quinta-feira, 20 de abril de 2017

Anvisa atendendo determinação do MPF/MG proíbe a venda de termômetros analógicos com coluna de mercúrio em todo o país.

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Proibição vale para o todo o país, mas produtos ainda poderão ser vendidos até 2019. 

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicou a Resolução nº 145/2017, proibindo, em todo o território nacional, a fabricação, importação e comercialização, assim como o uso em serviços de saúde, dos termômetros e esfigmomanômetros com coluna de mercúrio. A resolução foi publicada no mês passado, mas os produtos poderão ser vendidos até 2019 para adaptação por parte das empresas.

Altamente tóxico, o mercúrio pode causar danos graves ao metabolismo celular, resultando no mau funcionamento de rins, fígado, pulmão e cérebro. "Depois de vários anos de maturação e debates entre os órgãos públicos envolvidos, contando inclusive com a participação da sociedade civil, a Anvisa, finalmente, publicou (22 de março deste ano) a tão esperada resolução", comemora o procurador da República Fernando de Almeida Martins.

Para ele, "trata-se de importantíssimo ato normativo, que visa preservar não só a saúde dos consumidores brasileiros, mas o próprio meio ambiente, pois foi regulamentado também o correto descarte dos produtos na natureza".

Desde 2012, o Ministério Público Federal (MPF) em Belo Horizonte vinha requerendo à Anvisa a proibição dos termômetros analógicos devido ao risco potencial que acarretam aos usuários em função da presença do mercúrio.

Relatório da Proteste (Associação Brasileira de Defesa do Consumidor), realizado em março daquele ano e que deu origem ao procedimento investigatório, apontava que "o mercúrio dos termômetros é metal líquido, denso, fragmentável, volátil e inodoro; evapora em quantidade proporcional à sua superfície livre e à temperatura ambiente", fatores esses que variam com as estações do ano. O produto pode penetrar no organismo por via digestiva, pela pele e pela via respiratória.

O artigo 2º da Resolução nº 145 dispôs que os produtos que forem retirados de uso deverão ser descartados conforme as normas similares que regem o descarte dos resíduos produzidos pelos serviços de saúde e que são regulamentados por outro ato da Anvisa, a RDC nº 306, de 7 de dezembro de 2004.

Legitimação - Enquanto o procedimento tramitava no MPF, o Brasil participou e foi um dos signatários da Convenção de Minamata sobre Mercúrio, realizada pela ONU em 10 de outubro de 2013, que objetiva reduzir gradativamente o mercúrio no meio ambiente ao controlar as fontes e o comércio da substância. Ainda não ratificada pelo parlamento brasileiro, a Convenção de Minamata foi, no entanto, utilizada como parâmetro por um grupo de trabalho interministerial que atuou na regulamentação do tema.

A resolução da Anvisa foi inclusive submetida, anteriormente à sua publicação, a uma consulta pública, obtendo no total 16 contribuições, sendo que nove concordaram com o texto, cinco concordaram parcialmente e apenas duas discordaram integralmente da proposta, o que, para Fernando Martins, "evidencia a transparência do processo e legitima a edição do novo regulamento".

O procurador da República afirma ainda que o fato de a resolução somente entrar em vigor daqui a dois anos, em 2019, em nada a desqualifica. "Esse período é salutar, haja vista que ainda há muitas empresas no Brasil que têm em seus estoques e/ou assinaram contratos visando à importação/distribuição de termômetros e esfigmomanômetros com coluna de mercúrio. Portanto, existe a necessidade de um período de adaptação por parte das empresas ao novo cenário normativo".

Assessoria de Comunicação Social - Ministério Público Federal em Minas Gerais - Tel.: (31) 2123.9010 / 9008 - No twitter: mpf_mg.

quarta-feira, 19 de abril de 2017

Brasília. Plenário da Câmara aprova urgência para projeto da reforma trabalhista. Veja como votaram os Deputados do Maranhão.

O Plenário da Câmara dos Deputados aprovou, por 287 votos a 144, o regime de urgência para o projeto de lei da reforma trabalhista (PL 6787/16). Na noite de ontem, o Plenário havia rejeitado o regime de urgência por insuficiência de votos, pois o pedido obteve o apoio de 230 parlamentares, quando o necessário é 257.
Com a aprovação do regime de urgência, não será possível pedir vista ou emendar a matéria na comissão especial que analisa o substitutivo do deputado Rogério Marinho (PSDB-RN).
O relatório apresentado na comissão mantém a prevalência dos acordos coletivos em relação à lei, conforme previsto no texto original, e acrescenta outras modificações, como regras para o teletrabalho e o trabalho intermitente.
A oposição protestou contra a nova votação do requerimento de urgência, um dia após sua rejeição pela Casa.

Link: http://www2.camara.leg.br/camaranoticias/noticias/POLITICA/530218-PLENARIO-APROVA-URGENCIA-PARA-PROJETO-DA-REFORMA-TRABALHISTA.html

VEJA COMO VOTARAM OS DEPUTADOS DA BANCADA MARANHENSE.


DEPUTADOS DA BANCADA MARANHENSE QUE VOTARAM  FAVORÁVEIS  A URGÊNCIA.

1 – DEM – Juscelino Filho – Sim;
2 – PMDB – Alberto Filho – Sim;
3 – PMDB – Hildo Rocha – Sim;
4 – PMDB – João Marcelo Sousa – Sim;
5 – PP – André Fufuca – Sim;
6 – PRB – Cleber Verde – Sim;
7 – PSB - José Reinaldo – Sim;
8 – PPS – Elisiane Gama – Sim;
9 – PTB – Pedro Fernandes – Sim;
10 – PTN – Aluísio Mendes – Sim
11 - PSD - Victor Mendes - Sim;
12 - PEN - Junior Marreca - Sim;
13 - PP - Waldir Maranhão - Sim.
DEPUTADOS DA BANCADA MARANHENSE QUE VOTARAM  CONTRÁRIOS À URGÊNCIA.

1 – PDT – Julião Amin – Não;
2 – PSB – Luana Costa – Não;
3 – PDT – Weverton Rocha – Não.

DEPUTADOS AUSENTES.
1 – PT – Zé Carlos;
2 – PC do B – Rubens Pereira Junior.

Deputado Glalbert Cutrim presenteia Vitória do Mearim com emenda para pavimentação asfáltica.

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O deputado Glalbert Cutrim (PDT) participou, na noite desta terça-feira (18), da abertura da semana de festividades em comemoração aos 184 anos de emancipação política do município de Vitória do Mearim. O ato aconteceu na Praça Rio Branco, no centro da cidade e contou com homenagens dos alunos da rede municipal de ensino.

Foto - Deputado Glaubert e Prefeita Dídima Coêlho.
Glalbert aproveitou a ocasião para presentear a cidade com emenda parlamentar que será usada na pavimentação de ruas. “É uma grande satisfação poder entregar essa emenda nas mãos da prefeita Dídima Coelho, e ter certeza que estamos ajudando na reconstrução do município. Investir em asfalto é mais do que garantir infraestrutura, pois uma rua pavimentada evita poeira e lama, o que também previne diversas doenças. Portanto, na data em que o município completa 184 anos de emancipação política, faço questão de trazer esse grande presente a toda população dessa querida cidade”, disse o deputado.

A prefeita Dídima Coelho agradeceu o presente e falou da importância do deputado para o município. “Esse presente vem no momento certo, pois recebemos a cidade em péssima situação administrativa. Sabemos que podemos contar com o apoio do deputado Glalbert Cutrim, por isso, estamos juntos para trazer mais bem estar para a população de Vitória do Mearim”, agradeceu Dídima.

O evento também contou com a participação dos vereadores Marcelo da Colônia, Mauruzan (PCdoB), e do presidente da Câmara de Vereadores, Cristiano Falcão, além de secretários municipais.

Assecom/ Deputado Glalbert Cutrim
 . 
LEIA MAIS: No aniversário de Vitória do Mearim, população é presenteada com "Totem de Wi Fi" para acesso gratuito a internet. https://maranauta.blogspot.com.br /2017/04/no-aniversario-de-vitoria-do-mearim.html

Brasil. “MP 759 agrava problemas da regularização de terras no Brasil”, alerta PFDC em nota técnica ao Congresso.


“MP 759 agrava problemas da regularização de terras no Brasil”, alerta PFDC em nota técnica ao Congresso

Documento aponta inconstitucio-nalidades da medida provisória e busca subsidiar análise parlamentar da proposta.
A Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão (PFDC), do Ministério Público Federal (MPF), enviou ao Congresso Nacional nesta quarta-feira (19) nota técnica para subsidiar a análise parlamentar da Medida Provisória (MP) 759, editada em dezembro de 2016 pelo Governo Federal e que modifica diretrizes legais sobre a regularização de terras urbanas e rurais no país.
Para a Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão, as propostas apresentadas pela MP – que impactam em direitos fundamentais como moradia, função social da propriedade e meio ambiente – acabam por intensificar o grave problema da regularização de terras no Brasil. Isso porque a MP está em franco descompasso com o que determina a Constituição Federal acerca das políticas para a propriedade e uso de terras, e também no que se refere à proteção ambiental. A medida também revoga mais de dez leis essenciais à regularização fundiária e as substitui por normas que ainda serão definidas pelo poder Executivo.
“A revogação de legislação essencial à área, e sua substituição por normas que não são autoaplicáveis, faz com que a MP 759, na verdade, venha agravar os problemas que, segundo enuncia, seriam de urgente resolução”, destaca a procuradora federal dos Direitos do Cidadão, Deborah Duprat. A procuradora assina a nota técnica em conjunto com o Grupo de Trabalho Reforma Agrária, da PFDC.
O documento elenca mais de uma dezena de legislações que são alteradas pela medida provisória. Entre elas, a que trata da regulamentação dos dispositivos constitucionais relativos à reforma agrária, o Programa Minha Casa Minha Vida, a lei que dispõe sobre a preservação da vegetação nativa e a que trata da regularização de terras fruto de ocupações na chamada Amazônia Legal.
“Causa enorme espanto a adoção, pelo presidente da República, de medida legislativa extraordinária que modifica mais de uma dezena de leis ordinárias aprovadas pelo Congresso Nacional, algumas das quais fruto de processos legislativos que envolveram grande participação popular, o que representa grave distorção do sistema democrático”, alerta o órgão do Ministério Público Federal.
Para a Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão, além de não apresentar os requisitos constitucionais de urgência e relevância necessários à publicação de qualquer medida provisória, a MP 759 também peca nas propostas apresentadas em seus três temas centrais: regularização fundiária rural, regularização fundiária urbana e desmatamento.
Regularização fundiária rural – A Constituição Federal, em seu art. 188, determina que a destinação de terras públicas e devolutas “será compatibilizada com a política agrícola e com o plano nacional de reforma agrária”. A análise encaminhada pela PFDC ao Congresso Nacional aponta que a MP 759 não apresenta, em nenhuma de suas diretrizes, o alinhamento da destinação das terras a essas políticas.
O texto destaca que a norma inscrita no art. 188 da Constituição tem o propósito de assegurar três objetivos específicos: primeiro, que a destinação de terras públicas e devolutas não se faça em prejuízo da população do campo que aguarda a implementação do direito à moradia; segundo, que haja democratização do acesso à terra, desconcentrando a estrutura fundiária brasileira; e, terceiro, que a produção agrícola se diversifique, como garantia de alimentação adequada a todos os brasileiros e brasileiras. “A MP 759 está absolutamente dissociada de quaisquer dessas metas”, informa o documento.
Regularização fundiária urbana – No que se refere à regularização de terras na cidade, a PFDC aponta que a MP 759 é marcada pela falta de participação popular no planejamento municipal, pela ausência de diálogo com planos diretores da cidade e com o próprio licenciamento ambiental e urbanístico – indo na contramão de diretrizes legais que versam sobre o tema, tais como os artigos 29 e182 da Constituição Federal, o Estatuto da Cidade (Lei 10.257/2001) e o tratado sobre cidades, vilas e povoados sustentáveis, elaborado durante a ECO-92.
“Não bastou à Constituição Federal assegurar que todos e cada integrante da sociedade brasileira fosse sujeito de direito. Era também preciso garantir que essas pessoas, até então excluídas dos espaços públicos, tivessem ali voz e vez. Daí por que a Constituição instituiu a necessidade de uma política de desenvolvimento urbano, cujo objetivo é ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o bem-estar de seus habitantes. As propostas contidas na MP 759 ignoram essa concepção de cidade inaugurada pela Constituição de 88”, diz o documento do MPF.
O texto ressalta ainda que, ao desconsiderar as determinações do Estatuto da Cidade, a MP 759 incide em outro grave vício: o em retroceder em matéria de direitos fundamentais, o que é vedado pelo dever de progressividade assumido pelo Brasil no Protocolo de San Salvador e no Pacto Internacional sobre Direitos Econômicos, Sociais e Culturais.
Proteção ambiental – Sobre o desmatamento, a nota técnica aponta que além de não conter instrumentos eficazes para deter o problema a MP 759 torna mais frágil a proteção ambiental. “Ao passar para o domínio privado uma quantidade enorme de terras públicas e devolutas, a MP dificulta em demasia a criação de áreas de proteção ambiental. Isso se dá em função do diminuto estoque de terras públicas e devolutas que resta para tal fim e pelo custo implicado na aquisição de áreas privadas, especialmente em tempos em que os gastos públicos estão reduzidos”, diz o texto.
A nota alerta ainda para o risco de que a Medida Provisória venha a potencializar os danos ambientais com a ampliação, para todo o país, do programa Terra Legal – antes restrito à Amazônia Legal. O texto ressalta que não há evidências empíricas de que o Terra Legal, instituído pela Lei 11.952/2009, tenha resultado em diminuição do desmatamento e destaca fragilidades ambientais trazidas pelo programa.
Acesse aqui a íntegra da Nota Técnica PFDC.
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São Luís. Vereador Chaguinhas apresenta relatório de visitas a 36 escolas e denuncia falta de merenda escolar.

Foto - Vereador Chaguinhas (PP).
Durante a sessão da terça-feira, 18, o vereador Francisco Chaguinhas (PP)  utilizou a tribuna da Câmara Municipal de São Luís, para apresentar aos demais vereadores o relatório feito  sobre a vistoria que fez  nos prédios das escolas da rede pública municipal da capital. 

Ao todo, foram 36 escolas visitadas pelo parlamentar nesta primeira etapa. "Visitamos cerca de 36 escolas e pude ver o quanto as mesmas estão em situações críticas, tanto na parte de infraestrutura quanto na parte da segurança dos alunos. É preciso olhar mais para a educação de nossa capital. O gestor, hoje, tem por obrigação fazer as garantias de direitos de toda a comunidade escolar. É triste vermos essa situação, chegamos ao absurdo dos absurdos", disse.

Segundo o parlamentar progressista, a educação nunca foi prioridade na gestão do atual prefeito, que, mais uma vez, mostrou que não governa para o povo.

"Lamentável ver que nessa gestão, a educação nunca foi prioridade. O gestor investe em outras pastas, mas a educação fica à mercê do Poder Executivo,  e quem paga com tudo isso é o povo que fica penalizado, mediante a tanta irresponsabilidade do gestor municipal", disse.

Merenda Escolar 

Na oportunidade, Chaguinhas cobrou uma resposta do secretário de Educação, Moacir Feitosa, e do prefeito o porquê da falta da merenda escolar nas escolas da rede municipal de ensino. Segundo o Sindicato dos Professores, isso prejudica o calendário escolar, pois os alunos estão sendo liberados antes do previsto. Chaguinhas ainda cobrou uma resolução imediata do Executivo Municipal.

"A prefeitura de São Luís, hoje, deixa as crianças sem o lanche da escola. Com isso, a direção é orientada a liberar mais cedo os alunos. Ora, isso prejudica o calendário escolar e prejudica o aprendizado das nossas crianças. Peço a sensibilidade do Executivo Municipal para que venha resolver o mais rápido possível essa problemática”, finaliza

Texto: Davi Max.

Brasil. Conflitos no campo aumentam 26% e batem recorde, diz Comissão Pastoral da Terra.

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Foto - ciberia.com.br
Os conflitos no campo registrados no Brasil aumentaram de 1.217, em 2015, para 1.536, em 2016, o que representa um aumento de 26%, segundo relatório anual apresentado pela Comissão Pastoral da Terra (CPT) nesta segunda-feira (17), em Brasília. Desse total, 1.079 resultaram em violência.
De acordo com a entidade, é a estatística mais elevada desde quando a pesquisa começou a ser feita, em 1985.
Do total de conflitos, 1.295 estão relacionados à luta pela terra, incluindo desde situações de despejo e ameaça até os casos de morte. Outros 172 são disputas por água – maior número desde quando a CPT começou a catalogar esses casos específicos, em 2002.
Além disso, houve 69 conflitos referentes a questões trabalhistas, sendo 68 deles somente ocorrências de trabalho escravo.
O número de assassinatos no campo foi outro destaque, tendo saltado de 50 para 61 no mesmo período, o que configura um aumento de 22%.
No documento da CPT, com 230 páginas, também se sobressai a evolução do número de pessoas encarceradas por conflitos no campo, que passou de 80 para 228, o que representa um aumento de 185%. Além disso, as ameaças de prisão saltaram de 49 para 265 – uma diferença de 441%.
Para o secretário da coordenação nacional da CPT, Antônio Canuto, os dados traduzem a questão conjuntural do país, evidenciando o contexto de avanço conservador, que teria empoderado os diferentes agentes de violência. “Nós tivemos um golpe contra a democracia, e isso se reproduz em diversos golpes contra as populações do campo”, afirmou o secretário.
Para o geógrafo e militante do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) Valdir Misneroviz, que participou da coletiva de lançamento do relatório representando o MST, o cenário atual exige atenção porque aponta para o risco de agravamento dos conflitos.
“Os dados são alarmantes e demonstram por si só a gravidade do momento que estamos vivendo. Ao mesmo tempo em que há ausência de ações do Estado na perspectiva de encontrar solução para os conflitos, há a tendência de isso caminhar para um universo de mais violência”, afirmou o militante, que ficou mais de cinco meses preso no ano passado acusado de pertencer a uma organização criminosa.

Assassinatos e impunidade

Antônio Canuto destacou ainda que, na série histórica de 1985 a 2016, houve 1.387 assassinatos no campo, com um total de 1.834 vítimas. “Isso porque há casos que atingem mais de uma pessoa, como ocorreu no massacre de Eldorado dos Carajás, que teve 21 trabalhadores assassinados”, explicou.
Mais alarmantes ainda são os números que tratam da judicialização dos referidos casos de assassinato: ao longo dos 32 anos de catalogação, apenas 112 foram julgados, com 31 mandantes condenados e 14 absolvidos. No caso dos executores, 92 obtiveram condenação e 204 foram absolvidos pela Justiça.
“Se a gente for atrás dos 31 mandantes condenados, por exemplo, não vamos achá-los em nenhuma cadeia porque todos eles estão soltos. O que temos aí é a evolução da impunidade”, apontou o secretário.

Legislativo

Para o geógrafo Marco Antônio Mitidiero Júnior, da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), o aumento da violência no campo se comunica diretamente com a configuração do Parlamento brasileiro. Ele aponta que as eleições de 2014 levaram ao Congresso Nacional a bancada mais conservadora desde 1964.
O pesquisador destaca a forte presença dos ruralistas, hoje com mais de 200 deputados federais, diante do baixo número de deputados ligados a frentes sindicais e movimentos populares, que reduziu de 83 para 46 no último pleito.
Os dados integram o último levantamento feito pelo Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (DIAP). Para Júnior, tal correlação de forças resulta em um processo de “violência legislativa”.
“Isso nos leva a uma série de projetos de lei que ferem uma constelação de pessoas. Se a legislação trabalhista, por exemplo, vem sendo atacada, isso desprotege também o trabalhador rural, que tem especificidades laborais que precisam ser levadas em conta”, disse o pesquisador.
“Não estamos falando de um conceito científico, mas sim de uma noção de violência política institucionalizada, e a maior parte dessas iniciativas vem da Câmara dos Deputados”, acrescentou.
Ele salientou ainda que, entre as matérias que estão atualmente em debate no Legislativo nacional, pelo menos 40 colocam em xeque direitos das populações do campo.
“Isso ainda é um número mínimo porque, se levarmos em conta que há Projetos de Lei (PLs) com até 18 outros PLs apensados, que são aqueles que tramitam em conjunto porque tratam do mesmo tema, temos muito mais ameaças”, finalizou.

São Paulo. Denúncia do MP-SP sobre triplex atribuído a Lula é rejeitada por ser vaga demais.

Uma acusação de 102 páginas contra representantes da empreiteira OAS e da Cooperativa Habitacional dos Bancários (Bancoop) acaba de ser rejeitada pela Justiça de São Paulo com a absolvição sumária (antes do julgamento do mérito) de todos os réus — incluindo o executivo José Aldemário Pinheiro, sócio da OAS, e o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto.
denúncia do Ministério Público de São Paulo, que inicialmente incluía o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e familiares, deve ser arquivada por “alegações vagas” e uma série de erros – um dos executivos da OAS, por exemplo, foi acusado de ter praticado crimes em 2009 como representante da empresa, mas só virou funcionário quatro anos depois.
Os promotores Cássio Conserino, José Carlos Blat e Fernando Henrique de Moraes Araújo anunciaram, em março do ano passado, que várias pessoas à espera da casa própria foram lesadas quando a Bancoop, em crise financeira e presidida na época por Vaccari Neto, transferiu imóveis para a OAS. A empresa foi acusada de diminuir o tamanho da área firmada em contrato e cobrar valores mais altos do que os negociados.
Os autores relacionaram esses problemas com um triplex no Guarujá (litoral paulista) atribuído a Lula. Chegaram até a pedir a prisão preventiva do ex-presidente, mas todo esse trecho acabou sendo retirado e encaminhado ao juiz federal Sergio Fernando Moro, por conexão com a operação “lava jato”.
A juíza Maria Priscilla Veiga Oliveira, da 4ª Vara Criminal de São Paulo, aceitou a denúncia contra 12 acusados em outubro. Nesta terça-feira (18/4), porém, concordou com as defesas e não viu motivo para manter a ação penal em andamento.
Superficialidade
Para a juíza, a denúncia não individualiza as condutas de cada acusado: “apenas afirma, de forma superficial, aquilo que entende como fato gerador dos crimes”, sem “a minúcia necessária, tão somente alegações vagas”.

Leia denuncia do MP/SP sobre o Triplex aqui - http://s.conjur.com.br /dl/denuncia-triplex.pdf

leia a sentença da Juíza sobre o arquivamento do caso Triplex aqui - http://s.conjur.com.br/dl/denuncia-bancoop-rejeitada-alegacoes.pdf