam títulos click baits tendem a ser como cantos de sereia, apesentando uma chamada que parece ser boa demais pra ser verdade, mas contendo uma matéria que provavelmente também não é uma verdade, enquanto o dono do site vai monetizando com as visitas no seu site e as clicadas em seus anúncios.

8. O Senso de Falsa Credibilidade: uso de supostas pesquisas, estatísticas e frases para embasar notícias falsas

Poucas coisas fazem uma notícia parecer verídica como o uso de “ciência” para validá-la.
“Pesquisa aponta que comer chocolate emagrece 1kg por dia” – esta é uma matéria que eu clicaria em um piscar de olhos: é chocolate, emagrece e foram pesquisadores que disseram isso! Nada pode estar errado! “7 entre 10 homens possuem marcas de nascença no pênis, confirma estudo de Harvard” – olhou né? “Presidente Obama poderia morrer em uma vala – afirma Kim Kardashian em entrevista”. E certamente aqueles que escrevem notícias falsas sabem muito bem que temos a tendência a aceitar como verdade os conteúdos que estão supostamente embasados por pesquisas científicas, estatísticas ou por celebridades e especialistas, isso porque tendemos a confiar na palavra de especialistas, em dados e números quando somos leigos em certos assuntos.
Mas, assim como as notícias, estes tipos de fontes podem ser facilmente desmascaradas.  Pesquisas e estudos científicos devem estar ligados a instituições de pesquisa ou de ensino, estatísticas também devem partir de institutos de pesquisa, faculdades, órgãos governamentais e ter sua metodologia facilmente consultada, frases de celebridades e especialistas podem ser verificadas ao procurar vídeos ou transcrições de quando foram ditas e para quem foram ditas, para averiguar o contexto das declarações e se realmente foram ditas.
Uma recomendada ferramenta para verificar estudos, pesquisas e estatísticas é o Google Acadêmico, com a qual pode-se consultar o nome da pesquisa, os nomes dos especialistas e seus trabalhos acadêmicos, metodologias e instituições.

9. Pesquisa reversa de imagens

Além dos títulos irresistíveis, outra maneira de garantir cliques fáceis para estes sites é o uso de imagens impactantes, curiosas ou polêmicas. Estamos em 2017 e ainda temos que apontar o óbvio: uma foto não é um fato, é uma versão do fato.
Além disso, uma imagem pode ser usada inúmeras vezes para diferentes chamadas e matérias. Um bebê refugiado pode ser sírio num dia e turco no outro dependendo do que a matéria falsa está “cobrindo”, aquela mulher dando a luz na rua pode ser brasileira hoje e sul africana amanhã, é uma reciclagem toda errada.
Estas imagens usadas em larga escala costumam ser facilmente rastreáveis, levando às agências internacionais de notícias e aos bancos de fotografia jornalística.
Você pode arrastar uma foto para a caixa de busca do Google, fazer a consulta reversa da mesma e descobrir rapidamente quem a tirou, em qual país, data e quais veículos de mídia já a usaram.
Como usar fotos fora do contexto é outra forma enganosa de ganhar o clique do público e manipular informações, vale a pena sempre pesquisar sobre a origem das fotos quando necessário.

10. Pergunte a um especialista ou consulte um site antiboatos

Alguns de vocês podem considerar que este deveria ser o primeiro item, mas é extremamente importante ter sua própria autonomia em descobrir por si mesmo quando não for possível usar estes métodos.
Claro, às vezes, a forma mais fácil de saber se uma informação é real ou não, é perguntar para alguém que saiba mais do que você sobre ela, um professor, um amigo, seus pais ou seu gato (brincadeira).
Existem também sites que se dedicam a desmascarar boatos, correntes e notícias falsas, como o americano Snopes, e os brasileiros Boatos.org  e o E-Farsas, mas nem sempre eles possuirão as matérias mais recentes ou menos polêmicas, já que focam em conteúdos de grande alcance e compartilhamentos. Esses sites fazem um trabalho incrível e vem nos últimos anos ajudando a combater as notícias falsas na internet e fora dela.

Conclusão

É crescente o número de sites e páginas que se dedicam exclusivamente a ser uma fábrica de cliques e disseminadoras de meias verdades ou notícias falsas.
No Brasil, o problema chamou a atenção da mídia de massa, devido ao tamanho da repercussão e dos malefícios destes sites e seus conteúdos sendo compartilhados nas redes sociais. Um impacto como o observado nas eleições americanas poderia ocorrer em breve no nosso país também, e isso é assustador.[4]
Devemos estar atentos a estas práticas, já que, legalmente, existem bem poucas maneiras de combater a mídia de notícias falsas. Não é possível, por exemplo, proibir a publicação destas, não é legal intervir na produção e compartilhamento destas farsas. A própria velocidade em que os conteúdos virtuais são criados é um desafio quanto ao controle do que é expressado. E a punição posterior, em casos de difamação, calúnia, danos morais, etc., parece não ser dura o bastante para impedir que continuem a fazê-lo. Mesmo a mídia de massa sofre poucas punições quando envolvida em casos de publicação de conteúdo falso ou difamatório (uma pequena nota de desculpas, um editorial emocionante de apologias e está tudo bem).
Por hora, cabe a nós deixarmos de ser meros receptores de informação e passar a ter também a responsabilidade de informar, por mais absurdo que isso possa parecer.
Por outro lado, governos (recentemente Alemanha e República Checa encabeçaram um largo combate contra as notícias falsas) e empresas estão em busca da solução para este problema por meio do uso de tecnologia, apesar da ideia de ter conteúdos bloqueados ser muito delicada (para não ferir a liberdade de expressão ou soar como censura). Redes sociais como o Facebook e Twitter já anunciaram um trabalho de extensões que impeçam a visualização e compartilhamento de conteúdos previamente analisados por fact checkers (verificadores de fatos) tanto humanos quanto os de inteligência artificial. [5]
Enquanto as questões legais e tecnológicas que pairam sobre estas ferramentas de bloqueio de conteúdo são resolvidas, ainda teremos um caminho a percorrer em também educar as pessoas a serem capazes de discernir entre informações reais e aquelas inventadas.
A partir de hoje, quando se deparar com uma notícia suspeita, use estas dicas. Caso se deparar com uma notícia falsa, informe e compartilhe  com seus amigos sobre os fatos e aproveite para orientá-los a respeito de como se proteger da era da pós-verdade.

domingo, 2 de abril de 2017

Brasília. O Plenário da Câmara nesta terça-feira pode votar projeto que regulamenta táxis e aplicativos de transporte individual.

Luis Macedo/Câmara dos Deputados
Ordem do dia para análise, discussão e votação de diversos projetos
Deputados também poderão votar projeto que aumenta penas para crimes relacionados à pirataria.
O projeto de lei sobre a regulamentação dos serviços de transporte individual privado (PL 5587/16) é o destaque do Plenário da Câmara dos Deputados a partir de terça-feira (4). Os deputados podem começar a debater ainda o Projeto de Lei Complementar (PLP) 343/17, que impõe regras para a ajuda da União na recuperação de estados em situação de calamidade fiscal.
De autoria do deputado Carlos Zarattini (PT-SP), o PL 5587/16 permite que qualquer serviço de transporte de passageiros seja oferecido somente por meio de veículos que tenham a caixa luminosa externa com a palavra “táxi” e possuam taxímetro. Com isso, segundo a empresa Uber, uma das empresas que presta serviços de transporte agendados por meio de aplicativos, a proposta inviabilizaria sua atuação nos moldes existentes hoje.
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, adiantou que as negociações em torno de um texto alternativo caminham na direção de se fazer uma regulamentação geral, deixando para os municípios a regulamentação específica sobre o tema. No ano passado, Maia havia prometido que a matéria iria a votação depois do fim de março.
Para ser votado ainda nesta semana, o projeto precisa antes ter o regime de urgência aprovado, cujo pedido também está pautado.
Reportagem – Eduardo Piovesan. Edição – Pierre Triboli.